Fiocruz participa do Cosems Norte e Nordeste 2023

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) esteve presente no 9º Congresso Norte/Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde e do 10º Congresso dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia, que ocorreu entre os dias 4 e 6 de setembro, no Centro de Convenções de Salvador. O evento reuniu representantes de mais de 2 mil municípios das duas regiões do Brasil, onde palestras e mesas de discussões trouxeram o tema “As especificidades do Norte e Nordeste na Regionalização do SUS” para o debate. 

A Fiocruz contou com um stand na feira de exposição do congresso, com totens interativos mostrando as ações a nível nacional e das regionais, além do espaço da Editora Fiocruz, com alguns livros sobre saúde à venda para os congressistas. Além da exposição, a instituição participou de diversos debates nos três dias de eventos. 

A abertura dos congressos aconteceu na noite de segunda, 4/9, com a presença de autoridades e de mais de 4 mil inscritos, na Plenária do centro de convenções. Estiveram na abertura o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues; a ministra da saúde, Nísia Trindade; a secretária de saúde do estado, Roberta Santana; a secretária de Saúde de Salvador, Ana Paula Matos, e a presidente do Cosems Bahia, Stela Souza. 

Nísia enfatizou a importância da reconstrução do SUS em sua gestão, após os riscos que sofreu nos últimos anos, com acréscimo da pandemia, celebrando a oportunidade de estarem todos ali, reunidos, representando seus municípios. “Um Brasil tão diverso, tão desigual, mas tão forte quando estamos unidos para a construção coletiva da saúde, afirmou”. 

O principal tema das falas na abertura foi a valorização do Sistema Único de Saúde, lembrando a importância de um encontro importante como o Cosems Norte e Nordeste, onde diversos profissionais da área da saúde municipal se reuniram para trocar experiências e estabelecer parcerias, como destacou o governador do estado. “Temos a expectativa de que o 9º Congresso Norte e Nordeste seja o momento de congruência de ideias, de debates, mas, acima de tudo, nos oriente para os próximos anos”, disse Jerônimo, reforçando a saúde nacional como interesse maior entre todos ali presentes. 

A presidente do Cosems Bahia solicitou um minuto de silêncio pelos profissionais de saúde perdidos durante a pandemia. 

Mesas e palestras

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, esteve presente em mesas de discussões durante o congresso. No dia 5, coordenou a mesa “Pesquisa científica em saúde pública no norte nordeste”, na Sala Rio Grande do Norte, que contou com a presença da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura, que discutiu seus trabalhos sobre Covid longa e Chikungunya, apresentando dados de um estudo realizado em três cidades baianas.

Já na quarta, dia 6, a diretora esteve presente na mesa-debate “Fiocruz e Saúde Pública Nacional”, juntamente com a Chefe de Gabinete de Bio-Manguinhos, Tatiana Sanjuan, apresentando a Fiocruz Bahia e as atividades de pesquisa, inovação e educação que a instituição realiza no estado da Bahia. 

Para encerrar o congresso, Marilda Gonçalves participou da mesa “Convergências especificidades do norte e nordeste na regionalização do SUS”, que reuniu alguns coordenadores das mesas satélites para recapitular as discussões que ocorreram ao longo do evento. A mesa contou com a presença de Stela dos Santos Souza, presidente COSEMS/BA e diretora CONASEMS; Charles Cezar Tocantins de Souza, presidente do COSEMS/PA; José Cristiano Soster, diretor da Sesab. A discussão estabelecida no encontro gerou o documento final do congresso, levado para a plenária de encerramento.  

Sobre o congresso

O Congresso Norte e Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde, considerado um dos maiores eventos regionais da Saúde Pública realizados no Brasil, é realizado pelo Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (COSEMS Bahia) e contará com a tradicional “Feira aqui tem SUS” com estandes dos COSEMS, CONASEMS e Ministério da Saúde, de instituições e empresas, públicas e privadas, que irão expor e divulgar suas experiências, produtos, serviços e tecnologias ligados à saúde pública. 

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Palestras e prêmios marcam participação da Fiocruz no MedTrop 2023

Na noite do último domingo, dia 10/09, ocorreu a abertura do 58º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), o Medtrop 2023. O evento reúne, até o dia 13 de setembro, associados, autoridades, pesquisadores e estudantes no Centro de Convenções de Salvador. O Medtrop 2023, presidido pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis, tem como tema “Desafios para Medicina Tropical no Século XXI: Como enfrentá-los?”. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, pesquisadores e estudantes da instituição estiveram presentes na cerimônia de abertura e participam da programação.

A solenidade foi marcada pela leitura da Carta Aberta do 8º Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento das Doenças Infecciosas e Negligenciadas, uma das três Reuniões Satélites que ocorrem em paralelo ao congresso. A carta foi lida pela presidente da Associação de Chagas da Bahia (ACHABA), Amélia Bispo, demandando das autoridades e pesquisadores presentes ações para a prevenção, tratamento e assistência aos portadores de doenças negligenciadas, como HTLV, doença de Chagas e hanseníase.

Representando a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, o evento contou com a participação da Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), Ethel Maciel. Nísia não pode estar presente no congresso por conta do ciclone que devastou a região do sul do Brasil na última semana e a fala de Ethel destacou os novos desafios que a saúde enfrenta com as mudanças climáticas, que acrescentam aos costumeiros já enfrentados, envolvendo doenças infecciosas, negligenciadas e crônicas. “Quando o primeiro momento da emergência climática passa, muitas doenças, principalmente as tropicais, assolam a população que já estava sofrendo. Nossas políticas públicas precisam ser diferentes com esses novos desafios”, destacou a secretária.

O Vice-Presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS) da Fiocruz representou o presidente da instituição, Mário Moreira, e considerou a manifestação do fórum de doenças negligenciadas como “dever de casa” para os ali presentes, identificando algumas iniciativas importantes que a Fiocruz já desenvolve e apoia. “Essas iniciativas fazem parte de um esforço da instituição, mesmo durante um período de dificuldade e desmonte do sistema de financiamento da ciência e tecnologia do país, então saímos daqui vendo o que a gente pode melhorar e para quem a gente pode fazer mais”.

Já o Diretor Científico do CNPq, Olival Freire Júnior, falou da importância de entender o sistema brasileiro de apoio à ciência e tecnologia como não pertencente a um único ministério, um dos pilares desse sistema sendo a aliança entre Ministério da Saúde e Ministério da Ciência e Tecnologia. “Nunca trabalhamos tanto como agora, com os convênios que o Ministério da Saúde tem realizado conosco desde o início do ano”.

Além do presidente da SBMT, Julio Croda, e do presidente do evento Mitermayer Galvão, também participaram da abertura Socorro Grass, representante da Organização Pan-americana da Saúde no Brasil (OPAS Brasil); Carlos Gadelha, Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (Ministério da Saúde); Nésio Fernandes, Secretário de Atenção Primária à Saúde (Ministério da Saúde), Ceuci Nunes, presidente da Bahiafarma; a deputada estadual Fabíola Mansur, representando a Assembleia Legislativa da Bahia; Antônio Lopes, representando a Universidade Federal da Bahia; o médico Roberto Badaró, representando a Academia de Medicina da Bahia; e Alexandre Meneses, coordenador do 8º Fórum de Doenças Negligenciadas.

O evento

Considerado o maior evento do Brasil sobre medicina tropical, o MedTrop 2023 teve cerca de 3.000 inscritos e conta com mais de 600 palestrantes brasileiros e do exterior, que estão envolvidos em reuniões, cursos, mesas redondas, miniconferências, conferências e apresentações orais e de pôster. As discussões abordam temas de relevância na saúde, como as arboviroses, tuberculose, Covid-19, doença de Chagas, HTLV, esquistossomose, leishmaniose, mudanças climáticas, saúde da população negra, dentre outros.

Julio Croda comentou a participação da Fiocruz e a realização do evento na Bahia. “Nosso congresso é muito rico cientificamente. A Fiocruz está participando muito ativamente, com uma grande proporção de palestrantes, assim como alunos dos diferentes programas de pós-graduação da instituição, por conta da tradição da medicina tropical da Fundação. A nossa história está intimamente ligada à história da SBMT”, comenta o presidente da SBMT, que também é pesquisador da Fiocruz Mato Grosso do Sul. “A particularidade desse ano, que contribui para o sucesso do evento, é a Bahia. Salvador é uma cidade multicultural, multirracial, que atrai o público para discutir temas importantes”, completa.

O presidente do congresso, Mitermayer Galvão, destacou a diversidade de temas e de participantes. “As discussões vão desde questões epidemiológicas, clínicas, sociais a ambientais. Do ponto de vista macro, nós temos pessoas de todos os continentes, o que dá para gente a oportunidade de saber o que está se passando em todos esses lugares. Obviamente temos temas que são comuns como a Covid-19, mas tem patologias que são mais específicas em determinadas regiões”, pontua. Mitermayer também observa a diversidade de gênero e etária dos participantes. “São majoritariamente jovens na faixa de 20 a 30 anos, isso demonstra renovação”.

Premiações

O evento foi marcado também pela entrega de dois prêmios importantes. A Medalha do Mérito Científico Carlos Chagas, de Pesquisador Sênior da SBMT, foi entregue ao pesquisador da Fiocruz Bahia, Edgar Marcelino de Carvalho Filho, por sua produção científica na área de Medicina Tropical. Em seu agradecimento, Edgar lembrou o pesquisador Heonir de Jesus Pereira da Rocha, seu mentor em sua trajetória científica, e Carlos Chagas, por suas contribuições para a Medicina Tropical, destacando a importância das colaborações realizadas ao longo de sua carreira.   

“Tão importante quanto a colaboração científica, foi a amizade que nasceu, com carinho e respeito, eu gostaria de agradecer a todos esses colaboradores e dividir com eles essa honraria a qual recebi”, comentou.

O estudante de doutorado, Matheus de Jesus, foi premiado com o 1º lugar na categoria Doutorado, por sua pesquisa que busca otimizar o uso da proteína presente na leishmania para melhorar o diagnóstico da doença no Brasil em animais. “Nesse trabalho, nós pretendemos diminuir ao máximo essa identificação cruzada na testagem e aumentar a detecção em animais sem sintomas, posteriormente testando em humanos com comorbidades e que possuem menor detecção atualmente”, explicou Matheus.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Deborah Bittencourt, que orienta o estudante desde a época da Iniciação Científica, considera o momento como a coroação da sua carreira. “Um dos papéis mais importantes que a gente tem como pesquisador é na formação de recurso humano, então ver um aluno, que eu acompanho com esse projeto desde o início da carreira, conquistar esse reconhecimento, é uma emoção”, declarou a pesquisadora.

Fotos: Lucas Nour

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PGPAT divulga edital para processo seletivo 2024.1 e 2024.2

O Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Ampla Associação coma Fiocruz Bahia, divulga o edital para processo seletivo 2024 (semestres 2024.1 e 2024.2) para os Cursos de Mestrado e Doutorado acadêmico. O período de inscrição será de 02/10 até as 23:59 do dia 24/10/2023. As condições e critérios que regulamentam o processo seletivo estão especificados no Edital.

Os editais para mestrado e doutorado estão disponíveis no site do PGPAT.

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Tese investiga atividades cardiovasculares do NONO2P

Estudante: Raiana dos Anjos Moraes
Orientação: Darízy Flávia Silva Amorim de Vasconcelos
Título da Tese: “NONO2P INDUZ VASORRELAXAMENTO EM ARTÉRIA CORONÁRIA E MESENTÉRICA, INOTROPISMO NEGATIVO E HIPOTENSÃO: UM DOADOR DE ÓXIDO NÍTRICO PROMISSOR PARA O TRATAMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 22/09/2023
Horário: 09h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 864 7291 8539
Senha de acesso: raiana

Resumo

Introdução: As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo. O dano ao endotélio reduz a síntese e/ou biodisponibilidade de óxido nítrico (NO), que tem um papel na hipertensão, infarto do miocárdio e aterosclerose. O NO está envolvido em várias funções, como a manutenção da homeostase vascular e cardíaca. Os doadores de NO são vasodilatadores potentes, mas podem apresentar toxicidade e/ou tolerância vascular. Dessa forma, na tentativa de produzir uma nova alternativa terapêutica, na forma de fármaco da classe dos doadores de NO, o NONO2P foi sintetizado, e ainda não há relatos na literatura sobre a atividade cardiovascular. O objetivo deste estudo foi investigar as atividades cardiovasculares do NONO2P, bem como descrever os mecanismos de ação envolvidos nas respostas relaxantes observadas na artéria mesentérica superior. Métodos: Ratos Wistar (13-18 semanas) foram eutanasiados e a artéria mesentérica superior e coronária foram isoladas para registro da tensão isométrica em banho de órgãos ou miógrafo, respectivamente. Adicionalmente, em átrios isolados foram avaliados a frequência e a força de contração cardíaca. Ratos Wistar e espontaneamente hipertensos (SHR) foram usados em experimentos in vivo para avaliar a pressão arterial e a frequência cardíaca. Células endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC) foram usadas para avaliar a citotoxicidade do NONO2P usando o ensaio de alamar blue. Células endoteliais de camundongos foram usadas para avaliar espécies reativas de oxigênio intracelular (ROS) e níveis de NO após tratamento com NONO2P usando intensidade de fluorescência (FI) com o corante fluorescente, DHE ou DAF, respectivamente. Este projeto foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal da Bahia (CEUA/UFBA nº 4169290420). Resultados: Em células endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC), o NONO2P não foi tóxico nas concentrações testadas (6,25, 12,5, 25 ou 50 µM). NONO2P aumentou consideravelmente a concentração de NO nas células endoteliais de camundongos. A administração cumulativa de NONO2P (0.1 ρM to 3µM) em anéis de artéria mesentérica pré-contraídos com fenilefrina, 1 μM, induziu vasorrelaxamento independente do endotélio. O sequestrador de radicais livres de óxido nítrico (NO• ) (PTIO; 100 μM e hidroxocobalamina; 30 μM) e o sequestrador de ânions nitroxil (NO− ) (L-cisteína; 3 mM) diminuíram os relaxamentos promovidos por NONO2P. Além disso, a presença do inibidor específico da guanilato ciclase solúvel, ODQ (10 µM), quase aboliu o efeito vasorrelaxante induzido por NONO2P. KT5823 (inibidor seletivo de PKG; 1 μM) atenuou o efeito relaxante induzido por NONO2P em comparação com a resposta controle. Adicionalmente, NONO2P induziu vasorrelaxamento em anéis expostos a solução de Tyrode despolarizante contendo KCl 60 mM ou KCl 20 mM, que foi atenuado em relação ao controle, sugerindo a participação de canais para K+ . A resposta vasorrelaxante induzida por NONO2P foi significativamente atenuada na presença de BaCl2 (30 μM), um bloqueador de canais para potássio retificadores de entrada (Kir), na presença de 4-AP (1 mM), um bloqueador de canais para potássio dependentes de voltagem (Kv) e na presença de iberiotoxina (50 nM), um bloqueador de canais para potássio sensíveis a Ca2+ de grande condutância (BKCa). O relaxamento induzido por NONO2P foi atenuado pelo ácido ciclopiazônico (10 µM), indicando que a ativação da SERCA está envolvida nesse relaxamento. Interessantemente, o NONO2P exibiu um efeito vasorrelaxante em diferentes vasos sanguíneos (artérias mesentéricas e coronárias). No entanto, a exposição ao NONO2P por 30 e 60 minutos induziu tolerância a esse doador de NO em anéis mesentéricos, assim como o NONO2P estimulou a produção de ROS nas células endoteliais. A administração aguda de NONO2P induziu hipotensão em animais normotensos e hipertensos não anestesiados. Além disso, NONO2P causou um efeito inotrópico negativo sem alterar a ritmicidade cardíaca. Conclusão: Esta é a primeira evidência do efeito vasorrelaxante induzido pelo NONO2P na artéria coronária e mesentérica. Interessantemente, o NONO2P pode liberar diferentes tipos de NO, radicais livres de NO (NO• ) ou espécies de ânions nitroxil (NO− ). O efeito vasorrelaxante independente do endotélio induzido por NONO2P envolve a ativação da guanilato ciclase solúvel, PKG, ativação de canais de K+ e SERCA. Além disso, NONO2P pode reduzir a força de contração cardíaca. Por outro lado, a pré-exposição ao NONO2P pode promover o desenvolvimento de tolerância vascular. Esta é a primeira evidência dos efeitos da hipotensão induzida por este doador, tornando-se uma molécula promissora como uma nova alternativa terapêutica possível para o tratamento de doenças cardiovasculares, como hipertensão e angina.

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Dissertação avalia efeito do heme no recrutamento de leucócitos na anemia falciforme

Estudante: Kaio Jefté Santos de Oliveira Dias Caldeira de Andrade
Orientação: Jaime Ribeiro Filho
Título da Dissertação: “Heme induz ativação de leucócitos e modula o metabolismo de eicosanoides em modelo murino de anemia falciforme”
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 27/09/2023
Horário: 14h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 812 3375 6844
Senha de acesso: defesa

Resumo

INTRODUÇÃO: O termo Doença falciforme (DF) designa um conjunto de doenças hereditárias caracterizadas por mutações no gene que codifica a subunidade β da hemoglobina (HBB), dentre as quais a AF se destaca como um problema de saúde pública mundial em termos de incidência, prevalência e morbimortalidade. Evidências demonstram que a AF é caracterizada por uma reposta inflamatória estéril causada principalmente por produtos de hemácias falciformes, tais como o heme. Embora seja conhecido que o heme atue como um estímulo inflamatório em modelos in vivo e in vitro, o seu papel no metabolismo lipídico na doença falciforme ainda é pouco compreendido. OBJETIVO: Avaliar o efeito do heme no recrutamento de leucócitos e metabolismo de eicosanóides em modelo murino de anemia
falciforme. MATERIAIS E MÉTODOS: Camundongos transgênicos para a anemia falciformes (n=6/grupo) dos genótipos AA (saudáveis) e SS (falciformes) foram desafiados por via intrapleural com solução de hemina. Seis hotas após o desafios, os animais foram eutaziados e o lavado pleural e o pulmão foram coletados. A contagem total e diferencial de leucócitos do lavado foi realizada por microscopia. Células coradas com oil red O foram analizadas quanto ao número de corúsculos lipídicos por microscopia. A expressão gênica em células do lavado foi realizada por PCR e a dosagem de eicosanoides no sobrenadante foi realizada por ensaio imunoenzimático. A inflamação pulmonar foi avaliada por imunohistoquímica. RESULTADOS: O desafio com heme aumentou o número de neutrófilos e o conteúdo lipídico de leucócitos do lavado pleural em em animais de ambos os fenótipos, demonstrando indicando ser um estímulo para recrutamento e ativaçção de leucócitos. O heme induziu um aumento na expressão relativa dos genes de COX-1 e PLA2 apenas em camundongos falciformes que, curiosamente, apresentaram menores níveis de LTB4. Por fim, camundongos falciformes apresentaram maior inflamação pulmonar, que foi pouco afetada pelo heme. CONCLUSÃO: O desafio com heme estimulou o recrutamento e ativação de leucócitos em camundongos saudáveis e falciformes. No entanto, apenas camundongos falciformes estimulados com heme apresentam maior expressão gênica de enzimas produtoras de eicosanoides, indicando alterações no metabolismo de eicosanoides em camundongos falciformes são diretamente rlacionadas com a ação do heme, in vitro, o que é corroborado pela observação de desequilíbrio na produção de PGE2 e LTB4 nesse modelo experimental. Em perspectiva, esses achados contribuirão para estabelecer modelos animais para o estudo de novas abordagens terapêuticas em doenças inflamtórias hemolíticas como a anemia falciforme. Palavras-chave: Anemia falciforme. Inflamação. Corpúsculos lipídicos. Heme. Modelo murino.

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Fiocruz Bahia participa do 9º Congresso Norte e Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde 

A Fiocruz estará presente no Congresso Norte e Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde, considerado um dos maiores eventos regionais da Saúde Pública realizados no Brasil, que terá a sua 9ª edição realizada entre os dias 4 e 6 de setembro, no Centro de Convenções de Salvador. Com o tema “As especificidades do Norte e Nordeste na Regionalização do SUS”, o encontro vai reunir gestores, trabalhadoras e trabalhadores de Saúde e profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde de 2244 municípios das duas regiões do Brasil.

O evento é realizado pelo Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (COSEMS Bahia) e contará com a tradicional “Feira aqui tem SUS” com estandes dos COSEMS, CONASEMS e Ministério da Saúde, de instituições e empresas, públicas e privadas, que irão expor e divulgar suas experiências, produtos, serviços e tecnologias ligados à saúde pública. Neste ano estão previstos 53 estandes.

A Fiocruz vai participar com estande oficial, mostrando as atividades realizadas pela instituição no Brasil, com destaque para as unidades regionais da Fundação do Norte e Nordeste. A participação no evento reafirma a aproximação da instituição com o COSEMS, enquanto ente representativo das secretarias municipais de saúde, com o objetivo de manter e ampliar os vínculos institucional. Além disso, o congresso é uma oportunidade de prefeitos, secretários e outras autoridades possam conhecer um pouco mais a instituição.

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Atividades de divulgação científica marcam participação da Fiocruz Bahia no Bon Odori

A Fiocruz Bahia participou do XV Festival da Cultura Japonesa e 30º Bon Odori, organizado pela Associação Cultural Nippo Brasileira de Salvador (Anisa), que foi realizado no Parque de Exposições de Salvador, de 25 a 27 de agosto, reunindo milhares de pessoas para celebrar a cultura japonesa, com atrações para todas as idades. O primeiro dia contou com a visita de escolas públicas.

As atividades de divulgação científica no estande da Fiocruz Bahia foram apresentadas por pesquisadores, técnicos e estudantes de pós-graduação da instituição, que abordaram técnicas histológicas, o ciclo da esquistossomose e outros helmintos, insetos vetores, extração de DNA, câncer de mama, dentre outros temas. Também ficaram à disposição dos visitantes, jalecos, óculos de proteção, balões volumétricos coloridos e adereços em alusão ao bigode de Oswaldo Cruz para as crianças tirarem fotos como tema “Futuros cientistas”.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, salientou a oportunidade que o festival oferece para a instituição participar com um ambiente para a divulgação e comunicação científica em saúde. “Como de costume, nós recebemos vários visitantes, que estavam curiosos por saber questões relacionadas à saúde e, também, à Fiocruz. O evento evento foi concorrido assim como nosso estande”, avaliou a diretora.

Valdirene Carvalho, que visitou o estande junto com o filho, achou interessante as atividades e ações propostas, principalmente para as crianças. “Meu filho gosta muito de ciência, gostamos bastante da mesa de experimento do PH e a representação da célula, com a explicação”, disse.

A experiência das ações para as crianças também foi destacada por Elisangela Meneses. “As atividades que envolvem química e vacina, contextualizando os últimos momento que vivemos, com a criação de vacinas, faz a criança vivenciar assuntos abstratos. É também uma maneira de eles experienciarem, quem sabe, uma futura profissão”, afirmou.

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Informações sobre a Chamada Interna para bolsas de Iniciação Científica – Ações Afirmativas

O Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça do Instituto Gonçalo Moniz (IGM) convocam a sua comunidade científica e acadêmica para apresentar projetos de pesquisa em resposta à Chamada Interna – Indicação de projetos para bolsas de Iniciação Científica – Ações Afirmativas IGM/FIOCRUZ – 2023/2024 do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC). Podem ser encaminhados até 2 (dois) projetos de pesquisa selecionados pelos laboratórios ou setores. Os projetos devem ser encaminhados até o dia 11/09. Os estudantes que participarão do programa serão selecionados posteriormente pelo PROIIC através de Edital público e vinculados aos projetos com base no perfil indicado pelos orientadores. Veja mais detalhes sobre o projeto e acesse a chamada.

Qual o objetivo desse projeto?

O projeto tem como objetivo ampliar o acesso de estudantes de graduação, que se autodeclaram negros e negras ou indígenas à Iniciação Científica na Fiocruz Bahia, contribuindo para assim aumentar as chances de diversificação racial no quadro de pesquisadoras e pesquisadores do Instituto Gonçalo Moniz (IGM) e nas demais instituições brasileiras.

Quantas vagas são oferecidas e quem poderá participar?

Em consonância com a Política de Ações Afirmativas da Fiocruz, serão ofertadas 14 vagas, equivalente a 20% do total de cotas de Iniciação Científica do Instituto Gonçalo Moniz.

Podem se candidatar estudantes de graduação que se autodeclaram negros e negras ou indígenas, regularmente matriculados em instituições de ensino superior (pública ou privada) localizadas no Estado da Bahia, ter cursado o nível médio completo em escola da rede pública ou ter cursado o ensino médio completo em escola da rede particular, na condição de bolsista integral da própria escola.

Como está estruturado o projeto?

O projeto está estruturado em 2 etapas. A primeira é uma Chamada Interna para Indicação de projetos de pesquisa pelos setores e laboratórios da Fiocruz. Essa etapa está aberta recebendo as indicações de projeto até 11/09.

A segunda etapa é a seleção dos estudantes, através de Edital público a ser divulgado nas Instituições de Ensino Superior. Ao final dessa etapa, os estudantes serão vinculados aos projetos com base nos projetos e no perfil indicado pelos orientadores na primeira etapa.

Como ocorrerá a indicação e seleção dos projetos de pesquisa?

Os projetos de pesquisa devem ser encaminhados conforme a Chamada Interna – Indicação de projetos para bolsas de Iniciação Científica – Ações Afirmativas IGM/FIOCRUZ – 2023/2024 do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC).

Os orientadores devem ser servidores, pesquisadores visitantes ou bolsistas de pós-doutorado do IGM – FIOCRUZ com carga horária mínima de 40 (quarenta) horas semanais.

Cada laboratório ou setor deve indicar até 2 dois projetos de pesquisa, previamente selecionados pelas chefias dos setores, indicando qual é o projeto prioritário e qual o projeto suplente.

As indicações devem ocorrer através do envio da documentação indicada na Chamada Interna até o dia 11/09 para o e-mail do PROIIC (proiic@fiocruz.br).

A documentação será analisada por uma Comissão de Avaliação e Seleção, composta por um membro PROIIC e dois membros pesquisadores externos. As 14 vagas serão distribuídas entre os 12 laboratórios, CIDACS e ASCOM, uma por setor, de forma que serão contemplados todos os projetos indicados como prioritários pelos chefes destes setores. No caso de não haver indicação de projetos por todos os setores, as vagas remanescentes serão preenchidas pelos projetos suplentes, ordenados de acordo com os critérios explicitados na Chamada Interna.

Como ocorrerá a seleção dos estudantes e vinculação aos projetos?

A seleção dos estudantes será realizada através de Edital público elaborado com base nos perfis identificados previamente identificados na Chamada Interna. Os estudantes serão selecionados pela mesma comissão de avaliação e seleção em duas etapas: a primeira etapa, eliminatória, realizará análise do desempenho escolar, currículo e carta de interesse e selecionará até 2 vezes o número de vagas para participar da segunda etapa, que será uma entrevista. As inscrições para essa etapa serão de 21/09 a 06/10/2023.

A partir do perfil indicado pelos orientadores na Chamada Interna e do perfil identificado nos estudantes durante o processo seletivo, será realizada a vinculação dos estudantes aos projetos.

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Estudo da Fiocruz Bahia vai testar medicação infantil para esquistossomose

Um estudo clínico envolvendo a versão pediátrica do medicamento Praziquantel, chamada de L-Praziquantel, será realizado por cientistas do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose (Fio-Schisto). O trabalho conta com a coordenação do pesquisador Ricardo Riccio e vice-coordenação da pesquisadora Isadora Siqueira, além da participação dos pesquisadores Mitermayer Galvão Reis e Luciano Kalabric, da Fiocruz Bahia. O trabalho faz parte da proposta contemplada no edital de Pesquisa Clínica em Esquistossomose do Programa Inova Fiocruz.

A pesquisa será desenvolvida em comunidades da Bahia e de Sergipe, ao longo de três anos, com a participação de crianças de três meses a seis anos de idade. “O L-Praziquantel é um comprimido menor, que não possui o mesmo sabor desagradável que o utilizado em adulto, e é orodispersível, podendo ser diluído na boca e administrado com água”, relata Riccio.

O pesquisador esclarece que, como os testes do consórcio responsável pelo desenvolvimento do medicamento foram realizados no Quênia e na Costa do Marfim, o objetivo da pesquisa será analisar os efeitos em crianças brasileiras. “Sabemos que existem diferenças genéticas da população africana para a população brasileira, assim como podem existir diferenças genéticas entre o parasito que está na África e o que está no Brasil. A ideia é que possamos fornecer parâmetros para a população brasileira de que esse medicamento é seguro e eficaz”, completa.

Tida pela OMS como uma das 20 doenças mais negligenciadas, a esquistossomose é uma das doenças parasitárias mais prevalentes em todo o mundo, afetando principalmente populações empobrecidas. A doença é transmitida pelo parasito Schistosoma e afeta o trato intestinal e outros órgãos, como fígado e baço. Em crianças, a doença pode causar anemia e sequelas mais graves, levando, consequentemente, à morte.

Isadora Siqueira reitera o objetivo geral do projeto, recordando da relevância da iniciativa. “Os resultados deste projeto trarão benefícios diretos a populações afetadas pela esquistossomose, doença tão negligenciada que até o momento não tem tratamento disponível para crianças acometidas”. Além dos membros da Fiocruz Bahia, integram o projeto o pesquisador Carlos Graeff, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e Fernando Schmelzer Bezerra, da Universidade Federal do Ceará (UFC). A pesquisa conta ainda com a parceria importante do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), unidade da Fiocruz responsável pela produção e distribuição do praziquantel pediátrico que será utilizado neste estudo.

O L-Praziquantel

A versão pediátrica do medicamento foi desenvolvida pelo Consórcio Praziquantel Pediátrico, criado em julho de 2012. A dose do Praziquantel para uma criança de até 6 anos é medida em relação ao seu peso, mas, além da dosagem não regulada, há a questão do tamanho do comprimido e do forte sabor que possui, o que dificulta a administração do medicamento.

O L-Praziquantel foi desenvolvido para suprir a lacuna de tratamento mais amigável a essa população, estimada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em até 50 milhões de indivíduos em idade pré-escolar atingidos pela doença. Atualmente, o medicamento é analisado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

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Pesquisadores são nomeados novos membros da Academia de Ciências da Bahia

A Academia de Ciências da Bahia (ACB) publicou os nomes dos novos acadêmicos que passaram a integrar a organização, no dia 16 de agosto. Entre os agraciados estão os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Bruno de Bezerril Andrade e Marilda de Souza Gonçalves, que também é diretora da instituição. Ambos foram nomeados como Membros Titulares na área de Ciências da Vida.

Ao todo foram sete Membros Titulares nas áreas das Artes, Ciências da Vida, Ciências Exatas, Agrárias e da Terra e Ciências Sociais e Sociais Aplicadas. Também foi nomeado um Membro Correspondente em Ciências da Vida e um Membro Junior em Ciências Exatas, Agrárias e da Terra.

Marilda Gonçalves

Marilda Gonçalves possui graduação em Farmácia Bioquímica e graduação em Farmácia opção Alimentos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestrado e doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Doutorado Sanduíche no Medical College of Georgia, e realizou pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia (EUA). 

Atualmente, Gonçalves é pesquisadora titular da Fiocruz Bahia, professora titular da Faculdade de Farmácia da UFBA e pesquisadora de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também é docente dos programas de pós-graduação em Patologia da Faculdade de Medicina da UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia; em Farmácia da Faculdade de Farmácia da UFBA; e em Biotecnologia e Medicina Investigativa da Fiocruz Bahia. 

É Diretora do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia) e possui experiência na área de Hematologia e Genética, com ênfase em Biologia Molecular, atuando na área de interação da genética com marcadores hematológicos, bioquímicos e imunológicos, principalmente nos seguintes temas: doença falciforme, hemoglobina fetal, anemias, leucemias e saúde materno-fetal.

Marilda Gonçalves também é editora associada do periódico Brazilian Journal of Hematology and Hemotherapy, membro da Associação Brasileira de Hamatologia, Hematologia e Terapia Celular e é revisor regular de revistas como a Plos One, Scientific Reports, British Journal of Haematology, American Journal of Hematology and Haematologica.

Bruno Bezerril

Bruno Bezerril é graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutor em Patologia Humana (UFBA/ Fiocruz Bahia) e realizou pós-doutorado no National Institute of Allergy and Infectious Diseases, do National Institutes of Health (EUA). Atualmente, é pesquisador da Fiocruz Bahia e professor de cursos de Medicina na UniFTC, UNIFACS e da pós-graduação da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Desde 2019 é co-investigador principal do consórcio Regional Prospective Observational Research for Tuberculosis (RePORT International) e o investigador principal deste consórcio no Brasil (RePORT Brasil). 

Bezerril estuda biomarcadores diagnósticos e prognósticos associados à patogênese de doenças infecciosas de grande relevância para saúde pública. Coordena um grupo multinacional de medicina translacional que mescla dados experimentais e clínicos para descrever vias inflamatórias envolvidas na imunopatogênese de doenças como tuberculose, HIV, hepatites virais, arboviroses, malária, leishmaniose e pneumonia bacteriana e lidera uma rede colaborativa de laboratórios na África do Sul, Índia, China e Estados Unidos, onde desenvolve estudos para validação dos resultados em locais com perfis epidemiológicos distintos. 

É membro da Academia Nacional de Medicina (categoria Jovem Liderança), da Interacademy Medical Panel (Alemanha), da Royal Society of Medicine (Inglaterra), além de ser membro permanente da Collaboration for TB Vaccine Discovery (CTVD, Gates Foundation). É Section Chief Editor do periódico Frontiers in Tropical Diseases, foi Editor Associado do periódico BMC Infectious Diseases e é revisor regular de revistas como New England Journal of Medicine, Science Translational Medicine, JAMA, Nature Medicine e Lancet.

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Relação entre versicanases adamts e microambiente inflamatório na metástase é tema de dissertação

Estudante: Júlia Souza Soledade Santos
Orientação: Karine de Araújo Damasceno
Co-orientação: Diego dos Reis e Thiago Marconi de Souza Cardoso
Título da Dissertação: “RELAÇÃO ENTRE AS VERSICANASES ADAMTS E MICROAMBIENTE INFLAMATÓRIO NO DESENVOLVIMENTO DE METÁSTASES: ESTUDO EM MODELO DE CARCINOMA MAMÁRIO TRIPLO NEGATIVO 4T1”
Programa: Pós-Graduação em em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 01/09/2023
Horário: 13h00
Local: Sala de Aula do Zoom
ID da reunião: 845 6569 0506
Senha: julia

Resumo

O câncer de mama triplo negativo é conhecido como o subtipo molecular de pior prognóstico quando comparado aos demais. Estudos atuais demonstram que a matriz extracelular (MEC) é um fator importante para o caráter agressivo de alguns tipos de câncer. Dentre os elementos da MEC, os proteoglicanos são essenciais para a manutenção da estrutura do tecido, como por exemplo o versican (VCAN). Esse proteoglicano, quando fragmentando, gera proteólitos que têm sido relacionados à atividade de matrikinas, uma vez que apresentam função imunomoduladora associada à progressão tumoral e a angiogênese. Todavia, a relação de matrikinas com o remodelamento da matriz ainda não foi elucidada. Objetiva-se avaliar a relação entre as versicanases, microambiente tumoral inflamatório e desenvolvimento de metástases em modelo murino 4T1. Foram realizadas análises histomorfológicas em amostras de tumor primário, linfonodo sentinela e pulmão nos grupos de 7, 14, 21 e 28 dias de crescimento tumoral e análises da expressão imuno-histoquímica de VCAN, VKINA, as desintegrinas e metaloproteinases com domínios trombospondinas (ADAMTS) -1, -5 e -15, bem como análise do perfil imunofenotípico de células da resposta imune em sangue periférico e infiltrado tumoral. Ao longo dos 28 dias, houve um aumento crescente da expressão de VCAN. Contudo, a expressão de VKINA atingiu maior mediana aos 21 dias de crescimento tumoral, assim como a ADAMTS15. ADAMTS1 e 5 foram mais expressas em estroma aos 21 e 28 dias de inoculação tumoral. Aos 21 dias, a análise do perfil de células imunes revelou acentuado infiltrado de linfócitos T CD8+ PERF+ e TNF-a+, contudo também foi observado maior infiltrado de linfócitos T CD8+ FOXP3+ aos 21 e 28 dias. LTCD4+, apesar de ser em menor proporção, revelou crescente expressão de IL-10 aos 21 e 28 dias. Células mielóides (CD11b) revelaram maior expressão de arginase e baixa expressão de IL-12 aos 28 dias. Nota-se atuação sinérgica dos dois mecanismos pró- e anti-inflamatório, com predomínio pró-inflamatório na terceira semana de crescimento tumoral, quando ocorre maior expressão da ADAMTS15 e versikina, sugerindo uma relação entre degradação da MEC e perfil inflamatório.

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Fiocruz Bahia participará do XV Festival de Cultura Japonesa de Salvador

A Fiocruz Bahia vai participar do XV Festival da Cultura Japonesa e 30º Bon Odori, que acontece no Parque de Exposições de Salvador, de 25 a 27 de agosto. Organizado pela Associação Cultural Nippo Brasileira de Salvador (Anisa), o festival reúne cerca de 75 mil pessoas e celebra as tradições japonesas, com música, oficinas culturais, exposições, cultura pop e artes marciais com atrações para todas as idades. O primeiro dia do evento tem a participação de estudantes das escolas públicas.

O estande da Fiocruz Bahia vai contar com a presença de pesquisadores e estudantes de pós-graduação que apresentarão atividades de divulgação científica, jogos, simulações de experimentos e exposições que abordarão técnicas histológicas, o ciclo da esquistossomose e outros helmintos, insetos vetores, extração de DNA, câncer de mama, dentre outros temas. Também haverá totens com informações sobre vacinação e saúde da população negra.

Esta é a 4ª edição do evento em que a Fiocruz Bahia participa, apresentando um pouco do universo da ciência e tecnologia a milhares de pessoas. O festival é realizado pela Anisa e Ministério da Cultura.

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Estudante da Fiocruz Bahia recebe menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2023

Maria Gutiérrez recebeu Menção Honrosa na área de Medicina II

A estudante egressa do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana (PGPAT – UFBA/Fiocruz Bahia) María Belen Arriaga Gutiérrez recebeu menção honrosa no Prêmio CAPES de Tese 2023, na área de Medicina II, com a tese “Determinantes clínicos e epidemiológicos da susceptibilidade à infecção pelo Mycobacterium tuberculosis e da resposta terapêutica em pacientes com tuberculose”. Com 1.469 trabalhos, essa edição do prêmio teve o maior número de inscritos nos 19 anos de concurso que reconhece as melhores teses de doutorado defendidas em programas de pós-graduação brasileiros.

O objetivo do projeto, que contou com colaboração com investigadores de diversas instituições nacionais e internacionais, além do Ministério da Saúde, foi identificar determinantes clínicos e epidemiológicos da susceptibilidade à infecção por Mycobacterium tuberculosis e resposta terapêutica em pacientes com tuberculose no Brasil. O trabalho demonstrou uma nova abordagem estatística para testar representatividade de grandes coortes prospectivas em populações em situações em que bancos clínicos e epidemiológicos são interconectados. Para isso, a estudante egressa utilizou dados do consórcio Regional Prospective Observational Research in Tuberculosis (RePORT) Brasil, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e de Socios em Salud Sucursal Peru.

“Devo mencionar que o resultado da minha tese também foi a soma de esforços de muitas pessoas e instituições. Meu orientador, Dr. Bruno Bezerril, me deu a oportunidade de trabalhar com dados e pessoas de diferentes países. Além disso, ele me permitiu e ajudou a fazer pesquisa com dados do Peru, meu país. Tenho que agradecer ao PGPAT, UFBA, MONSTER, FAPESB, RePORT Brasil, Socios en Salud Peru, minha família e meus amigos. Para mim, este reconhecimento é um grande estímulo para seguir na área da pesquisa científica”, comenta Maria.

Bruno Bezerril ressalta a abordagem analítica e as habilidades de resolução de problemas durante a vida acadêmica de Maria Gutiérrez. “Sua capacidade de mergulhar nos detalhes, ao mesmo tempo em que mantinha uma visão abrangente, demonstrou maturidade acadêmica e uma compreensão profunda do assunto. Não tenho dúvidas de que Maria está bem preparada para enfrentar os desafios que o futuro lhe reserva. Sua ética de trabalho, paixão pela aprendizagem e comprometimento com a excelência o tornam um ativo inestimável para qualquer equipe ou projeto”, afirma o orientador.

Clarissa Gurgel, coordenadora do PGPAT disse que o reconhecimento não é apenas uma validação do esforço e dedicação de Maria, mas também do impacto e relevância da sua pesquisa, cujos resultados alinham-se com as estratégias de erradicação da tuberculose, uma das metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2035. Além disso, poderão influenciar decisivamente em ações de erradicação e controle desta doença no SUS e no SIS, sistema de saúde do Peru, país natal de Maria.

“Agradecemos à Comissão Examinadora do PGPAT, presidida pela Dra. Valéria Borges, pelo exímio trabalho de avaliação e indicação desta tese para representar o PGPAT no prêmio; aos nossos dirigentes da UFBA e da Fiocruz, docentes, pesquisadores e toda a secretaria acadêmica que oportunizam que PGPAT siga formando com excelência os nossos discentes. Um agradecimento especial ao Dr. Bruno Bezerril, por conduzir e inspirar Maria em sua jornada acadêmica. Esse prêmio, além de inspirar os nossos pesquisadores, renova o nosso compromisso com a pesquisa de impacto social e na Saúde Pública”, declara a coordenadora.

Durante o doutorado, Maria produziu 60 artigos publicados em revistas científicas importantes, como Lancet America, Clinical Infectious Disease, International Infectious Disease, Oxford, Frontiers, PlosOne e Scientific Report. A tese, desenvolvida com 14 artigos por Maria Arriaga, foi apresentada em várias ocasiões, incluindo uma reunião científica do National Institutes of Health (NIH/ EUA). Em 15 de agosto 2023, ela recebeu, da Universidade Federico Villarreal (Lima, Peru), onde cursou a graduação em Enfermagem, um reconhecimento por sua trajetória profissional. Atualmente, Maria realiza estágio pós-doutoral na Vanderbilt University (EUA), mas segue como colaboradora do grupo coordenado por Bezerril.

María Arriaga nasceu em Huancayo, Peru. Iniciou sua trajetória profissional em ensaios clínicos logo após o final da graduação, atuando em instituições como Otsuka e Partners in Health, no Peru. Foi bolsista da Organização de Estados Americanos (OEA) durante o seu mestrado em Medicina e Saúde na Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foi iniciado em 2015. Em 2017, iniciou o doutorado no PGPAT, da UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, sob orientação do pesquisador e docente permanente do PGPAT, Bruno de Bezerril Andrade.

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Marco Referencial para a igualdade de gênero em instituições de Ensino Superior é tema de workshop

O 8º Workshop de disseminação do Marco Referencial para a Igualdade de Gênero em Instituições de Ensino Superior no Brasil, realizado pela British Council, tem o objetivo de socializar a ferramenta desenvolvida e discutir igualdade de gênero no setor. O evento, acessível em libras, será realizado no dia 29 de agosto de 2023, das 09h às 12h, na Fiocruz Bahia. As inscrições podem ser realizadas neste link. São oferecidas 50 vagas. A mesa de abertura contará com a participação da diretora unidade, Marilda de Souza Gonçalves.

O público-alvo é composto de membras e membros da Reitoria, Vice-Reitoria e Pró-Reitoria, além de docentes de departamentos e grupos de pesquisa voltados à Igualdade, Diversidade e Inclusão, especialmente nas áreas de STEM. Também é fortemente incentivada a participação de pessoas interessadas advindas de outras IES.

Este evento faz parte de uma série de dez workshops a serem realizados entre os meses de maio e agosto deste ano, nos estados de São Paulo, Maranhão, Rio de Janeiro, Pernambuco, Amazonas, Minas Gerais, Pará, Bahia e Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

*Informações da British Council.

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Capacitação na Fiocruz Bahia abordou o enfrentamento ao racismo institucional na saúde

O Núcleo de Pró-equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia promoveu, nos dias 10 e 11 de agosto, uma capacitação organizada pela Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa) da Fiocruz. Participaram membros da Diretoria, integrantes do núcleo da Fiocruz Bahia e membros da instituição interessados na temática. 

A formação foi ministrada por Roseli Rocha, integrante da Cedipa, que apresentou a nova Política de Equidade Étnico-Racial e de Gênero da Fundação, além de mostrar a diferença entre os papéis exercidos pelo Comitê e da nova coordenação. “Esse momento na Fiocruz Bahia foi importante para alinhar conceitos, compreender como o racismo institucional se manifesta e se expressa no cotidiano nosso de trabalho”, afirmou Roseli. 

Também foi abordado o histórico do Comitê Pró-Equidade e a importância das unidades regionais na implementação da Política de Equidade Étnico-Racial da Fiocruz. Roseli também apresentou a construção do entendimento sobre raça no Brasil, onde os presentes puderam entender melhor a discussão que envolve racismo, distinção entre raça, etnia e cor. 

Essas capacitações fazem parte do compromisso da Cedipa de contribuir com a formação permanente dos trabalhadores no enfrentamento ao racismo institucional, colaborando para a formação dos membros do núcleo por ser um processo de aprendizado contínuo. Anteriormente, o núcleo havia realizado duas atividades em parceria com o Comitê de Equidade da Fiocruz, envolvendo a capacitação para realização de banca de heteroidentificação em processo seletivo.

A presidente do Núcleo de Equidade da Fiocruz Bahia, Lorena Magalhães, destacou a importância da capacitação para valorizar as ações na instituição, além de esclarecer seu papel dentro do Comitê de Equidade. “Com a compreensão de como as atividades que nós realizamos no núcleo são capilarizadas do comitê, no futuro poderemos realizar mais ações ligadas à Política de Equidade da instituição”, relatou. 

Um dos participantes da capacitação foi Romilson da Silva, presidente da Associação de Pesquisadores Negros da Bahia (APNB) e colaborador da Fiocruz Bahia. Ele destacou a possibilidade de trocar experiências entre os participantes como um dos pontos importantes do encontro, ampliando o conhecimento acerca da temática. 

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Estudante é premiado na primeira etapa do Prêmio Capes de Tese 2023

Thiago Silva teve a tese premiada na primeira etapa.

A CAPES divulgou o resultado preliminar do Prêmio CAPES de Tese 2023, no dia 14 de agosto. Foram 49 teses premiadas na primeira etapa, categorizadas por área do conhecimento. Thiago Silva, estudante de doutorado, que teve orientação de Viviane Boaventura e coorientação de Manoel Barral, ambos pesquisadores da Fiocruz Bahia, foi premiado na área de Medicina I. O trabalho, intitulado “Saúde digital para monitoramento da eficácia das vacinas contra a COVID-19 no Brasil”, foi defendido em 2022, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Com 1.469 trabalhos, essa edição do prêmio teve o maior número de inscritos nos 19 anos de concurso que reconhece as melhores teses de doutorado defendidas em programas de pós-graduação brasileiros. Dentre as premiadas na primeira etapa, três irão receber o Grande Prêmio CAPES de Tese – um por cada Colégio: Ciências da Vida, Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar – que será divulgado em novembro. A solenidade de entrega do Prêmio CAPES de Tese ocorrerá em dezembro.

A tese de Thiago Silva avaliou a efetividade das vacinas contra Covid-19 utilizadas no Brasil, analisando os desfechos de infecção sintomática, hospitalização e óbito. Bancos de dados nacionais referentes à vigilância de síndrome gripal, síndrome respiratória aguda grave e administração de vacinas contra Covid-19 foram utilizados para avaliar a efetividade vacinal entre janeiro de 2021 e abril de 2022. Os resultados mostraram um alto nível de proteção das vacinas contra desfechos graves causados pela Covid-19, a queda na proteção decorrente das variantes do SARS-CoV-2 e do tempo pós-vacinação e identificaram grupos prioritários para doses de reforço.

Durante seu doutorado, foram publicados sete artigos com primeira autoria, em revistas científicas de alto impacto, como a Lancet, Lancet Infectious Disease, Nature Medicine, Nature Communications e PLoS Medicine. Ele também colaborou em vários projetos de enfrentamento da pandemia, incluindo o serviço Telecoronavírus, da Fiocruz Bahia e UFBA em parceria com o Governo da Bahia. “Thiago cursou medicina enquanto fez o PhD, o que já é um grande desafio considerando as demandas da graduação. Esse prêmio é um reconhecimento pela sua dedicação à ciência, que trouxe resultados tão expressivos”, comemora Viviane Boaventura.

Thiago conta que a jornada que culminou na conquista do prêmio foi repleta de dedicação, desafios, renúncias e aprendizados. “O prêmio celebra a trajetória que trilhei, com seus altos e baixos, até alcançar este patamar; ao lado de mentores que me guiaram com sabedoria e humanidade pela trajetória acadêmica e com o inestimável suporte da minha família, que esteve ao meu lado em todos os momentos”.

Para ele, essa distinção não é apenas um marco pessoal, mas um reconhecimento do esforço conjunto do Projeto VigiVac, da Fiocruz Bahia. “Sinto-me profundamente honrado por esta premiação e permanecerei comprometido em contribuir de forma significativa para a ciência e a sociedade como um todo. O futuro reserva desafios ainda maiores, mas estou inspirado e impulsionado por esta honra a prosseguir com determinação”, conclui.

*Com informações do CGCOM/CAPES

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Curso de bioinformática para iniciantes está com inscrições abertas

As inscrições para o curso “Bioinformática Decodificada: A Jornada do Iniciante à Genômica de Patógenos” estão abertas até o dia 23 de agosto e podem ser feitas neste link. A capacitação é destinada a estudantes, pesquisadores e profissionais dedicados a pesquisas em genômica de patógenos, mas que ainda são iniciantes em análises utilizando bioinformática.

As aulas vão acontecer na Fiocruz Bahia, de 30 de outubro a 1º de novembro, totalizando a carga horária de 20 horas. O objetivo é equipar os participantes com uma compreensão sólida dos princípios fundamentais da bioinformática e sua aplicação na genômica de patógenos. O curso também busca desenvolver habilidades críticas de pensamento, capacidade de resolver problemas e compreensão das ferramentas de análise para que possam realizar análises de dados genômicos com eficiência e eficácia.

A programação e outras informações podem ser encontradas no site do curso.

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Palestras e homenagens marcam 4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz

A Fiocruz Bahia realizou a 4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz, entre os dias 02 e 04 de agosto, e premiou sete trabalhos nas categorias Mestrado em Andamento, Mestrado Egressos, Doutorado em Andamento, Doutorado Egressos, Divulgação Científica e Sessão de Pôster (mestrado e doutorado), sendo esta última novidade da edição. Clique aqui e confira a lista dos ganhadores.

Natália Machado, pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da comissão organizadora, conduziu o evento que contou com apresentações dos trabalhos que concorreram ao prêmio; as sessões científicas intituladas “Desenvolvimento tecnológico e inovação na Fiocruz e suas perspectivas”, do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, e “Preditores das patologias informacionais: infodemia e desinformação em tela”, ministrada pelo professor da UFBA, João Carlos Salles; além da homenagem à pesquisadora titular da Fiocruz Bahia, Aldina Barral.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, parabenizou a organização do evento e ressaltou a relevância do prêmio. “Nós já temos a jornada de premiação da Iniciação Científica, o Pibic, e Natália Machado nos trouxe a ideia de criar esse prêmio para que a gente pudesse reconhecer também as dissertações e teses em andamento e dos estudantes egressos”, contou. “É muito gratificante assistir aos alunos apresentarem seus projetos e as principais linhas de pesquisa do Instituto. Eles são nossa força motora na instituição”, declarou a Vice-diretora de Ensino, Claudia Brodskyn.

O objetivo da premiação é encorajar e premiar estudantes dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT – UFBA/Fiocruz Bahia), em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PgBSMI) e em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT).

Desenvolvimento tecnológico e Inovação na Fiocruz

Um dos destaques da programação foi a palestra ministrada por Marco Krieger, que abordou o tema do desenvolvimento tecnológico e inovação na Fiocruz. Na apresentação, mediada por Marilda Gonçalves, o vice-presidente da Fundação abordou os esforços que a instituição tem feito na área nos últimos anos e as ações que estão sendo conduzidas.

“Inovação é uma parte importantíssima da tradição da Fiocruz nesses 123 anos de história. A Fundação foi criada para enfrentar emergências sanitárias e o maior objetivo foi inicialmente promover a produção local do soro antipestoso, mas também de levar à sociedade a melhor ciência para que ela pudesse se proteger da grave crise sanitária que acontecia naquele momento”, afirmou.

Krieger destacou o ecossistema de inovação da Fiocruz, que vai desde a pesquisa básica, passando pelo desenvolvimento tecnológico, ensaios pré-clínicos e clínicos, scale-up e a produção. “A gente tem essas atividades e temos sempre que tentar articular e melhorar a efetividade desse ecossistema complexo”, pontuou. Na apresentação, foram mencionadas diversas iniciativas como publicação de editais, através do INOVA Fiocruz, lançamentos de programas, além de novas parcerias com instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras.

Homenagem

As pesquisadoras Viviane Boaventura e Valéria Borges conduziram a homenagem dedicada à pesquisadora Aldina Barral, que contou com a presença de colegas, ex-alunos, amigos e familiares da cientista. “Foi uma homenagem muito especial, porque relembramos coisas que a gente viveu aqui durante muito tempo. Acho que o maior exemplo que posso dar de tudo isso é de coragem, temos que ter muita coragem para enfrentar tudo, não só na ciência. E é importante valorizar as mulheres, pois nós somos o futuro”, comentou a pesquisadora. 

Aldina Maria Prado Barral nasceu no Piauí, é médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com Doutorado em Patologia Humana pela mesma instituição, e tem uma marcante trajetória científica na área de parasitologia, com ênfase em protozoologia parasitária humana. Em sua trajetória, contribuiu de forma significativa para o estudo da leishmaniose humana e para formação de mestres e doutores que hoje atuam em instituições nacionais e internacionais de ensino e pesquisa.

Recebeu prêmios como o World Scientists Forum International Awards-Science & Medicine, em 2003; o Prêmio Cláudia, na categoria de Ciências, em 2008; foi nomeada comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2010; e recebeu o Prêmio Scopus Brasil, promovido pela Editora Elsevier e pela Capes, em 2010. Em 2022, foi agraciada com o Prêmio SBI Women in Science, da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI).

É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, eleita em 2005, e em 2011 tornou-se também membro titular da Academia de Ciências da Bahia. Em 2020, a professora foi incluída em um ranking mundial de cientistas elaborado pelo Journal Plos Biology, que destacou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Eleita pelos critérios de impacto da carreira e impacto do pesquisador em um único ano, Aldina Barral esteve entre os 600 cientistas brasileiros que integraram a lista. Em 2023, foi novamente classificada no ranking mundial dos os 100 mil cientistas mais influentes do mundo, pelo portal Research.com, conquistando o 8º lugar na área de Imunologia.

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Pesquisadores da Fiocruz Bahia estão em ranking dos 100 mil mais influentes do mundo

Novo levantamento internacional realizado pelo portal Research.com selecionou 39 pesquisadores da Fiocruz, sendo oito da Fiocruz Bahia, por sua produção científica em seis áreas do conhecimento. O ranking, divulgado anualmente, destaca os 100 mil cientistas mais influentes do mundo.

A seleção é baseada em uma variedade de fatores que incluem como indicadores o número de artigos publicados, as citações e o impacto para a ciência e, no caso da Fundação, para a saúde global. Os pesquisadores destacados pelo ranking são líderes em suas áreas de pesquisa e trazem contribuições significativas em 20 áreas do conhecimento. Os dados sobre publicações e citações de 166.880 cientistas foram analisados para a produção dos rankings. As informações foram obtidas principalmente nas bases de dados OpenAlex e CrossRef.

Na classificação entre cientistas brasileiros, quatro pesquisadores da Fiocruz Bahia ficaram entre os dez primeiros do ranking, em duas categorias: na área de Ciências Humanas e Sociais, o coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) Maurício Lima Barreto conquistou o 3º lugar, e, na área de Imunologia, Edgar Carvalho, Aldina Barral e Manoel Barral-Netto ficaram em 4º, 8º e 9º lugar, respectivamente. 

Barreto e Carvalho também foram citados na categoria Medicina. As pesquisadoras Milena Botelho Pereira Soares e Claudia Brodskyn também estão na lista de Imunologia. Os pesquisadores Mitermayer Galvão dos Reis e Bruno de Bezerril Andrade foram mencionados na área de Microbiologia.    

O portal traz ainda rankings das melhores universidades (do mundo e de cada país), das melhores revistas científicas (por área do conhecimento) e das melhores conferências científicas (por área do conhecimento). Todas as listas podem ser consultadas no site do Research.com.  

Com informações da Agência Fiocruz de Notícias.

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4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz será realizada de 02 a 04 de agosto e terá a pesquisadora Aldina Barral como homenageada

Com o objetivo de encorajar e premiar estudantes dos Programas de Pós-Graduação do IGM em diversas áreas da pesquisa, o Prêmio Gonçalo Moniz chega a sua 4ª edição, reunindo e integrando a comunidade científica da Fiocruz Bahia. Neste ano, a programação será realizada entre os dias 02 e 04 de agosto, presencialmente. Durante dois dias, os participantes selecionados poderão apresentar os seus trabalhos nas seguintes categorias: Mestrado Andamento, Mestrado Egressos, Doutorado Andamento e Doutorado Egressos. A programação também conta com a participação do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, ministrando a palestra ‘Desenvolvimento Tecnológico e Inovação na Fiocruz e suas perspectivas’, no dia 03 de agosto, quinta-feira, às 14h. 

Homenagear membros da comunidade científica do IGM que contribuíram de forma relevante e deixaram sua marca na história e construção do instituto também está entre os principais objetivos do Prêmio. Por isso, esta edição é dedicada à pesquisadora titular da Fiocruz Bahia, Aldina Barral. A homenageada é médica formada pela Universidade Federal da Bahia, com Doutorado em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia e tem uma marcante trajetória científica. 

Durante a sua carreira, Drª Aldina recebeu prêmios como o World Scientists Forum International Awards-Science & Medicine, em 2003; o Prêmio Cláudia, na categoria de Ciências, em 2008; foi nomeada comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2010; e recebeu o Prêmio Scopus Brasil, promovido pela Editora Elsevier e pela Capes, em 2010. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, eleita em 2005, e em 2011 tornou-se também membro titular da Academia de Ciências da Bahia. Em 2022, foi agraciada com o Prêmio SBI Women in Science, da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI). 

Em 2020, a professora foi incluída em um ranking mundial de cientistas elaborado pelo Journal Plos Biology, que destacou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Eleita pelos critérios de impacto da carreira e impacto do pesquisador em um único ano, Aldina Barral esteve entre os 600 cientistas brasileiros que integraram a lista.

Confira a programação completa:

Saiba mais sobre a 4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz, clicando aqui. 

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Núcleo de Estudos em Saúde Indígena realiza ações em Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia

Durante os dias 17 e 22 de julho, foi realizada uma série de atividades provenientes da etapa inicial do “Estudo multicêntrico de doenças infecciosas na população indígena”, em diversas comunidades pertencentes ao território indígena Pataxó, localizadas no município de Santa Cruz Cabrália, na região Sul da Bahia. O estudo é desenvolvido pelo Núcleo de Estudos em Saúde Indígena (NESI), coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, contando com um corpo de pesquisadores da Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Universidade Federal Grande Dourados (UFGD). Para o desenvolvimento do NESI, a unidade tem o apoio do Distrito Sanitário Indígena da Bahia (DSEI-BA) e do Mato Grosso do Sul (DSEI-MS).

Durante as atividades, foi realizada uma entrevista inicial com os participantes indígenas e a coleta das amostras biológicas para análise, com o objetivo de identificar a soroprevalência de doenças como a dengue, zika e chikungunya, além da sífilis e a doença de Chagas. No total, foram coletadas as amostras de 560 pessoas, moradoras das comunidades de Coroa Vermelha, Nova Coroa, Itapororoca, Aroeira, Novos Guerreiros, Aratikum, Mata Medonha e Txhi Kamaiwrá.

Para Isadora Siqueira, o projeto é um importante passo para a obtenção e mapeamento de dados que permitam o desenvolvimento de políticas de prevenção e controle destas doenças entre os povos originários. “É de extrema relevância a Fiocruz Bahia liderar um projeto que irá contribuir com a construção de um conhecimento tão importante para a saúde pública, permitindo a possibilidade de uma devolutiva e melhoramento da saúde da população local, que costuma ser negligenciada pela falta de conhecimento sobre a incidência de doenças”, destacou.

O coordenador do Programa de Pesquisa Translacional em Doenças de Chagas – Fio-Chagas, Fred Luciano Santos Neves, que é um dos pesquisadores da Fiocruz Bahia envolvidos no projeto e esteve presente nas ações realizadas no município de Santa Cruz Cabrália, reforça o pioneirismo da avaliação da presença da Doença de Chagas nos povos originários presentes no estado da Bahia, especialmente em um cenário nacional onde há uma escassez do mapeamento de um alto contingente de pacientes indígenas da doença. “Além de identificarmos os indivíduos com a doença durante o estudo, nós iremos inserir essas pessoas nas linhas de cuidado disponíveis no SUS, através da atenção primária do município, fazendo um acompanhamento do processo de tratamento destes pacientes”, completou.

Para a realização da coleta de sangue, a equipe do NESI pode contar com o apoio de profissionais de saúde locais, como a Exna Pataxó, índigena da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe e enfermeira da Unidade Básica de Saúde Indígena de Coroa Vermelha. Para a profissional, a ação é importante e positiva para a comunidade, especialmente pela devolutiva aos participantes sobre o seu estado de saúde. “O estudo tem uma alta adesão e aceitação aqui na comunidade, sendo um divisor de águas na observação do nosso processo de saúde-doença”, afirmou.

A ação contou com o apoio de estudantes e conveniados para o desenvolvimento das atividades, sendo um deles a Larissa Vasconcelos, estudante de doutorado do programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), que participou pela primeira vez de uma atividade em campo. “Foi uma experiência bastante positiva para mim, especialmente pela importância da ação. Notei que muitas pessoas têm dificuldade de realizar os exames necessários, seja pela situação financeira ou pela falta de conhecimento sobre as doenças”, afirmou. Marcos Vinicius Francisco, conveniado para atividades no Laboratório de Patologia Experimental (LAPEX), descreve as atividades como uma experiência única. “Durante o trabalho, buscamos estabelecer uma relação de confiança e respeito com as comunidades indígenas, compreendendo suas necessidades e ouvindo suas vozes para que o estudo pudesse ser verdadeiramente inclusivo e relevante. Espero que os resultados obtidos possam contribuir para a melhoria da saúde e do bem-estar dessas comunidades, sempre com o devido respeito à sua cultura e tradições milenares”, comentou.

As próximas atividades do estudo incluirão ações realizadas em comunidades do território indígena Tupinambá, na cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, nos dias 21 a 26 de agosto de 2023.

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