Saúde confirma 1.749 casos de microcefalia no Brasil

Ministério da Saúde (MS)
agenciabrasil_microcefaliaNovo boletim do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (27/7), aponta que, até 23 de julho, foram confirmados 1.749 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. Permanecem em investigação pelo Ministério da Saúde e pelos estados 3.062 casos suspeitos de microcefalia em todo o país.

Desde o início das investigações, em outubro do ano passado, 8.703 casos foram notificados ao Ministério da Saúde. Destes, 3.892 foram descartados por apresentarem exames normais, ou por apresentarem microcefalia ou malformações confirmadas por causa não infecciosas. Também foram descartados por não se enquadrarem na definição de caso.

Do total de casos confirmados (1.749), 272 tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus zika. O Ministério da Saúde, no entanto, ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. A pasta considera que houve infecção pelo zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia. Os 1.749 casos confirmados em todo o Brasil ocorreram em 609 municípios, localizados em todas as unidades da federação e no Distrito Federal.

No mesmo período, foram registrados 371 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto) no país. Isso representa 4,3% do total de casos notificados. Destes, 106 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 200 continuam em investigação e 65 foram descartados.

O Ministério da Saúde ressalta que está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central informados pelos estados, além da possível relação com o vírus zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do zika, como sífilis, toxoplasmose, outros agentes infecciosos, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.

A pasta orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

Confira tabela de distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 23 de julho de 2016.

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Prorrogadas as inscrições para a 8ª Obsma

CapturarPara dar oportunidade a um número maior de estudantes e professores da educação básica de participar da 8ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) decidiu prorrogar as inscrições de trabalhos. Os professores têm, agora, até o dia 15 de agosto de 2016, às 17:00, horário de Brasília, para inscreverem os trabalhos de seus alunos no site da Olimpíada.

Os trabalhos estão divididos nas modalidades de produção audiovisual, produção de texto ou projeto de ciências. Será premiado um trabalho de cada categoria (fundamental e médio), em cada uma das três modalidades pedidas, para cada região. Desses, um recebe o prêmio nacional. A cerimônia de premiação acontece em novembro, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

A Obsma é um projeto educativo de extensão nacional criado pela Fiocruz, em 2001, com os objetivos de incentivar a realização de atividades interdisciplinares relacionadas a saúde, meio ambiente e qualidade de vida nas escolas brasileiras de educação básica, e também de conhecer, valorizar e divulgar essas atividades. Até o momento foram recebidas 200 inscrições, sendo esperados um total de mil trabalhos.

A Olimpíada, a cada dois anos, recebe, avalia e divulga projetos desenvolvidos por professores e alunos em sala de aula. Já foram recebidos trabalhos sobre preservação de recursos hídricos, problemas gerados pelo lixo, malefícios causados por agrotóxicos, entre outros, expressos em poesias, documentários, cordéis, pesquisas de campo, reportagens e projetos de reciclagem.

Clique aqui e acesse o regulamento.

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“Desestruturação de microambientes esplênicos e formas graves de Leishmaniose visceral”

sessão 29 de julhoWashington LC dos Santos possui graduação em medicina (1981), Residencia médica em Anatomia Patológica (1984) e Mestrado em Patologia Humana (1989) pela Universidade Federal da Bahia, Doutorado em Patologia pela University of London (1995) e Pós-Doutorado no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz da Fundação Oswaldo Cruz. Atualmente é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, professor adjunto da Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA) e da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública e professor do Curso de Pós-Graduação em Patologia da Universidade Federal da Bahia. Exerce atividade diagnóstica em Anatomia Patológica na área de Nefropatologia. Desenvolve pesquisas nas áreas de adesão e migração leucocitária e imunoregulação na leishmaniose. Foi editor do Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial no período de 2005 a 2007. Ocupou a posição de Vice-Diretor de Ensino e Informação do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz – FIOCRUZ entre março de 2009 e maio de 2013. Desde o segundo semestre de 2013, ocupa a Chefia do Laboratório de Patologia e Bio-Intervenção (LPBI) da Fiocruz-BA.(Texto informado pelo autor)

Clique aqui para acessar o Currículo Lattes do palestrante.

 

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VII Curso avançado de Biologia Celular de Patógenos encerra com grande participação de estudantes

banner patogenosEncerrou-se, na última sexta-feira (22/7), o VII Curso de Biologia Celular de Patógenos, nas dependências da Fiocruz Bahia. Coordenado pelos pesquisadores Marcos André Vannier e Paulo Filemon Pimenta, o evento também contou com a participação de estudantes de países como Argentina, Colômbia e Uruguai.

O curso, que durou 2 semanas, teve como objetivo apresentar tecnologias inovadoras e avanços recentes da biologia celular de organismos patogênicos e de sua interação com células e tecidos hospedeiros de maior importância médica, particularmente, no continente sul-americano.

Marcos Vannier salientou que a participação e interesse dos estudantes foi muito perceptível e positiva, o que revelava o entusiasmo dos participantes. “A gente conseguiu atingir o objetivo de capacitar e de aperfeiçoar a formação desses estudantes. Acredito que eles aprenderam bastante e têm ferramentas para enfrentar seus projetos de tese, dissertação, ou até projetos de pós doutorado, mais aparelhados”, avaliou.

O evento teve como público-alvo estudantes de pós-graduação e pesquisadores interessados em pesquisas com enfoque em doenças infecto-parasitárias. Dentre as metas do curso, estão a difusão do uso apropriado de técnicas de microscopia e o entendimento de metodologias, promover o intercâmbio acadêmico entre nações do Cone-Sul e formar recursos humanos em biotecnologia.

A abertura do evento contou com a presença do diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, e com a apresentação de Marcos André Vannier, que homenageou os pesquisadores da Fiocruz Bahia Sônia e Zilton Andrade.

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Infectious Diseases publica artigo sobre bioassinaturas entre pacientes com leishmaniose tegumentar

T-journal-infectous-diseases-01O estudo coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia Valéria Borges, sobre a associação do perfil de produção de eicosanoides em diferentes manifestações clínicas da leishmaniose tegumentar, foi publicado no The Journal of Infectious Diseases. No artigo Differential Expression of the Eicosanoid Pathway in Patients With Localized or Mucosal Cutaneous Leishmaniasis, os pesquisadores descrevem como identificaram uma bioassinatura inflamatória distinta in situ e sistêmica entre os pacientes com leishmaniose cutânea localizada (LCL) e a forma clínica mucocutânea (LCM).

A leishmaniose tegumentar é uma doença transmitida por mosquito vetor, causada pelo parasita Leishmania, tendo como principal agente etiológico no Brasil a Leishmania braziliensis. Os eicosanoides participam da resposta imune como potentes mediadores da inflamação. A equipe de especialistas realizou um estudo exploratório transversal para avaliar se a via biossíntese dos eicosanoides no sítio da lesão cutânea e no plasma poderia estar associada a uma bioassinatura distinta entre as manifestações clínicas de pacientes com LCL e LMC.

Dessa forma, identificou-se que a expressão de enzimas e receptores e os níveis plasmáticos de prostaglandinas estão aumentados em LCL, enquanto os marcadores da via de lipoxigenases estão destacados em LCM. Os resultados indicaram que o balanço inflamatório entre leucotrienos e prostagladinas, principalmente a PGE2, poderia em parte contribuir para a imunopatogênese de LCL e LCM, servindo como alvos potenciais para futuras terapias direcionadas ao hospedeiro.

O estudo foi tema da tese de doutorado de Jaqueline França-Costa (Programa de Pós-gradução em Patologia Humana da Fiocruz Bahia/UFBA) e contou com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Dentre os autores do estudo, estão os pesquisadores da Fiocruz Bahia Bruno B. Andrade, Ricardo Khouri, Johan Van Weyenbergh, Hayna Malta-Santos, Claire da Silva Santos, Cláudia I. Brodyskn, Jackson M. Costa, Aldina Barral, Viviane Boaventura e Valeria M. Borges.

Clique aqui para acessar o artigo.

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Alterações histopatológicas em cães com leishmaniose são descritas em dissertação

AUTORA: Munford, Nanci D.
ORIENTADOR: FREITAS, Luiz Antonio Rodrigues de.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Alterações histopatológicas em cães com leishmaniose visceral naturalmente infectados do município de Jequié-Ba (Brasil).
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Experimental – Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz.
DATA DE DEFESA: 03/08/2016

 

RESUMO

 

Leishmaniose visceral é uma zoonose grave que acomete uma gama de animais. O cão é considerado o principal reservatório urbano da Leishmania infanum/chagasi e pode ser clinicamente assintomático ou sintomático na infecção. Poucos estudos abordam os aspectos clínicos e histopatológicos na leishmaniose visceral, sobretudo estudos sistemáticos, que fazem descrição detalhada dos achados de histopatologia e façam a correlação desses aspectos na doença. A hipótese da pesquisa é que cães naturalmente infectados com L. infantum/chagasi apresentam alterações histopatológicas distintas que se relacionam com as manifestações clínicas, tendo significados diagnóstico e prognóstico. O objetivo do trabalho foi descrever sistematicamente as alterações histopatológicas encontradas nos diversos órgãos de cães com leishmaniose visceral, naturalmente infectados, e com diferentes manifestações clínicas, correlacionando-as. Para este estudo foram coletados amostras e dados provenientes de 58 cães do município de Jequié-Ba, área endêmica para leishmaniose. Os cães foram submetidos a exame clínico e coleta de material para PCR, ELISA e cultura, além de fragmentos de fígado, baço, linfonodo, pele, intestino, rins e pulmões. Os animais foram classificados em assintomáticos, quando apresentaram até dois sinais, e sintomáticos, quando exibiram mais de dois sinais. Cães com positividade simultânea nos três testes tiveram cortes dos tecidos submetidos a procedimento imunoistoquímico para avaliação da carga parasitária em linfonodo, baço e fígado. Lâminas dos fragmentos obtidos foram avaliadas sob microscopia óptica para análise das alterações. Ao todo, nove animais foram classificados como assintomáticos e 49 sintomáticos. Os 58 cães da pesquisa foram positivos em pelo menos um dos testes realizados para diagnóstico da infecção: PCR (n=91,38%), ELISA (n= 84,48%) ou cultura esplênica (n= 34,48%). No fígado, a linfocitose intrassinusoidal moderada se mostrou mais frequente no grupo dos sintomáticos (p=0,008). Nos demais parâmetros hepáticos, os grupos não obtiveram diferenças estatisticamente significantes. No baço, linfonodo, intestino, pele, rins e pulmões, as alterações se comportaram de forma semelhante entre as manifestações clínicas. A maior carga parasitária foi encontrada no baço. Com exceção da linfocitose intrassinusoidal, as alterações histopatológicas não mostraram diferenças entre as manifestações clínicas.

Palavras chave: Leishmaniose visceral canina, manifestação clínica, histopatologia, órgãos.

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Apresentações sobre o vírus Zika têm destaque no XVI Epimol

 

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O XVI Curso Internacional de Epidemiologia Molecular em Doenças Infecciosas e Parasitárias Emergentes (XVI Epimol) encerra hoje suas atividades na Fiocruz Bahia. Com coordenação dos pesquisadores Mitermayer Galvão, Joice Neves e Luciano Kalabric, o evento que teve início no dia 17 de julho, foi especialmente elaborado para apresentar os princípios e práticas desta nova disciplina em epidemiologia, a profissionais de laboratório e epidemiologistas de instituições regionais representativas, envolvidas com doenças infecciosas de relevância para a saúde pública.

De acordo com Joice Neves, nesse ano, o curso teve participação maior de alunos estrangeiros e representantes das Organização Pan-Americanas de Saúde de países como Costa Rica, Moçambique e Benin. Em relação à programação “foi incluído o tema das arboviroses, principalmente do vírus Zika, que são abordagens muito recentes na ciência, enriquecendo muito o evento”, apontou. O curso contou com a participação de cerca de 60 pessoas.

O pesquisador Luciano Kalabric afirmou que o curso cumpriu seus objetivos. “A ideia não é de apenas treinar pessoas e oferecer o material didático para elas voltarem pra sua região de origem e treinarem outros profissionais. Também buscamos criar contatos entre pessoas do mundo todo, possibilitando que elas estabeleçam novas colaborações”, avaliou.

As aulas foram ministradas por especialistas do Brasil e EUA. As aulas teóricas apresentaram conceitos básicos em epidemiologia molecular com ênfase em métodos epidemiológicos práticos e os exercícios de laboratório apresentaram métodos que possam ser facilmente adaptados pela maioria dos laboratórios capazes de realizar PCR e análise simples de eletroforese de fragmentos de DNA e plasmídios.

O curso que se concentrou em problemas de doenças infecciosas emergentes e/ou re-emergentes, proporcionou, em seu primeiro dia, dois pré-cursos aos participantes: Introdução ao Programa Epi-Info e Métodos de Tipagem Molecular. A abertura contou com a presença do diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, e com a apresentação do evento pelos coordenadores.

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“Shaping of the gut microbiota – insights provided by studies in C. elegans”

michael_saphiraAs pesquisas no laboratório do professor Michael Shapira (University of California, EUA) visam compreender os fundamentos da interação patógeno-hospedeiro no contexto de todo o organismo. Seus estudos são focados nos detalhes mecanicistas dessas interações, levando em consideração o contexto natural em que essas interações evoluíram e em que ocorrem. Para este fim, Michael Shapira, junto à sua equipe de especialistas, utiliza o nemátodo Caenorhabditis elegans, um poderoso organismo modelo para estudos genéticos. Assim, sua pesquisa inclui três direções principais: a) caracterizar mecanismos de regulação da resposta imune inata; b) caracterizar as alterações dependentes da idade na contribuição da sinalização ativada por estresse para a resistência à infecção e para outros tipos de stress; e c) estudar a contribuição da microbiota intestinal natural para sediar a resistência a patógenos e ao seu bem-estar geral.

 

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Abertas as inscrições para o Curso de História da Medicina Tropical

Banner-site-3curso-historia2016Interessados em participar do Curso de História da Medicina Tropical para o semestre 2016.2 têm até o dia 29 de julho para se candidatar à vaga. Promovido pela Fiocruz Bahia, o curso tem caráter cultural e de conhecimentos gerais e visa levar ao aluno os fatos históricos que culminaram com a formação das bases do conhecimento sobre as chamadas doenças tropicais.

O público alvo são os estudantes de pós-graduação, mas podem se candidatar estudantes de graduação e profissionais da área da saúde. Respeitando o limite de 15 vagas por semestre, poderão ser selecionados candidatos de outras áreas do conhecimento que formalizarem o interesse e o compromisso em participar.

As entrevistas com os candidatos selecionados em 1ª etapa ocorrem de 02 a 09 de agosto. Ministrado sob a forma de seminários, as aulas iniciam no dia 16 de agosto e serão realizadas às terças-feiras, das 16h às 17h, nas dependências da Fiocruz Bahia.

Inscrição e mais informações no site do curso.

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Arca Fiocruz lança nova interface e versões em mais dois idiomas

Graça Portela (Icict/Fiocruz)

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O Arca: Repositório Institucional da Fiocruz lançou (12/7) uma nova versão utilizando a ferramenta DSPace 4.3, apresentando uma interface mais moderna e adequada à dinâmica da web. O novo Arca traz ainda, além do português, versões em inglês e espanhol, visando o público estrangeiro.

As melhorias são inúmeras – em grande parte não visíveis ao usuário, mas que trazem mais segurança no acesso e facilidades de uso -, tais como a alimentação automática de metadados a partir de um número identificador como DOI, PubMed ID, dentre outros, e a com base em arquivos de referências, como os gerados pelos gerenciadores de referências bibliográficas Zotero e EndNote. Na nova versão do Arca, é possível realizar consultas on-line ao diretório SHERPA-RoMeo, com informações sobre a política editorial do periódico, a partir do número de ISSN (sigla em inglês para Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas).

Além dessas, outras implementações que foram incluídas na versão 4.3 do DSPace possibilitaram melhorias sensíveis no cadastro de usuário, com a inclusão de dados como CPF, que ajudam na validação da Cessão de Direitos; inclusão de nome preferencial e nomes alternativos de autor, que visam a auxiliar implementações futuras em relação ao controle de autoridade. Outra novidade é a facilidade para a realização de autoarquivamento de obras – agora, o autor deverá incluir a unidade da Fundação a qual está vinculado, o que facilita o direcionamento interno automático.

Arca

Criado em 2007 e lançado oficialmente como repositório institucional em 2011, o Arca: Repositório Institucional da Fiocruz reúne, hospeda, disponibiliza e dá visibilidade à produção intelectual da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), visando ampliar a circulação do conhecimento, fortalecendo o compromisso institucional com o livre acesso da informação em saúde. Sua missão também inclui conferir transparência e incentivar a comunicação científica entre pesquisadores, educadores, acadêmicos, gestores, alunos de pós-graduação, bem como a sociedade civil. O Repositório é mantido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).

No Arca, estão disponíveis para consulta: anais de congressos; artigos de periódicos; capítulos de livros; dissertações de mestrado e teses de doutorado dos alunos dos programas do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS) do Icict/Fiocruz e dos profissionais do Instituto; também estão disponíveis fotografias; livros publicados; manuais; procedimentos técnicos; patentes; recursos educacionais; relatórios de pesquisa e institucionais; revista; boletins; trabalhos apresentados em eventos e de conclusão de cursos; além de vídeos.

A plataforma já registra quase onze mil documentos depositados e o número de acessos atingiu em março mais de 60 mil/mês. Para falar sobre as expectativas com a nova versão do site do Repositório Institucional Arca, sua coordenadora Ana Maranhão, conversou com o site do Icict/Fiocruz. Confira a entrevista completa aqui.

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Combinação de medicamentos é aposta contra leishmanioses

Maíra Menezes (IOC/Fiocruz)

Na busca por um tratamento para as leishmanioses que dispense o uso de injeções e tenha menos efeitos colaterais, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) estudam o uso combinado de dois medicamentos que já estão disponíveis no mercado. Apesar de terem sido desenvolvidos para outros fins, o antidepressivo imipramina e o antifúngico miconazol têm potencial para agir contra os protozoários do gênero Leishmania, que causam a doença. Em um artigo publicado na revista Parasites & Vectors, os cientistas do Laboratório de Bioquímica de Tripanosomatídeos do IOC/Fiocruz apontam que esses fármacos de uso oral parecem agir através de mecanismos complementares. Os testes realizados em culturas de células – primeira etapa nas pesquisas de novos remédios – indicam que a combinação dos compostos permitiria utilizar doses reduzidas para combater os micro-organismos.

“Os produtos que já são licenciados passaram por testes de segurança que estão entre as etapas mais difíceis e caras do desenvolvimento de fármacos. Por isso, o reposicionamento de medicamentos é uma estratégia importante na busca por novas terapias, principalmente contra doenças negligenciadas como as leishmanioses”, explica Eduardo Caio Torres Santos, pesquisador do Laboratório de Bioquímica de Tripanosomatídeos do IOC/Fiocruz e coordenador do trabalho. “A imipramina e o miconazol são conhecidamente seguros. Ao associar as duas substâncias e reduzir as doses, podemos diminuir também os riscos de efeitos colaterais do tratamento”, acrescenta Valter Andrade Neto, pós-doutorando do mesmo Laboratório e primeiro autor do artigo.

Arte: Jefferson Mendes

Causadas por diferentes espécies de parasitos do gênero Leishmania, as leishmanioses podem se apresentar na forma cutânea, com feridas na pele; mucosa, com lesões na boca e no nariz; ou visceral, com danos em órgãos como fígado e baço. Em todos os casos, o tratamento da infecção costuma ser baseado nos antimoniais pentavalentes, uma classe de remédios utilizada desde a década de 1940, que pode causar diversos efeitos colaterais, incluindo danos ao coração, fígado, pâncreas e rins. Os remédios estão disponíveis apenas em formulações intravenosas e intramusculares, o que demanda a administração por um profissional de saúde. Além disso, nos casos em que os parasitos apresentam resistência aos medicamentos antimoniais, é necessário recorrer a fármacos ainda mais tóxicos, como a anfotericina B e a pentamidina.

Mecanismo de ação: achado inédito

Embora o potencial leishmanicida da imipramina tenha sido observado na década de 1980, seu mecanismo de ação contra os parasitos ainda não tinha sido descrito e a combinação com outras substâncias também nunca havia sido testada. Os experimentos feitos com a espécie Leishmania amazonensis – uma das causadoras da forma cutânea da infecção – apontam que o fármaco impede a síntese de uma molécula fundamental para a sobrevivência dos parasitos: o ergosterol, tipo de lipídeo que compõe a membrana dos micro-organismos, além de participar de vias de sinalização intracelular. De forma inédita, a pesquisa indica que a imipramina tem a capacidade de inibir uma enzima da L. amazonensischamada de C24-metiltransferase, que atua na fase final da síntese do ergosterol. “Este é um alvo interessante porque o ergosterol não é produzido em células de mamíferos. Logo, um fármaco que afeta a síntese dessa molécula não deve prejudicar o organismo dos pacientes”, comenta Eduardo Caio.

Utilizado para combater infecções causadas por fungos, o miconazol também bloqueia a síntese do ergosterol nos parasitos, porém usando um mecanismo de ação diferente: ele age sobre a enzima conhecida como C14-desmetilase. De acordo com Valter, o fato de os dois fármacos atuarem em pontos distintos da mesma via bioquímica é positivo para o efeito antiparasitário. Nos testes, a combinação dos fármacos apresentou efeito aditivo, ou seja, a ação de um somou-se à do outro. “Verificamos que não existe antagonismo entre imipramina e miconazol. Com o efeito aditivo, existe o potencial de usar quantidades menores de cada um dos fármacos e obter um resultado melhor”, destaca o pós-doutorando.

Realizados com a forma amastigota do parasito L. amazonensis – a mesma etapa do desenvolvimento do parasito que é encontrada nos pacientes –, os experimentos mostraram que as doses isoladas de imipramina e miconazol necessárias para matar cerca de 50% dos parasitos têm a eficácia muito aumentada quando usadas em conjunto, chegando a eliminar 90% dos micro-organismos. Em comparação, para alcançar o mesmo resultado utilizando somente miconazol, seria necessário dobrar a dose. Os testes confirmaram ainda que as duas substâncias – tanto separadas, como combinadas – não apresentam efeitos tóxicos para os macrófagos, células de defesa dos mamíferos que são infectadas pelos parasitos.

Próximas etapas

Ressaltando que o estudo ainda está na fase inicial, os pesquisadores consideram que os resultados indicam que a imipramina pode ser útil para o tratamento das leishmanioses, principalmente através da combinação com outros medicamentos. Segundo eles, além de agir diretamente sobre as leishmânias, o fármaco possui a capacidade de inibir a chegada de colesterol até esses micro-organismos, o que pode contribuir para a eficácia da terapia – um aspecto que pretendem investigar nas próximas etapas do trabalho. “Assim como o ergosterol produzido pelos parasitos, o colesterol produzido pelas células dos mamíferos é uma molécula de lipídeo da classe dos esteróis. Em pesquisas anteriores, observamos que as leishmânias passam a captar mais colesterol quando a síntese do ergosterol é bloqueada por fármacos. Imaginando que esse pode ser um mecanismo de escape desenvolvido pelos parasitos, consideramos que a imipramina pode assumir um efeito ainda mais importante”, explica Valter.

Para Eduardo Caio, é possível que o antidepressivo se torne um coadjuvante na terapia das leishmanioses, potencializando o efeito de fármacos do grupo químico do miconazol – conhecidos como azóis. Segundo o pesquisador, as substâncias desse grupo são muito potentes contra os parasitos do gênero Leishmania nos testes em laboratório, mas alguns ensaios clínicos mostraram eficácia reduzida nos pacientes. “Os azóis são utilizados há muitos anos para o tratamento de infecções causadas por fungos. Se a associação com a imipramina conseguir resgatar esses medicamentos como opções terapêuticas para as leishmanioses, teremos um grande benefício”, afirma.

Leia mais na Agência Fiocruz de Notícias sobre as formas de transmissão, prevenção e tratamento das leishmanioses.

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Fiocruz Bahia divulga o Relatório Anual 2015

baner-relatorioA Diretoria da Fiocruz Bahia torna público o Relatório Anual de 2015. Com objetivo de divulgar e documentar as atividades, ações e metas alcançadas no período, o documento está dividido em seções que contemplam a Pesquisa, o Ensino, a Gestão Administrativa e os Prêmios e Homenagens, além de trazer uma retrospectiva dos principais eventos ocorridos na instituição no ano passado e uma entrevista com a Vice-Presidente de Ensino da Fiocruz, Nísia Trindade. O Relatório destaca ainda a produção científica da Fiocruz Bahia e os avanços obtidos na produção do conhecimento e no desenvolvimento tecnológico.

Clique aqui e confira o documento na íntegra.

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Curso internacional reuniu especialistas em Patologia Molecular

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Disseminar os avanços nos conhecimentos em biologia molecular que estão sendo incorporados na compreensão de processos patológicos diversos foi o objetivo do Molecular Diagnostic Pathology Course: The Pathologist Role in The Era of Precision Oncology, que aconteceu nos dias 27 e 28 de junho, nas dependências da Fiocruz Bahia.

O diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, abriu o evento que teve a programação dividida em conferências que visaram situar a patologia molecular no mundo e debater os desafios da implementação no Brasil, além da apresentação e discussão sobre técnicas moleculares de última geração (Next generation Sequencing Tecnology). Essas técnicas permitem o reconhecimento de certos padrões de expressão de moléculas que podem ser importantes para o tratamento, permitindo o que se chama de medicina personalizada.

De acordo com Isabela Cunha, do Hospital do Câncer A.C. Camargo e diretora do curso, a ideia é levar o conhecimento que foi produzido em São Paulo para outros locais do Brasil. “A oncologia avançou muito em tratamentos especializados e drogas especificas. Cada vez mais os patologistas e profissionais da área de diagnóstico precisam saber desse tratamentos e testes moleculares, que vão determinar qual tratamento o paciente vai precisar”, afirmou.

Promovido pelo A.C. Camargo de São Paulo, através da Escola de Patologia Oncológica Avançada Humberto Torloni (EPOAHT), o Curso, nesta edição, foi realizado em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT) da Fiocruz Bahia, além de contar com apoio da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP). Luiz Freitas, pesquisador da Fiocruz Bahia e um dos coordenadores do evento, ressaltou a importância da interação entre os participantes. “O curso foi extremamente interessante do ponto de vista da troca de experiência e alertou a gente para pensar seriamente no Brasil e passar a implantar essas técnicas que impactam nos diagnósticos de doenças como o câncer”, disse.

No total, foram oferecidas 110 vagas destinadas prioritariamente a estudantes do PGPAT, sócios da SBP e da EPOAHT, residentes em programas de patologia humana, oncologistas e médicos em geral. Os palestrantes participantes foram pesquisadores brasileiros da Fiocruz Bahia, e da A. C. Camargo Cancer Center e americanos de instituições como a North Shore University Health System, a University of California, e Johns Hopkins University.

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Projeto Zibra apresentou resultados em seminário na Fiocruz Bahia

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O Zika in Brasil Real Time Analysis, projeto itinerante de mapeamento genômico do vírus Zika, encerrou seu percurso no dia 17/06, em Salvador. Até o momento, foram analisadas amostras de 1247 pacientes que tinham perfil clínico da doença. Destas, 15% tiveram resultado positivo para o vírus. Na Bahia, os testes foram realizados em amostras de 172 pacientes (sangue, urina e saliva), coletadas pela Secretaria de Saúde de Feira de Santana e pelo Hospital Irmã Dulce, em Salvador. O resultado foi de 18 pacientes positivos para Zika. Cerca de 700 mosquitos também foram analisados.

Além da capital baiana, o projeto passou por mais cinco cidades do Nordeste: Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL) e Feira de Santana (BA), coletando amostras e realizando a análise genômica do Zika, em um laboratório móvel contendo equipamentos de última geração. As pesquisas continuam em laboratório fixo, com as atividades de sequenciamento do genoma do vírus. O objetivo é atingir a marca de 750 cepas.

Segundo Luiz Alcântara, pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do Zibra, o estudo permite que os cientistas entendam melhor as características genéticas do vírus e tracem quais mutações estão associadas a ele, desde o seu surgimento. Os dados de diagnóstico molecular foram entregues aos Lacens, ao laboratório referência de diagnóstico da Fiocruz Pernambuco e à coordenação de vigilância epidemiológica da secretaria de Saúde de Feira de Santana.

Ainda de acordo com o pesquisador, as amostras colhidas no ano de 2015 têm tido maior positividade no resultado, embora a maioria tenha sido de 2016. “Com a finalização do sequenciamento, vamos realizar a análise epidemiológica e evolutiva dos dados, os relatórios serão enviados às instituições participantes e ao Ministério da Saúde e vamos dar início à programação da segunda edição do Zibra, o primeiro funcionou como projeto piloto”, afirmou.

Inspirado na experiência da análise genômica do Ebola na África, durante o surto de 2014-2015, a análise das amostras foi feita através do OxfordNanopore MinION device, um sequenciador de DNA, de apenas 100g, que pode ser carregado por USB de um computador portátil. O equipamento é capaz de sequenciar 12 amostras simultaneamente em seis horas.

Um seminário foi realizado na ocasião do encerramento, no auditório da Fiocruz Bahia, pelos pesquisadores, que apresentaram os dados do projeto e aprofundaram as discussões na temática Zika. De acordo com o integrante do Zibra, Moritz Kraemer, da Universidade de Oxford, em 2015, 93% dos casos de Zika aconteceram na Bahia. “Essas pesquisas também vão ajudar a entender a magnitude de transmissão da doença e a associação do vírus aos riscos de microcefalia e desenvolvimento de anormalidades no sistema nervoso central, como a síndrome de Guillain-Barré”, explicou o pesquisador.

Clique aqui para acessar o site do projeto.

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Divulgada lista de selecionados para o Curso Internacional de Patologia Molecular

BANNER-SITESELEO Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT) divulgou a lista de selecionados para o Molecular Diagnostic Pathology Course: The Pathologist Role in The Era of Precision Oncology, que acontece nos dias 27 e 28 de junho, nas dependências da Fiocruz Bahia. O curso é destinado prioritariamente a estudantes do PGPAT, sócios da SBP e da EPOATH, residentes em programas de patologia humana, oncologistas e médicos em geral.

Clique aqui e confira a lista.

 

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Dissertação analisa fatores de risco de Leptospirose em bovinos

AUTORA: SANTOS, Gisele Rocha dos.
ORIENTADOR: FRAGA, Deborah Mothe.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Presença de aglutininas anti –Leptospira spp em bovinos abatidos em frigorífico no extremo sul do estado da Bahia e fatores de risco associados. 65fl.il.
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana – Universidade Federal da Bahia (Ufba)/ Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Gonçalo Moniz.
DATA DE DEFESA: 15/06/2016

RESUMO

 

A bovinocultura é uma das principais atividades que compõem o agronegócio brasileiro, sendo o segundo maior rebanho do mundo. O estado da Bahia tem papel importante neste setor, sendo o 10º estado que mais abateu no Brasil em 2015 (4,4% dos animais abatidos no Brasil). Mesmo com índices animadores, a produtividade pecuária ainda é baixa, tendo as doenças infecciosas e parasitárias como principais entraves à sua melhora. Dentre essas doenças a leptospirose é uma doença bacteriana importante, apresentando uma prevalência de 45,42% nos bovinos no estado da Bahia em prévio inquérito (OLIVEIRA et al., 2009). Assim, o presente projeto objetivou: i) investigar a frequência de evidência sorológica de exposição à Leptospira em animais abatidos na região do extremo sul da Bahia, ii) identificar o principal sorovar circulante e iii) quais os principais fatores de risco presentes na região que possam propiciar o desencadeamento da infecção por Leptospira, com base em uma bateria de referência de MAT expandida. Foram analisados soros de 400 bovinos abatidos em um abatedouro com fiscalização federal. Os animais abatidos eram pertencentes a 18 fazendas localizadas em 10 municípios do extremo sul da Bahia. Foram preenchidos questionários para identificação de fatores de riscos associados à infecção por Leptospira. Os 800 rins pertencentes aos 400 animais também foram analisados quanto à ocorrência de lesões macroscópicas. As amostras de soros foram testadas utilizando 22 sorovares de Leptospira e 72 (18%) amostras reagiram positivamente ao teste. O sorogrupo Sejroe foi responsável por 71% das reações positivas, seguido por Shermani com 12%, Semaranga com 7%, Autumnalis com 7% e Panama com 3%. Em 16 das 18 fazendas com animais avaliados, houve a detecção de pelo menos um animal positivo. Cinquenta e dois rins foram condenados, porém não houve associação desta com a ocorrência de positividade na MAT dos animais. Os fatores de risco associados à positividade dos animais foram sexo feminino, criação extensiva e presença de aborto. Os resultados sugerem que os animais têm contato com a Leptospira, que se encontra disseminada na região estudada, através de restos de aborto principalmente em animais criados extensivamente.

Palavras-chave: Leptospirose, bovino, sorologia, fatores de risco, Bahia.

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Estudo de Disgenesia Tireoidiana é tema de doutorado

AUTORA: CERQUEIRA, Taíse Lima de Oliveira.
ORIENTADOR: RAMOS, Helton Estrela.
TÍTULO DA TESE: Estudo clínico, genético e molecular de pacientes com Disgenesia Tireoidiana. 106 fl.il.
PROGRAMA: Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz.
DATA DE DEFESA: 04/05/2016

RESUMO

 

INTRODUÇÃO: Hipotireoidismo Congênito (HC), é uma das doenças metabólicas mais comuns na infância com incidência de 1:3.000 a 1:4.000 recém-nascidos. Um grupo de doenças relacionadas às alterações no desenvolvimento da tireoide, denominadas disgenesias tíreoidianas (DT), responsabiliza-se por aproximadamente 85% de todos os casos de HC, sendo sua patogênese pouco conhecida.

OBJETIVOS: Geral: Caracterização clínica e genética de pacientes com HC diagnosticados com disgenesia tireoidiana. Específicos: 1 . Caracterizar clínica dos indivíduos com HC em acompanhamento na APAE/Salvador (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais); 2. Avaliar a existência de associação entre malformações tireoidianas e malformações cardíacos; 3. Pesquisar polimorfismos e mutações nos genes candidatos: PAX8, TSH-R, NKX2.5 e HESI, em pacientes diagnosticados com disgenesia tireoidiana; 4. Pesquisar o gene TSH-R numa coorte de pacientes com HC diagnosticados no programa de triagem neonatal da França.

METODOLOGIA: Até o ano de 2016, 1.188 crianças foram diagnosticadas com HC e 773 estão em acompanhamento. Duzentos e dezoito crianças confirmadas com HC foram caracterizadas clinicamente através de testes de função da tireoide (TT4 e TSH), ultrassonografia e cintilografia, seguidas de dosagem de tireoglobulina. Toda a região codificantes dos genes PAX8, TSH-R, NKX2.5 e HESI incluindo íntrons e éxons foram amplificados a partir do DNA genômico através da PCR (Reação em cadeia da Polimerase) utilizando-se técnicas padrão seguida de Sequenciamento direto.

RESULTADOS: Sessenta e três pacientes foram diagnosticados com DT e 155 com glândula tópica normal. Hípoplasia representou 33,4% dos casos de DT, agenesia 19%, ectopia 27% e hemiagenesia 20,6%. Altos concentrações de TSH no teste do pezinho foram detectados no grupo das agenesias seguido das hipoplasias. Na análise genética/molecular, 3 1 (49,2%) dos pacientes foram identificados com o polimorfismo p.D727E em heterozigose e 4 (6,4%) em homozigose, no gene TSH-R; 4/63 pacientes tiveram o polimorfismo p.P52T em heterozigose; 14/63 apresentaram a variante polimórfica p.N181N e 2/63 apresentaram a substituição sinónima conhecida p.L645L, todos no gene TSH-R. o polimorfismo p.Glu21 foi encontrado em 54% dos pacientes e p.Gln181 encontrado em l paciente no gene NKX2.5. Nenhuma alteração foi encontrada no gene HESI, bem como em PAX8.

CONCLUSÕES: Este é o primeiro estudo realizado na população de HC no Estado da Bahia. Análises clínicas revelaram um padrão distinto entre os subgrupos da DT quando comparados com glândula normal; 6 polimorfismos já descritos foram encontrados em dois genes candidatos. Nenhuma mutação patogénica foi encontrada. A descrição fenotípica é essencial para a corneta avaliação genética e os mecanismos nela implicados, além de utilizados para predição da gravidade do HC. A identificação de novos genes ou eventos moleculares que controlam a função tireoidiana pós-natal seria de grande utilidade no esclarecimento das DT.

Palavras-chave: Disgenesía Tireoidiana; Hipotireoidismo Congênito; PCR; Mutações

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