A 5ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação – Jornada Científica prorrogou as inscrições até o dia 08 de novembro. As apresentações dos trabalhos serão realizadas de 11 a 13 de dezembro, na Fiocruz Bahia. Este ano, o evento conta com a homenagem ao médico Aluízio Prata, diretor da Fiocruz Bahia de 1963 a 1969 e pesquisador em esquistossomose, doença de Chagas e leishmaniose.
Podem concorrer ao prêmio estudantes matriculados ou egressos dos programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia. Alunos selecionados para apresentação oral em outras edições não poderão concorrer novamente na mesma categoria. Estudantes de pós-graduação não-elegíveis, de Iniciação Científica, Provoc ou Profortec da Fiocruz Bahia podem se inscrever como ouvintes para participar do evento (será emitido certificado de participação com carga horária de 20 horas).
Um artigo publicado no periódico The Lancet Infectious Diseases ressalta a importância de antever respostas rápidas aos riscos de transmissão vertical (da mãe para o feto) do vírus Oropouche, levando em conta a experiência de quase uma década de pesquisa sobre a Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika.
O texto, de autoria de especialistas que integram o Zika Brazilian Cohorts (ZBC) Consortium, do qual fazem parte os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, Maurício Barreto e Bethânia Almeida, e pesquisadores de outras unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresenta as principais lições aprendidas com o vírus Zika e faz recomendações para a investigação da febre oropouche.
O Zika Brazilian Cohorts é um consórcio que, através da iniciativa de compartilhamento de dados, avaliou o risco de resultados adversos da infecção congênita pelo vírus Zika no Brasil. No trabalho, os pesquisadores discutem a disseminação de uma nova cepa do vírus Oropouche, transmitido por mosquitos da espécie Culicoides paraenses, conhecidos como maruins, em diversos países da América Latina e Caribe.
Casos de transmissão vertical do vírus, incluindo natimortos e neonatos microcefálicos com resultados positivos para Oropouche, levantam preocupações sobre possíveis riscos à saúde materno-fetal. No entanto, ainda há poucas evidências científicas para confirmar esses riscos, destacando a necessidade urgente de mais pesquisas.
Os cientistas enfatizam a importância de uma resposta rápida e colaborativa para investigar a transmissão vertical dessa arbovirose e seus impactos. As principais recomendações incluem: centralizar a expertise de pesquisadores locais e profissionais de saúde pública para melhor compreensão das características do surto; promover uma cultura de colaboração para facilitar o compartilhamento de dados; fortalecer a vigilância e estabelecer definições diagnósticas claras; e conduzir estudos epidemiológicos para investigar a causalidade e as consequências da infecção congênita pelo vírus Oropouche.
Essas ações devem se basear em lições aprendidas com a pesquisa sobre o Zika, visando respostas científicas e éticas para proteger as comunidades afetadas. Os especialistas concluem que a pesquisa sobre o vírus Oropouche deve ser rápida, multidisciplinar e transparente, com foco em intervenções que diminuam os riscos de possíveis infecções congênitas e seus impactos na saúde pública.
O presidente Mario Moreira foi reeleito pelos servidores públicos da Fiocruz para cumprir o mandato 2025-2028 à frente da instituição. O resultado da Eleição Fiocruz 2024 para a Presidência foi divulgado hoje (24/10), depois de concluída a apuração, encerrada às 17h (horário de Brasília). O candidato recebeu 2.901 votos, o que corresponde a 81,8% dos votos válidos. Foram 3.546 votos depositados.
O Regulamento Eleitoral determina que, no caso de haver um único concorrente ao cargo de presidente da Fiocruz, o candidato precisa obter 30% ou mais dos votos válidos. O resultado da eleição interna segue para homologação pelo Conselho Deliberativo, em 29/10, e é encaminhado em seguida para a ministra da Saúde e para o presidente da República, que decidem sobre a nomeação.
Após o anúncio do resultado, Mario fez um discurso destacando o compromisso com a construção da Fiocruz do futuro. “Meu empenho vai ser em torno da manutenção da importância da Fiocruz. Nossa instituição se encontra num momento de inflexão institucional e temos que nos unir e debater para que possamos pactuar o projeto da Fiocruz do futuro. Nós temos uma responsabilidade muito grande pela frente. Temos uma herança nas mãos, um patrimônio do qual não podemos descuidar”, afirmou.
Mario agradeceu pela participação da comunidade Fiocruz no processo eleitoral, ressaltando o índice de comparecimento às urnas, que foi de 79,8% dos eleitores. “Nossa votação não é obrigatória, e o índice de comparecimento que tivemos é algo notável. Temos feito muita coisa bonita coletivamente”.
“Nesse processo de campanha, participei de mais de 30 debates e conversas com todo mundo que eu tive oportunidade, num ambiente de muita honestidade e muita escuta para poder entender o que a Fiocruz pensa”, enfatizou. O presidente eleito também agradeceu às equipes da Comissão Eleitoral, auditoria, TI e coordenação da campanha, e celebrou os apoios recebidos de dentro e fora da instituição.
A presidente da Comissão Eleitoral, Maria do Carmo Leal, abriu a cerimônia de apuração, ressaltando a importância do processo democrático para a Fiocruz. “Com essa eleição, completamos 35 anos de eleições para a presidência da Fiocruz. O ato de votar para presidente afirma a importância da construção do nosso futuro, da nossa responsabilidade com a Fiocruz e com a sociedade brasileira a quem servimos, sempre em defesa do SUS, da ciência e tecnologia, inovação, produção, conhecimento, comunicação e informação, que são nossos compromissos maiores”, afirmou.
O candidato
Na Fiocruz desde 1994, Mario Moreira é doutor em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Paraná, com estágio doutoral na Universidade de Coimbra, em Portugal; e mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e em Gestão de Tecnologias e Inovação pela Universidade de Sussex, no Reino Unido.
O candidato eleito é especialista em Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas e, em 2017, tornou-se vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, cargo que mudou a designação para diretor-executivo em 2022. Mario Moreira foi eleito em março de 2023, em processo eleitoral aberto para conclusão do mandato de Nísia Trindade Lima, convidada para atuar como ministra da saúde. Na ocasião, ele obteve 3.405 votos – 91,68% do total de 3.714 votos válidos.
Processo eleitoral
A Eleição Fiocruz 2024 para a Presidência, mandato 2025-2028, começou em 25/7, quando o Conselho Deliberativo aprovou o calendário e a formação da Comissão Eleitoral (CD). O Regulamento Eleitoral foi aprovado em nova reunião do CD, realizada em 7/8. As inscrições de candidatos, que podem ser vinculados à Fiocruz ou não, ficou aberta entre 19 e 23/8. O presidente Mario Moreira foi o único a apresentar candidatura, homologada pelo Conselho Deliberativo em 30/8.
A campanha eleitoral mobilizou os trabalhadores em reuniões com o candidato nas unidades e setores da Fiocruz. Na véspera da votação (21/10), a Comissão Eleitoral promoveu um debate para que o candidato falasse de temas atuais trazidos por convidados externos. Participaram a secretária-executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS/SRI/PR), Raimunda Monteiro; a jornalista e liderança da Frente de Mobilização da Maré, Gizele Martins; e o presidente da Faperj, Jerson Lima Silva.
Votação on-line
A apuração dos votos começou logo após o fechamento das urnas eletrônicas, às 17h01 (horário de Brasília) de 24/10, no auditório do Museu da Vida, no campus Manguinhos, no Rio de Janeiro. Desde 2020, a eleição para a Presidência da Fundação é realizada na modalidade on-line, por meio de sistema eletrônico amplamente utilizado por outras instituições e pela própria Fiocruz.
O Regulamento Eleitoral determina a formação de um Grupo Técnico para Assessoria em Tecnologia da Informação (GTATI), que tem como objetivo prestar suporte ao processo eleitoral na área de segurança da informação e infraestrutura em redes de dados. No ato da zerésima, quando as urnas são abertas, e no início da apuração, auditores externos verificam a integridade das urnas. Pela segunda vez, profissionais da Superintendência de Tecnologia da Informação da Universidade Federal Fluminense (UFF) foram responsáveis pela auditoria.
A gestão participativa e democrática na Fundação Oswaldo Cruz tem sua maior expressão na escolha do presidente por voto direto dos servidores públicos ativos da instituição. Desde 1992, a Presidência da República avaliza o resultado final com a nomeação do candidato eleito ou do mais votado pela comunidade Fiocruz, no caso de formação de lista tríplice.
A Fiocruz Bahia sediou durante os dias 24 e 25 de outubro o Fórum de Coordenadores da Área CBIII da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Organizado pela coordenadora da Área de Ciências Biológicas III da CAPES e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Camila Indiani, o encontro reuniu profissionais de diferentes regiões do país com o objetivo de discutir a avaliação do quadriênio 2021-2024 e as mudanças no processo de avaliação dos programas de pós-graduação, além das mudanças para o quadriênio 2025-2029.
Durante o Fórum, Camila Indiani falou sobre a importância do evento que contou com a participação de coordenadores de programas de pós-graduação de diferentes regiões do país, alguns já consolidados e outros em fase de expansão. A organizadora ressaltou que esse foi um momento de troca no qual os presentes puderam tirar dúvidas, esclarecer questões e planejar ações futuras. “Está sendo um evento muito produtivo, de muitas trocas de experiências e ideias boas. Eu estou muito feliz que a Fiocruz Bahia sediou e nos permitiu fazer esse encontro aqui”, disse.
Para o coordenador do Programa de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, Anderson de Sá Nunes, essa foi uma oportunidade de compartilhar informações importantes entre os coordenadores para que possam contribuir da melhor forma com as avaliações e relatórios da CAPES. “Os coordenadores não têm um treinamento formal para fazer esses relatórios, então essas reuniões são importantes justamente para poder pontuar pra gente o que é importante e realmente relevante, discutindo inclusive a nova ficha de avaliação para o quadriênio 2025-2029”, ressaltou.
Para Adenilda França, coordenadora do programa de Pós-graduação em Imunologia e Parasitologia Básicas e Aplicadas da Universidade Federal de Mato Grosso, o evento é uma oportunidade de esclarecer dúvidas e ajudar no processo de construção dos relatórios da CAPES. “A coordenação está de parabéns pela realização desse evento que vai ajudar muito nesse processo. Nós vamos ter um olhar diferente na hora da construção do relatório”, pontuou.
Ao todo, o evento reuniu cerca de quarenta profissionais que fazem parte da coordenação dos Programas de Pós-Graduação da Área CBIII da CAPES, que compreende as áreas do conhecimento Microbiologia, Imunologia e Parasitologia é uma das mais tradicionais do Sistema Nacional de Pós-Graduação.
O Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça do Instituto Gonçalo Moniz (IGM), divulgam o resultado final após recursos da seleção de bolsistas de iniciação científica – Ações Afirmativas IGM/FIOCRUZ/2024/2025.
A documentação original enviada no momento da inscrição deverá ser apresentada na Coordenação de Ensino da instituição entre os dias 25 e 30 de outubro de 2024, para implementação da bolsa pelos candidatos aprovados no processo seletivo e convocados para preenchimento das vagas disponíveis.
Um estudo avaliou o ônus econômico da tuberculose pulmonar, a relação custo-benefício da estratégia de tratamento e o esforço econômico necessário para atingir uma probabilidade de cura de 90% da doença no Brasil, ao longo de sete anos (2015–2022). Os resultados da pesquisa, coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, foram publicados no periódico The Lancet Regional Health – Americas.
A tuberculose é uma enfermidade que afeta principalmente populações mais vulneráveis, de países de baixa e média renda, como o Brasil, que enfrenta grandes desigualdades socioeconômicas. O impacto da doença não se resume à saúde das pessoas, mas também às finanças dos pacientes e do governo, exigindo altos investimentos para o tratamento.
O Brasil busca seguir as metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para reduzir custos e melhorar o combate à tuberculose, principalmente com o uso do tratamento diretamente observado, no qual um profissional de saúde ou assistente social acompanha o uso dos medicamentos pelo paciente.
O trabalho analisou dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), comparando dois cenários: com e sem o Tratamento Diretamente Observado (DOT). A população foi dividida por histórico de tratamento e vulnerabilidades, como sem-teto, grávidas, usuários de drogas, pessoas com HIV, entre outros, para calcular o custo por paciente e a taxa de cura. O objetivo foi calcular quanto custa por paciente para atingir a taxa de cura recomendada pela OMS, usando modelos estatísticos para determinar esse custo em cada subgrupo.
Resultados
Os achados do estudo mostraram que o custo direto total da tuberculose pulmonar no Brasil durante os sete anos ultrapassou US$ 1,3 bilhão, com casos de retratamento respondendo por US$ 23,5 milhões. O menor Número Necessário para Tratar (TNN), medida estatística que indica o número de pacientes que precisam ser tratados para que um resultado desejado ocorra, foram as subpopulações de moradores de rua, pessoas que usam drogas e retratamento. Esses grupos também apresentaram o maior custo para atingir uma probabilidade de cura de 90%.
A partir da discussão, os pesquisadores ressaltam a eficácia do Tratamento Diretamente Observado em vários grupos de pacientes, independentemente de suas vulnerabilidades ou histórico de tratamento anti-tuberculose anterior. Ao mesmo tempo, as análises do número necessário para tratar destacaram as subpopulações de retratamento, sem-teto e pessoas que usam drogas como as mais eficazes para a implementação do tratamento diretamente observado, e como possíveis alvos para estratégias de alocação de recursos em programas de controle da tuberculose.
Entre os dias 17 e 19 de outubro, a Fiocruz Bahia participou da 12° edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), no Recôncavo Baiano, com o objetivo de promover atividades de popularização da ciência e saúde que ampliem a cultura científica em eventos literários e aproximem o público presente do conhecimento produzido na instituição. Realizada em parceria com a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia (SECTI), a ação, que ocorreu em um estande na Casa do Governo, integrou as atividades promovidas pela Fiocruz Bahia como parte de sua programação para a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2024).
Andréa Queiroz, secretária administrativa da SECTI, esteve presente no evento e destacou a importância da parceria. “Mais um ano tivemos o prazer de estarmos juntos com a Fiocruz para a realização do evento em Cachoeira, reforçando a importância da popularização da ciência na Flica. Foram dias de grande aprendizado para todos os estudantes que visitaram e puderam acompanhar com alegria e entusiasmo as atividades do estande”, afirmou.
O público presente pôde acompanhar uma apresentação feita por alunos da Fiocruz Bahia de uma coleção de insetos da fauna baiana, assim como uma introdução aos aspectos clínicos e laboratoriais da Leishmaniose. Também foram exibidos e distribuídos materiais educativos sobre algumas das doenças mais comuns entre a população negra, como a Anemia Falciforme.
Para Polyana Bernardes, estudante do Programa de Pós-Graduação Patologia Humana (PgPAT), participar de atividades de divulgação científica fora dos muros da instituição e para o público do interior do estado foi uma experiência enriquecedora. “A importância da divulgação científica nessas comunidades é imensa, pois muitas vezes é o primeiro contato que esses grupos têm com a ciência de forma prática. Ver o brilho nos olhos das crianças ao usar um microscópio pela primeira vez, além de oferecer experimentos que despertam sua curiosidade, é emocionante”, comentou.
Para Renan Pereira, bolsista integrante da equipe da OBSMA, a ação foi um importante momento para apresentar a olimpíada para a comunidade presente e reforçar a importância de estimular o fazer científico entre os jovens estudantes de ensino fundamental e médio. “A nossa participação na Flica ganha ainda mais relevância pelo fato de um dos destaques nacionais da atual edição da OBSMA ser de uma escola municipal de Cachoeira, o que demonstra o potencial do ensino público da região”, completou.
O projeto “Bora Checar”, uma iniciativa da Fiocruz Bahia, integrou a ação ao oferecer um quiz sobre a vacinação, onde os visitantes puderam avaliar seus conhecimentos e acessar informações verificadas sobre o assunto. Para Matheus Tranzillo, parte da equipe do projeto, atividades como o quiz são importantes ferramentas de enfrentamento da desinformação sobre saúde e ciência. “Acho que é um espaço no qual a gente pode refletir sobre tudo o que estava sendo dito de forma equivocada, entender qual a visão do outro em relação àquilo e a partir disso poder discutir e levar conhecimento de uma forma descontraída e efetiva pras pessoas”, afirmou.
Como parte das atividades realizadas durante a ação, Dante Pires utilizou os Óculos Quest para apresentar conceitos de tecnologia e saúde de maneira interativa ao público presente por meio da realidade virtual. “Percebi que essa imersão lúdica despertou, especialmente nas crianças, uma curiosidade sobre o universo da ciência e da saúde, mostrando como a tecnologia pode ser uma ponte poderosa para o conhecimento”, observou o professor.
Raina Mota, estudante do Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição, no município de Varzedo, classificou a sua visita ao estande como uma experiência única. “Foi um grande privilégio participar desse momento na Flica, recomendo para todos aqueles que nunca tiveram esta chance, foi uma oportunidade de muito aprendizado”, comentou.
Realizada há mais de uma década, a Flica é a maior festa literária do Norte e Nordeste e conta com uma extensa programação para celebrar a cultura, arte e educação.
A Coordenação da Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) divulga a chamada para inscrição de candidatos que desejem participar do processo seletivo 2025.1, nos níveis de Mestrado e Doutorado, nas datas e demais condições especificadas no edital. As inscrições vão até 05/11/2024. Para acessar o edital e realizar as inscrições, visite o site da PGBSMI.
A PGBSMI destina-se à formação de profissionais com elevada qualificação para o exercício da atividades acadêmicas, científicas e tecnológicas nas suas áreas de concentração. O Mestrado tem por objetivo o aprofundamento do conhecimento técnico, científico e ético do aluno, visando a qualificação supracitada.
O Doutorado tem adicionalmente por objetivo o desenvolvimento da capacidade de pesquisar com autonomia e originalidade e de produzir novos conhecimentos. A PGBSMI capacitará seus alunos a atualizarem-se em suas áreas de formação, com base na resolução de problemas e na análise crítica da produção científica mundial em suas áreas específicas.
Projeto que propõe validar o uso de um teste rápido para detectar a doença de Chagas foi lançado, na última terça-feira (22), em Tremedal, na Bahia, município a 588 km de Salvador. Coordenado por Fred Santos, pesquisador da Fiocruz Bahia, a iniciativa realizará testes rápidos em milhares de pessoas em municípios baianos com alta incidência da doença, como Tremedal e Novo Horizonte, que tiveram entre 2011 e 2015 a permanência identificada do inseto Triatoma infestans, umas das espécies do inseto conhecido como barbeiro.
A cerimônia foi realizada na Câmara Municipal e contou com a participação de lideranças políticas, da população local, de agentes comunitários de saúde e endemias, técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos. Na programação houve ainda um treinamento para os profissionais de saúde da cidade. A equipe do projeto realizará a testagem da população na comunidade de São Felipe durante 20 dias.
O Projeto Oxente Chagas propõe uma ferramenta inovadora que permitirá identificar casos de Chagas de forma precoce e eficiente na Atenção Primária, buscando reduzir significativamente o impacto da doença na vida das pessoas e de suas famílias. Além disso, busca facilitar o acesso ao tratamento e evitar complicações decorrentes da enfermidade. A validação do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos em campo pode auxiliar na sua incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que já tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), mas ainda requer uma série de estudos prévios para que seja possível dar entrada na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – Conitec, órgão que regulamenta a entrada de toda e qualquer tecnologia no sistema.
Durante o lançamento, Fred Santos falou que espera que o projeto ajude a identificar indivíduos que têm a doença de Chagas, mas ainda não conhecem a sua condição clínica. “Isso é importante para que possamos confirmar o diagnóstico, tratar esses indivíduos e acompanhá-los ao longo de três anos, para observar e fazer estudos de evolução clínica da doença, bem como a busca de marcadores de cura. Esse projeto vai beneficiar cerca de trinta mil pessoas que vão ser identificadas ao longo da sua execução”, destacou.
Na ocasião, Isadora Siqueira, pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora adjunta do projeto, avaliou que a iniciativa é de grande importância para a saúde pública. “Sabemos que se trata de uma doença muito negligenciada. Acredito que os resultados vão ser muito importantes para a melhoria do cuidado do paciente, e na medida que o teste possa ser utilizado em áreas remotas e em comunidades que não tem acesso ao diagnóstico, e é onde estão realmente os pacientes com a doença”, pontuou. Siqueira disse ainda que sua expectativa é que a implementação do projeto seja bem-sucedida e que sejam gerados conhecimento e contribuições para a saúde pública e controle da doença.
A coordenadora da atenção básica de Tremedal, Natália Alves Mendes, compartilhou que o município espera ter bons resultados com o Oxente Chagas. “Como estamos numa área endêmica, com muitos casos de Chagas, esperamos que o projeto possa colaborar para aqueles casos que talvez ainda estejam debaixo dos tapetes escondidos, venham ser diagnosticados o quanto antes e que os pacientes possam ter qualidade de vida. Estamos aqui para trabalhar em parceria com o projeto pra poder ajudar no que for preciso”, ressaltou.
Na oportunidade, Cristiane Medeiros, técnica de referência em doença de Chagas da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP), expressou alegria em estar no lançamento do Oxente Chagas. “Estamos contentes em poder estar com a parceria e apoiando o projeto. Temos técnicos da regional de saúde que já estão aqui também e se colocam à disposição para apoiar nas atividades que forem realizadas”. Medeiros apontou ainda que o projeto vai possibilitar a ampliação do olhar para o território. “A DIVEP vai contribuir para o projeto nos diversos setores e na questão dos medicamentos, do acompanhamento do diagnóstico e da notificação”, observou.
Lançamento em Novo Horizonte
Já em Novo Horizonte, município a 561 km de Salvador, na região da Chapada Diamantina, o projeto será lançado no dia 18 de novembro, a partir das 8h, na quadra poliesportiva do Centro Educacional José Lopes dos Anjos. No turno da tarde a equipe do projeto realizará uma capacitação para os profissionais de saúde do município. As ações de testagem ocorrerão na comunidade de Vila dos Remédios, a partir do dia 19 de novembro.
Um artigo publicado no periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz apresentou o Oxente Chagas Bahia, um projeto que avalia a eficácia do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos. Coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia Fred Luciano Santos, o projeto conta com a colaboração de órgãos de saúde pública da Bahia e dos municípios de Novo Horizonte e Tremedal, áreas escolhidas para participar da iniciativa devido à presença residual de vetores da Trypanosoma cruzi e pela falta de notificações recentes de casos agudos da enfermidade, se tornando locais ideais para a validação do teste rápido em condições reais.
Dividido em três etapas, o Oxente Chagas realiza inicialmente uma pesquisa soroepidemiológica com os moradores das áreas de estudo, seguida da avaliação do desempenho diagnóstico e da custo-efetividade do teste rápido. Posteriormente, uma coorte prospectiva investigará a segurança e eficácia dos tratamentos para a doença de Chagas.
A importância do estudo reside na capacidade de expandir o diagnóstico precoce, reduzir os custos e otimizar a gestão da doença de Chagas no SUS. Embora o teste tenha demonstrado alta sensibilidade e especificidade, ainda depende de testes confirmatórios, principalmente devido à possibilidade de falsos positivos.
Essa avaliação fornecerá subsídios para decisões de políticas públicas sobre a incorporação do teste no Sistema Único de Saúde (SUS). Espera-se que aproximadamente 30 mil indivíduos sejam rastreados, e aqueles diagnosticados com a doença serão tratados, beneficiando-se diretamente da abordagem “testar-tratar-cuidar”. Além disso, as amostras biológicas coletadas serão armazenadas em um biobanco, permitindo futuras pesquisas sobre biomarcadores de progressão da doença e prevenir lesões orgânicas ou sua evolução, diminuindo a possibilidade de transmissão.
A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que pode ser transmitido por insetos hematófagos, conhecidos como barbeiros, mas também através de alimentos ou bebidas contaminadas, bem como por transmissão vertical, transplante de órgãos e transfusão de sangue contaminado e acidentes de laboratório. Globalmente, estima-se que 5,7 milhões de pessoas estejam infectadas pelo parasita, resultando em aproximadamente 7.500 mortes anuais, predominantemente em 21 países latino-americanos.
Um estudo avaliou a eficácia do fármaco 17-DMAG no tratamento de camundongos com leishmaniose cutânea, por meio de abordagens in vitro e in vivo. O 17-DMAG é um composto químico semissintético que deriva do antibiótico geldanamycin. É um inibidor da proteína Hsp90 e foi estudado como potencial terapêutico para o controle da infecção por Leishmania braziliensis.
A leishmaniose, causada por parasitas do gênero Leishmania, é uma doença negligenciada que representa um problema de saúde pública global. Com opções limitadas de tratamento e uma crescente resistência aos medicamentos, pesquisadores alertam para a necessidade de desenvolver novas abordagens terapêuticas.
No trabalho, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras, e publicado no periódico Pathogens, foi avaliado o efeito citotóxico do 17-DMAG em células de defesa do organismo derivadas da medula óssea e seus efeitos contra duas formas morfológicas da Leishmania, as promastigotas e as amastigotas intracelulares. Além disso, foi testada a eficácia do composto em camundongos infectados com Leishmania braziliensis, para avaliar a redução no tamanho da lesão e a diminuição da carga parasitária nas orelhas e nos linfonodos de animais infectados.
Os resultados mostraram que o fármaco 17-DMAG apresentou toxicidade seletiva em relação a amastigotas de Leishmania, causando danos mínimos às células hospedeiras. O tratamento reduziu significativamente o tamanho das lesões em camundongos e resultou na eliminação do parasita das orelhas e dos linfonodos. Também diminuiu as respostas inflamatórias, reduzindo a liberação de três citocinas pró-inflamatórias e da citocina reguladora, ressaltando suas propriedades leishmanicidas e anti-inflamatórias.
Para os pesquisadores as descobertas ressaltam uma promessa substancial do 17-DMAG-HCl como uma opção terapêutica para o tratamento da leishmaniose cutânea, dado seu potencial para eliminar a carga parasitária e modular a resposta inflamatória do hospedeiro. No entanto, afirmam que pesquisas adicionais são necessárias para explorar os mecanismos que envolvem a modulação dos perfis de citocinas induzidos pelo tratamento com 17-DMAG-HCl in vivo.
De acordo com o trabalho, esses estudos aumentarão a compreensão da eficácia terapêutica e abrirão caminhos para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento que incorporem esse composto para a leishmaniose cutânea e em outras formas da doença.
A 3ª edição do curso de Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas está estruturada em cinco módulos, com carga horária de 40h, na modalidade EAD. As aulas são gravadas e ficarão disponíveis no período de 18/11/2024 a 28/02/2025. As inscrições podem ser realizadas gratuitamente, de 21 de outubro a 11 de novembro, no site do curso.
A capacitação caracteriza-se por uma abordagem teórica sobre as técnicas utilizadas durante o processamento de fragmentos de tecido, incluindo desde a etapa da fixação desses fragmentos até a produção de lâminas histológicas para a análise por Microscopia Óptica e Imunofluorescência.
O objetivo é promover a disseminação de embasamento teórico referente às etapas que compõem o processamento histológico de tecidos, possibilitando aos participantes a produção de blocos e lâminas histológicas que atendam aos requisitos mínimos de qualidade para o diagnóstico e a pesquisa.
O curso destina-se, prioritariamente, aos profissionais histotecnólogos, como subsídio para a sua atuação focada em boas práticas, auxiliando-os a identificar e resolver problemas que interfiram na qualidade dos blocos e lâminas histológicas. Adicionalmente, também pode agregar valor à formação de estudantes de pós-graduação em cursos da área de saúde, que necessitem utilizar as técnicas de processamento histológico em seus projetos de pesquisa.
Os estudantes de graduação também serão contemplados com o objetivo de conhecimento das técnicas como subsídio ao entendimento da histologia, aplicação das técnicas em projetos de pesquisa e para possíveis usos futuros.
O Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça do Instituto Gonçalo Moniz (IGM), após a realização das entrevistas de seleção e de heteroidentificação, divulgam o resultado da seleção de bolsistas de iniciação científica – Ações Afirmativas IGM/FIOCRUZ/2024/2025.
A documentação original enviada no momento da inscrição deverá ser apresentada na Coordenação de Ensino da instituição entre os dias 25 e 30 de outubro de 2024, para implementação da bolsa pelos candidatos aprovados no processo seletivo e convocados para preenchimento das vagas disponíveis.
Cerca de 250 de estudantes do ensino médio de Salvador e região metropolitana visitaram a Fiocruz Bahia entre os dias 16 e 18 de outubro para participar da programação da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2024). Foram realizadas rodas de conversa, palestras, oficinas, visitas técnicas e exposições de divulgação científica, com participação Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). Além das ações no Instituto Gonçalo Moniz, foram realizadas atividades em escolas da rede pública estadual em Salvador, e em Cachoeira, no recôncavo baiano, com um estande na Casa do Governo, em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, durante a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica).
Na abertura da semana, que é organizada pela Vice-Diretoria de Ensino em parceria com a Gestão de Comunicação e Divulgação Científica, os estudantes e professores foram recebidos pela Vice-Diretora Claudia Brodskyn, que explicou que apesar de todo ano ter uma programação especial em outubro dedicada à ciência e tecnologia, as portas do IGM estão sempre abertas ao público externo. “O objetivo da SNCT é abrir as portas para que vocês conheçam a instituição, as pesquisas realizadas e possam ter uma aproximação da pesquisa e da produção científica. Então, caso tenham interesse, é só agendar e as portas estarão abertas para todos”.
Na oportunidade, Brodskyn também falou sobre os programas voltados para a iniciação científica júnior, que contempla estudantes do ensino médio, como o Programa de Vocação Científica (Provoc), que tem como objetivo despertar interesse nos jovens pela ciência e tecnologia e na carreira científica. Também estiveram presentes no evento o Vice-Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Serviço de Referência, Ricardo Riccio, Coordenadora de Ensino da Fiocruz Bahia, Clara Mutti e o coordenador da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica, Antonio Brotas.
Logo após, a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Nelzair Vianna, realizou uma apresentação sobre “Biomas Brasileiros e as Mudanças Climáticas”. Ainda no primeiro dia, foi abordado o tema “A importância dos biomas para a segurança do abastecimento”, por Júlio Mota, assessor da Diretoria de Operação da RMS, da Embasa.
No segundo dia, foi realizada a roda de conversa “A experiência do projeto Jovens Inovadores”, mediada pelo professor da Universidade Católica do Salvador, Murilo Guerreiro Arouca, e a “Oficina de Gameficação: Ciência, Saúde e Meio Ambiente”, com Isa Neves, do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, da Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA). No último e terceiro dia, a programação foi encerrada com a palestra da Sessão Científica: “Emergência climática, insegurança hídrica e as medidas adaptativas de saneamento ecológico”, ministrada pelo professor Alexandre Pessoa, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz).
Além dos diálogos e oficinas, os estudantes e professores dos Colégio Dinah Gonçalves, Colégio Dois de Julho, Colégio Estadual Cosme de Farias, Colégio Alfredo Agostinho de Deus, Colégio Estadual da Bahia (Central), Associação Emília Machado, Colégio Bom Pastor e Centro Estadual de Educação Profissional Anísio Teixeira puderam visitar os laboratórios da Fiocruz e passar pelos estandes com divulgação das pesquisas realizadas na instituição, e, pela primeira vez, o evento contou com um estande da Embasa.
Fernanda Pereira de Brito, professora orientadora do Clube de Ciências Orbitz, no Colégio Central, avaliou que a experiência de participar de um evento na Fiocruz é muito enriquecedora. “Os estudantes conseguem conhecer outros aspectos da ciência, um novo espaço e visitar laboratórios. A palestra também foi muito importante, porque faz refletir sobre o uso das redes sociais, acho que eventos como esse são muito importantes para o crescimento do aluno”, pontuou.
Guilherme Dias Fraga, estudante do Colégio Central, compartilhou que foi ótimo desfrutar de novas experiências, conhecer laboratórios, e disse que descobrir sobre as fases da pesquisa e o exame PCR (Proteína C Reativa) foi sua parte favorita: “Gostei porque é onde descobrem se o teste da Covid é positivo ou não. Foi maravilhoso porque a sociedade e os adolescentes não têm muito acesso a isso, até pela falta de recursos de escolas. A visita à Fiocruz foi incrível, voltaria aqui mil vezes”.
O professor de Química e Física do Colégio Alfredo Agostinho de Deus, em Lauro de Freitas, Felipe Rodrigues, destacou que atividades como as da Semana são importantes por oportunizar a aproximação com a ciência na prática. “A ciência é muito teórica, no quadro, no colégio, ela é distante deles. Eles enxergarem que isso realmente é feito por pessoas em laboratórios, e não apenas escrito em um livro, faz toda a diferença, e pode até inspirar e para que sigam carreira na ciência ou não. Então esse tipo de atividade é extremamente fundamental para educação”.
Já Ágata Araújo, estudante do Colégio Estadual Cosme de Farias, observou os aprendizados através de uma mini estação de tratamento de água, mostrando as fases para que a água chegue até as torneiras da população. “Achei bem explicativo para pessoas que não sabem todo o processo da água para chegar em nossas casas. Assuntos como esses podem cair no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e são ensinamentos que a pessoa pode levar pra vida, inclusive a ponto de um dia ser o seu emprego. Eu gostei muito do evento e voltaria aqui, porque eu acho fundamental esse tipo de atividade”.
Rubens dos Santos Melo, da Associação Emília Machado, comentou que foi a primeira vez que visitou uma instituição de saúde federal. “Pude conhecer um pouco mais sobre a Fiocruz, que eu só ouvia falar e não conhecia de fato, comecei a ouvir falar durante o período da pandemia. Fiquei realizado em visitar conhecer os espaços aqui, então foi uma experiência muito boa pra mim”, concluiu.
Atividades nas escolas de Salvador
A SNCT 2024 da Fiocruz Bahia também contou com uma programação especial que aconteceu nas escolas da rede pública estadual. Os estudantes participaram de oficinas, seminários, exposições científicas e rodas de conversa com temas como saúde mental, biomas da Bahia, PANCs e segurança alimentar, além de temas relacionados aos benefícios do plantio e os impactos do desmatamento.
A ação integra a Rede de Divulgação Científica, uma iniciativa da Fiocruz Bahia responsável pela promoção de atividades de divulgação científica voltadas para a rede estadual de ensino da Bahia. Com a adesão atual de quinze colégios, a rede atua na popularização da ciência e de tecnologias relevantes à saúde, assim como na aproximação de jovens estudantes e professores ao conhecimento científico produzido na instituição.
Atividades no recôncavo da Bahia
Parte da programação da SNCT 2024 está sendo realizada no município de Cachoeira, durante a Flica, entre os dias 17 e 19 de outubro. O estande, localizado na Casa do Governo, conta com óculos de realidade virtual, abordando os temas biologia, medicina e corpo humano, jogos e atividades de divulgação científica. A atividade é realizada em parceria com a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia (SECTI).
A 5ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação – Jornada Científica está com as inscrições abertas até dia 30 de outubro. Clique aqui para consultar o edital. As apresentações dos trabalhos serão realizadas de 11 a 13 de dezembro, na Fiocruz Bahia. Este ano, o evento conta com a homenagem ao médico Aluízio Prata, diretor da Fiocruz Bahia de 1963 a 1969 e pesquisador em esquistossomose, doença de Chagas e leishmaniose.
Podem concorrer ao prêmio estudantes matriculados ou egressos dos programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia. Alunos selecionados para apresentação oral em outras edições não poderão concorrer novamente na mesma categoria. Estudantes de pós-graduação não-elegíveis, de Iniciação Científica, Provoc ou Profortec da Fiocruz Bahia podem se inscrever como ouvintes para participar do evento (será emitido certificado de participação com carga horária de 20 horas).
O objetivo é promover e encorajar os estudantes dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em ampla associação com a Fiocruz Bahia; em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI); e do Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT), da Fiocruz Bahia, a apresentarem seus trabalhos e premiar seus talentos, além de incentivar ações em divulgação científica.
A premiação também visa reunir e integrar a comunidade científica da instituição, envolvendo apresentações dos estudantes para divulgar e discutir, de forma abrangente, os estudos desenvolvidos no instituto, possibilitando interação e colaboração entre os diferentes grupos de pesquisa.
O Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia divulgam o resultado da Etapa 1 (eliminatória): análise do histórico escolar, currículo lattes e carta de intenção, do Edital para Seleção de Bolsistas de Iniciação Científica – Ações Afirmativas 2024/2025.
De acordo com edital, os critérios utilizados para esta seleção foram: desempenho acadêmico, participação em atividades que indicam interesses científicos ou acadêmicos, comunicação escrita (avaliadas em barema específico) e compatibilidade entre as expectativas identificadas e o perfil das vagas disponíveis.
A Secretaria Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT) divulga que houve necessidade de ajustes no editais de seleção 2025, conforme abaixo:
Edital de doutorado: Alteração na Tabela de Vagas Doutorado. Editais de mestrado e doutorado: Alteração na data da Prova da Etapa 2 (Eliminatória e Classificatória) – Avaliação de interpretação de artigos científicos em língua inglesa.
A Fiocruz, por meio da coordenação nacional da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), disponibilizou (4/10) a lista geral dos 37 trabalhos selecionados como destaques regionais na 12ª edição do certame. Ao todo, a Olimpíada da Fiocruz teve 1012 trabalhos validados, sendo 57 da Regional Centro-Oeste; 106 da Regional Minas-Sul; 254 da Regional Nordeste I; 206 da Regional Nordeste II; 59 da Regional Norte; e 330 da Regional Sudeste.
Da Regional Nordeste II foram destaque cinco escolas da Bahia e uma de Sergipe. Na categoria Produção Audiovisual se destacaram a Escola Edimonica, de Utinga (BA), e o Colégio Estadual Antônio Gonçalves, de Ribeirão do Largo (BA). Em Produção de Texto, o destaque foi para a Escola Municipal Edwaldo Brandão Correia, de Cachoeira (BA) e o Colégio Estadual João Francisco da Silva, do Sítio do Quinto (BA). Em Projeto de Ciências, de destacaram a Escola Estadual Professora Maria Berenice Barreto Alves, de Capela (SE) e o Centro Estadual de Educação Profissional da Floresta do Cacau e do Chocolate, de Milton Santos Arataca (BA).
Os vencedores da etapa regional concorrem na premiação nacional, em novembro próximo, quando um professor e um aluno representantes de cada trabalho premiado participarão da cerimônia de premiação no Rio de Janeiro. A premiação no Rio de Janeiro contará com uma programação de visitas técnicas culturais e pedagógicas, organizadas pela Fiocruz e parceiros. A lista com os nomes dos trabalhos, autores e escolas selecionados está disponível no site da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente.
Cada Regional avaliou trabalhos nas modalidades Produção Textual, Produção Audiovisual e Projeto de Ciências, nas categorias ensino fundamental e ensino médio. A avaliação regional contou com mais de 50 jurados de Norte a Sul, de Leste a Oeste, com trabalhos selecionados das mais diferentes localidades do país. A diversidade de projetos este ano chamou atenção da Coordenação Nacional da Obsma. Foram 37 trabalhos sobre os mais variados temas relacionados à Saúde e Meio Ambiente, de escolas tanto das capitais quanto de municípios do interior dos estados. Em uma das categorias da Regional Norte, houve empate na seleção do trabalho ganhador.
Entre os assuntos abordados, estão reciclagem, biopirataria, biomas, recursos hídricos, violência sexual, energia eólica, racismo ambiental, horta medicinal, prevenção à dengue, pandemia de Covid-19, entre muitos outros. Estão no páreo cidades como Palmas (TO), Cacoal (RO), Rondonópolis (MT), Caucaia (CE), Cuité (PB). Sobral (CE), Abreu e Lima (PE), Capela (SE), Marituba (PA), Manacapuru (AM), Cachoeira (BA), Baldim (MG), São Leopoldo (RS), Paraíba do Sul (RJ) e Botocatu (SP), além das capitais Manaus, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia e Brasília.
Diversidade
“Este ano, a diversidade de projetos da 12ª edição da Obsma foi um demonstrativo da capilaridade que a iniciativa vem obtendo junto às escolas da Educação Básica de todo o país, a partir das atividades de divulgação e popularização da Ciência, desenvolvidas pelas coordenações regionais, com o apoio da Coordenação Nacional, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)”, afirma a coordenadora de Divulgação Científica da Fiocruz, Cristina Araripe. São trabalhos desenvolvidos por professores e alunos de escolas de pelo menos 35 cidades diferentes. “Tivemos uma participação significativa de escolas das capitais e também do interior dos estados, mostrando que a Obsma é acima de tudo um projeto que prioriza a inclusão e a diversidade”, salientou.
O alcance regional da Obsma é resultado do trabalho pela Fiocruz em todo o território nacional e da mobilização realizada pelas coordenações regionais, seja por meio de oficinas pedagógicas de saúde e meio ambiente nas escolas, mostras itinerantes de promoção da saúde e educação ambiental, atividades Alunos em Ação, visitas técnicas a escolas e participação em eventos nacionais, como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
A Coordenação da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT) torna pública a errata com as alterações da COMISSÃO AVALIADORA e do item 10. CRONOGRAMA DO PROCESSO SELETIVO, referente à Chamada Pública para seleção de discentes do Mestrado Profissional 2025. As inscrições podem ser feitas até o dia 04 de novembro.
Realizado nesta terça-feira, (08/10), no auditório do Instituto Anísio Teixeira (IAT), o ‘Seminário Divulgação e Educação Científica: Caminhos para inclusão, equidade racial e de gênero’ reuniu professores da rede pública, pesquisadores, representantes de instituições públicas e membros da sociedade civil.
A programação teve início com a apresentação ‘Eu sou o samba’, do Coral Naomar Alcântara, formado por estudantes da Escola Estadual Naomar Alcântara e regido pelo professor Caio Almeida. A mesa de abertura foi composta pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; pelo diretor-geral do Instituto Anísio Teixeira, Yuri Rubim; pela coordenadora de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia, Francileide Araújo e pela técnica pedagógica da Superintendência de Educação Profissional e Tecnológica da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Marcia Rodrigues.
A iniciativa é uma parceria entre a Fiocruz Bahia; o Instituto Anísio Teixeira; a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia; Secretaria de Promoção da Igualdade Racial; Secretaria de Educação do Estado da Bahia e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.
O diretor-geral do IAT, Yuri Rubim, abriu o evento falando sobre a importância de unir esforços para discutir temas que impactam diretamente na formação dos estudantes, destacando a necessidade de promover uma educação antirracista. “A gente considera a missão de trazer um pouco mais de equilíbrio para a nossa sociedade, construindo uma sociedade com cada vez menos preconceito, encarando o problema de frente”, afirmou.
A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, falou sobre as ações afirmativas realizadas pela instituição, com ênfase nas iniciativas voltadas para inclusão e equidade, citando o seminário como mais uma importante oportunidade de discutir temas relevantes para toda a sociedade. “Esse seminário representa uma discussão de pautas muito duras, mas que precisam ser enfrentadas. Nós precisamos falar do racismo estrutural, do letramento racial e precisamos falar que todo mundo precisa de oportunidade. A educação transforma e nós estamos aqui plantando essa semente de transformação. Eu desejo que esse seminário traga frutos e que juntos possamos modificar um cenário que é cercado de violência e discriminação”, disse.
A representante da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia, Francileide Araújo, ressaltou a urgência em discutir temas relacionados ao reconhecimento e preservação dos saberes e tecnologias ancestrais, além de promover ações voltadas para a inclusão e permanência de mulheres, especialmente as mulheres negras, no campo da produção científica. “Quando a gente fala de ciência é preciso reafirmar que existe uma ciência que é feminista, posicionada, que debate raça e classe. E isso também é produção de ciência”, ponderou.
Márcia Rodrigues, representante da Secretaria de Educação, reforçou a importância de fortalecer o discurso antirracista, colocando negros e negras no centro da discussão. “Aproveitemos esse seminário, estejamos vigilantes e atentas. Sou muito feliz pelo enegrecimento desse auditório e vamos empretecer esse discurso também”, disse.
Após a mesa de abertura foi realizada a conferência ‘Vamos conversar sobre racismo ambiental?’, ministrada pela pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais, Rosy Mary dos Santos Isaias. Durante a sua fala, a convidada fez um apanhado histórico abordando temas como os impactos da mineração e do desmatamento, o uso de agrotóxicos, o consumo exagerado de plástico e a urgência de pensar estratégias de sustentabilidade, especialmente em comunidades vulnerabilizadas. “A saúde do meio ambiente impacta em nossa saúde, direta ou indiretamente. É preciso pensar que a poluição impacta muito mais as populações periféricas, mas ela também vai bater em quem não está nas periferias”, alertou.
A programação da manhã foi finalizada com a mesa ‘Comunicação e divulgação científica para a equidade racial e de gênero’, mediada pelo assessor de comunicação da Fiocruz Bahia, Antonio Brotas. A mesa contou com a participação de Daniel Damasceno, pesquisador do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT); de Douglas Falcão, pesquisador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST); da fundadora, diretora executiva e tutora do Instituto Sumaúma, Taís Oliveira e da coordenadora do Grupo de Pesquisa de Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico do Intercom, Márcia Guena.
Educação científica e comunicação antirracista
Durante a tarde, a programação teve início com a mesa ‘Educação Científica e Antirracista’, composta pela professora do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia, Barbara Coelho Neves; pela professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Joelma Santos e pela técnica pedagógica da Coordenação do Ensino Médio da Secretaria de Educação do Estado, Gizele Souza. A mesa contou com a mediação de Adelmo dos Santos, professor do Instituto Anísio Teixeira.
Em seguida, a mesa ‘Experiência de Educação e Comunicação Antirracista no Contexto Brasileiro’, mediada pelas professoras do Instituto Anísio Teixeira, Liane Amorim e Simone Alves, foi formada pelas professas da Universidade Federal da Bahia, Deboraci Brito Prates e Leticia dos Santos Pereira; pela professora do Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia, Jucy Silva; da representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Larissa Ferreira Gonçalves, pela professora do Colégio Estadual Cosme de Farias, Moselene Costa dos Reis e pela professora da Educação Básica de Camaçari, Vitalina Silva.
O encerramento do evento ficou por conta do recital dos alunos do Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia: Aída Sacramento, Ana Beatriz da Silva, Vitória Barros e Lais Raelle Cruz.
Uma pesquisa avaliou se o uso tópico do antígeno rSm29 em combinação com o antimoniato de meglumina intravenoso no tratamento da leishmaniose cutânea aumentaria as taxas de cura dos pacientes. Os resultados do trabalho, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Edgar Carvalho, foram publicados no International Journal of Infectious Diseases.
A leishmaniose cutânea é observada em mais de 90% dos casos de leishmaniose tegumentar americana e é caracterizada pela presença de uma ou mais úlceras bem delimitadas com bordas elevadas. O principal agente causador dessa forma da doença é o protozoário Leishmania (Viannia) braziliensis.
O medicamento mais comumente usado para tratar a doença na América Latina é o antimoniato de meglumina, mas nessa área endêmica, quando usado em doses de 20 mg/kg por 20 dias cura menos de 50% dos pacientes e o tempo de cura na maioria dos enfermos leva 90 dias ou mais. De acordo com o artigo, a gravidade da doença e a falha na terapia estão associadas ao nível de granzima B, uma proteína produzida pelo sistema imune.
O rSm29 é um antígeno que pode ser usado para tratar a leishmaniose cutânea, uma vez que tem a capacidade de reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias. O ensaio clínico foi composto por um estudo de fase I com o objetivo de avaliar reações adversas ao rSm29 e um ensaio de fase II controlado por placebo, comparando a taxa de cura e o tempo de cicatrização dos pacientes nos três braços do estudo.
No trabalho, 91 pacientes com leishmaniose cutânea foram alocados em três grupos, em que todos os casos receberam antimoniato de meglumina (20 mg/kg/peso) por 20 dias. O grupo 1 usou rSm29 tópico (10 µg), o grupo 2 recebeu um placebo aplicado topicamente, e o grupo 3 recebeu apenas antimoniato de meglumina.
Os achados apontam que a taxa de cura no dia 90 foi de 71% em indivíduos tratados com rSm29 mais o antimoniato de meglumina, e 43% em pacientes que receberam antimoniato de meglumina apenas ou com o placebo. Houve uma diminuição em granzima e um aumento na citocina IFN-γ (que exerce papel crucial na imunidade contra patógenos intracelulares) em biópsias de pele das lesões obtidas no dia 7 da terapia em pacientes que receberam rSm29.
Os pesquisadores concluíram que o uso do rSm29 associado ao antimoniato de meglumina reduz os níveis de granzima, que é mais eficaz que o antimoniato de meglumina sozinho e diminui o tempo de cicatrização das lesões na leishmaniose cutânea.
O pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis, será condecorado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB) com o Diploma Honorífico, na categoria Ensino e Pesquisa. A homenagem é dedicada aos profissionais da medicina como forma de reconhecimento conferida a médicos regularmente inscritos no CREMEB e que tenham atuação proeminente em favor dos médicos e da medicina.
A solenidade será realizada no dia 18 de outubro de 2024, sexta-feira, às 20h, durante a Sessão Plenária Solene Pública, na Casa Salvatore, localizada no Cabula.
O pesquisador
Mitermayer Galvão é médico formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, especialista sob a forma de residência em Anatomia Patológica, mestre e doutor em Patologia Humana pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (FMB-UFBA). Fez pós-doutorado na Case Western Reserve University e na Harvard School of Public Health (EUA).
Atualmente, é Pesquisador Titular da Fiocruz Bahia, Professor Titular do Departamento de Patologia e Medicina Legal (DPML) da FMB-UFBA, Professor Adjunto da Universidade de Yale nos EUA e Pesquisador categoria 1A e Membro de Comitê de Assessoramento de Biotecnologia do CNPq e chefe do Laboratório de Patologia e Biologia Molecular, da Fiocruz Bahia. Além disso, foi professor titular por 38 anos da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e chefe do DPML por dois mandatos.
O cientista também é membro da Academia de Ciência da Bahia e da Academia de Medicina da Bahia e membro Honorary International Fellows of ASTMH, da American Society of Tropical Medicine and Hygiene.
Realiza estudos sobre epidemiologia clínica e molecular e de imunopatogênese das doenças infecciosas parasitárias orientados para o desenvolvimento tecnológico e inovação com ênfase em arboviroses, câncer, doença de Chagas, esquistossomose, hepatites virais, leptospirose, meningites bacterianas e viroses respiratórias.
Entre os dias 20 e 22 de novembro de 2024 será realizado o 1º Encontro Brasileiro de Patologia Digital e Computacional, na Fiocruz Bahia. As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de novembro, no site do evento. Antes de realizar a inscrição, é necessário fazer o cadastro do UNA-SUS no próprio site. Será oferecido certificado aos participantes.
Alguns dos objetivos do encontro são reunir competências e experiências brasileiras emergentes na área de Patologia Digital e Computacional; compartilhar, em linguagem acessível, conhecimentos referentes à área; fomentar a criação de redes nacionais de cooperação em telepatologia e patologia computacional para apoio diagnóstico de doenças endêmicas e emergentes no país; e definir estratégias de integração de interesses e competências dispersas para desenvolvimento tecnológico, de pesquisa e atualização científica na área.
O evento responde ao anseio de patologistas e profissionais da ciência da computação em alcançar os desenvolvimentos produzidos na área no Brasil e no mundo. A ideia do encontro surgiu durante eventos promovidos pela Sociedade Brasileira de Patologia e nas Conferências Clínico-Patológicas, realizadas pela Fiocruz Bahia, que culminaram na proposta da criação de uma Associação Brasileira de Patologia Digital e Computacional.
A Fiocruz Bahia participou da XXII Feira de Saúde do Terreiro Casa Branca, realizada no dia 28/09, sábado. O evento contou com atividades como exposição de insetos, extração de DNA vegetal, simulação de experimentos, visualização de tecidos em microscópio, quiz sobre vacinação e oficina de autoexame para detecção do câncer de mama, além de materiais informativos voltados para educação em Saúde e Divulgação Científica. Neste ano, a Feira de Saúde abordou o tema “Compartilhando saberes na contemporaneidade: acolher, incluir e educar – como evitar a superexposição nas redes sociais e cuidar melhor das crianças e adolescentes?”
A chefe do Serviço de Histotecnologia e coordenadora do Núcleo Pró-equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia, Lorena Magalhães, esteve presente no evento e destacou a importância dessa parceria. “A participação da Fiocruz é extremamente essencial, é uma oportunidade de aproximação com a comunidade tão importante para a nossa cidade. Fazer com que o conhecimento adquirido na Fiocruz chegue ao seu público alvo é extremamente gratificante”, afirmou.
Paula Castro, membro da organizadora da Feira, também destacou a importância das atividades para a comunidade. “A Fiocruz vem reforçando essa parceria a cada ano, sempre atraindo jovens e adultos que se interessam pelas exposições e por todo conteúdo científico. Nós só temos a agradecer por saber que podemos contar com a instituição”, afirmou.
Durante o evento, foi realizado um quiz sobre vacinação, no qual os visitantes do stand testaram seus conhecimentos e tiveram acesso à verificação de informações sobre o tema, esclarecendo desinformações que circulam frequentemente nas redes sociais. A ação faz parte de uma série de atividades realizadas pelo projeto “Bora Checar”, uma iniciativa da Fiocruz Bahia que tem como objetivo estimular o desenvolvimento de competências informacionais e midiáticas de jovens baianos, especialmente os estudantes de escolas públicas do estado, desenvolvendo atividades que ajudem a detectar e enfrentar a desinformação sobre saúde, ciência e meio ambiente.
Para o jornalista Caio Santos, integrante do projeto, a dinâmica foi relevante não só como uma forma de reforçar a importância da vacina para os participantes, mas também uma oportunidade de apresentar a instituição como uma das fontes com autoridade para conduzir o discurso em torno de assuntos relacionados à ciência e saúde. “Foi uma importante oportunidade de apresentar a instituição como uma das fontes com autoridade para conduzir o discurso em torno de assuntos relacionados à Ciência e Saúde”, afirmou.
O grupo de Oncologia Comparada do Laboratório de Investigação em Saúde Global e Doenças Negligenciadas também esteve presente falando sobre a importância da prevenção do câncer de mama. Para Lorena Queiroz, integrante do grupo, falar sobre o assunto de forma aberta para a população é uma ação fundamental, desmistificando e popularizando a ciência em torno de uma doença que ainda afeta milhares de mulheres, mas que também pode acometer homens. “O autoexame é uma ferramenta essencial para o autoconhecimento e para o diagnóstico precoce, o que pode melhorar significativamente o prognóstico”, informou.
A Feira de Saúde do Terreiro Casa Branca é aberta a toda a comunidade e tem como principal objetivo promover e garantir serviços de qualidade para todas as pessoas. A programação inclui atendimento médico, apoio psicológico, atividades socioeducativas e culturais.
A Coordenação da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT) torna público o cronograma e as normas para a seleção de candidatos ao curso de mestrado profissional 2025. As inscrições podem ser feitas até o dia 04 de novembro, neste link.
O curso stricto sensu tem como áreas de concentração Pesquisa Clínica e Translacional em Oncologia e Vigilância em Saúde, no desenvolvimento de novos compostos com capacidade antitumoral, estudos pré-clínicos e clínicos; mecanismos de tumorigênese e identificação/validação de marcadores tumorais; pesquisa epidemiológica das neoplasias sólidas e hematológicas; e vigilância em saúde voltada para agravos transmissíveis e não transmissíveis.
Um estudo utilizou a técnica de mineração de texto para extrair dados não estruturados de uma pesquisa sobre Covid longa conduzida num hospital universitário em São Paulo. O objetivo do trabalho é contribuir para uma compreensão mais profunda dessa condição crônica e suas implicações para os sistemas de saúde global. O modelo desenvolvido tem potencial para aplicação em outros ambientes de saúde, apoiando esforços de pesquisa mais amplos e a tomada de decisão clínica para pacientes com Covid longa.
O trabalho tem autoria da pesquisadora Pilar Tavares Veras Florentino, do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, e foi coordenado pelos pesquisadores Manoel Barral-Netto, da Fiocruz Bahia, e Soraya S. Smaili, da Universidade Federal de São Paulo (USP). O artigo foi publicado no periódico da Nature, Cell Death and Disease.
A Covid longa é caracterizada pela persistência dos sintomas do coronavírus por mais de 1 mês, e que ainda necessita uma caracterização clínica definitiva. Sua apresentação variada em diferentes populações e sistemas de saúde representa desafios significativos para a compreensão de suas manifestações e implicações clínicas.
Para o estudo, os especialistas analisaram os Registros Eletrônicos de Saúde (EHR) e criaram um modelo que pode ser aplicado em outros hospitais. O método de agrupamento de texto fonético (PTC) permite a exploração de dados não estruturados de EHR para unificar diferentes formas escritas de termos semelhantes em uma única representação fonêmica.
Foi construído um fluxo de trabalho de mineração de texto capaz de extrair informações médicas estruturadas de notas clínicas em português brasileiro. Este método, em conjunto com os tokens de texto validados, poderia ser usado como uma plataforma para análises futuras de Covid longa em hospitais que usam sistemas diferentes. O método foi aplicado de volta ao conjunto de dados de treinamento (SIVEP-Gripe), enriquecendo o banco de dados nacional e resultando em caracterizações clínicas mais detalhadas da SARS no Brasil na última década.
Os pesquisadores concluíram que o modelo desenvolvido no estudo tem potencial para escalabilidade e aplicabilidade em outros ambientes de saúde, inclusive em áreas com configurações de recursos limitados, apoiando assim esforços de pesquisa mais amplos e informando a tomada de decisão clínica para pacientes com Covid longa. Apontam ainda, que o método e a modelagem apresentados no trabalho e o uso de coortes de dados para prever e tratar pacientes com a doença serão cruciais, e mais estudos devem ser realizados para não apenas aumentar o conhecimento, mas também desenvolver os métodos de cuidado e reabilitação necessários, além do planejamento do sistema de atenção primária à saúde.