Palestras e homenagens marcam 4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz

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A Fiocruz Bahia realizou a 4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz, entre os dias 02 e 04 de agosto, e premiou sete trabalhos nas categorias Mestrado em Andamento, Mestrado Egressos, Doutorado em Andamento, Doutorado Egressos, Divulgação Científica e Sessão de Pôster (mestrado e doutorado), sendo esta última novidade da edição. Clique aqui e confira a lista dos ganhadores.

Natália Machado, pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da comissão organizadora, conduziu o evento que contou com apresentações dos trabalhos que concorreram ao prêmio; as sessões científicas intituladas “Desenvolvimento tecnológico e inovação na Fiocruz e suas perspectivas”, do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, e “Preditores das patologias informacionais: infodemia e desinformação em tela”, ministrada pelo professor da UFBA, João Carlos Salles; além da homenagem à pesquisadora titular da Fiocruz Bahia, Aldina Barral.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, parabenizou a organização do evento e ressaltou a relevância do prêmio. “Nós já temos a jornada de premiação da Iniciação Científica, o Pibic, e Natália Machado nos trouxe a ideia de criar esse prêmio para que a gente pudesse reconhecer também as dissertações e teses em andamento e dos estudantes egressos”, contou. “É muito gratificante assistir aos alunos apresentarem seus projetos e as principais linhas de pesquisa do Instituto. Eles são nossa força motora na instituição”, declarou a Vice-diretora de Ensino, Claudia Brodskyn.

O objetivo da premiação é encorajar e premiar estudantes dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT – UFBA/Fiocruz Bahia), em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PgBSMI) e em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT).

Desenvolvimento tecnológico e Inovação na Fiocruz

Um dos destaques da programação foi a palestra ministrada por Marco Krieger, que abordou o tema do desenvolvimento tecnológico e inovação na Fiocruz. Na apresentação, mediada por Marilda Gonçalves, o vice-presidente da Fundação abordou os esforços que a instituição tem feito na área nos últimos anos e as ações que estão sendo conduzidas.

“Inovação é uma parte importantíssima da tradição da Fiocruz nesses 123 anos de história. A Fundação foi criada para enfrentar emergências sanitárias e o maior objetivo foi inicialmente promover a produção local do soro antipestoso, mas também de levar à sociedade a melhor ciência para que ela pudesse se proteger da grave crise sanitária que acontecia naquele momento”, afirmou.

Krieger destacou o ecossistema de inovação da Fiocruz, que vai desde a pesquisa básica, passando pelo desenvolvimento tecnológico, ensaios pré-clínicos e clínicos, scale-up e a produção. “A gente tem essas atividades e temos sempre que tentar articular e melhorar a efetividade desse ecossistema complexo”, pontuou. Na apresentação, foram mencionadas diversas iniciativas como publicação de editais, através do INOVA Fiocruz, lançamentos de programas, além de novas parcerias com instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras.

Homenagem

As pesquisadoras Viviane Boaventura e Valéria Borges conduziram a homenagem dedicada à pesquisadora Aldina Barral, que contou com a presença de colegas, ex-alunos, amigos e familiares da cientista. “Foi uma homenagem muito especial, porque relembramos coisas que a gente viveu aqui durante muito tempo. Acho que o maior exemplo que posso dar de tudo isso é de coragem, temos que ter muita coragem para enfrentar tudo, não só na ciência. E é importante valorizar as mulheres, pois nós somos o futuro”, comentou a pesquisadora. 

Aldina Maria Prado Barral nasceu no Piauí, é médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com Doutorado em Patologia Humana pela mesma instituição, e tem uma marcante trajetória científica na área de parasitologia, com ênfase em protozoologia parasitária humana. Em sua trajetória, contribuiu de forma significativa para o estudo da leishmaniose humana e para formação de mestres e doutores que hoje atuam em instituições nacionais e internacionais de ensino e pesquisa.

Recebeu prêmios como o World Scientists Forum International Awards-Science & Medicine, em 2003; o Prêmio Cláudia, na categoria de Ciências, em 2008; foi nomeada comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2010; e recebeu o Prêmio Scopus Brasil, promovido pela Editora Elsevier e pela Capes, em 2010. Em 2022, foi agraciada com o Prêmio SBI Women in Science, da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI).

É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, eleita em 2005, e em 2011 tornou-se também membro titular da Academia de Ciências da Bahia. Em 2020, a professora foi incluída em um ranking mundial de cientistas elaborado pelo Journal Plos Biology, que destacou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Eleita pelos critérios de impacto da carreira e impacto do pesquisador em um único ano, Aldina Barral esteve entre os 600 cientistas brasileiros que integraram a lista. Em 2023, foi novamente classificada no ranking mundial dos os 100 mil cientistas mais influentes do mundo, pelo portal Research.com, conquistando o 8º lugar na área de Imunologia.

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