Estudo buscou caracterizar resposta dos linfócitos T à Covid em vacinados

Getting your Trinity Audio player ready...

Estudante: Greice Carolina Santos da Silva
Orientação: Maria Fernanda Rios Grassi
Coorientação: Luana Leandro Gois
Título da dissertação: “CARACTERIZAÇÃO DA RESPOSTA DOS LINFÓCITOS T AOS PEPTÍDEOS DO SARS-CoV-2 ORIGINAL E DE VARIANTES EM INDIVÍDUOS IMUNIZADOS COM DIFERENTES PLATAFORMAS VACINAIS”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 04/04/2024
Horário: 14h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 893 9402 9474
Senha: greice

Resumo

INTRODUÇÃO: O SARS-CoV-2 possui quatro proteínas estruturais (S, M, N e E) e 16 não estruturais, alvos da resposta imune humoral e celular, especialmente a proteína S. As vacinas anti-SARS-CoV-2 no Brasil foram formuladas com adenovírus contendo DNA de S (ChAdOx1), RNA de S (BNT162b2) e vírus inativado (CoronaVac). Mutações na proteína Spike originaram as variantes Gama, Delta e Ômicron, que apresentam alterações no sítio de ligação de anticorpos neutralizantes, resultando no escape da resposta imune. Além disso, há uma redução nos títulos de anticorpos meses após a vacinação. Há lacunas sobre o impacto dessas mutações nos epítopos de linfócitos T CD8+ e no papel dos linfócitos na proteção contra variantes do vírus, considerando as diferentes plataformas de vacinação. OBJETIVO: Caracterizar a resposta dos linfócitos T aos peptídeos do SARS-CoV-2 em indivíduos imunizados com diferentes plataformas vacinais. Especificamente, predizer in silico regiões imunodominantes nas sequências S, M e N das variantes Gama, Delta e Ômicron do SARS-Cov-2 para linfócitos T CD8+ e quantificar a proporção de linfócitos T e magnitude da resposta aos epítopos das proteínas Spike, estruturais e não estruturais das variantes e da cepa original de Wuhan do SARS-CoV-2 em indivíduos imunizados com plataformas vacinais diferentes. MATERIAL E MÉTODOS: Os epítopos das regiões imunodominantes das sequências de consenso das proteínas S, M e N das variantes Gama, Delta e Ômicron foram preditos a partir da probabilidade de apresentação aos linfócitos T CD8+, afinidade com as moléculas de HLA da população brasileira e antigenicidade positiva, através dos softwares NetCTLpan, NetMHCpan e Vaxijen. Em seguida, a quantificação de linfócitos T produtores de IFN-y em resposta aos epítopos das proteínas do SARS-CoV-2 foi realizada por ELISPOT em três grupos vacinados contra SARS-COV-2 pelas plataformas CoronaVac (n=7), ChAdOx1 (n=8) e BNT162b2 (n=9). O número de células formadoras de spots (CFS) em resposta aos epítopos foi comparado entre os grupos. RESULTADOS: Foram identificadas 17 regiões imunodominantes na sequência de referência da proteína Spike. Dessas, 14 permaneceram conservadas nas variantes Gama, 16 na Delta e 12 na Ômicron. Nas proteínas M e N, apenas a variante Ômicron apresentou nova região imunodominante. Mutações em regiões imunodominantes rresultaram em mudanças na antigenicidade, com ganho de regiões exclusivas ou perda, sendo a proteína Spike a mais variável, especialmente da variante Ômicron. As regiões imunodominantes mutadas passaram a ser reconhecidas por novas moléculas de HLA. Indivíduos vacinados com CoronaVac, ChAdOx1 e BNT162b2 exibiram números de CFS semelhantes aos epítopos das proteínas do SARS-CoV-2 original e da proteína S da variante Gama. A vacina BNT162b2 demonstrou um número maior de CFS para a proteína S da variante Delta, além de uma magnitude de resposta mais elevada às proteínas do SARS-CoV-2. CONCLUSÃO: As regiões imunodominantes das sequências S, M e N das variantes Gama, Delta e Ômicron do SARS-CoV-2 demonstram conservação em relação à sequência de referência da cepa original de Wuhan. Variações decorrentes das mutações foram mais frequentes na proteína Spike da variante Ômicron. As vacinas CoronaVac, ChAdOx1 e BNT162b2 elicitam respostas de linfócitos T produtores de IFN-γ semelhantes aos epítopos de Wuhan e Gama. Vacinados com BNT162b2 apresentam uma maior proporção de linfócitos respondedores aos epítopos de S da variante Delta, além de uma magnitude de resposta superior.

twitterFacebookmail