Dissertação avalia uso da fotobiomodulação em câncer de cabeça e pescoço

Autoria: Larissa Matos Almeida Moura
Orientação: Marcus Fernando da Silva Praxedes
Título da dissertação: USO DA FOTOBIOMODULAÇÃO EM PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO TRATADOS EM UM SERVIÇO DE ONCOLOGIA NO BRASIL
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 29/07/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

ID da reunião: 830 9324 8343
Senha de acesso: defesa

Resumo

Introdução: O câncer de cabeça e pescoço (CCP) é a sétima neoplasia mais comum no mundo, sendo responsável por cerca de 800.000 novos casos e 270.000 mortes anualmente. O tratamento com Quimiorradioterapia (QRT), especialmente a com uso de platina em altas doses, é frequentemente utilizado nos pacientes com doença localmente avançada e está associado a um ganho significativo de sobrevida e maior controle de doença. Porém, esse tratamento ocasiona uma elevada toxicidade. A mucosite oral (MO) é um evento adverso frequente e potencialmente grave associado ao tratamento com QRT, sendo caracterizada lesões na mucosa oral, associado a dor local intensa e dificuldade de deglutição, que costuma progredir para um quadro de desidratação e perda ponderal importante. Esse evento adverso pode gerar uma necessidade de interrupção, temporária ou definitiva, da terapia e, nos casos mais severos, internamento hospitalar, aumentando o custo global do tratamento. Até o momento, existem poucas terapias eficazes para MO induzida por QRT, com destaque para a fotobiomodulação, que é considerada uma das terapias mais efetivas para a prevenção e tratamento deste evento adverso. Objetivo: Avaliar o uso da FBM profilática e sua relação na perda ponderal e no desenvolvimento da mucosite oral em pacientes com CCP que receberam tratamento oncológico com QRT em um serviço privado de oncologia no Brasil. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva, que incluiu pacientes com CCP submetidos a tratamento com radioterapia em concomitância com terapia sistêmica. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 1) pacientes que receberam tratamento com FMB e 2) pacientes que não receberam FMB. Resultados: 30 pacientes foram incluídos no estudo, 15 em cada grupo, com média de idade de 62 anos no grupo PBM e 63,2 anos no grupo controle. A maioria dos pacientes era do sexo masculino, com doença localmente avançada (estadiamento III ou IV), submetidos a tratamento com intenção radical com radioterapia concomitante a cisplatina em alta dose (100 mg/m² a cada 3 semanas). O uso de FBM apresentou efeito protetor em relação ao desenvolvimento de MO graus 3 ou 4 [Odds Ratio 0,22 (0.04-1.11)], independentemente do tamanho do tumor (p= 0.5508) e do acometimento linfonodal (p= 0.3564). A intensidade de perda ponderal foi mais acentuada no grupo controle, com uma redução no risco de perda ponderal maior que 5%, porém essa diferença não apresentou significância estatística. Conclusão: O uso da FBM profilática mostrou relação com menor risco de perda de peso e efeito protetor no desenvolvimento de MO grave na população deste estudo, embora a diferença entre os dois grupos não tenha sido estatisticamente significante. Esses resultados podem ter impacto direto na qualidade de vida do paciente, além de possibilitar maior adesão ao tratamento, menor número de internações e, consequentemente, redução dos custos globais do tratamento. Estudos adicionais com uma amostra maior e melhor controle de possíveis fatores de confusão são justificados. Espera-se que esses resultados sejam levados em consideração pelos gestores locais a fim de reforçar o benefício do uso profilático da FBM.

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Fiocruz Bahia participa de fórum internacional de tecnologia e inovação social

Nos dias 19 a 21 de julho, o I Fórum Internacional de Tecnologia e Inovação Social para as Pessoas e o Planeta, que aconteceu em Salvador, contou com a participação da Fiocruz Bahia. O evento teve como objetivo debater, principalmente, tecnologia e inovação social no âmbito das iniciativas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). A organização é da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), do Atlantic International Research Centre (Air Centre), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura no Brasil (FAO Brasil), com patrocínio da Fundação de Apoio à Fiocruz (Fiotec). O encontro reuniu cerca de 300 pessoas presencialmente e 500 online.

A abertura do evento contou com a apresentação musical do Quinteto de Cordas da Orquestra Sinfônica Juvenil (Neojiba), seguida da mesa composta representantes das instituições organizadoras e parceiras. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, falou sobre esperança em perspectivas diversas, a partir da academia, de movimentos sociais, da sociedade civil. “Falamos na mesa de pobreza, fome, desigualdades, mudanças climáticas, guerra, falamos sobretudo de cenários de insegurança frente ao alcance dos ODS e incertezas. Mas ao mesmo tempo falamos de resiliência, aliança para construção de agenda positiva em torno dos ODS, sustentabilidade, diplomacia da ciência e da saúde, cooperação em prol da agenda 2030, juventude, movimentos sociais, aprendizados. Falamos, portanto, de esperança”, comentou.

“Estamos reunidos aqui por um sentimento de urgência que sentimos com enfrentamento de uma crise planetária, um modelo de desenvolvimento iníquo, que se agravou com a pandemia e a guerra. Precisamos dar um salto para aquilo que nós nos colocamos como necessidade, a de construir ecologia de saberes, processos compartilhados de desenho e implementação de ações, a de inovar de maneira radical a maneira como se estabelece relação entre governos e movimentos sociais, em um nível nacional e global”, disse Paulo Gadelha, coordenador da EFA 2030 e do evento.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, salientou a importância do evento, que tem como um dos objetivos criar uma rede dinâmica e participativa com diferentes instituições nacionais e internacionais visando priorizar a tecnologia social e inovação como elemento fundamental para implantar a Agenda 2030 e os ODS. “As discussões foram direcionadas para o marco conceitual de tecnologia social, água, clima e segurança alimentar e nutricional, com a apresentação de iniciativas bem sucedidas, além de uma discussão fundamental sobre os principais problemas que a população global tem passado e que foram agravados com a pandemia da COVID-19, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a inflação, com o aumento das desigualdades sociais, principalmente da fome e da pobreza”.

Tecnologias e inovações sociais para a saúde 

No primeiro dia, Nísia Trindade ministrou a palestra intitulada “Tecnologia social, saúde e inovação: é possível falar em revolução democrática?”, moderada pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, com comentários de Xiaolan Fu, do Centro de Tecnologia e Gestão para o Desenvolvimento da Universidade de Oxford, Adélia Maria Carvalho, secretária de Saúde da Bahia, e Naomar de Almeida Filho, da UFBA. 

“Como transformar isso em potência democrática? As várias experiências reveladas trazem a questão de escala, como sair de um território específico, como transformar muitas ações em políticas públicas?”, questionou a presidente. “São perguntas que permanecerão, sem pretensão de respondê-las”. Nísia também apontou para a existência de uma grande potência, nos meios urbano e rural. “Mudança não vem da noite para o dia, existe tradição, mas existe também recriação que nos faz pensar diferente alguns problemas, na relação da academia e das políticas públicas com movimentos sociais e lideranças indígenas. Não sei se há revolução, mas há potência democrática em curso. A trajetória, mais que ascendente, precisa ser constante para que potência possa, de fato, significar uma revolução democrática”.

Na última mesa do dia, com o tema “Exemplos de tecnologia e inovações sociais para a Saúde”, foi debatido como instituições acadêmicas e da sociedade civil podem atuar para desenvolver ferramentas, ações e estudos em prol da saúde pública.  Entre os participantes estavam o presidente da Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu, Raimundo Nonato da Silva; a diretora fundadora da Redes da Maré, Eliana Sousa Silva; o coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Mauricio Barreto; e o administrador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, de Portugal, Rui Oliveira. A coordenação foi do chefe de Gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Fernandes. 

Barreto apontou como “usar bem os dados que a sociedade produz” pode gerar conhecimento científico inovador, como ocorreu com o projeto Coorte de 100 Milhões de Brasileiros, no qual a análise de dados utilizados pela administração pública, como as informações do Cadastro Único e o Sistema de Mortalidade, identificou, por exemplo, que a mortalidade em crianças menores de 5 anos nascidas de mãe indígena é três vezes maior do que os de uma mãe branca. O primeiro dia do fórum contou ainda com palestras, apresentação de conceitos sobre tecnologia social e, ao fim do dia, um momento para discussões finais.  

Segurança alimentar e nutricional

A diretora da Fiocruz Bahia coordenou a última mesa do evento, com o tema “Exemplos  de tecnologias e inovações sociais para a Segurança Alimentar e Nutricional”, composta pelos palestrantes Ananias Viana, do Turismo Étnico Comunitário Rota da Liberade; Denise Cardoso, presidente da Cooperatica Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc); Ana Paula Perles, do Programa Cozinhas Solidárias; Milton Barbosa, Superintendente de Economia Solidária e Cooperativismo da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia; e Veerle Vandeweerd, cofundadora do Global Sustainable Technology and Innovation Conference Series (G-STIC).

Marilda falou da importância das políticas públicas e apresentou dados do relatório de junho da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL/ONU), com previsões econômicas para a América Latina, no qual consta que oito milhões de pessoas passarão a viver em situação de insegurança alimentar. Falar de segurança alimentar, hoje, no nosso país, é muito importante e uma obrigação de todos nós. Temos um desafio enorme, aqui na Bahia e, eu tenho certeza, que em todo o Brasil as mulheres negras foram o grupo que foi mais atingido”.

O modelo de turismo comunitário desenvolvido em comunidades do município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, denominado de Rota da Liberdade, foi abordado por Ananias. “O turismo comunitário foi pensado com as organizações e conselheiros das  próprias comunidades, para desenvolver um novo modelo não só do turismo, mas também de todas outras produções que tem dentro das comunidades. E o turismo é o carro-chefe para carregar todas essas produções”.

Denise comentou sobre o modelo de inclusão e fortalecimento do cooperativismo e da lógica de sustentabilidade. “A Coopercuc é o resultado da convivência com o semiárido, seca não se combate se convive, e a gente mostra que é possível conviver com o semiárido”, afirmou. “A gente traz a valorização do bioma caatinga, desde o produto na prateleira até a relação com o cooperado, promovendo o empoderamento feminino”. 

Ana Paula apresentou o Programa Cozinhas Solidárias, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que atende pessoas em condição de insegurança alimentar. “Além de entregar alimento, a gente tem desenvolvido parcerias com advogados, então tem atendimento para as pessoas que estão na fila, de saúde, reforço escolar, enfim diversas atividades que acontecem ali, que conseguem deslocar essa essa comunidade não só em torno da alimentação, mas também em torno da sua própria cultura. Ali as pessoas podem se reunir, debater, a gente tem o próprio Jornal da Cozinha Solidária”. 

As conclusões e o encerramento do dia foram realizadas por Marilda Gonçalves e Patrícia Jaime, da Universidade de São Paulo (USP). No final do encontro, houve a cerimônia de encerramento, em que participaram da mesa Paulo Gadelha, Olivia Cordeiro e a coordenadora da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde do Estado da Bahia, Rívia Barros. Gadelha leu a Carta da Bahia, assim intitulada pela diversidade do estado, das contribuições durante o evento tanto de agentes públicos, como dos movimentos sociais e comunitários. O evento foi encerrado com a apresentação de Amadeu Alves e as Morenas de Itapoã.

*Com informações do Portal Fiocruz.

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Covid-19: CoronaVac com reforço da Pfizer protege contra casos graves

O surgimento da Ômicron causou questionamento quanto à eficácia das vacinas contra uma nova variante do coronavírus. Para verificar a situação no Brasil, um estudo do projeto VigiVac avaliou, durante o período em que a variante omicron do vírus foi predominante, a eficácia da aplicação de duas doses de CoronaVac com reforço da Pfizer.  Pela Fiocruz Bahia, participaram Thiago Cerqueira Silva, Vinicius Oliveira, Maurício Barreto, Viviane Boaventura e Manoel Barral-Netto, em co-autoria com pesquisadores da UFBA, UFRJ, UERJ, UNB e London School of Hygiene and Tropical Medicine.

O trabalho foi publicado na revista Nature Communications e abrange dados de 1° de janeiro a 17 de abril de 2022. Segundo os pesquisadores, a aplicação do reforço com vacina baseada na tecnologia mRNA após a aplicação de vacinas de outros tipos continua a oferecer proteção adequada contra casos graves, mesmo tendo transcorrido 120 dias após o recebimento da última dose, apesar de mostrar decréscimo na proteção a casos leves da doença.

Para efeitos de comparação, o estudo estimou a resistência de pessoas imunizadas com a dose de reforço contra aqueles que haviam recebido apenas as duas doses da CoronaVac e aqueles que não foram vacinados. A eficácia do reforço contra casos graves da Covid-19 foi estimada em 84,1%, mas não foi avaliada uma proteção significativa contra a infecção sintomática da doença.

A pesquisa também se debruçou no resultado demonstrado pelas vacinas em determinadas faixas etárias, principalmente idosos com mais de 80 anos. Neste grupo, foi detectada uma queda da eficácia de proteção, com variação de 81,3%, no período de 31 a 60 dias após a aplicação, até 72,9%, transcorridos 120 dias após a vacinação. Para os pesquisadores, é importante haver um foco especial nesta faixa etária por conta de sua vulnerabilidade ao vírus e ao intervalo maior entre a aplicação das doses neste grupo.

Foram analisados dados de 2 milhões de pessoas testadas durante a onda de casos causada pela Ômicron. O estudo coloca ainda que, com a perspectiva de circulação dessa variante, surge a necessidade do desenvolvimento de vacinas que previnam não apenas casos graves da doença, mas também mantenham a proteção contínua contra infecções do vírus.

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Projeto analisa a efetividade das vacinas em crianças e adolescentes

O projeto da Fiocruz Bahia VigiVac estudou a efetividade das vacinas contra a COVID-19 nos grupos de crianças e adolescentes. O boletim, que apresenta resultados da análise até maio deste ano (clique aqui para acessar), descreveu a avaliação da efetividade da imunização contra casos leves e graves da doença. No grupo infantil, foi analisada a proteção da CoronaVac e, nos adolescentes, foi estudada a Pfizer, devido a aplicação majoritária dessas vacinas nestes respectivos grupos.

Nos jovens de 12 a 17 anos, observou-se que a proteção contra casos graves de COVID-19 manteve-se em 80%, mesmo 98 dias após a aplicação da segunda dose. No entanto, há um declínio da proteção contra casos leves da doença já a partir dos 28 dias de aplicação da vacina. Até 19 de maio, 68,9% deste grupo apresentava esquema vacinal completo. Já na população infantil, entre 6 e 11 anos, a CoronaVac apresentou uma proteção de 39,8% para infecções sintomáticas e 58,8% para casos graves da COVID-19. O boletim alerta ainda para a baixa cobertura vacinal das crianças. No período estudado, apenas 40% das crianças de 5 a 11 anos tomaram a segunda dose.

O boletim também destaca a vulnerabilidade da população infantil à doença. Segundo o documento, crianças podem desenvolver efeitos prolongados da infecção como a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica e sintomas de COVID longa. Para combater os picos de transmissão da doença, recomenda-se a continuidade das medidas de prevenção (uso de máscaras e a limitação da aglomeração), mas também a ampliação da vacinação para crianças abaixo de 5 anos.

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Novo índice aponta que desigualdades sociais em saúde no brasil se aprofundaram na pandemia

Adalton dos Anjos | Cidacs/Fiocruz Bahia

Durante a pandemia de Covid-19, não faltaram relatos e reportagens que mostravam como determinados grupos populacionais vivenciaram este período com mais dificuldades do que outros. O desemprego, a fome, bem como as dificuldades de acesso às máscaras, álcool gel e até a água atingiram fortemente comunidades vulnerabilizadas. Diante deste contexto, pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) construíram um índice que mede os efeitos das desigualdades sociais em saúde na pandemia no Brasil e descobriram que o abismo entre as regiões Norte-Nordeste e Sul-Sudeste se aprofundou neste período.

“A Região Norte, antes do início da pandemia [fevereiro de 2020], estava com quase 98% dos municípios na pior situação de desigualdade social em saúde e, mesmo com tantos investimentos em saúde desde então, praticamente a totalidade deles permanece nessa situação nos outros momentos”, explica a epidemiologista Maria Yury Ichihara, coordenadora do projeto que desenvolveu o Índice de Desigualdades Sociais para a Covid-19 (IDS-COVID-19). No caso de municípios da região Sul, o índice demostra que, do início da pandemia comparando com janeiro deste ano, a situação de desigualdades sociais em saúde reduziu 16%, sobretudo por conta do aumento da oferta de serviços de saúde.

Os dados oferecidos pelo índice alertam que a situação de desigualdade social em saúde no Brasil preexistia à Covid-19. Antes da pandemia, 98% dos municípios da Região Norte estavam nos agrupamentos 4 e 5, os dois piores grupos classificados pelo IDS-COVID-19. Na Região Sudeste, eram 35% dos municípios e no Sul, apenas 7%. “As desigualdades entre as regiões se aprofundaram, considerando que há uma melhoria dessas desigualdades em alguns municípios, embora não seja grande, enquanto outros permaneceram em situação crítica”, destaca a epidemiologista.

O IDS-COVID-19 foi calculado com base em dados socioeconômicos, sociodemográficos e de acesso aos serviços de saúde. Os pesquisadores exploraram bases de dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010, bem como do Cadastro Nacional dos Equipamentos de Saúde (CNES) para capturar números de leitos de UTI e respiradores, e do Índice Brasileiro de Privação (IBP), que leva em consideração a renda, educação e condições de domicílio.

Foram definidas também variáveis que mais se relacionavam com as desigualdades sociais em saúde na Covid-19 como o percentual de população residente em domicílios com densidade domiciliar maior que 2, percentual de idosos em situação de pobreza, além do percentual de pretos, pardos e indígenas. “A pandemia atingiu as pessoas negras de forma distinta por conta das desigualdades raciais. Era preciso que a gente desse evidência a isso. E o índice tem uma função de dar a gente uma forma de mensuração das desigualdades”, afirma a epidemiologista Emanuelle Góes, pesquisadora associada ao Cidacs e que fez parte da equipe de construção do IDS-COVID-19, explicando como se inseriu o racismo estrutural como categoria de análise no índice.

Região Norte concentrou maior proporção de municípios nas piores situações de desigualdades

“Todas as proibições mexeram diretamente com a atividade de algumas mulheres ribeirinhas, mulheres da floresta ou da região rural porque as atividades foram paralisadas”, explica a pesquisadora em Ciências Farmacêuticas Terezinha de Jesus, que integra o Instituto de Mulheres Negras do Amapá e participou de reuniões com a equipe de pesquisadores do IDS-COVID-19 para compartilhar suas experiências.

Segundo ela, além das condições socioeconômicas e sociodemográficas, uma série de outras ocorrências foram marcantes para que o estado do Amapá e a própria Região Norte tenham tido impactos profundos por conta da pandemia. “As pessoas foram para casa de parentes no interior e levaram o vírus para lá, inclusive muitas pessoas morreram”, relembra Terezinha. Ela ainda destacou a grande circulação de desinformação, a espera por até uma semana para a chegada dos resultados dos testes de Covid-19 analisados em Belém (PA) e a situação de fome na região onde mora.

Após a primeira onda da pandemia de Covid-19, somente 3% dos municípios da Região Norte conseguiram reduzir as condições de desigualdades em saúde, segundo dados do IDS-COVID-19. Em uma comparação com municípios da Região Sul, por exemplo, 8% deles apresentaram redução das desigualdades.

Os dados do índice também mostram que nos quatro momentos medidos mais de 90% dos municípios da Região Norte ficaram na pior classificação quanto ao nível de desigualdades sociais em saúde.

“Todo mundo viu a onda se formando, o tsunami vindo e ninguém fez nada”

Na Região Nordeste, a realidade medida pelo IDS-COVID-19 não foi diferente. Em fevereiro de 2020, quase todos os municípios, 99%, estavam nos dois piores grupos com relação à situação de desigualdades sociais em saúde. Ao longo da pandemia, a região apresentou uma ligeira redução nessa condição com 95% em julho de 2020, 93% em março de 2021 e 92% em janeiro de 2022.

Para quem viveu na pele os efeitos da pandemia no dia a dia, não faltam relatos de dificuldades e soluções que poderiam ter sido implementadas para que menos pessoas morressem ou se contaminassem com o novo coronavírus sobrecarregando os serviços de saúde. “Para mim, a água naquele momento tinha que ser distribuída para todo mundo ter acesso, assim como álcool gel. Não é que a gente foi pego desprevenido na pandemia. Todo mundo viu a onda se formando, o tsunami chegando e ninguém fez nada” afirma Ivana Braga, mestre em Políticas Públicas e integrante o Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa no Maranhão, que também participou do projeto de construção do IDS-COVID-19.

Para Durvalina Rodrigues, doutoranda em Antropologia e integrante da Rede Mulheres Negras do Nordeste e Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba, um grupo em especial tem sido mais afetado pela pandemia. “Como as mulheres negras são a base da pirâmide social, essas mulheres foram as mais atingidas não só pelas iniquidades sociais, mas pelas desumanidades que aconteceram no nosso país, através dos nossos governantes. Foi trágico”, reflete.

“A maioria das mulheres negras chefiam suas casas e cuidam dos seus filhos. Você ter uma situação em que você tinha mulheres chefes de família em situação de adoecimento, de cuidar sem ter esse cuidado, e com filhos em situação de risco” reflete Lúcia Gato, integrante do Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa.

O Maranhão, estado onde Lucia vive, apresenta uma situação ainda mais intensa com relação às desigualdades sociais em saúde medidas pelo IDS-COVID-19 que é o fato de 214 dos 217 municípios analisados terem estado na posição de maior desigualdade no início da pandemia. Nos momentos seguintes medidos pelo índice, esse número se manteve quase o mesmo, com 208 municípios nesta situação desigual na comparação

entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2022. Os municípios de São Luís e Imperatriz foram os que apresentaram a maior redução desde quando a pandemia começou.

Municípios da Região Centro-Oeste apresentam diferentes níveis de desigualdade

Uma das características dos municípios da Região Centro-Oeste é a distribuição deles em diferentes níveis de desigualdade, segundo os cálculos do IDS-COVID-19. No entanto, ainda há um maior volume de locais classificados nos dois piores grupos com relação à situação de desigualdades sociais em saúde.

Em uma escala de 1 a 5, com 1 para menos desigual e 5 para mais desigual, a Região tinha 134 municípios no grupo 3, 270 municípios no grupo 4 e 51 no grupo 5 antes do início da pandemia. Dos municípios que estavam nos grupos 4 e 5, 76% deles mantiveram a situação de desigualdade social em saúde na comparação entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2022. O destaque vai para as capitais do Centro-Oeste, além de Brasília, que mantiveram suas respectivas situações de menor nível de desigualdade desde o início da pandemia até o último momento analisado, em janeiro de 2022.

“A pandemia piorou a situação das desigualdades e dos direitos humanos”

“O que me chamou mais atenção nesse processo foi a total dificuldade ou negação do acesso a serviços. Você tinha CRAS [Centro de Referência da Assistência Social] e creches fechadas, escolas e hospitais fechadas – só as grandes unidades abertas” elenca Lúcia Xavier, que coordena o Observatório de Direitos Humanos Crise e Covid-19 e a ONG Criola. Ela ainda destaca a violência policial no Rio de Janeiro, cidade onde vive, o isolamento dos sistemas prisionais, a fome e a elevada quantidade de mortes no período.

De acordo com dados do IDS-COVID-19, a distribuição de municípios quanto à classificação pela situação de desigualdade social em saúde esteve mais concentrada entre os níveis intermediários no Sudeste. Em Minas Gerais, no início da pandemia, 50% dos municípios foram classificados nos dois últimos grupos, com pior situação de desigualdade, e 33% em uma posição intermediária. Por outro lado, em São Paulo 41% dos municípios estavam nos agrupamentos com menor nível de desigualdade e 11,3% nas duas piores posições.

No Rio de Janeiro, dos 92 municípios que compõem o estado, 39 iniciaram a pandemia nas piores situações relativas às desigualdades, segundo o índice, e 28 deles mantiveram o lugar ao longo dos períodos analisados pelos pesquisadores.

No município do Rio de Janeiro, uma das principais reclamações da população era a falta de dados sobre os números de casos e óbitos por Covid-19. “Havia casos e relatos de muitos óbitos acontecendo em municípios de favela e não percebíamos esses dados na grande mídia. Sabíamos que a situação era grave e o apoio não chegava de maneira adequada”, explica Renata Gracie, pesquisadora da Fiocruz e participante do Painel Unificador Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro. A iniciativa resultou na criação de um painel com dados levantados localmente pelos próprios moradores de territórios de favela e, que depois também passou a ser alimentado também por outras bases de dados, que foram mapeadas pelos CEPs.

Região Sul tem melhora na situação desigualdades sociais em saúde

Enquanto a situação de desigualdades sociais em saúde se manteve praticamente inalterada em municípios do Norte e Nordeste, que já viviam condições inferiores, no Sul, o IDS-COVID-19 mostra uma ligeira redução das desigualdades. A Região não teve nenhum dos 1188 municípios classificados (3 deles não foram incluídos na pesquisa) no pior agrupamento antes da pandemia (fevereiro de 2020). Além disso, do último momento analisado (janeiro de 2022) para o período antes da pandemia, 196 municípios reduziram as desigualdades, de acordo com o índice.

Por outro lado, entre os 84 municípios que estiveram classificados na lista dos mais desiguais da Região Sul no início da pandemia, 65 permanecem nessa condição. Para Débora Olímpio, da Rede Mulheres Negras para Soberania e Segurança Alimentar Nutricional no Paraná, a fome foi uma das maiores dificuldades visualizadas neste período. “A gente vinha de um processo de insegurança alimentar no Brasil e ela se agrava com a pandemia” reflete Débora, que relembra que a organização que integra teve que novamente fazer um trabalho de busca de financiamento e distribuição de cestas básicas. “Voltamos para um momento de precarização mesmo. Olha a que ponto estamos?!”, questiona.

Participação de gestores e membros da sociedade civil marcam construção do IDS-COVID-19

Um dos pilares do projeto de pesquisa responsável pela construção do IDS-COVID-19 foi o envolvimento dos públicos durante o processo de investigação. O objetivo principal deste esforço de estabelecer uma relação mais estreita entre os diversos participantes é, ao ouvir suas experiências cotidianas durante a pandemia, ser mais assertivo nos resultados da pesquisa e permitir a aplicabilidade do índice.

A experiência dos convidados relacionadas às desigualdades sociais e a pandemia foram bastante importantes para o andamento da pesquisa. “A ideia é que o índice tenha utilidade no dia-a-dia das pessoas e, para isto, precisamos ouvi-las durante o processo de andamento da pesquisa”, defende Maria Yury Ichihara, coordenadora do projeto e vice-coordenadora do Cidacs.

Foram convidadas cerca de 40 pessoas entre representantes da área de gestão pública, representantes de entidades e associações de comunidades, pesquisadores e jornalistas. Cada um destes grupos participou de algumas atividades que permitiram o encontro e diálogo com os pesquisadores. Durante os grupos de discussão, as reuniões técnicas e webinários, os públicos eram consultados sobre os caminhos adotados na construção do IDS-COVID-19.

Débora Olímpio afirma que aceitou colaborar com o projeto para compreender como está a situação da população negra neste momento, pois este indicador, dentro deste processo, pode indicar a vulnerabilidade desta população. “Existe um potencial e um olhar nosso de ver que quem está nesse processo de maior desigualdade da pandemia é a população negra, mas precisamos disso materializado, em formato de estudo, de forma palpável para cobrar da gestão pública e para buscarmos financiamento junto a outras instituições”, defende.

Sobre o IDS-COVID-19

O projeto “Avaliando os efeitos das desigualdades sociais durante a pandemia de Covid-19”, tem por objetivo avaliar a relação entre um Índice de Desigualdades Sociais para Covid-19, a ocorrência de casos e óbitos em agrupamentos de municípios. O projeto faz parte do Grand Challenges ICODA pilot initiative, promovido pelo Health Data Research UK e financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates e Fundação Minderoo.

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Coletivo da Periferia Brasileira de Letras inaugura a Casa do Museu Popular da Bahia

No dia 02 de julho, data em que se comemoram os festejos da Independência do Brasil na Bahia, a Casa do Museu Popular da Bahia será inaugurada no bairro de Fazenda Grande do Retiro, território periférico da cidade de Salvador. Idealizada pelo Grupo de Arte Popular A Pombagem, coletivo que integra a Periferia Brasileira de Letras (PBL), a Casa também funcionará como um museu comunitário e um centro de referência em estudos de Artes de Rua, Educação Patrimonial e Museologia Popular.

A ideia da Casa vem no sentido de satisfazer às demandas do coletivo, principalmente a necessidade de prosseguir com as investigações em torno do que seus membros chamam de arte-educação patrimonial. De acordo com Janete Brito e Fabricio Brito, mãe e filho que encabeçam a ideia, ser arte-educador patrimonial é usar a arte-educação como expediente metodológico para valorizar e potencializar o patrimônio cultural. Em outras palavras, é articular arte, educação e patrimônio em prol do desenvolvimento da comunidade. 

Com base na afirmação de que “a rua é o museu do povo”, a Casa se colocará para além de um espaço de conservação, guarda e exposição de objetos ou peças mnemônicas. Em vez disso, numa perspectiva de museu vivo, comunitário e popular, a Casa promoverá, através do Grupo de Arte Popular A Pombagem, ações culturais e educativas em ruas e praças do bairro de Fazenda Grande do Retiro, dialogando com os diversos patrimônios culturais da comunidade.

O bairro de Fazenda Grande do Retiro tem histórias incríveis, e uma delas é bastante inspiradora: a Festa do Lixo. Considerada um patrimônio cultural da comunidade, a Festa do Lixo remonta ao dia 2 de julho de 1975, data em que os moradores locais, num gesto considerado de Independência, reuniram-se para recolher o lixo das ruas e o abandonaram diante da Imprensa Oficial do Estado da Bahia, localizada no mesmo bairro. 

A Festa durou entre 1975 e 1985 e acontecia sempre na data de comemoração da Independência da Bahia. Além de denunciar o descaso da prefeitura em relação à coleta de lixo e de reivindicar o direito a um ambiente saudável, os festeiros se manifestavam recitando poesias e protestando pelo fim da ditadura civil-militar no país. Inspirada nessa memória de luta e resistência, a Casa será inaugurada, no próximo 2 de julho, com uma roda de conversa sobre a Festa do Lixo enquanto patrimônio cultural. 

A Casa do Museu Popular da Bahia também será um espaço de pesquisa, pois, além das atividades estritamente artístico-culturais, promoverá encontros e seminários sobre museologia popular e novas possibilidades de musealização. Segundo mãe e filho, esta empreitada permitirá que as experiências museais em ruas e praças públicas, realizadas há mais de 10 anos pelo Grupo de Arte Popular A Pombagem, constituam objeto de reflexões mais aprofundadas sobre o tema.

No segundo ano de pandemia, o Grupo de Arte Popular A Pombagem iniciou uma campanha virtual pelo instagram para mobilizar colaboradores em prol da inauguração da Casa. Através de doação pelo pix as pessoas foram apoiando e se tornando uma base fundamental para ajudar nas demandas do espaço. Com a campanha foi possível pagar algumas contas de água e luz, além de adquirir dois bonecos gigantes. Tem ocorrido doações de todo tipo: instrumentos musicais, tecidos e adereços, bebedouro, uma mala de brinquedos etc. Para fazer parte dessa rede de colaboradores, basta entrar em contato através do @apombagem ou doar pelo pix janjansilvabrito@hotmail.com.

O Grupo de Arte Popular A Pombagem surgiu em 2009 na periferia de Salvador, mais especificamente nas ruas e praças dos bairros de Fazenda Grande do Retiro e São Caetano. Os pombos, como são chamados os membros do coletivo, escreviam poesias que refletiam os dramas sociais de suas comunidades. Com o passar do tempo as poesias dos pombos foram se transformando em dramaturgias para espetáculos de teatro de rua. Atualmente, o grupo tem se dedicado ao espetáculo “O Museu é a Rua”, que é resultado de investigações estéticas e poéticas em torno da questão museal. 

A programação terá o seguinte formato: às 8 horas da manhã começará o mutirão de limpeza do espaço com artistas do grupo e moradores locais envolvidos no processo; às 12 horas acontecerá o almoço comunitário; às 14 horas será iniciada a roda de conversa sobre a Festa do Lixo enquanto patrimônio cultural; e às 16 horas será o momento do sarau de poesias. A Casa do Museu Popular da Bahia está localizada na Rua Melo Morais Filho, nº 331, no bairro de Fazenda Grande do Retiro, Salvador-Ba. 

Sobre o projeto Periferia Brasileira de Letras

A rede PBL é uma plataforma colaborativa que busca, por meio da participação popular de coletivos literários, a construção coletiva de políticas públicas saudáveis para territórios de favelas e periferias. O projeto tem também o objetivo de colaborar para o aprofundamento de um campo que seja agregador das diversas formas de fazer literatura existentes no Brasil, dando visibilidade aos coletivos e grupos participantes dessa rede e, mais ainda, à diversidade da criação literária advinda da classe trabalhadora.

Serviço

Inauguração da Casa do Museu Popular da Bahia

Local: Rua Mello Morais Filho, nº 331, Fazenda Grande do Retiro.

Data: 2 de julho de 2022

Organização: Grupo de Arte Popular A Pombagem – coletivo que integra a Periferia Brasileira de Letras (PBL)

 

 

 

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Cidacs promove Webinário para o lançamento de novo índice de desigualdades na Covid-19

 

Como medir os efeitos das desigualdades sociais durante a pandemia da Covid-19? Este foi o desafio enfrentado por uma equipe de pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) que resultou na construção do Índice de Desigualdades Sociais para Covid-19 (IDS-Covid-19). O Índice será lançado em evento online no dia 30 de junho, às 15h. As inscrições podem ser feitas neste link.

Durante o evento, haverá uma mesa de abertura com as participações de Marilda Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia; Maurício Barreto, coordenador do Cidacs; Claude Pirmez, pesquisadora titular da Fiocruz e gerente do Programa Grand Challenges Brazil, além de representantes do HDR-UK, de organizações da sociedade civil e da gestão em saúde, que participaram do processo de construção do Índice. Na sequência, membros da equipe do IDS-COVID-19 farão a apresentação do índice, suas potencialidades, produtos e aplicações.

O IDS-COVID-19 mede as desigualdades em termos socioeconômicos, demográficos e de dificuldades de acesso aos cuidados de saúde. Um dos pilares da iniciativa é envolver grupos focais da comunidade durante os processos de construção do índice e na disseminação das atividades desenvolvidas.

O projeto fez parte da chamada da Fundação Bill & Melinda Gates, por meio da International COVID-19 Data Alliance (ICODA). Ele foi um dos nove selecionados entre 400 propostas de 69 países. Todas elas se dedicam às questões urgentes relacionadas à pandemia de Covid-19 e utilizam abordagens inovadoras da ciência de dados.

Mais informações sobre o IDS-COVID-19 podem ser conferidas no site do Cidacs.

 

 

 

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Abertas as inscrições para a disciplina Desenvolvimento de Ferramentas Diagnósticas para Identificação de Patógenos

Estão abertas as inscrições para a disciplina Desenvolvimento de Ferramentas Diagnósticas para Identificação de Patógenos, do curso de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, da Fiocruz Bahia. As inscrições podem ser realizadas até o dia 15 de julho, através do formulário disponível clicando aqui. Após preenchimento do formulário é necessário enviar comprovante de matrícula na Pós-Graduação e Carta de Intenção para o e-mail fred.santos@fiocruz.br. As inscrições só serão aceitas mediante envio da documentação requerida.

A disciplina, que será oferecida em português, através da plataforma Zoom, é destinada aos alunos de pós-graduação stricto-sensu (nível mestrado ou doutorado) e pós-doutorado. As aulas serão realizadas entre os dias 12 de setembro e 03 de outubro, abordando conceitos sobre os principais tópicos que envolvem o desenvolvimento de testes sorológicos.

Ao todo, serão oferecidas 200 vagas. Deste quantitativo, 30 vagas serão reservadas para alunos da Fiocruz Bahia e 170 para alunos externos. Caso as vagas destinadas aos alunos da instituição não atinjam o máximo de utilização, as vagas remanescentes serão destinadas aos alunos externos.

A programação conta com aulas de cientistas da Fiocruz especialistas nos temas que irão abordar (1) Ferramentas de identificação de novos marcadores diagnósticos: introdução à proteômica; (2) Métodos de obtenção de proteínas: da clonagem à purificação e quantificação; (3) Ferramentas de análise estrutural e do comportamento físico-químico de proteínas: dicroísmo circular, espalhamento dinâmico da luz e ressonância plasmônica de superfície; (4) Fases de desenvolvimento de um teste diagnóstico, protocolo STARD e parâmetros de desempenho. (5) Interação antígeno-anticorpo. (6) Testes diagnósticos baseados em interações antígeno-anticorpo: aglutinação, ensaios imunoenzimáticos, ensaios imunocromatográficos, citometria de fluxo, imunofluorescência e Western blot; (7) Desenvolvimento de ensaios imuno-histoquímicos. (8) Análise por microscopia eletrônica e confocal. Confira a programação abaixo.

Todos os encontros serão realizados das 09h às 12h. Variações de horário poderão ocorrer a depender da disponibilidade dos professores.

Confira a programação:

Aula Tema Professores

1

12/09/22

Apresentação da disciplina

– Definição dos grupos para os seminários

– Avaliações

Introdução à proteômica

Dr. Fred Santos (Fiocruz-BA)

Dra. Paola Celedon (Fiocruz-PR)

2

13/09/22

Métodos de obtenção de proteínas

– Clonagem

– Purificação

– Quantificação

Dr. Carlos Gustavo Régis (Fiocruz-BA)

3

14/09/22

Identificação de epítopos em microarranjos

Ferramentas de análise estrutural e comportamento físico-químico de proteínas (Parte I)

– Dicroísmo circular

– Espalhamento dinâmico da luz

Dr. Leonardo Paiva (Fiocruz-BA)

4

15/09/22

Ferramentas de análise estrutural e comportamento físico-químico de proteínas (Parte II)

– Ressonância plasmônica de superfície

Dr. Diogo Moreira (Fiocruz-BA)

5

19/09/22

Antígenos, Anticorpos e interação Antígeno-Anticorpo Dra. Cláudia Brodskyn (Fiocruz-BA)

6

20/09/22

Fases de desenvolvimento de testes diagnósticos

Protocolo STARD

Parâmetros de desempenho

Dr. Fred Santos (Fiocruz-BA)

7

21/09/22

Ensaios imunoenzimáticos

– ELISA

– Microarranjo líquido

Dr. Fred Santos (Fiocruz-BA)

8

22/09/22

Ensaios baseados em aglutinação, precipitação e imunocromatografia Dra. Deborah Fraga (Fiocruz-BA)

9

23/09/22

SDS-PAGE

Western blot

Dra. Paola Celedon (Fiocruz-PR)

10

26/09/22

Ensaios imunoquímicos

Imuno-citoquímica

Imuno-histoquímica

Dr. Washington dos Santos (Fiocruz-BA)

11

27/09/22

Microscopia eletrônica

Microscopia confocal

Imunofluorescência

Dr. Cláudio Figueira(Fiocruz-BA)

12

28/09/22

Ensaios baseados em citometria de fluxo

CBA

Dr. Jorge Clarêncio(Fiocruz-BA)

13

29/09/22

Lab-on-chip Dr. Lucas Blanes (Fiocruz-PR)

14

30/09/22

Apresentação de cases

NAT Chagas

TR Chagas

 

Dr. Otacílio Moreira (Fiocruz-RJ)

Dr. Fred Santos(Fiocruz-BA)

15

03/10/22

Avaliação final do curso Dr. Fred Santos(Fiocruz-BA)
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30ª RAIC premia melhores trabalhos de iniciação científica

Realizada entre os dias 08 e 10 de junho, presencialmente, a 30ª Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) da Fiocruz Bahia anunciou os prêmios de Melhores Trabalhos e Menções Honrosas. Durante os dois dias do evento, promovido pela Vice-diretoria de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, através do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), os participantes puderam apresentar as pesquisas desenvolvidas na instituição, passando por uma banca composta por avaliadores internos e externos.

Durante a cerimônia de encerramento, a Vice-diretora de Ensino, Claudia Brodskyn, falou sobre a importância da iniciação científica para a formação de futuros pesquisadores. “Tem todo um carinho especial que dedicamos à RAIC porque achamos que essa é a semente que começamos a plantar. O gostar da ciência e da metodologia científica, o rigor, a ética…é um aprendizado que acaba se transformando em uma mola propulsora”, afirmou.

Vencedor nas categorias Melhor Trabalho e Melhor Apresentação Oral, o estudante de medicina, Marcio Barreto, falou sobre as contribuições do estudo ‘Validação do questionário de distúrbios do olfato (odq) para a língua portuguesa do Brasil em pacientes com síndrome pós-covid-19’, orientado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura. ”Nós percebemos que mesmo após a fase aguda da Covid-19, alguns pacientes continuavam com disfunção do olfato. Então o nosso trabalho foi validar questionários que já existiam em outros idiomas, traduzindo para o português do Brasil através de um processo metodológico que garantisse a fidedignidade dos dados”, explicou.

Intitulada ‘Avaliação da atividade de moléculas sinalizadoras na migração de macrófagos infectados por Leishmania’, a pesquisa apresentada pela estudante Carla Polyana Bernardes, foi mais uma premiada na categoria Melhor Trabalho. Orientado pela pesquisadora Juliana Perrone Fullam, o estudo avalia a migração  de macrófagos murinos infectados por 3 espécies diferentes de Leishmania (Leishmania amazonensis, L. braziliensis, e L. Infantum) em ambiente  tridimensional. Segundo a premiada, a RAIC é uma grande oportunidade para divulgar e discutir os dados científicos com a comunidade Fiocruz, auxiliando na disseminação da ciência. “Receber o prêmio foi extremamente gratificante e emocionante para mim porque foi uma forma de reconhecimento de todo um trabalho em equipe, afinal a ciência não é feita de uma forma individualizada e sim em conjunto, e esse prêmio representa todo o nosso esforço e dedicação por este projeto”, afirmou.

A estudante de Farmácia, Joelma Neres, também está entre as premiadas pela banca.  A pesquisa intitulada “Alterações em genes de enzimas metabolizadoras de drogas em pacientes com anemia falciforme em uso de hidroxiuréia”, foi orientada por Dra. Marilda Gonçalves e co-orientada pelo Dr. Sètondji Cocou Modeste. “Nós estamos caracterizando os perfis laboratorial, clínico e farmacocinético dos participantes e investigando os polimorfismos em genes de enzimas metabolizadoras de drogas, buscando associações entre os dados obtidos. Com isso, buscamos identificar fatores e biomarcadores associados à variabilidade da resposta terapêutica nos indivíduos com AF em uso de HU, que é o principal tratamento para a doença”, afirmou Joelma Neres, premiada na categoria Melhor Apresentação Oral.

Contemplada com Menção Honrosa, a pesquisa ‘Análise do matrisoma tumoral e sua relação com marcadores prognósticos em modelo espontâneo canino de câncer de mama em estágio avançado’, apresentado pelo estudante de Farmácia, Bruno Almeida, o estudo busca entender as diferenças da morfologia e composição de proteínas da matriz extracelular entre estágios brandos e agressivos do câncer de mama. Para Bruno, o reconhecimento é uma validação de que ele está seguindo o caminho certo. “A pandemia foi um momento complicado na vida de todos e, para mim, além das complicações óbvias, representou um atraso no andamento do meu trabalho no laboratório e admito que tive que lutar para vencer a frustração. Esse prêmio, logo na retomada das minhas atividades em caráter normal, me deixou em êxtase por um bom tempo, pois sei que, mesmo em um contexto caótico, eu dei o meu melhor para realizar esse trabalho”, afirmou.

O estudante do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, Arthur Lopes, também recebeu Menção Honrosa pela apresentação oral na categoria RAIC Voluntária, com o estudo ‘O debate sobre vacina contra o novo coronavírus: uma análise de sentido no jornalismo e nas mídias sociais’, orientado por Antonio Brotas. O participante falou sobre a importância de analisar o cenário de desinformação em meio à pandemia da Covid-19 e descreveu o sentimento de ter a sua pesquisa reconhecida. “Essa é uma sensação de dever cumprido. Estou finalizando o período de Iniciação Científica e concluir essa etapa recebendo a Menção é muito representativo”, afirmou.

Ao todo foram 43 trabalhos inscritos e dezesseis premiados, que abordaram temas como sífilis, doença falciforme, leishmaniose visceral e células tronco. A RAIC premiou ainda o estudo ‘Avaliação da eficácia do tratamento com OLPC em cães naturalmente infectados com Leishmania infantum’, na categoria Programa de Vocação Científica – PROVOC, destinado a Iniciação Científica para estudantes do ensino médio.

Clique aqui e confira a lista completa de premiados.

 

Confira as fotos: 

 

 

 

 

 

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Primeiro datacenter de dados administrativos em saúde do Brasil é inaugurado pelo Cidacs/Fiocruz Bahia

“O desafio de quem financia a pesquisa científica é saber identificar o que interessa ao país. E o que o Cidacs faz interessa ao Brasil”, definiu Raquel Coelho, analista sênior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na inauguração do novo datacenter do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), no Parque Tecnológico da Bahia, nesta quinta-feira, 9 de junho. O evento foi marcado pela presença de diretores, pesquisadores e técnicos de diferentes unidades da Fiocruz no país, além de representantes de diversas instituições de ciência e tecnologia do Brasil e do mundo.

No campo da pesquisa científica, o Datacenter Container possibilita um maior armazenamento e integração de dados sociais e de saúde que permitem à ciência obter informações sobre determinantes sociais da saúde, aspectos epidemiológicos relacionados a diversas doenças, avaliações de políticas públicas. Dessa forma, o Cidac despertou o interesse de órgãos nacionais e internacionais interessados em entender as dinâmicas de determinadas doenças, baseada em contextos demográficos, sociais, econômicos, entre outros.

O coordenador-geral de Ações Estratégicas em Pesquisa Clínica do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde (Decit/MS), Max Nóbrega, foi um dos presentes à mesa de abertura e destacou a importância do Cidacs para ciência brasileira, frisando a expertise do Cidacs/Fiocruz na gestão de grandes volumes de dados com muita segurança da informação: “A gente veio aqui para aprender com experiência do Cidacs, sobretudo, quanto a questão da privacidade de dados sensíveis”. E com o datacenter esses processos devem ser ainda mais otimizados.

Em vídeo enviado para a cerimônia, a presidente da Fiocruz Nísia Trindade comentou a importância do Datacenter: “Este equipamento poderá aprimorar a análise de dados com segurança e velocidade”, pois ele irá expandir a capacidade de análise de dados administrativos e de saúde, além de aumentar a capacidade de absorver e impulsionar novos projetos de pesquisa que venham para melhorar a saúde pública no Brasil, através da compreensão de análises mais complexas sobre determinantes sociais e impactos de políticas de saúde.

Diante destas potencialidades, Alexandre Menezes, vice-presidente da Global Health Strategies (GHS), que representa a Fundação Bill and Melinda Gates no Brasil, declara como ele enxerga a importância do trabalho realizado pelo Cidacs: “Olho para o Centro como um tesouro capaz não só de oferecer dados de saúde para a população, mas que segue inspirando todo o ecossistema da pesquisa científica em saúde, pois possui a singularidade do volume e a qualidade dos dados, além da capacidade da pesquisa brasileira e do compromisso com a equidade social”.

 

Fazendo história

Mais de 70 artigos publicados, parcerias nacionais, internacionais, vitórias em diversos editais internacionais. O Cidacs já tem muito o que comemorar e o Datacenter nasce pela perspectiva de que é possível e necessário fazer ainda mais.  No entanto, tamanha repercussão foi contextualizada no sentido do trabalho e das parcerias que foram fundamentais para elevar o Cidacs ao patamar que alcançou nesta data. Sobre isso, o coordenador do Cidacs, Mauricio Barreto, ressalta: “Só chegamos até aqui porque nos articulamos e tivemos parceiros que entenderam nossas potencialidades e nos permitiram esse crescimento”.

A história de parceria do Cidacs vem desde antes, na concepção, e desde que nasceu o Cidacs se instalou no Parque Tecnológico, estrutura pertencente à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). O superintendente de Inovação da secretaria Agnaldo Freire, representou a pasta e fez questão de frisar como era importante ter uma instituição que faz pela ciência o que o Cidacs faz e que leva o nome da Bahia para o mundo.

O coordenador do Cidacs Mauricio Barreto durante sua fala também relembrou que o Centro foi referência para a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e um dos artigos dessa Lei permite e viabiliza o uso de dados na pesquisa em Saúde Pública. Barreto também lembrou dos achados, do compromisso de entender determinantes sociais para o panorama da saúde pública no Brasil e alguns resultados que as pesquisas realizadas pelo Cidacs alcançaram.

Em clima de comemoração, o Cidacs foi destacado como uma importante parte de uma instituição tão renomada quanto a Fiocruz. “É impressionante ver o quanto o Cidacs já produziu e cresceu, por isso, fico envaidecida por este Centro pertencer a Fiocruz. É bom saber que vocês fazem parte do IGM”, disse Marilda Goncalves, diretora do Instituto Gonçalo Moniz (IMG – Fiocruz Bahia), representante da presidência da Fiocruz no evento.

 

Pioneirismo

Agora, além de contar com o maior estudo de saúde populacional do mundo, a Coorte de 100 Milhões, com mais de 130 milhões de indivíduos registrados, o Cidacs passa a contar também com um equipamento capaz de proporcionar mais estabilidade nos processos de análise. Sobre esse pioneirismo, Raquel Coelho, diretora substituta de Ações Estratégicas de Ciências Agrárias, Biológica e da Saúde do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), presente no evento de inauguração, afirmou que um grande desafio de quem financia pesquisa científica é saber diferenciar a pesquisa que vai interessar ao país. O CNPq foi um dos financiadores do datacenter, junto à Fundação Bill e Melinda Gates.

Com tanto os frutos sendo comemorados, o sentimento de orgulho é que marcou o evento. E foi compartilhado entre os pesquisadores na perspectiva de que agora, mais do que nunca, será possível proporcionar ainda mais parcerias no campo da pesquisa científica em saúde, conforme ressalta a professora Suani Pinho, Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Federal da Bahia que representou o Reitor João Carlos Salles na mesa de abertura. “Duas marcas registrada do Cidacs são a excelência e compromisso social com o propósito de integração de dados em saúde. Para nós, da Ufba, é um grande orgulho fazer parte dessa parceria”, declarou Suani.

E um dos nossos parceiros nessa jornada foi o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Cimatec), representado pela coordenadora de Pesquisa da Pró-Reitoria, Josiane Dantas, que também relembrou como o Cidacs tem parceria com a instituição, através do uso dos espaços do Senai, e que está feliz em ter colaborado para esse crescimento do Centro. O Cidacs utiliza o espaço de supercomputação do Senai, onde fica nosso primeiro computador de alto desempenho, o Omolu.

 

 

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Prorrogada as inscrições para o curso Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas

As inscrições para o curso Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas foram prorrogadas até o dia 17 de junho e podem ser realizadas através do link ou pelo QR Code disponível na imagem. 

Coordenado pelas profissionais, Ana Paula Almeida de Souza Pacheco e Lorena dos Anjos Magalhães, da Fiocruz Bahia, o curso EAD de “Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas” é 100% gratuito e caracteriza-se por uma abordagem teórica sobre as técnicas utilizadas durante o processamento de fragmentos de tecido, incluindo desde a etapa da fixação desses fragmentos até a produção de lâminas histológicas para a análise por Microscopia Óptica, Imunofluorescência e Imunohistoquímica. 

O curso é destinado aos profissionais histotecnólogos, e a estudantes de pós-graduação e graduação em cursos da área de saúde. As vagas serão distribuídas a esses grupos obedecendo à proporção de 50% para profissionais da área, 30% para estudantes de pós-graduação, e 20% para estudantes de graduação. Dentro dessa proporção, os alunos serão alocados conforme a ordem de inscrição. Serão asseguradas, do total de vagas ofertadas aos grupos, no mínimo 30% para autodeclarados negros (pretos e pardos), optantes.

Os candidatos devem ter o nível de instrução/formação mínimo de Ensino Médio completo, e ter idade igual ou superior a 18 anos. A carga horária do curso é de 40hs, e todas as aulas do curso ficarão disponíveis de 20/06 a 20/07/2022. 

Os participantes serão submetidos a avaliações no final de cada módulo do curso, onde precisarão obter nota => 70. Será emitido o certificado ao final da última avaliação, caso o participante obtenha nota => 70 considerando a média de todas as avaliações. 

Para mais informações, basta entrar em contato através do e-mail:  histotecnologia@fiocruz.br

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Feira agroecológica tem edição especial em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente

Na última quinta-feira, 09, foi realizada uma edição especial da Feira Agroecológica do IGM, em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente. O evento contou com a participação de expositores de alimentos orgânicos, cosméticos, produtos artesanais e sustentáveis. Além da distribuição de brindes e degustação de lanches saudáveis.

A feira, promovida pelo Serviço de Gestão do Trabalho da Fiocruz Bahia, através do Núcleo de Saúde do Trabalhador – NUST, tem como principal objetivo o fomento da educação alimentar e o fortalecimento da prática de produção orgânica, contribuindo para a saúde e o bem-estar. 

Para Adriana Carvalho, assistente operacional administrativa da Fiocruz Bahia, a edição especial foi uma ótima oportunidade para o acesso a uma variedade de produtos, despertando novos hábitos de consumo. “Toda semana eu participo e nesta edição tivemos uma feira mais abrangente. É importante incentivar esse tipo de ação, ainda mais nessa geração em que estamos vivendo, consumindo cada vez mais alimentos industrializados e com agrotóxicos. Quanto mais a gente puder se alimentar de forma saudável, melhor”, afirmou. 

A assistente administrativa, Juliana Miranda, também se mostrou satisfeita com a edição especial da feira. “Ter esses itens no seu local de trabalho é muito importante, facilita o acesso e contribui para uma melhor qualidade de vida. Além de despertar uma consciência maior em relação ao meio ambiente”, ressaltou. 

Confira as imagens: 

 

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Abertas as inscrições para estágio não obrigatório na Fiocruz Bahia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em conjunto com a Universidade Patativa do Assaré – UPA, publicou o novo edital para recrutamento e seleção de estagiários(as) e formação de cadastro reserva para fins de estágio não obrigatório. As inscrições vão de 15 a 30 de junho e podem ser feitas neste site. A bolsa tem valor de R$787,98 mais auxílio transporte.

Clique aqui para consultar o edital.

Para a Fiocruz Bahia, em Salvador, estão sendo oferecidas vagas para nível superior, nas seguintes áreas:

  • Secretariado ou Administração
  • Biblioteconomia

Esclarecimentos poderão ser prestados pelo e-mail atendimento.fiocruz@universidadepatativa.com.br.

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Ciência aberta e compartilhamento de dados é tema de palestra na Fiocruz Bahia

Nesta quarta-feira, 08, foi realizada a palestra Ciência Aberta na Fiocruz: Atualizações Sobre a Gestão, Compartilhamento e Abertura para a Pesquisa, ministrada pela  coordenadora de Informação e Comunicação da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fiocruz, Vanessa de Arruda Jorge. O evento, que reuniu pesquisadores e membros da comunidade interna, foi iniciado pelo vice-diretor de pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio, que deu as boas vindas a palestrante e reforçou a importância do tema para os avanços científicos e, especialmente para as pesquisas desenvolvidas na instituição.

Durante a sua apresentação, Vanessa Arruda descreveu a ciência aberta como um conjunto de práticas capazes de contribuir para a ampliação do acesso a dados e produções científicas, dialogando com os princípios de transparência e colaboração, envolvendo, inclusive, acordos internacionais. “Essa é uma tentativa de aumentar o acesso a dados e informações, acelerando descobertas e trazendo o cidadão para mais perto da ciência, diminuindo os muros entre ciência e sociedade”, afirmou. 

A convidada também falou sobre as ações para a implementação da política institucional de acesso aberto, iniciada em 2016, e a definição dos seguintes eixos de atuação: política institucional, capacitação, ferramenta e infraestrutura e projetos pilotos. “Aqui nós estamos falando de um conjunto de práticas. Estamos falando de acesso aberto a artigos, teses, dissertações, cadernos de laboratórios, métodos, softwares abertos e todo o ecossistema da pesquisa. Esse não é um tema dado, é um tema que está sendo construído, são processos que estão em debate. Por isso toda a preocupação em tratá-lo de forma segura e controlada dentro da instituição”, reforçou a convidada. 

Durante o encontro, os participantes puderam tirar suas dúvidas e opinar sobre questões a respeito do tema, abordando os principais desafios e avanços a respeito da produção científica e o seu compartilhamento.

Confira a apresentação no link

Confira as fotos: 

 

 

 

 

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Abertas as inscrições para o curso de Autópsias Minimamente Invasivas Guiadas por Ultrassonografia

As inscrições para o curso Autópsias Minimamente Invasivas Guiadas por Ultrassonografia estão abertas e podem ser realizadas até o dia 28 de junho, através do e-mail cursoamicus@gmail.com. A atividade promovida pela Fiocruz Bahia em parceria com o Instituto Médico Legal, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, o Serviço de Verificação de Óbitos e a Secretaria de Saúde da Bahia, será realizada nos dias 8 e 9 de julho, no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues.  

Com carga horária de 10 horas e 30 minutos, o curso, que conta com dez vagas, será realizado no formato teórico-prático de curta duração e é direcionado aos médicos patologistas, peritos médicos legais e residentes de patologia. Para a inscrição é necessário o envio de um breve currículo indicando graduação e pós-graduação, além de uma carta com as motivações para fazer o curso e como serão utilizados os conhecimentos adquiridos.

As autópsias são realizadas para a investigação das causas da morte, além de auxiliar no estudo de doenças e aperfeiçoamento da medicina. As amostras coletadas pela necropsia minimamente invasiva também podem ser analisadas por diversas técnicas usadas no estudo de necropsias convencionais, como microscopia ótica e eletrônica, além de permitir analisar a quantidade de vírus e avaliar características genéticas.

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Fiocruz Bahia realiza 30ª RAIC entre os dias 8 e 10 de junho

 

A Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) da Fiocruz Bahia será realizada entre os dias 8 e 10 de junho, em formato presencial. A abertura será realizada nesta quarta-feira, 08, às 8h30, no Auditório Aluízio Prata. Os trabalhos dos alunos serão apresentados em quatro bancas, divididas nos dois turnos dos dias 08 e 09.

08/06 manhã – Banca 1 – Local: Auditório Aluízio Prata

08/06 tarde – Banca 2 – Local: Auditório do LASP

09/06 manhã – Banca 3 – Local: Auditório Aluízio Prata

09/06 tarde – Banca 4 – Local: Auditório do LASP

 

A sessão científica integra a programação que contará com a palestra da enfermeira e pesquisadora em ciências da saúde, María B. Arriaga que abordará o tema “A ciência transformando políticas públicas em tuberculose no Brasil”, transmitida no telão do Auditório Aluízio Prata, na sexta-feira, 10, a partir das 9h. Em seguida, será realizada a premiação da RAIC, às 10h30.

 

Confira a programação completa clicando aqui

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Sessão Científica – “A ciência transformando políticas públicas em tuberculose no Brasil”

Nesta sexta-feira, 10 de junho, a sessão científica abordará o tema “A ciência transformando políticas públicas em tuberculose no Brasil”. A palestra, ministrada pela pesquisadora Maria B. Arriaga, data manager no estudo PISAAC, da universidade Cayetano Heredia, será realizada às 09h, via Zoom. 

As inscrições podem ser realizadas através do link.

 

A palestrante 

Enfermeira e pesquisadora em ciências da saúde, María B. Arriaga é graduada pela Universidade Nacional Federico Villarreal, no Peru, com mestrado em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutorado em Patologia Experimental pela (UFBA) e Fundação Oswaldo Cruz. Atualmente é assistente de pesquisa em Bioestatística no consórcio RePORT-Brasil e membro da iniciativa Multinational Organization Network Sponsoring Translational and Epidemiological Research (MONSTER), além de Data Manager no estudo PISAAC da universidade Cayetano Heredia, no Peru. A convidada possui experiência em coordenação de ensaios clínicos, gestão e controle de qualidade de dados e análises estatísticas.

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Cidacs/Fiocruz Bahia inaugura primeiro datacenter voltado para dados administrativos e de saúde do Brasil

 

Segurança, velocidade e estabilidade são as principais preocupações no trabalho de análise envolvendo grandes volumes de dados. Por conta disso, o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), que desenvolve um dos maiores estudos populacionais do mundo, a partir de informações de mais de 130 milhões de brasileiros, está inaugurando o primeiro datacenter destinado à integração de dados administrativos e de saúde do Brasil. A cerimônia de inauguração ocorre no dia 9 de junho, às 15h, no auditório do Edifício Tecnocentro, no Parque Tecnológico da Bahia.

Uma das inovações desta estrutura é que ela está alocada em um container montado em anexo ao Edifício Tecnocentro – onde o Cidacs funciona. O datacenter ampliará a eficiência no processamento de grandes bases de dados sociais e de saúde porque expande a estrutura computacional do Centro.

“O datacenter aumenta nossa capacidade de absorver novos projetos de pesquisa e dá mais agilidade aos projetos em curso”, afirma o coordenador do Cidacs, Mauricio Barreto. Atualmente, o Centro desenvolve dezenas de projetos científicos dedicados a investigar o impacto de políticas sociais e de saúde na população com parcerias e colaborações nacionais e internacionais.

A vice-coordenadora do Cidacs, Maria Yury Ichihara, também elenca os ganhos para o Centro e para a pesquisa científica sobre as desigualdades sociais e em saúde no Brasil com a inauguração do datacenter. “Poderemos vincular novas bases de dados de programas sociais, como Criança Feliz, Censo Escolar ou da Relação Anual de Informações Sociais e aprofundar a análise de determinantes sociais e impactos de políticas em eventos de saúde em extratos populacionais e eventos raros”, destaca.

Capacidade técnica do datacenter do Cidacs

O datacenter contém em sua estrutura sistemas computacionais que agregam a Sala Segura do Cidacs – que abriga os dados individualizados que precisam estar protegidos –, o ambiente de análise e a área administrativa, bem como o sistema de telecomunicações e gerador de energia elétrica.

“Já estão instalados dois clusters computacionais [infraestrutura de computação distribuída], que serão ampliados, e outro cluster que será instalado até o final do ano de 2022”, explica o responsável pela Plataforma de Dados do Cidacs, Roberto Carreiro. Ainda segundo ele, estes recursos computacionais irão proporcionar aos projetos do Cidacs um total aproximado de 2.600 hilos de processamento em CPU (vCPU) e 240.000 em GPU (Cuda), capacidade de memória de 24 terabytes e 2,5 petabytes de armazenamento.

O datacenter do Cidacs é parte das ações de um projeto financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. O projeto tem um componente de infraestrutura, onde o datacenter está inserido, e de pesquisa relacionada a avaliação do serviço de atenção primária na saúde materno-infantil.

Cidacs cresce e dribla cenário de crise na pesquisa científica

Inaugurado em dezembro de 2016, o Cidacs surgiu com uma proposta inovadora de conduzir estudos e pesquisas a partir de uma plataforma que permitisse a utilização de grandes volumes de dados individualizados. Esta estratégia permitia uma produção científica ágil, robusta e capaz de alcançar evidências científicas em proporções inéditas rapidamente e com custos baixos. O Centro usa dados administrativos de vários sistemas de informação sociais e de saúde do governo brasileiro e executa uma série de procedimentos – como limpeza, padronização e harmonização – para adequá-los para suas investigações.

Um dos principais produtos é a coorte com dados administrativos. Esta inovação é constituída com dados de mais de 130 milhões de indivíduos pertencentes a famílias com baixa renda (que recebem renda per capita de menos de 3 salários mínimos) que são elegíveis para programas sociais do governo federal. Pesquisas sobre hanseníase, zika, dengue, covid-19, além de investigações sobre saúde mental exploram a coorte para uma análise mais eficaz sobre políticas sociais e de saúde ao longo do tempo.

Nos últimos anos, o Cidacs aumentou seus recursos humanos em 180% – saindo de 60 pessoas em 2017 para 170 em 2021 e, atualmente, possui 28 projetos ativos e 22 subprojetos – alguns deles com financiamentos de agências internacionais. Além disso, a estrutura física e computacional também vem sendo ampliada. Os parceiros e colaboradores estão em diversas partes do Brasil e no mundo, como Reino Unido, EUA, Áustria, Chile, Equador e Argentina. Mais de 70 artigos científicos revisados por pares já foram publicados por pesquisadores do Cidacs. Veja mais no site: https://cidacs.bahia.fiocruz.br/

 

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Artigo da Fiocruz Bahia está na seleção do editor da Lancet Infectious Diseases

O artigo intitulado “Vaccination plus previous infection: protection during the omicron wave in Brazil”, publicado na The Lancet Infectious Diseases está entre os quatro artigos da seleção do editor da edição de maio. A publicação apresenta os resultados do estudo que avaliou, durante a onda da variante Ômicron no Brasil, a proteção contra a Covid-19 em indivíduos que tiveram a infecção antes de se vacinar. Os achados apontaram que a imunidade híbrida (pré-infecção mais vacinação) ofereceu, entre janeiro e março de 2022, alta proteção adicional contra as formas graves da COVID-19 (hospitalização ou óbito). A pesquisa faz parte do projeto Vigivac, da Fiocruz.

Da instituição, participaram o estudante de doutorado e primeiro autor do artigo, Thiago Cerqueira-Silva; e os pesquisadores Maurício Barreto, Viviane Boaventura, Vinicius Oliveira e Enny Paixão. Cientistas da Fiocruz Brasília, London School of Hygiene & Tropical Medicine (UK), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) também integraram o estudo.

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Seminário discute projeto que articula grupos de pesquisa e movimentos sociais

A Fiocruz Bahia recebeu o Seminário de Sistematização dos Questionários MSTB: Quilombo Paraíso e Quilombo Manuel Faustino, no dia 26 de maio. O projeto, iniciado em 2021, é fruto da articulação de grupos de pesquisa e movimentos sociais, firmada a partir da criação do Núcleo de Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde – NEEPES, com o objetivo de promover pesquisas que abordem, de forma simultânea, a justiça social, sanitária, ambiental/territorial e cognitiva.

Em Salvador, a iniciativa atua em parceria com o Movimento Sem Teto da Bahia – MSTB, contribuindo para a construção de um modelo de cidade vinculado a questões como proteção ambiental, agroecologia, agricultura urbana, saneamento e moradia digna, com sustentabilidade e proteção ambiental. Segundo o coordenador do NEEPES, Marcelo Firpo Porto, o trabalho busca reconhecer os saberes tradicionais e populares de grupos indígenas, quilombolas, camponeses e periferias urbanas, atuando nos seguintes eixos: agroecologia e alimentação saudável; moradia digna e proteção ambiental; saúde comunitária, autocuidado e prevenção à covid-19; comunicação entre as comunidades, movimento e sociedade.

A realização do projeto é amparada por diferentes estratégias de sistematização de experiências, tomando os movimentos sociais como sujeitos da pesquisa e articulando as suas vivências com os quatro eixos do projeto. Em sua primeira fase foram realizadas oficinas e discussões, buscando compreender como as experiências de agroecologia são realizadas no contexto dos acampamentos. A partir daí, as questões debatidas serviram para o refinamento dos questionários aplicados nos territórios, ajudando a compreender as demandas do movimento e suas necessidades em comunicação.

Os dados extraídos dos questionários são sistematizados, transformados em gráficos e aprofundados, tornando possível a reflexão sobre pontos de interesse da comunidade. Segundo o pesquisador Juliano Luís Palm, o projeto atua a partir do conceito de territórios sustentáveis e saudáveis e do conceito de promoção emancipatória da saúde, buscando entender, a partir dessa sistematização, como os movimentos contribuem para a sociedade e tornam suas experiências palpáveis.

De acordo com a coordenadora estadual do Movimento Sem Teto da Bahia, Rita Ferreira, a parceria vem se articulando para a promoção de atividades de sustentabilidade para as famílias dentro do território onde estão acampadas, com o objetivo de promover um espaço onde seja possível plantar e desenvolver a economia solidária, levando em consideração que grande parte dessas pessoas são mães solo. Além disso, pretende-se promover a produção de fitoterápicos a partir das plantas medicinais a partir dos saberes populares, em parceria com os conhecimentos científicos. O Movimento dos Sem Teto da Bahia está desenvolvendo um projeto de agrofloresta e Farmácia Viva em uma área de 35 hectares na APA Bacia do Cobre junto ao novo conjunto ambiental conquistado, beneficiando não só as famílias membros do MSTB, como também os moradores da região da Bacia do Rio do Cobre. “Nós queremos algo aberto para que as famílias e as crianças tenham contato com a terra, entendam o que são as ervas. Nós vamos resgatar a ancestralidade, a gente precisa trabalhar em cima dos saberes populares”, afirmou a coordenadora. 

A realização do seminário marca a colaboração da Fiocruz Bahia com a iniciativa, firmando o diálogo entre a instituição, os movimentos sociais e as comunidades tradicionais, contribuindo para a popularização da ciência e a produção de diferentes formas de conhecimento.

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Dissertação correlaciona imunoglobulinas e formas clínicas da doença de Chagas

Autoria: Isabela Machado Serrano
Orientação: Mitermayer Galvão dos Reis
Co-orientação: Fred Luciano Neves Santos
Título da dissertação: “CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE IMUNOGLOBULINAS DE INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO Trypanosoma cruzi
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 1ª/06/2022
Horário: 15h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: a doença de Chagas (DC) é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e sua manifestação clínica varia de assintomática até o comprometimento cardíaco grave, que depende, dentre outros fatores, da resposta imune do hospedeiro durante o curso da infecção. Os isotipos de imunoglobulinas possuem características distintas de estrutura, função e grau de participação na patogenia da doença, e o estudo acerca destes componentes pode elucidar os mecanismos imunopatogênicos envolvidos na DC. OBJETIVO: correlacionar o perfil de imunoglobulinas de indivíduos infectados pelo T. cruzi com as formas clínicas da fase crônica da doença de Chagas. MATERIAL E MÉTODOS: as amostras séricas foram oriundas de Instituições parceiras, localizadas em diferentes estados do Brasil (Pernambuco, Bahia e Goiás) no período de 1978 a 2020. Os indivíduos diagnosticados com DC crônica foram classificados quanto à forma clínica da doença. Para identificação do perfil de imunoglobulinas (IgG total, IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4), foi realizado o método ELISA indireto utilizando o antígeno recombinante quimérico IBMP-8.4 como agente de captura. Para correlação do quantitativo de anticorpos com as fases clínicas, foram utilizados os testes estatísticos Spearman e Fisher, paralelamente. RESULTADOS: Foram obtidas 97 amostras de soro, classificadas após sorologia para T. cruzi e análise clínica como: negativas (NEG, n = 38); forma indeterminada (IND, n = 24); forma cardíaca leve (CL, n = 20) e forma cardíaca grave (CG, n = 15). Os isotipos de IgG foram encontradas em quase todas as amostras e o isotipo IgG1 apresentou maiores níveis em relação aos outros isotipos, com diferença significativa entre os grupos CL e IND. O isotipo IgG3 apresentou-se mais elevada nos indivíduos CL, quando comparados aos do grupo CG. CONCLUSÕES: os isotipos IgG1 e IgG3 são biomarcadores que podem ser utilizados na avaliação da progressão da DC, ao demonstrarem diferenças entre os grupos clínicos. Sugere-se estudos de acompanhamento dos casos, com avaliação da associação da cinética dos anticorpos com a evolução de lesões teciduais.
Palavras-chave: anticorpos; isotipos; prognóstico; doença de Chagas.

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Detecção de anticorpos IgG e IgM responsivos aos extratos lipídicos de M. tuberculosis é tema de dissertação

Autoria: Luana Evangelista de Araújo
Orientação: Sérgio Marcos Arruda
Título da dissertação: “Detecção de anticorpos IgG e IgM responsivos aos extratos lipídicos de Mycobacterium tuberculosis
Programa: Pós-Graduação em Patologia
Data de defesa: 13/06/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: Tuberculose (TB), doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium tuberculosis (Mtb), é considerada um grave problema para a saúde pública. Cerca de 40% do peso seco da parede do Mtb é composta por lipídios. Grande parte do genoma bacteriano é dedicado à biossíntese e degradação dessas moléculas. O Mtb contém transportadores os quais estão envolvidos na importação desses lipídios através da parede celular que são codificados pelos operons mce 1 a 4. Em um estudo recente, foi demonstrado em modelo in vitro que o Mtb, ao reprimir a expressão do operon mce1, é capaz de modificar a composição lipídica de sua parede celular, acumulando ácidos micólicos livres. Outro estudo demonstrou que os lipídios do Mtb apresentam capacidade distinta de ativar a resposta pró-inflamatória em macrófagos murinos e em células T humanas. Assim, por serem moléculas importantes para a virulência do bacilo e por serem capazes também de estimular uma resposta imune celular no hospedeiro, nessa dissertação, exploramos se os lipídios do Mtb são capazes de estimular uma resposta humoral com a produção de imunoglobulinas (Igs) que possam ser detectadas no soro humano, em diferentes populações. OBJETIVO: Avaliar os níveis de IgG e IgM responsivos aos extratos lipídicos do Mtb, da cepa selvagem e mutante no operon mce1, além de identificar se essas Igs podem ser exploradas como possíveis marcadores de doença e infecção tuberculosa. MATERIAL E MÉTODOS: Voluntários foram convidados para participar de um estudo de corte transversal mediante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os soros desses indivíduos foram coletados e armazenados a -80ºC até a sua utilização. Ensaios de ELISA foram realizados para identificar a detecção de anticorpos IgG e IgM contra os extratos lipídicos do Mtb adsorvidos nas placas. A avaliação dos níveis dessas Igs foi realizada através do índice de reatividade (IR), média geométrica e intervalo de confiança (IC) de 95%, além disso alguns parâmetros de desempenho dos testes foram avaliados como curva ROC, sensibilidade, especificidade, acurácia, dentre outros. RESULTADOS: Observa-se que as características clínicas e demográficas dos grupos selecionados para o estudo são bem similares. Os ensaios realizados demonstram que não há uma diferença significativa na dosagem dos anticorpos entre os grupos em estímulo aos extratos lipídicos do Mtb de ambas as cepas, com exceção dos níveis de IgG e IgM em estímulo aos lipídios da cepa selvagem no grupo de indivíduos com outras doenças pulmonares (ODP) em relação aos demais. CONCLUSAO: Os extratos lipídicos do Mtb apresentaram capacidade limitada em diferenciar os grupos testados no estudo pelas dosagens de IgG e IgM. Entretanto, observou-se um aumento nos títulos de anticorpos responsivos aos extratos lipídicos do Mtb no grupo ODP, o qual pode ser explorado como um teste diferencial de triagem. Além disso, mais estudos devem ser realizados buscando avaliar o papel de espécies lipídicas isoladas do Mtb como possíveis marcadores de prognóstico ou diagnóstico da doença, como forma de aumentar a sensibilidade e especificidade dos testes. Palavras-chave: Tuberculose, Lipídios, Testes sorológicos.

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Pesquisador da Fiocruz Bahia é eleito Membro Titular da Academia de Medicina da Bahia

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Luis Conrado dos Santos, foi eleito Membro Titular da Academia de Medicina da Bahia, para a cadeira 43, que tem como patrono o Professor Manuel Augusto Pirajá da Silva e, como último ocupante, o professor Sebastião Antônio Loureiro de Souza e Silva. Também foram eleitos, para as cadeiras 11 e 21, Angela Marisa de Aquino Miranda Scippa e Cresio de Aragão Dantas Alves, respectivamente.

Santos disse se sentir honrado pelo reconhecimento da Academia de Medicina da Bahia ao elegê-lo como um de seus membros titulares. “É uma grande responsabilidade ocupar a cadeira 43, antes ocupada por médicos que fizeram contribuições tão marcantes para a saúde. Essa é uma conquista pela qual devo muito a Fiocruz Bahia que me possibilitou atuar na atenção, pesquisa e ensino médico e às nefrologistas e aos nefrologistas que atuam na rede pública da Bahia, que sempre constituíram uma fonte de incentivo e inspiração para o cuidado do paciente”, declarou.

Para a seleção dos candidatos foi analisado o currículo da trajetória profissional, além de trabalhos inéditos e memorial sobre estudos pessoais de natureza médica. A cerimônia de posse ainda não tem data para ocorrer, podendo ser realizada em caráter coletivo ou individual, em modelo remoto.

O pesquisador

Washington Santos é graduado em Medicina, fez residência médica em Anatomia Patológica e Mestrado em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e é doutor em Patologia pelo Kings College, University of London. Fez pós-doutorado na Fiocruz Bahia, onde atualmente é pesquisador e ocupa a chefia do Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM). É também professor adjunto de Patologia, da Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA). Na Fiocruz Bahia, coordena o programa de apoio ao desenvolvimento diagnóstico em Patologia Hepática e Renal, no qual é também responsável pelo diagnóstico, formação de especialistas e por um programa de educação continuada em Nefropatologia.

Atua na pesquisa em remodelamento tecidual em inflamações crônicas, com foco em marcadores histológicos em nefropatias e remodelamento linfoide esplênico na leishmaniose. Mantém, no momento, três linhas de pesquisas relacionadas três projetos de pesquisa: PathoSpotter-K, que lida com a tradução de lesões histológicas glomerulares em linguagem computacional, LXPLEEN, que estuda remodelação de compartimentos esplênicos na leishmaniose visceral e sua relação com a gravidade da doença e RIMFAL que estuda potenciais determinantes genéticos na progressão de doenças renais em afro-brasileiros. Foi editor do Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial no período de 2005 a 2007. Ocupou a posição de Vice-Diretor de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, entre 2009 e 2013.

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Divulgado resultado da 1ª Etapa do Edital PIBIC FAPESB 2022

A coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) do Instituto Gonçalo Moniz (IGM) divulga o resultado da 1ª Etapa do Edital PIBIC FAPESB – 2022 do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) através do sistema de cotas institucionais.

Os orientadores aprovados deverão proceder com a indicação do estudante bolsista conforme descrito no Edital, entre os dias 23 a 27 de maio de 2022. Para a Implementação da bolsa na FAPESB é necessário encaminhar os documentos solicitados para o e-mail proiic@fiocruz.br. Os documentos devem ser encaminhados em formato PDF, sendo cada documento um arquivo, nomeados conforme descrito no Edital.

Clique aqui para conferir o resultado.

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