Conhecimento dos fisioterapeutas que atuam em oncologia sobre as PICS é tema de dissertação

Autoria: Marília Ferreira Dos Santos Fieni
Orientação: George Mariane Soares Santana
Título da dissertação:  “NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS QUE ATUAM NA ÁREA DE ONCOLOGIA SOBRE AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE – PICS”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 13/10/2022
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 897 0036 3866
Senha de acesso: marilia

Resumo

Introdução: A oncologia integrativa é conceituada como um campo de tratamento do câncer, centrado no paciente e com base em evidências, que utiliza práticas da mente e do corpo, produtos naturais e/ou modificações no estilo de vida de diferentes tradições, juntamente com os tratamentos convencionais de câncer, com o objetivo de otimizar a saúde, a qualidade de vida e os resultados clínicos em todo o tratamento do câncer. As PICS oferecem um potente recurso para apoiar a oncologia, uma vez que abrangem dimensões delicadas que envolvem condições como dor, desautonomia, sofrimento e morte. A utilização adequada e segura dessas práticas é extremamente importante, levando em consideração o conhecimento profissional como estratégia para uma melhor assistência ao paciente com câncer. Objetivos: Geral: realizar um panorama do nível de conhecimento dos profissionais fisioterapeutas que atuam na área de oncologia, sobre as PICS. Específicos: Descrever o conhecimento, o acesso e a aceitação das PICS, por profissionais fisioterapeutas, no atendimento ao paciente com câncer; catalogar as PICS utilizadas pela fisioterapia na atuação a pessoa que vive com o câncer; estabelecer um momento sociodemográfico dos fisioterapeutas que atuam na oncologia integrativa; Identificar os locais\instituições ondem oferecem as PICS para pacientes com câncer. Método: Trata-se de um estudo descritivo e transversal com abordagem quantitativa e qualitativa de pesquisa. A população foi composta pelos profissionais fisioterapeutas que atuam na área de oncologia no Brasil, registrados pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO, vinculados a serviços públicos e privados. Os dados foram coletados no período de julho a novembro de 2021, de forma online através do programa Google Drive, e constou de um formulário pré-estabelecido no Google Forms, contendo o instrumento de coleta de dados, composto por 56 questões, divididos em 3 seções: na primeira seção dados pessoais e profissionais, na segunda enfoque nas práticas integrativas e o conhecimento dos participantes e na terceira seção uso das práticas integrativas na oncologia. A solicitação foi por meio de mensagens eletrônicas de e-mail, de forma individual. Foi realizado Análise de Classes Latentes (ACL), onde o Critério de Informação de Akaike (AIC) e o Critério de Informação Bayesiano (BIC) recomendaram a utilização de duas classes nomeadas por: baixo conhecimento e alto conhecimento das PICS. Em todas as análises, adotou-se o nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). Para as variáveis qualitativas foi realizado análise de conteúdo de Bardin, de onde emergiram duas categoriais: percepção das PICS na prática clínica e experiência do uso de PICS na oncologia. Resultados: Através de um manuscrito, os resultados apontaram que de uma forma geral, os profissionais apresentam conhecimento entre moderado e pouco satisfatório sobre as PICS, evidenciando a importância da qualificação profissional para assegurar o uso das práticas em pacientes com câncer. Conclusão: estudo mostra-se relevante no sentido de refletir sobre as práticas de cuidado ao paciente com câncer, de forma individualizada, levando em consideração a singularidade de cada pessoa. Palavras-chave: Oncologia integrativa, Fisioterapia, Câncer, Terapias complementares.

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Dissertação analisa impacto da participação em grupo de apoio de mulheres com câncer de mama

Autoria: Ivana Spínola Cedraz
Orientação: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
Título da dissertação:  “O IMPACTO DA PARTICIPAÇÃO DO PROJETO SAKURA EM MULHERES SOB TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 19/10/2022
Horário: 16h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 812 5370 2789
Senha de acesso: ivana

Resumo

Introdução: O tratamento do câncer de mama vem obtendo cada vez mais sucesso com relação à cura e, assim, o enfoque na qualidade de vida durante todas as suas fases e após seu término é cada vez mais urgente. A existência de um grupo de apoio para mulheres em tratamento oncológico pode ajudar no enfrentamento da doença, minimizando seus efeitos colaterais físicos e psicológicos. Visando oferecer suporte e melhorar a autoestima e a qualidade de vida das mulheres em tratamento de câncer de mama no Centro Estadual de Oncologia – CICAN, Salvador- Bahia, foi criado o grupo de apoio Projeto Sakura. Objetivo: Identificar e quantificar o impacto da participação no Sakura na qualidade de vida das pacientes com câncer de mama em tratamento no CICAN. Metodologia: Estudo de corte transversal, com uma amostra de mulheres que fizeram tratamento para câncer de mama entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2020. Foram formados dois grupos, um com participantes e outro com não participantes do Projeto Sakura, com 37 mulheres cada. A obtenção dos dados deu-se por videochamada entre dezembro de 2021 e maio de 2022 por entrevistadoras treinadas através de questionários padronizados para a avaliação dos aspectos socioeconômicos e da qualidade de vida (EORTC QLQ-C30 e QLQ-BR23), utilizando o programa REDCap 9.3.1. As variáveis dos questionários foram avaliadas quanto à frequência e os resultados foram expressos em média ou mediana. Foi realizada análise descritiva para caracterização das participantes de cada grupo quanto à frequência das variáveis socioeconômicas, de qualidade de vida e mediana da idade e outras. Foram calculados os escores médios e escalas para os questionários EORTC QLC30 e BR23 e estes foram avaliados quanto à correlação com variáveis descritivas das participantes e em relação à participação no projeto Sakura pelos testes de Sperman e Mann Whitney. A razão de prevalência das variáveis foi calculada para avaliar se a participação no Projeto Sakura está associada com a melhor qualidade de vida das pacientes. Resultados: A mediana do escore da qualidade de vida total no grupo não Sakura foi de 70,5 pontos e no grupo Sakura foi 54,9. Observou-se correlação positiva entre idade e bem-estar emocional e qualidade de vida total, entre não casadas e funcionamento e aproveitamento sexuais e aborrecimento por alopecia, etre grau de escolaridade e efeitos colaterais sistêmicos, esvaziamento axilar e mais sintomas no braço; e correlação negativa entre renda e sintomas no braço e funcionamento sexual. Não houve associação positiva entre a participação no Projeto Sakura e melhor qualidade de vida das mulheres em tratamento para câncer de mama quando comparadas com o outro grupo. Palavras-chave: câncer de mama, qualidade de vida, grupo de apoio, Questionário EORTC.

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Metástase intramedular de câncer de mama é tema de dissertação

Autoria: Elisa Yumi Saito
Orientação: Martha Silvia Martínez Silveira
Título da dissertação: METÁSTASE INTRAMEDULAR DE CÂNCER DE MAMA: REVISÃO SISTEMÁTICA”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 07/10/2022
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 820 2185 8647
Senha de acesso: elisa

Resumo

INTRODUÇÃO: A metástase intramedular do câncer de mama (MICM) é uma apresentação clínica rara, e é o segundo sítio primário mais frequente. Sua verdadeira incidência é desconhecida. Existem poucos dados na literatura, e não existe uma revisão sistemática publicada sobre este assunto. OBJETIVO: Avaliar a faixa etária, idade, status do receptor, intervalo entre o diagnóstico do câncer de mama e MICM, localização da MICM, presença de metástase cerebral concomitante, sintomas clínicos, estratégias de tratamento e sobrevida. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão sistemática utilizando as bases de dados Medline/PubMed, Embase, Central e busca complementar no Google Acadêmico e referências de artigos selecionados. RESULTADOS: Foram identificadas 44 publicações descrevendo 75 pacientes com MICM. A localização mais frequente foi a região torácica. A paresia foi o sintoma mais frequente. A realização de cirurgia e localização lombar foram associadas a um prognóstico mais favorável. A maioria dos pacientes realizou radioterapia, porém sem impacto na sobrevida. Os dados sobre subtipo molecular foram escassos e inconclusivos. CONCLUSÕES: A MICM é muito incomum, com prognóstico reservado, independente do tratamento, com sobrevida média de 8,2 meses. Mas o diagnóstico e tratamento precoces podem minimizar as sequelas neurológicas. Palavras-Chave: Neoplasias da Mama, Neoplasias da Medula Espinal/secundário.

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Estudo aponta necessidade de teste para doença de Chagas em animais domésticos

Tendo em vista que cães e gatos fazem parte do ciclo de transmissão do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, pesquisadores da Fiocruz Bahia, sob a coordenação do pesquisador Fred Luciano Neves Santos, realizaram uma revisão sistemática da literatura sobre a epidemiologia, os fatores clínicos, diagnóstico e tratamento da enfermidade em animais domésticos. A conclusão, baseada nos métodos de diagnósticos dos estudos revisados, aponta para a necessidade de uma ferramenta diagnóstica para detecção da doença de Chagas nesses animais. O trabalho foi publicado na revista Parasite & Vectors.

O estudo baseou-se na literatura produzida nos últimos 54 anos (1968 – 2022). Foram recuperadas 436 publicações acerca da doença, entre as quais foram considerados 84 estudos, obtidas por meio das plataformas PubMed, LILACS e do Scielo Brazil. Os resultados apontaram que os diferentes métodos de testes adotados fazem com que as prevalências de dados sorológicos variem em cada país, o que pode ser motivado às distintas taxas de risco de transmissão em cada período, ao tamanho da amostra usada nos testes ou até a variabilidade genética das cepas em circulação. Um dos estudos conduzidos no Brasil, por exemplo, teve variação da soroprevalecência  de 0 a 53%, a depender da região analisada.

Os sinais clínicos da doença nos cães mudam de acordo com a idade do animal. Em filhotes é mais comum a manifestação de letargia, linfadenopatia, de maior demora na troca do pelo, palidez nas mucosas, e, em alguns casos, apresentam-se esplenomegalia e hepatomegalia. A partir dos seis meses de idade, no entanto, um dos sintomas mais comuns é a depressão leve. Já a infecção da doença em gatos não é tão amplamente estudada como em cachorros, permanecendo indistintos os fatores de risco de desenvolvimento da doença de Chagas nestes animais. No entanto, entre os achados da pesquisa, encontra-se uma maior suscetibilidade à infecção em felinos não domiciliados.

Nos estudos revisados, os testes usados foram produzidos com o fim de serem aplicados em humanos, e, posteriormente, adotados nos animais. Por vezes, esses exames não diagnosticam apropriadamente a doença por não atender às especificidades desses animais. De acordo com a pesquisa, estudos que empregaram proteínas quiméricas recombinantes demonstraram 100% de sensibilidade e 90.5% de especificidade no diagnóstico da Chagas crônica, independente da cepa ou expressão genética do parasita. Destaca-se o uso dos antígenos IBMP, desenvolvidos pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, da Fiocruz, que demonstraram alta performance de aplicação em cães e baixa reatividade cruzada a outros anticorpos que podem estar presentes nos animais.

Para os pesquisadores, essa tecnologia pode ser a base de desenvolvimento de um teste comercial de detecção da exposição ao T. cruzi em cães e gatos, independentemente de sua localização geográfica. O desenvolvimento dessa ferramenta seria de grande importância para a saúde pública e a atuação veterinária.  

Na América Latina e em algumas regiões dos Estados Unidos, animais domésticos são considerados os principais reservatórios do parasita T. cruzi. A infecção em animais ocorre por meio de contato com as fezes do inseto conhecido como barbeiro, de forma congênita ou através da ingestão de insetos infectados. Um levantamento, feito em 1996, estimou que cães contribuem 13.9 vezes mais do que humanos para a infestação do inseto em ambientes domésticos. Em outro estudo, os cães foram determinados como a fonte mais comum de sangue para o inseto transmissor (49% dos casos), seguido por gatos (39%), humanos (38%) e galinhas (29%).

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Pesquisador Manoel Barral é novo presidente da Academia de Ciências da Bahia 

O médico e pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, foi eleito o novo presidente da Academia de Ciências da Bahia (ACB). O cientista ocupará, pelos próximos três anos, a presidência da entidade baiana voltada ao fomento da ciência e da tecnologia para o bem-estar social. Na ocasião, também foi escolhida como vice-presidente, a escritora e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Evelina Hoisel, além dos membros do Conselho Fiscal e do Conselho Diretor.

Durante a posse, em 19 de setembro, Manoel Barral citou a importância da ACB e reconheceu as personalidades que o antecederam na presidência, assim como os esforços já mobilizados pela instituição no estado, citando o documento “Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento da Bahia” lançado aos candidatos ao governo do estado, em agosto. “As decisões que são baseadas em evidências científicas são fundamentais para a vida social e política, para a construção de democracia. Ademais, é necessário que se faça boa ciência localmente. Não é exagero dizer que o futuro do Brasil, o futuro da Bahia, depende dos investimentos em ciência”, defendeu. 

Barral também reforçou o contexto de descrença nas ciências que se vive atualmente no país. Para ele, nesse momento, é importante que se dissemine entre a população a confiança na ciência através da divulgação científica. “A natureza progressiva da ciência não é de fácil compreensão pela população e tem sido explorada para desacreditar as evidências científicas. À medida que explora mecanismos em grande detalhe, a ciência se torna menos clara, mesmo para cientistas de outros campos. Cumpre, pois, reconhecer a extrema importância de uma interação constante dos cientistas com a sociedade, que nas suas múltiplas facetas pode saber menos dos mecanismos naturais, mas tem uma enorme sensibilidade para os problemas reais e o direito ao esclarecimento das suas dúvidas”.

O cientista também declarou que a idealização e criação da ACB representa “uma afirmação contra-hegemônica da nossa capacidade de produzir conhecimento, articulando todos os grupos de pesquisa em torno do ideal da consolidação e ampliação da nossa capacidade de pesquisa e de formação, tudo isso incidindo sobre a formação da visão crítica do cidadão comum em nossa sociedade”, assegurou. 

Sobre o pesquisador

Manoel Barral é Pesquisador Titular e chefe do Laboratório de Inflamação e Biomarcadores (LIB) do Instituto Gonçalo Moniz, e tem como principal área de investigação a Imunoparasitologia, com foco nas leishmanioses e na malária, e pesquisas envolvendo vacinas. Médico e doutor em Patologia, Barral tem forte atuação nas instituições de saúde e pesquisa. Já foi diretor da Faculdade de Medicina da UFBA, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação na mesma universidade, e vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  

Em reconhecimento ao seu trabalho, o cientista recebeu, em 2002, o título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, e, em 2018, foi nomeado com o grau de Grã-Cruz da Ordem. Em 1993 recebeu o Prêmio Sendas de Saúde; em 2002 o Prêmio OPAS-ALAI em Imunologia Experimental; foi premiado em 2010 o Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, do Ministério da Saúde; e, em 2015, o professor foi reconhecido com o Prêmio Internacional da UNESCO – Guiné-Equatorial de Pesquisas em Ciências da Vida, que recompensa pesquisas que contribuem para a melhora da vida humana.  

Além da ACB, Barral é membro da Academia Brasileira de Ciências, da American Society of Tropical Medicine and Hygiene e membro honorário da Sociedade Brasileira de Imunologia. 

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Curso sobre desenvolvimento de ferramentas diagnósticas tem primeira edição aberta ao público

O curso “Desenvolvimento de Ferramentas Diagnósticas para Identificação de Patógenos” aconteceu de 12 a 30 de setembro, em formato virtual. Coordenado pelo professor e pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, a formação foi baseada na disciplina ofertada na Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI). Nesta edição, o objetivo foi oferecer o conteúdo para a comunidade externa ao Instituto Gonçalo Moniz (sede da Fiocruz Bahia).  

Esta edição, o curso abordou os tópicos de ferramentas de identificação de novos marcadores diagnósticos; métodos de obtenção de proteínas; ferramentas de análise estrutural e do comportamento físico-químico de proteínas; fases de desenvolvimento de um teste diagnóstico, protocolo STARD e parâmetros de desempenho; interação antígeno-anticorpo; testes diagnósticos baseados em interações antígeno-anticorpo; desenvolvimento de ensaios imuno-histoquímicos; e análise por microscopia eletrônica e confocal.

Foram 107 participantes, contando com estudantes da Argentina, Estados Unidos e Portugal. Do Brasil, participaram mestrandos, doutorandos e profissionais do Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Durante a abertura, o professor Fred Santos afirmou que a ideia era que cada aula fosse ministrada por um especialista diferente. Para tanto, foram convidados cientistas da Fiocruz, das unidades do Paraná, Rio de Janeiro e da Bahia. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, elogiou a programação. “Esse curso é voltado para a pesquisa e também para práticas de laboratório, e eu acredito que todos tiveram um bom aproveitamento. Todos nós ganhamos com essa iniciativa”.

A vice-diretora de Ensino e Informação, Claudia Brodskyn, caracterizou a atividade como “essencial” e declarou esperar que o curso entre no calendário do Instituto. “Ter atraído tantos estudantes de outros países demonstra como essas pesquisas são importantes não só no nosso país, mas também em outros países. A identificação de patógenos e o estudo da patogênese das doenças infecciosas é uma tradição em nosso instituto e Fred está dando continuidade a essa tradição”, congratula a pesquisadora.

“Nós vimos durante a pandemia a corrida para a montagem de kits diagnósticos para detectar uma nova doença. Agora temos a Monkeypox, e a necessidade da montagem de testes diagnósticos o mais rápido possível”, comentou a coordenadora do PgBSMI Deborah Fraga. De acordo com Fraga, a formação de recursos humanos nesse aspecto é essencial. “Ainda temos velhos problemas, as vezes temos testes diagnósticos não tão bons, fora do padrão ouro. E teremos novos problemas, novas epidemias que irão surgir e vão precisar dessa expertise. Essa disciplina vem em um momento muito importante para capacitar pessoas nessa área”.

O professor partilhou que a ideia do curso foi inspirada em sua própria trajetória enquanto discente, quando não encontrou atividades do tipo. “Eu tinha essa necessidade de ofertar uma disciplina que fosse abrangente, que analisasse desde o início da ideia de síntese de um kit diagnóstico. Naquela ocasião não encontrei nada que abrangesse esse conjunto de assuntos”, relata. No último dia, o pesquisador apresentou o teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos desenvolvido por equipe liderada por ele, para diagnóstico da doença de Chagas.

Avaliações dos discentes

A participação de alunos estrangeiros foi uma das surpresas do curso. O doutorando no Instituto de Investigações em Engenharia Genética e Biologia Molecular (CONICET), Argentina, Arturo Muñoz Calderon fez parte dos quatro alunos de outros países que integraram a turma. “É um curso muito bem estruturado, que abordou desde os aspectos mais básicos até os mais complexos das ferramentas de diagnóstico baseado em proteínas”, afirmou o discente.

Oriundo de Coimbra, Portugal, o doutorando da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra José Pedro Sousa Baptista abordou os pontos que considera os mais positivos da atividade. “Corpo docente de elevada qualidade e material de aprendizagem muito rico e disponibilizado de forma adequada. Este curso está a superar as expectativas”, reitera, afirmando que espera que o curso tenha continuidade.

“Sinto que estou recebendo uma boa base de várias técnicas que desconhecia”, diz Raquel Angélica Andrade, doutoranda no Programa de Pós-graduação em Microbiologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).  A também doutoranda do PgBSMI Luana Evangelista de Araújo concorda. “O curso tem se mostrado muito completo em relação aos temas que estão sendo abordados. Acredito que este curso deve continuar ao longo dos anos, pois traz conhecimentos e técnicas muito importantes, principalmente pra quem trabalha com o desenvolvimento de testes diagnósticos”, completa.

LARA GERALDA MAGELA DOS SANTOS VIEIRA 
Mestrado – Ciências Biológicas – Universidade Federal de Ouro Preto

“Para mim, a ementa e a forma como os assuntos foram abordados foram os pontos mais importantes do curso. Todos os professores apresentaram domínio do tema, muita didática e paciência. Um fator que que contribuiu muito para o meu aprendizado foi que todos os palestrantes reviram conceitos básicos e chaves antes de afunilar para um conhecimento mais específico. Isso me permitiu acompanhar e aprender temas que estão fora da minha área de atuação. Parabéns pela organização! Com certeza faria de novo e indicarei para amigos”. 

EMILY THAYS DA SILVA RODRIGUES 
Mestrado – Ciências Farmacêuticas – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

“Se no início do meu mestrado eu tivesse a oportunidade de fazer um curso como esse, talvez tivesse avançado com mais rapidez e com mais conhecimento técnico em meus experimentos. O meu muito obrigada ao professor Fred, equipe organizadora e todos os professores envolvidos. Parabéns pela iniciativa!” 

SUZANE OLACHEA ALLEND 
Doutorado – Biotecnologia – Universidade Federal de Pelotas

“Só queria agradecer a oportunidade de fazer um curso como esse, com grandes abordagens, com métodos atuais, não pecando com os métodos mais “comuns” ou mais utilizados no dia-a-dia. Vocês estão de parabéns pela iniciativa, esse tipo de disciplina como dito nas aulas é bem difícil de encontrar e acredito que todos nós saímos com uma bagagem maior do que quando iniciamos. O nosso curso de Pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas agradece muito a oportunidade”.

AMILTON SEIXAS NETO 
Pós-doutorado – Microbiologia e Parasitologia – Universidade Federal de Pelotas

“Gostaria de iniciar parabenizando a todos que pensaram e organizaram o curso Desenvolvimento de Ferramentas para Identificação de Patógeno. Tudo foi muito bem pensado e organizado, e, por ser à distância, permitiu uma maior liberdade e facilitou o aprendizado. As aulas foram muito didáticas, informativas e atualizadas, sendo possível tirar dúvidas com os professores e com os colegas de curso. Gostaria de sugerir que o curso se mantenha ativo com novas edições, para que outros colegas e pesquisadores possam realizar o curso também. Estou recomendando a todos”. 

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Divulgado edital do PGPAT para seleção 2023.1 e 2023.2

A Coordenação do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT), da UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, divulga o edital e a abertura das inscrições de candidatos para mestrado e doutorado. As inscrições vão de 25/10/2022 a 09/11/2022.

O processo seletivo será anual, com convocação para os dois semestres acadêmicos: 2023.1 (primeira convocação) e 2023.2 (segunda convocação). Os editais estão publicados no site do PgPAT e disponíveis neste link

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Palestras da 2ª edição do SciNEXT estão disponíveis no YouTube 

Com o objetivo de incentivar a valorização do cientista e discutir estratégias e oportunidades de carreira científica nacional e internacional, o “SciNEXT: Nova geração de cientistas” realizou sua segunda edição. O evento online ocorreu durante o dia 10 de setembro, com uma programação composta por uma série de palestras, mesas redondas e atividades práticas meditativas, direcionadas a um público misto de estudantes do Ensino Médio, graduandos e discentes da pós-graduação. Essa edição contou com 213 inscritos e há a intenção de que o SciNEXT passe a ser um evento bianual. A playlist com as palestras está disponível no canal YouTube da Fiocruz Bahia

O SciNEXT é realizado por meio de parceria com o Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício. Essa segunda edição contou com a participação de cientistas da Fiocruz Bahia e outras cientistas brasileiras que exercem cargos de pesquisa nos Estados Unidos. Atentas ao mês de referência do cuidado com a saúde mental, o Setembro Amarelo, as organizadoras do evento contaram com o apoio do Yoga Bahia, para promover a prática de cuidados posturais e atividades de concentração.  

Eliza Alves Ferreira, representante do Comitê Ciência do Grupo Mulheres do Brasil, conta que faz parte dos objetivos do núcleo essa parceria com a Fiocruz Bahia. “O Grupo Mulheres do Brasil conta com cientistas que atuam no governo, no setor privado e na academia nos Estados Unidos, sem nunca perderem o foco em contribuir para a valorização e o fortalecimento da ciência no Brasil”. 

Para a pesquisadora Valéria Borges, esta segunda edição do evento SciNEXT 2022: Nova geração de cientistas foi mais um evento marcante da equipe coordenada por Cláudia Brodskyn, atual Vice-Diretora de Ensino e Informação. Ela ressalta ainda as avaliações entusiasmadas que o SciNEXT obteve entre os presentes. “Sensacional, experiência enriquecedora”, comentou Dayse Lira, no chat aberto para todos.  

Segundo a pesquisadora, essa avaliação positiva foi compartilha por todo o corpo discente, desde a Iniciação Científica à Pós-graduação, que acompanhou as atividades da programação com curiosidade e entusiasmo. 

O comitê organizador do SciNEXT destaca a expressiva participação da comunidade acadêmica da Fiocruz Bahia. Além disso, quase metade dos presentes eram de moradores de Salvador (49%), mas o evento conseguiu abranger ainda outras 13 cidades brasileiras. Outras informações sobre o público apontam que a maioria era de mulheres (83%), 60% eram pardos e pretos, e 80% eram pessoas provenientes de escolas públicas. 

Programação 

A abertura do evento contou com a presença de Eliza Alves Ferreira e da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Juliana Fullam. Houve também a apresentação, feita pela cientista Karine Damasceno, do programa Meninas Baianas na Ciência, organizado pela Fiocruz Bahia em parceria com o apoio da 2ª chamada Garotas STEM, do British Council e Fundação Carlos Chagas, e da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. 

O cronograma seguiu com a mesa “Mais vale a experiência”, moderada por Valéria Borges, com a participação das convidadas Luciana Oliveira, coordenadora do Comitê de Valorização do Cientista do Grupo Ciências na Saúde – Grupo Mulheres do Brasil, a também pesquisadora da Fiocruz Bahia Natália Tavares, da Business Developer da genOway Claire Santos e da cientista em Imunologia da AbbVie Nívea Luz. 

A segunda palestra da manhã teve como tema “Viver com propósito e de propósito, é possível?”, abordado por Marina Campos, professora da Universidade de Mogi das Cruzes. Já o período da tarde foi o momento das atividades práticas, com a oficina “Ferramentas para uma comunicação eficiente”, ministrada por Thais Gimenez, fundadora da startup Linguagens que Conectam, e Raquel Santana, do Grupo Mulheres do Brasil. A segunda oficina teve a participação das cientistas Liliana Massis e Luciana Frazao, abordando o tópico “Ampliando sua rede de contatos usando plataforma online”.  

O evento foi encerrado com a palestra “Yoga como ferramenta na gestão do stress”. Unindo a prática a teoria, o fundador do grupo Yoga Bahia Marcos Aquino elaborou uma série de atividades trabalhando posturas, respiração e concentração.  

Sobre o Grupo Mulheres do Brasil 

Presidido por Luiza Helena Trajano, o Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício foi fundado em 2013 por 40 mulheres de diferentes segmentos, com o intuito de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país. São mais de 98 mil mulheres no Brasil e no exterior, atuando de forma voluntária em causas alinhadas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em mais de 150 Núcleos. O Núcleo Vale do Silício é liderado por Monica Kangussu-Marcolino, Aline Fontes e Cynthia Michels, e tem como objetivo construir uma ponte entre o Brasil e o Vale do Silício em prol do desenvolvimento do nosso país. O Núcleo Vale do Silício é composto por diferentes comitês temáticos, entre eles o Comitê Ciência, que tem como missão contribuir para a valorização da ciência no Brasil através de ações que fortaleçam a presença das mulheres na área. O comitê é liderado pelas cientistas Eliza Alves-Ferreira, Liliana Massis e Nárjara Grossmann, e conta ainda com a partipação de Raquel Santana e Luciana Frazão. 

Mais informações 

Saiba mais no site do Grupo Mulheres do Brasil.    

Visite o site do SciNEXT 2022.  

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Websérie | Doença de Chagas | Episódio 3

No vídeo “Estudo da doença na Bahia”, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Reis, aborda as pesquisas que coordena sobre a doença de Chagas e sua transmissão congênita, em municípios da Bahia.

A Fiocruz Bahia produziu uma websérie sobre as principais pesquisas realizadas na instituição. Os vídeos estão divididos em 9 temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, HTLV, leishmaniose e tuberculose.

Confira!

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Pesquisadores identificam enzima capaz de desacelerar necrose causada pela tuberculose 

Causada pela Mycobacterium tuberculosis, a tuberculose pode promover a necrose dos tecidos atingidos, por meio de um processo de peroxidação lipídica envolvendo o ferro, a ferroptose. Coordenados pelo cientista Bruno Bezerril, da Fiocruz Bahia, pesquisadores documentaram este processo em pacientes com a doença e estudaram a atuação das enzimas glutationa (GSH) e glutationa peroxidase-4 (Gpx4) no tratamento do quadro clínico da infecção. O estudo, publicado no periódico Journal of Experimental Medicine, constatou como ocorre o processo de morte celular na doença e como a Gpx4 diminui a necrose e a carga bacteriana. Com esse resultado, podem ser apresentadas novas possibilidades de terapias no tratamento da enfermidade.  

Em pacientes infectados, os pesquisadores constataram que a Gpx4, naturalmente secretada por diferentes tipos de células, sofre um decréscimo em sua expressão assim como a expressão da GSH. Em paralelo, sobem os níveis de peroxidação lipídica. Ressalta-se também o fato de que a produção de Gpx4 encontra-se especialmente diminuída nas células mieloides adjacentes ao núcleo necrótico de células pulmonares, o que sugere que estes organismos são os primeiros a serem atingidos.   

Baseados nestes dados, os pesquisadores especularam acerca do papel que estas enzimas teriam na resistência do hospedeiro a infecção. O estudo baseou-se em duas frentes. A primeira partiu da revisão de casos de pacientes brasileiros e da África do Sul. Nos pacientes brasileiros, estabeleceu-se que os níveis plasmáticos de peróxido lipídico estavam mais elevados nos casos de indivíduos com a doença em comparação com os indivíduos saudáveis.   

Para confirmar esta observação, foram feitas mensurações em pacientes provenientes da Cidade do Cabo. Foi medida a peroxidação lipídica nos pacientes infectados pela tuberculose, indivíduos com tuberculose latente e pacientes saudáveis. Foi encontrada uma correlação entre os níveis baixos de glutationa, assim como autos níveis de peroxidação nos casos mais graves da doença. 

A segunda frente da pesquisa se baseou em dados obtidos a partir de testes com camundongos geneticamente modificados, cujo desempenho em estudos anteriores demonstrou que possuíam lesões pulmonares semelhantes às humanas quando contraem a tuberculose. Infectados via aerossol, os camundongos demonstraram o mesmo decréscimo de Gpx4 na porção central das lesões nos granulomatomas e maior pigmentação para enzimas em células localizadas nas periferias do tecido pulmonar.  

Analisou-se ainda a resposta enzimática em dois grupos de camundongos geneticamente modificados, um grupo com baixa expressão de glutationa e outro com superexpressão da enzima. Os animais deficientes da enzima demonstraram cargas bacterianas maiores que aqueles com excreção normal ou aumentada. Os efeitos da necrose pulmoral nos animais com baixa expressão da enzima também se mostraram mais visíveis.  

A produção de espécies reativas ao oxigênio (ROS) é uma das primeiras respostas imunológicas de combate a presença dos patógenos. É, no entanto, a sua produção excessiva que termina por afetar o hospedeiro, dado que os ROS tentam atacar as células através da geração de peróxidos lipídicos tóxicos. O papel da Gpx4 neste processo é reduzir o fosfolipídio ligado a membrana dos hidroperóxidos, o que evita a desestabilização da membrana celular. 

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Estudante do PgPAT recebe menção honrosa no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2022 

Sara Nunes, autora da tese que recebeu menção honrosa.

A tese intitulada “O papel do miR-193B e miR-205 na exposição in vitro de diferentes células humanas à leishmania braziliensis” recebeu menção honrosa no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses de 2022 da Fiocruz. A tese foi desenvolvida por Sara Nunes de Oliveira Araujo, doutora pelo Programa de Pós-graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT), sob orientação da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Natalia Machado Tavares.  

Defendida em janeiro de 2022, a tese estuda o papel dos microRNAs, que são pequenos RNAs endógenos não codificantes, na atuação contra o desenvolvimento da leishmaniose cutânea. A pesquisa trabalha com dois microRNAs, entre os quais o miR-205, cuja descoberta permite propor uma nova abordagem terapêutica para a doença.  

Segundo o edital do Prêmio, o critério na escolha dos trabalhos reconhecidos é o “elevado valor para o avanço da saúde nas áreas de atuação da Fiocruz”. A pesquisadora Natalia Tavares relata a alegria que sente em ver os frutos da dedicação de sua orientanda. “Poder ver toda a dedicação e empenho de Sara no desenvolvimento de sua tese, escrita com tanto cuidado e amplamente elogiada pela banca avaliadora, ser agora apreciada nacionalmente é um reconhecimento que ela merece muito”, declara.  

“Eu não poderia estar mais orgulhosa e feliz em ter sido sua orientadora desde o mestrado. Essa conquista é resultado da trajetória belíssima que ela tem na pesquisa e tenho certeza de que muitas outras virão”, completa Natalia. 

Com a defesa da tese, Sara prosseguiu para o pós-doutorado no PgPAT, dando continuidade à pesquisa. “O reconhecimento deste trabalho incentiva a continuidade de estudos que buscam novas estratégias terapêuticas em doenças negligenciadas”, assegura a pesquisadora. “Estou feliz por estar entre os melhores trabalhos avaliados em nível nacional e acredito que esse reconhecimento impactou o nosso grupo de pesquisa de forma muito positiva. É gratificante poder contribuir com os avanços científicos em uma área que ainda há tanto a ser descoberto”. 

A cerimônia oficial da premiação irá ocorrer no dia 14 de outubro, às 10 horas. Previsto para acontecer em formato híbrido, o evento presencial será realizado em Manguinhos, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro.  

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Projeto Meninas Baianas na Ciência realiza terceiro evento para estudantes baianas

Seguindo a programação de 2022, o projeto Meninas Baianas na Ciência realizou seu terceiro evento na tarde desta terça-feira (27/9). Com a presença de estudantes de oito colégios da rede pública, o encontro contou com uma palestra realizada pela pesquisadora e coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) Deborah Fraga. Em seguida, as alunas assistiram a experimentações com testes sorológicos e de extração de DNA de frutas, preparadas por doutorandos do PgBSMI e discentes de iniciação científica.

O ciclo de palestras realizadas pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia tem o objetivo de compartilhar as experiências das mulheres que fazem ciência. A pesquisadora Deborah Fraga narrou as dificuldades e vitórias que obteve em sua trajetória e os impactos sentidos por ser uma mulher. “Durante o meu mestrado tive que estudar com minha filha, a mais velha, ainda pequena. Estava sozinha, com meu marido, e a gente se revezou nos cuidados. Nós passamos por essas dificuldades, mas é possível”, conta. “Hoje minhas filhas são duas mulheres. Fui muito feliz com a formação delas e quero ajudar a formar outras mulheres”.

Entre as próprias inspirações, Fraga coloca outras pesquisadoras da instituição, como a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, a vice-diretora de Ensino e Informação, Claudia Brodskyn, a pesquisadora Patrícia Veras e a atual presidente da Fiocruz, Nísia Trindade. De acordo com ela, faz toda a diferença contar com a presença de mulheres na ciência. “Patrícia Veras foi a primeira mulher que eu tive como orientadora, até então eu só tinha tido homens. E foi uma parceria diferente. É importante nos apoiarmos, enxergamos as dificuldades uma da outra. Espero que vocês encontrem mulheres que inspirem vocês também”.

A aluna de iniciação científica Stefane Calmon compartilha dos objetivos apresentados. “No meu ensino médio eu tive a oportunidade de participar de um programa de Iniciação Científica Júnior. Isso é sensacional, que uma instituição de pesquisa esteja promovendo esse encontro e mostrando o que é a ciência para as meninas”.

Uma das cinco alunas sorteadas para participar de um estágio na Fiocruz Bahia é a aluna do Colégio Estadual da Bahia – Central, Adriele Costa. A jovem de 17 anos está acompanhando as atividades das linhas de pesquisa de Deborah Fraga, ela comenta que o insetário também vem chamando sua atenção. “Lá tem a dissecção, a alimentação das larvas. É muito interessante”, relata. “Para mim, que sempre quis estar nessa área da ciência, essa é uma oportunidade maravilhosa. Como Dra. Deborah explicou, tem várias mulheres no laboratório. Isso é uma inspiração”.

Impressões das participantes

Professora de inglês no Colégio Estadual Eduardo Bahiana, Márcia Ramos afirma que os dias de evento do Meninas Baianas na Ciência são precedidos pela animação das jovens estudantes. “Elas já são bastante interessadas, mas eu espero que esse projeto possa desenvolver ainda mais o interesse delas pela ciência e que elas possam passar isso para seus colegas”, declara.

A docente de biologia Jânia Lordelo, do Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego, acrescenta outros ganhos que vislumbra com o projeto. “Tem sido uma experiência maravilhosa porque as meninas podem visualizar outros mundos. Eu acho importante esse espírito de descoberta, de curiosidade, de investigação, que elas passam a ver na prática e não só aquele estudo bancário, para as provas. É um estudo para a vida”, assegura.

Evelin Maria, 17, também aluna do Colégio Central, demonstrou estar bastante interessada na palestra da professora Deborah. É que, assim como a pesquisadora, ela deseja ser uma médica veterinária. Para Evelin, a participação no projeto foi essencial para esse encaminhamento. “A primeira vez que eu vim aqui, nem tinha nada em mente. Quando cheguei aqui e vi na prática que seguir essa carreira pode levar a tantos outros caminhos, eu fiquei muito mais interessada”, diz.

Sobre o projeto

O projeto Meninas Baianas na Ciência é realizado com o apoio da 2ª chamada Garotas STEM, do British Council e Fundação Carlos Chagas e o apoio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Com a coordenação das pesquisadoras Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natália Machado, o projeto tem uma programação de encontros prevista até novembro. Ao final será concedido um certificado de participação para as estudantes.  

Nesta edição, participam do projeto alunas do Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego; Colégio Estadual Heitor Villa Lobos; Colégio Estadual Mãe Stella; Colégio Estadual Cosme de Farias; Colégio da Polícia Militar – Unidade I/Dendezeiros; Colégio Estadual Eduardo Bahiana; Colégio Estadual da Bahia Central; e Escola Estadual Deputado Naomar Alcântara.

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Pesquisadora Aldina Barral recebe prêmio SBI Women in Science

Foto: Academia de Ciências da Bahia

Em reconhecimento às contribuições para a pesquisa em Imunologia, Aldina Maria Prado Barral, pesquisadora da Fiocruz Bahia, recebeu o prêmio SBI Women in Science, da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI). A premiação ocorreu na última terça-feira (20), na abertura do evento Immunometabolism 2022, o congresso anual da SBI, realizado em São Paulo. 

O prêmio foi entregue pela presidente da Sociedade Ana Maria Caetano Faria, que destacou as importantes contribuições da cientista no estudo imunológico da leishmaniose. Aldina Barral foi presidente da SBI durante o biênio de 2008-2009 e, em seu discurso de agradecimento, parabenizou a instituição nos esforços pela igualdade de gênero, tendo em seu histórico diversas presidentes mulheres, e pontuou o fato de a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, ser uma cientista negra. Também disse que o prêmio celebra o trabalho de uma equipe com várias participantes vitais, dentre elas outras pesquisadoras da Fiocruz Bahia. 

Aldina ainda evidenciou o momento histórico de descrédito pela qual a ciência passa. “As orientações baseadas na ciência para diversas políticas, incluindo as de saúde pública, desafiam decisões autoritárias e, portanto, a ciência é vista como inimiga. Defender a base científica das decisões é uma batalha crucial e necessária com a participação de todos os gêneros e orientações”, afirmou. “Depois de obter sucesso na defesa da primazia das decisões baseadas na ciência em todos os níveis, podemos estar muito perto de ser uma sociedade mais igualitária, e trabalhar como uma comunidade humana que mereça este nome”. 

Formada em medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde hoje é Professora Titular, Aldina Barral atua nas áreas de Imunoparasitologia e Patologia Humana desde a década de 80.  É também pesquisadora titular da Fiocruz Bahia, onde a cientista obteve conquistas na pesquisa em Parasitologia, com ênfase em Protozoologia Parasitária Humana, abordando tópicos como a imunopatologia das leishmanioses e a imunologia aplicada.

“A Dra. Aldina Barral é uma das pesquisadoras mais proeminentes da Fiocruz”, reconhece a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves. “Ela possui uma trajetória científica brilhante, com uma história de conquistas científicas, angariando diferentes prêmios acadêmicos e de sociedades científicas”, declara.  A diretora também reforça a importância de ver uma colega de profissão sendo reconhecida em sua área. “A Dra. Aldina Barral formou e estimulou a vida científica de várias mulheres e o fato dela estar recebendo o prêmio ‘SBI woman in science’ é uma deferência a todas as mulheres cientistas, o que muito nos orgulha”. 

O prêmio SBI Women in Science foi criado como uma ferramenta de visibilidade às contribuições de cientistas mulheres, com o objetivo de celebrar as realizações e partilhar as histórias das profissionais da área de Imunologia. Concedido a cada dois anos, a escolha da cientista se dá com base em critérios como as descobertas científicas alcançadas e o número de publicações, apresentações de pôsteres e em conferências. O comitê que analisa as candidatas também considera a trajetória das pesquisadoras em relação à liderança e à tutoria. 

Reconhecimento 

Além deste prêmio, Aldina Barral já foi reconhecida com o World Scientists Forum International Awards-Science & Medicine, em 2003; o Prêmio Claudia na categoria de Ciências, em 2008; foi nomeada comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2010; e recebeu o Prêmio Scopus Brasil, promovido pela Editora Elsevier e pela Capes, em 2010. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, eleita em 2005, e em 2011 tornou-se também membro titular da Academia de Ciências da Bahia. 

Em 2020, a professora foi incluída em um ranking mundial de cientistas elaborado pelo Journal Plos Biology, que destacou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Eleita pelos critérios de impacto da carreira e impacto do pesquisador em um único ano, Aldina Barral esteve entre os 600 cientistas brasileiros que integraram a lista.  

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Websérie | Doença de Chagas | Episódio 2

No vídeo “Doença de Chagas: desenvolvimento de teste rápido”, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, aborda a pesquisa que coordena no desenvolvimento do teste rápido para doença de Chagas. Além do teste em humanos, neste episódio o cientista também fala sobre o teste que seu grupo está desenvolvendo para diagnóstico da enfermidade em cães.

A Fiocruz Bahia produziu uma websérie sobre as principais pesquisas realizadas na instituição. Os vídeos estão divididos em 9 temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, HTLV, leishmaniose e tuberculose.

Confira!

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Estudo sobre interações entre Leishmania e macrófagos é publicado em livro

Um estudo sobre as formas de interação da Leishmania com células do hospedeiro foi publicado no livro “Macrofágos – 140 anos de sua descoberta”, editado por Vijay Kumar. O capítulo denominado “Elucidando a complexa interrelação nas interações precoces entre a Leishmania e macrófagos”, delineia, através de revisão bibliográfica, um amplo panorama de como a Leishmania se estabelece, sobrevive e se multiplica em células chamadas de macrófagos. Essa entrada se dá por meio de um processo denominado de fagocitose. O trabalho foi realizado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras e Juliana Perrone, e pelo pesquisador Thiago Castro Gomes, da Universidade Federal de Minas Gerais.

A fagocitose é um processo metabólico que envolve a internalização de material particulado por células fagocíticas, como o macrófago. Esse processo ocorre em uma série de etapas distintas e complementares nas células fagocíticas, sendo capaz de reconhecer micro-organismos, incluindo os parasitos do gênero Leishmania, que na forma de promastigota são reconhecidos por receptores e são internalizados. Mediante esta ligação da Leishmania com a célula hospedeira, etapas subsequentes ocorrem, incluindo a polimerização da actina e a produção de moléculas microbicidas. Assim, os fagossomos formados contendo os parasitas transitam pela via endocítica da célula hospedeira, onde sofrem modificações, para, por fim, se fusionarem com lisossomos, transformando-se em compartimentos fagolisossomais.

No entanto, os cientistas reconhecem que, há outras formas para o parasita adentrar em um ser vivo. Estudos anteriores demonstraram que, ao tratar os macrófagos com o inibidor da fagocitose citocalasina-D, cerca de 75% da infecção foi bloqueada, evidenciando que na parcela de 25% das células infectadas, a fagocitose não é a única via de entrada no hospedeiro.

Os autores salientam que a capacidade do hospedeiro em erradicar a infecção, como a causada pela Leishmania, depende dos primeiros momentos de interação entre esses microorganismos e as células hospedeiras, ativando diferentes vias de sinalização celular que são cruciais para o resultado da infecção. Dessa forma, a depender do tipo de encontro inicial entre Leishmania e o macrófago, pode ocorrer tanto a eliminação dos parasitas, como o estabelecimento da infecção e mesmo migração das células infectadas pela Leishmania para outros tecidos do hospedeiro, resultando em disseminação do parasito para diferentes tecidos.

Clique aqui para acessar a publicação.

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Fiocruz Bahia recebe profissionais da educação de Valença 

Professores e gestores da educação pública do município de Valença participaram de uma atividade presencial no Instituto Gonçalo Moniz, sede da Fiocruz Bahia, durante a tarde de sexta-feira (16).  O objetivo da visita foi promover o conhecimento e o contato com as atividades desenvolvidas no Instituto. Após as atividades, os docentes retornaram com o desejo de partilhar a experiência com seus alunos.  

Estiveram presentes 28 professores da área de ciências, representando as 16 escolas da rede pública, das zonas urbana e rural do município. O encontro começou a ser articulado em abril deste ano e é a primeira atividade com os profissionais de Valença. A coordenadora técnica da Secretaria Municipal de Educação de Valença Lisiane Bernardes foi uma das articuladoras do encontro. O primeiro contato com as atividades da Fiocruz Bahia ocorreu por uma palestra online com alunos da UFBA, sobre a Leishmaniose, quando se tratou também das atividades do Instituto.  

“Assim que voltamos aos trabalhos presenciais, entrei em contato com a Fiocruz Bahia”, relata. A coordenadora também já atuou como professora de geografia em sala de aula e entende a importância da promoção de atividades formadoras como essa. “Nós sempre buscamos esse tipo de atividade, porque dessa forma, conseguimos fazer um trabalho pedagógico com maior consistência, mais próximo da realidade. Quando nós vivenciamos esse aprendizado, fica mais fácil passar para os nossos alunos, usar novas metodologias”, declara.  

Lisiane e a coordenadora técnica dos anos finais de ensino, também da Secretaria de Educação, Josineide Neri, utilizam a mesma expressão para se referir ao contato entre os professores e alunos. “Eles estão no chão da sala de aula”, comenta Josineide. “Estamos aqui com os professores de ciência que trabalham do 6° ao 9° ano. O nosso objetivo é fazer com que esse professor tenha uma vivência da instituição, para que possa levar conhecimento aos alunos que de fato chegue aos nossos estudantes”, afirma, entusiasmada.  

É com orgulho que a coordenadora relata as conquistas do corpo estudantil da cidade: os estudantes acumulam medalhas e menções honrosas nas Olimpíadas Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), da Olimpíada Nacional de Eficiência Energética (ONEE) e da Olimpíada Nacional de Ciências (ONC).  

“Desde então, nós temos um interesse muito grande dos professores para continuar motivando os estudantes na área da ciência e a buscar novas descobertas. Agradeço pela oportunidade de trazer nossos colegas para visualizar esse espaço, ter acesso e levar novos conhecimentos para a sala de aula. É um privilégio para a gente”, completa a professora.  

No chão da sala de aula  

O professor Daniel Mazzei, da Escola Municipal Dr. José Andrade Soares, partilha desse orgulho. Alguns de seus alunos foram os responsáveis pelas conquistas nas Olimpíadas e ele próprio recebeu a condecoração de “Honra ao Mestre” pelo trabalho feito em sala. O professor pretende aproveitar a atiçar a curiosidade dos alunos com a visita. “Quando se abre a porta dos institutos também se aproxima a população, isso faz com que ela se sinta mais participativa, mais presente. Todo o conhecimento que esses professores vão levar daqui, será repassado. Eles vão relatar um pouco do que aprenderam e vão enriquecer suas aulas”, comenta. 

Professor de ciências do Colégio Estadual Bernardo Bispo dos Santos, da Comunidade Quilombola do Distrito de Jiquiriça, Adonias Ramos também acredita na importância dessa aproximação. “Meu intuito é conhecer melhor a instituição e também analisar como podemos inovar na questão da metodologia, no aprendizado das nossas aulas de ciências”. Como atuante em uma escola de zona rural, com trabalho em uma comunidade aldeada, Adonias acredita no potencial que suas aulas podem ter para os estudantes. “Nós sabemos que os futuros cientistas irão sair da educação”, defende.  

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Dissertação analisa perfil da resposta imune de pessoas com HIV infectadas por chikungunya

Autoria: Ellen dos Reis Pimentel
Orientação: Antônio Ricardo Khouri Cunha
Título da tese:  “Avaliação da resposta imune adaptativa de memória contra CHIKV em pessoas que vivem com HIV/AIDS em terapia com antiretrovirais”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 04/10/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 834 8054 6859
Senha de acesso: defesa

Resumo

INTRODUÇÃO: O HIV é um vírus de infecção de progressão lenta que se não tratado, gera um estado de imunossupressão que pode alterar o perfil de resposta imune de memória protetora a infecções subsequentes por outros vírus. Em indivíduos sadios, a infecção por CHIKV apresenta alta morbidade e com desenvolvimento de um quadro crônico de artralgia e artrite que pode durar mais de um ano em mais de 50% dos infectados. Em um contexto de cocirculação de HIV-1 e outras infecções, é fundamental compreender como a infecção secundária por arboviroses evoluem em pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) em tratamento com antirretrovirais e se estes indivíduos são capazes de produzir uma resposta imune protetora e duradoura a estes microrganismos. OBJETIVO: Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil quali-quantitativo da resposta imune celular de memória de pessoas que vivem com HIV/AIDS com história de infecção por CHIKV atendidos no Centro de Referência DST/HIV/AIDS de Feira de Santana, Bahia. MATERIAIS E METÓDOS: Foram recrutados 634 PVHA para participarem de um estudo de soroprevalência de infecção prévia ao vírus do CHIKV através da detecção de anticorpos IgG anti-CHIKV. Destes, foram convidados para participar de uma recoleta 46 indivíduos que apresentaram IgG positivo antiCHIKV e 67 indivíduos com IgG negativo anti-CHIKV, pareados por dados clínicos e sociodemográficos. A partir disto, foi coletado 10mL de sangue total dos indivíduos selecionados e foi submetido a estímulo in vitro com 1000 PFU de CHIKV. Após 48h, o sobrenadante foi utilizado para a dosagem dos seguintes marcadores solúveis: CCL2/MCP-1, CCL3/MIP-1α, CCL4/MIP-1β, CXCL8/IL-8, CXCL10/IP-10, EGF, Eotaxina, G-CSF, GMCSF, IFN-α2, IFN-γ, IL-10, IL-12p40, IL-12p70, IL-13, IL-15, IL-17A, IL-1Rα, IL-1α, IL-1β, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-7, TNF-α, TNF-β, VEGF, utilizando a tecnologia Luminex. RESULTADOS: Foi observado concentrações significativamente mais baixas de EGF e mais altas de GM-CSF, IL-8, IP-10, MIP-1α, MIP-1β, IFN-α2, IFN-γ, IL-1Rα, IL-1α, e IL-2 em PVHA com sorologia positiva para CHIKV quando comparado ao grupo PVHA com sorologia negativa para CHIKV. Em seguida, avaliamos se as quantificações das citocinas moduladas significativamente no grupo com sorologia positiva para CHIKV eram impactadas por níveis de carga viral do HIV-1, células T CD4+ , CD8+, CD4+/CD8+ e CD45+ no momento da coleta. Observou-se que o nível de células T CD4+ apresentou associação significativa positiva com IFN-γ, IL1-RA, IL-2, o nível de células T CD8+ apresentou associação significativa positiva com EGF, a razão de células T CD4+ /CD8+ apresentou associação significativa positiva com IP-10, IFN- α2, IFN-γ e o nível de células T CD45+ apresentou associação significativa positiva com IL-1Rα. CONCLUSÃO: Assim, concluímos que os PVHA sob tratamento de antirretrovirais são capazes de desenvolver uma resposta imune celular protetora e duradoura do tipo Th1, caracterizado principalmente por IFN-γ, IL-2, IFN- α2 e IP-10, EGF e IL1-Rα. Contudo, estas citocinas são impactadas diretamente pelo estágio de recuperação dos níveis dos leucócitos. Palavras-chave: HIV-1, Febre da Chikungunya, Imunoativação, Memória.

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Cursos de pós-graduação na Fiocruz Bahia mantêm qualidade em avaliação da Capes 

Impacto social, produção acadêmica, coerência das linhas de pesquisa e colaboração internacional. Atendendo a esses e outros critérios, os programas de pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), da Fiocruz Bahia, e em Patologia Humana e Experimental (PgPAT), da Universidade Federal da Bahia em ampla associação com a Fiocruz Bahia, receberam nota 6, considerada de excelência, na Avaliação Quadrienal (2017-2020) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Com a primeira turma iniciada em 2020, o Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PgPCT) recebeu nota 3 na avaliação, o que garante a habilitação do curso, sendo recomendado pela Capes.

Claudia Brodskyn, vice-diretora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, refere-se às avaliações como grandes conquistas. “Essas vitórias foram obtidas graças ao esforço de todos os professores, mas sobretudo das coordenadoras e dos vice-coordenadores, que estiveram atentos a todas as modificações impostas pela Capes neste período de avaliação. Realizaram um trabalho magnífico e merecem todas as congratulações”, celebra. “Não temos medido esforços para continuar nesta jornada de excelência e buscando cada vez mais aperfeiçoar nossos métodos pedagógicos, ajudando os docentes e discentes a finalizarem seus projetos de estudo”, declara Brodskyn. “Continuaremos lutando e acolhendo nossos estudantes e professores para que em breve cheguemos a nota 7”.  

O relatório Sucupira, da avaliação acerca dos resultados do PgPAT, destaca que os docentes geram impacto social e educacional pois, trabalham em áreas endêmicas para diversas doenças. “Por fim, o programa mostra dinamismo na busca pela excelência e vem se firmando dessa forma no cenário nacional”. Para a coordenadora do curso, Clarissa Gurgel, esses e outros indicadores demonstram a qualidade que o programa desenvolveu desde sua criação, em 1973.  

“Historicamente, o PGPAT é um programa que impacta a saúde pública e a educação brasileira, especialmente na região Nordeste. A produção intelectual, formação discente e projetos inovadores colocam o programa como um núcleo na formação em ciências da saúde, contribuindo para o desenvolvimento do país”, relata Clarissa.  A trajetória do curso chegará a um marco especial em 2023: o PgPAT irá completar 50 anos de existência. “O programa foi um dos primeiros da UFBA e a sua história se confunde com a consolidação da Fiocruz na Bahia e formação dos primeiros mestres e doutores no Estado. Hoje, muitos deles são professores e pesquisadores renomados, inclusive da UFBA e da Fiocruz”, continua a professora e egressa do curso.  

O PgBSMI construiu em seu histórico uma forte abrangência de estudos, com quatro áreas de concentração e 11 linhas de pesquisa. Deborah Fraga, coordenadora do programa, avalia a nota 6 da Capes como uma conquista coletiva. “Esse é um esforço coletivo da instituição, da direção, da coordenação do programa, dos professores, dos alunos. Tem muita gente construindo esse resultado. Eu sou egressa do programa, fiz parte da primeira turma e hoje o coordeno. É algo que eu participei desde o início”, afirma com orgulho.  

“Formamos alunos que vão para a docência, formar novos indivíduos, e temos também uma parte de alunos que vão para o SUS, outra que vai trabalhar na vigilância, ou no LACEN e nas Secretarias de Saúde. Temo projetos que trabalham nas áreas endêmicas, eles dão muito retorno a comunidade, fazendo diagnóstico, palestras, cursos e treinamento de agentes de saúde. Então, há coisas sendo desenvolvidas por nossos professores que trazem um impacto social para essas áreas afetadas”, comemora a professora. Assim como a coordenação do PgPAT, a nota 6 proporciona ao programa um horizonte de maiores esforços em busca da avaliação máxima da Capes. Fraga compartilha que os esforços serão concentrados na questão da inovação das metodologias adotadas, na internacionalização do curso e na produção cooperada entre docentes e discentes.  

O PgPCT foi aprovado em 2015, e em 2019 foi obtido o orçamento necessário para viabilizar as atividades. No entanto, as atividades presenciais, que se iniciaram em março de 2020, foram interrompidas pela pandemia e só retornaram, de forma virtual, em julho do mesmo ano. A avaliação da Capes para cursos de Mestrado Profissional, como o PgPCT, varia entre as notas 3 a 5, sendo a nota 3 o mínimo necessário para o curso ser credenciado.  

Com o aval da Capes e o andamento das atividades, a coordenadora do curso, Maria da Conceição de Almeida, guarda boas expectativas para o futuro do PgPCT. “As recomendações são passíveis de serem atendidas, uma vez que agora iremos começar com as publicações e as defesas. Daqui a um ano já poderemos avaliar nossos egressos”.  Ela ressalta que não houve desistências entre os 24 alunos selecionados para a primeira turma, entre os quais 11 são provenientes de instituições públicas. “Nós estamos junto à diretoria e às vices-diretorias de Ensino e de Pesquisa empenhados em captar recursos para uma nova turma. Já temos pessoas interessadas, nos procurando para se candidatar a uma nova rodada do curso” compartilha a pesquisadora.

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Diretora da Fiocruz Bahia visita Fapesb

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, visitou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb, na quinta-feira (15/9). A pesquisadora foi recebida pelo Diretor Geral, Luiz Araújo, a Diretora Científica e de Inovação, Maria das Graças Maia, a Assessora da Diretoria Geral, Edna França, e a Assessora da Diretoria Geral e da Diretoria Científica e de Inovação, Ana Oliveira. A reunião teve como objetivo aproximar as instituições e reafirmar a parceria visando novos projetos. Marilda Gonçalves também é Membro Titular do Conselho Curador da Fapesb.

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Fiocruz Bahia conclui Plano Estratégico para o quadriênio 2022-2025

Na manhã desta terça-feira (13), a comunidade da Fiocruz Bahia se reuniu em assembleia para a divulgação e conclusão do Plano Quadrienal 2022-2025 da unidade. O documento estabelece o plano de ações estratégicas para as principais áreas de atuação da instituição, com o objetivo de alcançar as metas estipuladas. Com a participação da Diretoria da Fiocruz Bahia e de servidores, o documento foi lançado em evento virtual, transmitido pelo Zoom, e ficará disponível na intranet para servidores e colaboradores da instituição.

O Plano Quadrienal é parte do processo de Planejamento Estratégico, previsto pelo Modelo de Gestão Integrada da Fiocruz Bahia. Além de estabelecer o horizonte desejado para o instituto em quatro anos, o plano prevê projetos estratégicos, responsáveis e monitoramento e prestação de contas das atividades.

A Coordenadora do Serviço de Planejamento, Orçamento e Cooperação, Ângela Scavuzzi, apresentou as metas incluídas em cada macroprocesso discutido e ressaltou a importância da integração dos processos e dos envolvidos para se chegar a um objetivo comum. “É o resultado do trabalho de equipes multidisciplinares, ou seja, um projeto com representantes de vários macroprocessos”, afirmou.

Neste período, a elaboração do plano contou com a colaboração do professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista na área de Gestão Pública José Carlos Vaz. Reconhecido pelos que participaram do processo como um mediador importante na síntese das discussões, Vaz também havia participado do planejamento estratégico anterior, do quadriênio 2018-2022, e apresentou a metodologia empregada. No entanto, para o professor, o protagonismo pelo processo pertence aos servidores do instituto. “Auxiliei no desenho do processo, mas é um trabalho que tem uma capacidade acumulada dentro do IGM, o que é muito importante. O instituto já tem uma tradição e é importante que isso se consolide, se registre e que siga adiante nessa direção”, declarou.

O modelo do planejamento estratégico elaborado pelo Instituto Gonçalo Moniz tornou-se inspiração para o planejamento elaborado por outras unidades da Fundação. A diretora, Marilda Gonçalves de Souza, falou sobre a amplitude que o trabalho alcançou. “Nós compreendemos que o planejamento estratégico norteia as atividades da diretoria e também faz com que conheçamos as necessidades e os pontos deficientes para que possamos atuar e melhorar efetivamente o nosso desempenho”, declarou, acerca do papel do planejamento na instituição. “Nós contamos com a participação ativa de cada um de nossos servidores para que nosso instituto consiga realizar todas as metas estabelecidas e manter sua excelência na pesquisa e na realização da formação de recursos humanos de qualidade”, completou.

Os eixos do trabalho se alinham aos macroprocessos de Pesquisa, Educação, Gestão, Comunicação e Tecnologia da Informação. Cada área conta com seu próprio objetivo, um quadro de ações estratégicas alinhadas a projetos desenvolvidos no próximo quadriênio, com  o diretor responsável.

Valdeyer Galvão dos Reis, vice-diretor de gestão do IGM e responsável pelo macroprocesso de Gestão, ressaltou o que considera os maiores benefícios do sistema adotado. “Esse planejamento estratégico tem um componente político, onde as pessoas dizem para onde elas querem ir, e tem um componente técnico-gerencial, no qual os gestores foram convidados a pactuar metas e definir responsabilidades. Mas o grande diferencial desse planejamento é ter um monitoramento sistematizado, permitindo ajustes e gerando aprendizagem organizacional”, comentou.

A possibilidade de pensar a estratégia de forma transversal também foi elogiada pelos outros gestores. “Esse período permitiu que conhecessemos melhor o nosso trabalho e, principalmente, agregou novos aliados à questão da comunicação e da divulgação científica na instituição”, relatou o coordenador do projeto e da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica do IGM, Antonio Brotas, gestor do macroprocesso de Comunicação.

“O planejamento foi e tem sido um acontecimento muito bom para mantermos as metas e normas bem estabelecidas dentro de cada macroprocesso. Em termos de Ensino tem sido muito bom, nós temos procurado seguir o plano e melhorar cada vez mais”, afirma a Vice-diretora de Ensino e Informação e gestora de Ensino Claudia Ida Brodskyn. O Vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Serviço de Referência, Ricardo Riccio, colocou-se à disposição da equipe para sanar dúvidas e agradeceu ao Serviço de Planejamento, Orçamento e Cooperação responsável pela sistematização das discussões internas.

Realizado em duas etapas, o processo de manufatura do plano teve inicio em outubro de 2021, com as primeiras oficinas temáticas voltadas para a comunidade do instituto, com a realização dos seminários de planejamento e a sistematização dos  processos, elaborados para sintetizar os insumos produzidos coletivamente nas reuniões.

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Escore avalia risco de morte em pacientes com Covid-19 grave

Um projeto coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia e líder do grupo de pesquisa Multinational Organization Network Sponsoring Translational and Epidemiological Research Initiative (Monster), Bruno Bezerril, validou uma ferramenta de predição de mortalidade em pacientes com casos graves da Covid-19, em unidades de terapia intensiva (UTIs). Publicado na revista Frontiers in Medicine, o trabalho demonstrou que o escore, intitulado Pneumonia Shock Score (pShock), alcançou bom desempenho na predição do risco de mortalidade de pacientes hospitalizados.

O pShock foi desenvolvido pelo Grupo de Estudos em Medicina Intensiva (GEMINI), núcleo da Monster que estuda pacientes críticos coordenado pelo médico Nivaldo Filgueiras, para avaliar o risco de morte em pacientes admitidos na UTI por pneumonia, suprindo a falta de ferramentas de rápida aplicação que auxiliariam o manejo clínico destes pacientes. Observando que as ferramentas que estavam sendo desenvolvidas para auxiliar no combate à pandemia possuíam alto risco de viés, os autores propuseram a validação do pShock para o cenário da infecção pela Covid-19.

Para o estudo, foram utilizados dados de 605 pacientes coletados no período entre janeiro de 2020 a março de 2021, provenientes da colaboração de quatro UTIs localizadas na Bahia. O teste com o pShock atingiu uma área sob a curva característica de operação do receptor, métrica de acurácia, de 0.80. Com esse resultado, o escore performou melhor que outros sistemas de predição comumente utilizados.

O escore estimou, no período de 30 dias, uma taxa de mortalidade bastante semelhante à demonstrada nas UTIs, com diminuição da probabilidade de sobrevivência em pacientes com pontuações mais altas no pShock. Comparando os dados dos não-sobreviventes com os sobreviventes, constatou-se que o primeiro grupo apresentou a taxa de frequência respiratória por minuto mais elevada, contagem de leucócitos e da ureia alta, maior fração inspirada de oxigênio (FiO2) menos de 6 horas após a admissão hospitalar, necessidade de ventilação mecânica e de vasopressores, baixo valor no hematócrito e um índice menor na Escala de Coma de Glasgow.

Para além dos dados clínicos, ainda se observou que dos pacientes estudados, a maioria das vítimas fatais tinha idade mais avançada (média de 70 anos) do que os sobreviventes (57 anos em média). No entanto, as informações coletadas não evidenciaram índices de risco referentes ao gênero, nem parâmetros clínicos objetivos relacionados a frequência cardíaca, pressão arterial e níveis de sódio.

Os pesquisadores consideram que, devido à escassez de recursos para o cuidado intensivo, ganha maior importância a triagem e estratificação de risco em pacientes hospitalizados pela Covid-19 para se otimizar a alocação destes recursos. O pShock foi desenvolvido tendo em vista as limitações de regiões de baixa e média renda, sendo um sistema que não demanda exames muito complexos para se estimar o prognóstico.

Os cientistas ressaltam algumas limitações do estudo, como o número – considerado modesto – de pacientes analisados, o que pode afetar a aplicação do sistema em UTIs com maior taxa de ocupação. Há também a possibilidade de que a variação no tratamento dos pacientes, alguns com uso de esteroides como o remdesivir, possa ter impactado o desempenho do pShock.

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Fiocruz Bahia institui núcleo pró-equidade

Representantes do núcleo em reunião com a Diretoria.

Entrou em vigor a Portaria Nº 046/2022 que instaura e designa membros para o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia. A instituição do grupo, que atuará como uma instância consultiva ligada à diretoria da unidade, seguirá a agenda institucional que propõe tornar a Fiocruz mais equânime. Em simultâneo, a Fiocruz Bahia possui representação no Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, com a participação das servidoras Flávia Paixão e Lorena Magalhães (Portaria N° 645/agosto de 2022).

O Comitê está trabalhando na elaboração da Política de Equidade Étnico-Racial e de Gênero da Fiocruz, cujo documento oficial está em consulta interna com a comunidade. O Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia é formado por nove servidores: Adriana Mendes, Antônio Brotas, Carlos Teles, Daniela Cerqueira, Flávia Paixão, Jorge Clarêncio, Karine Damasceno, Lorena Magalhães (presidente) e Márcio Freire. 

A Portaria 046/2022 estabelece como um dos objetivos a promoção da equidade de gênero, das relações étnico-raciais e da diversidade sexual na Fiocruz Bahia. Como ações a serem realizadas, o núcleo deverá estar em constante atualização e reorientação das políticas institucionais a favor da equidade e deve atuar na proposição de ações igualitárias relacionadas ao trabalho, ao atendimento ao público e à produção e popularização do conhecimento. Também visa a idealização de ações para a criação de um espaço de reflexão e debate sobre a importância da equidade.

Segundo a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia terá papel fundamental na realização do mapeamento da diversidade de gênero, étnico-raciais e de diversidade sexual presentes na instituição, além de contribuir para a implementação de políticas que possam combater o racismo estrutural, com a criação de instrumentos públicos de participação de toda a comunidade nesse processo de debate e diálogo. “Temos certeza de que o núcleo contribuirá para o fortalecimento institucional, em parceria com os todos os servidores e colaboradores. Existe a necessidade real de conquistarmos a equidade de gênero e raça em cargos da alta gestão da instituição, com a manutenção das mudanças já iniciadas pela Dra. Nísia Trindade Lima, a primeira mulher a assumir a presidência da Fiocruz no seus 120 anos de existência”.  

A presidente do Núcleo, Lorena Magalhães, reafirma as motivações para a sua criação. “A Fiocruz está inserida no contexto desigual do país e reproduz disparidades quando consideradas as dimensões de gênero e de raça, cor e etnia no quadro de servidores e cargos. O enfrentamento ao racismo e às outras formas de discriminação tem que ser pauta das nossas discussões”, defende. De acordo com Magalhães, o núcleo de cada unidade tem total liberdade para definir suas políticas. 

O IGM já possui um histórico de ações desenvolvidas visando a promoção da diversidade, como as ações afirmativas relativas aos cursos de pós-graduação Strictu sensu. Com a estruturação do Núcleo, haverá a organização de um calendário de reuniões mensais para estruturar o plano de ação a ser implementado na unidade. Lorena reforça que o objetivo é engajar os servidores. “O maior desafio para a Fiocruz Bahia é a participação de toda a comunidade para a implementação da Política. Residimos na cidade mais negra do mundo fora da África”, recorda.

O comitê da Fiocruz

A coordenadora-geral de Gestão de Pessoas (Cogepe) e integrante do colegiado gestor do Comitê Pró-Equidade da Fiocruz Andrea da Luz, narrou o histórico da criação do grupo. Criado em 2009, a princípio, o Comitê voltava-se mais para a questão do enfrentamento da violência contra a mulher. “As pautas sobre gênero e raça tiveram mais destaque a partir de 2018, quando houve a reformulação do Comitê e a constituição do colegiado gestor formado por uma mulher branca e três mulheres negras”, recorda Andrea. Desde então, muitas são as estratégias empregadas para pautar a importância da diversidade. “Temos o desafio de capilarizar as discussões sobre gênero e raça nas unidades da Fiocruz”, completa.

Entre as ações realizadas, encontram-se o lançamento do Dicionário Feminino da Infâmia, o seminário “Mulheres Fazendo Ciência”, o seminário no marco do Dia Internacional da Mulher Negra, os eventos comemorativos “Trajetórias Negras na Fiocruz” e o do Dia da Cultura Africana e, durante a paralisação das atividades presenciais devido à pandemia, foram organizados encontros virtuais e webinars de formação para a comunidade da Fiocruz. Em 2010 e em 2015, a iniciativa conquistou o selo Pró-Equidade da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), da Secretaria Nacional de Políticas da Promoção da Igualdade Racial, da ONU Mulheres e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) da ONU.

Além de Andrea, o colegiado gestor também é integrado por Marina Maria Ribeiro, jornalista do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde da Fiocruz (ICICT/Fiocruz); por Roseli da Fonseca Rocha, assistente social do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz); e Hilda Gomes, coordenadora da Seção de Formação do Serviço de Educação do Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz (COC). Há também a participação de dois representantes de cada unidade da Fiocruz.

Política Pró-Equidade

A formação do comitê busca alinhar-se a determinações anteriores da Fundação, como a aprovação da Tese 11 durante o VIII Congresso Interno da Fiocruz, em 2017, no qual houve a oficialização do posicionamento pela equidade e pela diversidade e o comprometimento da instituição com as demandas da população brasileira, marcada pela pluralidade. No mesmo evento, firmou-se o compromisso da Fiocruz com as metas estabelecidas na Agenda 2030, nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, da qual o Brasil é signatário. O objetivo número 5 da Agenda refere-se a igualdade de gênero.

Atualmente, o Comitê está empenhado na elaboração da Política de Equidade Étnico-Racial e de Gênero da Fiocruz. O documento está alinhado com o relatório final do IX Congresso Interno da Fiocruz, ocorrido em dezembro de 2021, considerado o órgão máximo de deliberação da Fundação. Neste evento, foram definidos o enfrentamento às desigualdades e a defesa da equidade como princípios institucionais.

“Estamos agora na fase de análise das sugestões. A ideia é que, após a contribuição de grupos externos à Fiocruz, possamos lançá-la no evento “Novembro Negro”, quando celebramos o Dia da Consciência Negra”, conta Andrea. As sugestões da consulta interna do documento ainda serão sintetizadas e contabilizadas e, após esse processo, haverá a disponibilização para consulta pública.

O documento reforça dados que mostram as desigualdades históricas que se refletem na instituição. O Boletim Estatístico de Pessoal da Fiocruz 2021 detalha que o número de mulheres em cargos estratégicos chega a 40,6%, enquanto os homens ocupam 59,4%. Além disso, a maioria das pessoas que ocupam os cargos gerenciais se declaram brancas, apesar de não serem apresentados dados quanto ao percentual dessa disparidade. Não há informações sobre a sexualidade dos profissionais.

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Filme sobre casal de cientistas Sonia e Zilton Andrade está disponível no YouTube 

O documentário “Sonia e Zilton – ciência, saúde e amor” já está disponível no canal do YouTube da Fiocruz Bahia. O filme narra a trajetória científica e pessoal do casal de Pesquisadores Eméritos da Fiocruz, reconhecido por suas contribuições aos estudos nas áreas de Patologia, Parasitologia e das Doenças Tropicais.  

Clique aqui para assistir. 

O longa-metragem, que conta com depoimentos de familiares, colegas e dos cientistas biografados, foi realizado através do edital interno de Memória Institucional da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e faz parte das ações de resgate e preservação da memória da Fiocruz.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, reforça a intenção de também narrar, através da história do casal Andrade, a história do Instituto Gonçalo Moniz, sede da Fiocruz Bahia. “Esse momento é muito especial, porque Dr. Zilton e Dra. Sonia foram muito importantes na formação do instituto”. O projeto tornou-se possível através do uso do acervo físico do casal Andrade, assim como de entrevistas previamente gravadas com os cientistas.  

Autoridades internacionais no estudo de doenças tropicais parasitárias, como a doença de Chagas, Sônia Gumes Andrade e Zilton de Araújo Andrade colecionaram títulos e trabalhos publicados ao longo de quase meia década de trabalho. Juntos, os pesquisadores fizeram parte da implantação dos cursos de mestrado e doutorado em Patologia Humana e Experimental na UFBA realizado em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia. Casados em 1953, construíram uma família com seis filhos.

Ficha técnica do filme 
Duração: 63 min
Direção: Ulla Macedo
Realização: Instituto Gonçalo Moniz/Fiocruz Bahia

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Websérie | Doença de Chagas | Episódio 1

No vídeo “Doença de Chagas: novos tratamentos para a doença cardíaca”, a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, aborda suas principais linhas de pesquisa desenvolvidas na instituição para doença de Chagas. Neste episódio, a cientista fala sobre os estudos com células-tronco e produtos naturais e sintéticos em busca de tratamentos que sejam mais eficazes e que proporcionem menos efeitos adversos que os já existentes.

A Fiocruz Bahia produziu uma websérie sobre as principais pesquisas realizadas na instituição. Os vídeos estão divididos em 9 temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, HTLV, leishmaniose e tuberculose.

Confira!

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Epimol realiza 20ª edição com evento online

O XX Curso Internacional de Epidemiologia Molecular em Doenças Infecciosas e Parasitárias Emergentes (EPIMOL) foi realizado, após dois anos de atividades interrompidas por conta da pandemia de Covid-19, pelo Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia – IGM), entre os dias 13 e 26 de agosto de 2022. O curso, realizado em formato online, busca difundir os princípios e práticas da epidemiologia molecular aplicada ao estudo de doenças infecciosas e parasitárias. Outra meta do EPIMOL é contribuir para a capacitação e formação de profissionais da área de saúde e alunos de pós-graduação, respectivamente.

O EPIMOL reuniu alunos do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EpiSUS) e dos programas de pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), em Patologia Humana e Experimental (PgPAT), Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), em Farmácia (PPGFAR), pesquisadores e professores de instituições de pesquisa e universidades nacionais e internacionais. A realização desta edição contou com o apoio da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), da Fiocruz Bahia – IGM, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e da Fundação de Apoio à Fiocruz (Fiotec).

Responsável pela coordenação do curso, em conjunto com o pesquisador da Fiocruz Bahia Luciano Kalabric e a professora titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Joice Neves Pedreira, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Reis, destaca o balanço positivo desses 20 anos de trajetória. “Nós temos várias avaliações de alunos egressos e são sempre muito positivas. O EPIMOL está sempre atualizado no que diz respeito aos desafios que a humanidade está passando”.

“É interessante que o curso começou com o privilégio de ter alunos que já eram professores titulares de outros universidades e institutos. Então, começamos a chamar atenção dos professores para que inscrevessem os alunos deles”, continua Mitermayer. “Começamos a estimular a participação de alunos que já eram servidores das três esferas de governo (federal, estadual e municipal). Hoje, vários servidores que fazem parte do quadro do Ministério da Saúde passaram pelo EPIMOL”, celebra, afirmando que também há egressos que atualmente ocupam cadeiras como professores em universidades.

Segundo a organização, aproximadamente 1.000 alunos foram participantes do curso e outros 500 foram ouvintes nessas duas décadas. “Vale destacar que tivermos participação de alunos brasileiros e da América Latina, África e Estados Unidos. Durante o processo seletivo, nós tivemos o cuidado de ter representatividade dos diferentes estados do Brasil. Reitero que o grande produto desse curso tem sido a contribuição na formação de pessoal nas áreas de saúde humana, animal e ambiente. Inclusive, nós entregamos ao final do EPIMOL, os materiais de aulas para que esse indivíduo seja um multiplicador em seus locais de origem”.

Luciano Kalabric, hoje organizador, foi aluno na primeira edição e, desde então, relata que pôde ver o curso estabelecer-se como referência. “O conteúdo é revisto para discutir os temas mais importantes do momento, como síndrome congênita causada pelo ZIKA e Covid-19, sem perder a essência que é fazer a ponte entre a Epidemiologia Clássica e o uso das ferramentas moleculares”.

O pesquisador reafirma a importância de atividades de internacionalização como esta. “O ambiente é fértil para a formação de colaborações nacionais e internacionais. Durante o EPIMOL, temos a oportunidade de qualificar pessoal que estão em diversos órgãos públicos de decisão, e que podem fazer a diferença para o SUS”, considera.

A professora Joice Neves, que participa da coordenação do curso desde 2004, discorre sobre o desafio que é organizar um evento como o EPIMOL, com a participação de especialistas de diferentes partes do mundo, e em diferentes fusos horários.  Apesar disso, ela reforça o compromisso da organização em continuar promovendo esse espaço de formação. “Estamos sempre procurando adaptar o programa do curso às emergências de novas doenças infecciosas e ao surgimento de novas tecnologias e ferramentas”, garante. “A qualificação de recursos humanos voltados para o serviço público tem sido o nosso diferencial”.

No último dia do evento, foi realizada a sessão científica intitulada “Revisão Covid-19: Epidemiologia, Variantes e Vacinas”, ministrada pelo Especialista em C&T e Produção e Inovação em Saúde Pública da Fiocruz Mato Grosso do Sul, Julio Croda, que também é egresso do curso.

A avaliação dos professores

O EPIMOL é também uma proposta de união entre as áreas, comumente distantes, da epidemiologia clássica e a biologia molecular. Para Edson Moreira, pesquisador e professor da Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia, essa conjunção faz parte dos méritos do evento. “A aproximação desses extremos faz com que vejamos o quanto podemos acrescentar de qualidade, mesmo que não nos tornemos especialista na outra área”, avalia.

Professor do curso desde sua primeira edição, Moreira expressa a satisfação que é participar de uma atividade que possui tanta relevância. “Observamos que, ao longo desses vinte anos, os egressos das primeiras turmas já fazem parte de alguns módulos e também de parcerias, colaborações com pesquisadores da nossa instituição. É uma alegria muito grande ver que esse curso, além de produzir investimentos, produz também resultados”.

Já Ronald Blanton, professor de Medicina e Doenças Tropicais na Universidade de Tulane (EUA), que esteve em 19 edições do curso, relata que a participação dos membros do EpiSUS suscita mudanças no perfil do EPIMOL e de como serão repassadas as técnicas laboratoriais. “O curso provoca o reconhecimento de que as ferramentas moleculares aumentam nossa habilidade de entender processos que, sem elas, permanecem escondidos. É a desmistificação dos métodos moleculares de um lado, e o papel da epidemiologia clássica do outro”, explica Blanton.

Felipe Naveca, pesquisador da Fiocruz Amazônia, ministrou a sua primeira aula do curso na terça-feira (23). “Foi emocionante ver como meu trabalho foi reconhecido como de excelência pelos ouvintes, já fui até convidado para o próximo EPIMOL”, conta. “Esse é um curso consolidado, com muitos anos de experiência. É um evento que reúne vários pesquisadores, então é uma grande oportunidade para os alunos aprenderem com quem faz sobre problemas práticos”.

A experiência dos discentes

Este ano o EPIMOL ofertou 60 vagas, metade oferecidas aos técnicos e profissionais da SVS e a outra metade para os estudantes de pós-graduação da Fiocruz e de outras instituições. As apresentações também foram disponibilizadas por meio de um webinário para ouvintes. 

Camila Rodrigues Azevedo, nutricionista e integrante da 17ª coorte do EpiSUS Avançado, considera que a cooperação internacional que caracteriza o curso o diferencia. “Além de conhecer colegas de outros locais e com atuações diferentes, as aulas são ministradas por grandes pesquisadores da Saúde Pública”, considera. “Visualizar a epidemiologia molecular sendo utilizada na prática de investigações de surto foi muito interessante. As aulas com experiências exitosas durante a pandemia e com populações vulneráveis, como a população privada de liberdade, também me chamaram muita atenção”. A nutricionista compartilha que um dos pontos altos foi sua apresentação de uma investigação de surto realizada com outros colegas do EpiSUS – Avançado.

Em sua primeira experiência, o doutorando do Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) da Fiocruz Bahia, que desenvolve seu projeto na Fiocruz Ceará, Silvio Caetano Alves, declarou que o curso superou suas expectativas. “O senso crítico quanto aos casos e análises de dados foram primordiais para os meus primeiros passos. Mas, o que vou levar comigo é a certeza de que o principal é ter conhecimento e uma boa abordagem e que as ferramentas serão apoio para consolidação de bons resultados”, assegura.

“Quando soube deste Curso, fiquei animada, já que teria a oportunidade em aprimorar meus conhecimentos em diagnóstico molecular e epidemiologia, os quais estão presentes em minha caminhada profissional”, relata a também discente do PgBSMI Tycha Bianca Sabaini. Tendo concluído o doutorado em diagnóstico molecular pela Unicamp, Tycha afirma que a participação no EPIMOL é mais um passo em sua formação continuada. “Não posso deixar de mencionar sobre a proficiência dos professores que compõem a equipe técnica, os quais são de excelente formação e de fácil transmissão dos conhecimentos”, elogia. 

Histórico  

A primeira edição do EPIMOL ocorreu em 2001, por iniciativa dos cientistas Mitermayer Reis e de Lee W. Riley, professor da Universidade da Califórnia, que baseou o curso em uma disciplina que ele ministrava. O EPIMOL sempre foi realizado no Instituto Gonçalo Moniz, e inspirou outras versões levadas pelos pesquisadores ao Paraguai e a Portugal e no Rio de Janeiro, este feito em parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). A organização conjectura realizar a próxima versão do curso em conjunto com o Congresso de Medicina Tropical, realizado em Salvador, possivelmente em setembro.

O EPIMOL iniciou com foco em doenças infecciosas e bacterianas, seguindo pelas arboviroses, como a Zika e a chikungunya, pela Influenza e, neste ano, a atenção foi dedicada ao Covid-19. Segundo Mitermayer Reis, o curso ainda se volta ao estudo da resistência antimicrobiana, classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2017, como o maior desafio da humanidade.

Este ano participaram pesquisadores da Fiocruz Bahia e da unidade da Amazônia, da Universidade da Califórnia (UC), Universidade de Yale, Universidade de Tulane, Universidade Stanford, da UFBA, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e da Universidade Salvador (UNIFACS).

O EPIMOL é uma disciplina obrigatória para os alunos da PGBSMI. Com o tempo, o curso passou a ser integrado ao ensino de outros cursos de pós-graduação e os créditos de participação no evento podem ser reaproveitados pelos discentes. 

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