Ômicron: vacinas ofereceram alta proteção contra casos graves em pré-infectados

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Um estudo avaliou, durante a onda da variante Ômicron no Brasil, a proteção contra a Covid-19 em indivíduos que tiveram a infecção antes de se vacinarem. Os resultados, publicados na revista The Lancet Infectious Diseases, em 16 de maio, apontaram que a imunidade híbrida (pré-infecção mais vacinação) ofereceu, entre janeiro e março de 2022, alta proteção contra hospitalização ou óbito, independentemente do tipo de imunizante: Astrazeneca, Coronavac, Janssen e Pfizer.

Para chegar a esta conclusão, o grupo de cientistas do projeto VigiVac, liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral, utilizou informações de bancos de dados da campanha nacional de imunização do Ministério da Saúde. A eficácia da infecção na prevenção de reinfecção foi baixa (28,9%), em comparação com os não vacinados e sem pré-infecção, aumentando com a vacinação, principalmente após o reforço, embora com rápido declínio.

Já a proteção da infecção contra resultados graves foi consideravelmente maior (85,6%) e aumentou com a vacinação, variando de 88 a 100%.No estudo de caso-controle, casos e controles foram definidos como indivíduos com resultados do teste RT-PCR positivo e negativo, respectivamente. Foram analisados 918.219 testes, em 899.050 indivíduos, sendo 51,9% positivos para Covid-19 e 48,1% negativos. Destes, 35,2% não eram vacinados, 2,4% tinham infecção prévia e 32,8% não tinham pré-infecção por coronavírus.

A pesquisa é uma continuidade do trabalho publicado na mesma revista, que mostrou a proteção da vacina em pessoas previamente infectadas durante a predominância das variantes Gama e Delta. Entender o efeito da combinação de infecção e vacina, denominada imunidade híbrida, na efetividade das vacinas é de grande importância para orientar políticas públicas de vacinação.

 

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