Estudo desenvolvido por pesquisador da Fiocruz Bahia tem repercussão internacional

artigo HIVUm estudo publicado na revista Science Translational Medicine, em 30 de agosto, sobre o mecanismo que faz com que portadores do vírus HIV tenham maior risco de acidentes cardiovasculares, repercutiu em diversos veículos de comunicação de países como EUA (Washington Post, EurekAlert, Medical Express e Scientific American), Espanha (El Mundo e JANO.es) e Índia (Medindia e CanIndia News), além do site do National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIH) e da Agência de Notícias da Aids no Brasil, dentre outros.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril Andrade, é um dos autores do trabalho realizado em parceria com instituições internacionais, sendo o responsável pela coordenação dos experimentos in vitro e em pacientes, além de supervisionar as análises estatísticas dos experimentos em macacos.

“Esta pesquisa foi fruto da curiosidade de entender porque pacientes infectados com HIV possuem risco permanentemente aumentado de desenvolverem eventos cardiovasculares, a despeito da eficácia da terapia antirretroviral em suprimir a replicação do vírus”, explica Andrade. O estudo demonstrou que mesmo com o baixíssimo número de vírus em decorrência da terapia antirretroviral, o sistema imunológico do paciente portador do HIV libera ao longo do tempo células de defesa específicas que acabam provocando inflamações e coágulos no sangue, que circulando pelo corpo, acabam gerando acidentes cardiovasculares.

Os resultados da pesquisa foram obtidos através da investigação detalhada de células do sangue e sua participação na formação de trombos em coortes diferentes de pacientes com HIV, além de pesquisa com modelos experimentais em macacos. “O próximo passo agora é entender como seria possível reduzir a capacidade destas células do sangue de promover estes eventos danosos que resultam em maior risco cardiovascular na infecção pelo HIV, como também em outras doenças inflamatórias”, afirma o pesquisador.

Saliva do carrapato

O mesmo estudo também apontou que a Ixolaris, uma proteína encontrada na saliva do carrapato do gênero Ixodes, pode ser a chave do tratamento para redução do risco da doença cardíaca relacionada ao HIV. De acordo com Bruno Andrade, muito trabalho ainda é necessário antes que esta substância seja validada para uso em humanos, por isso mais testes serão realizados.

“Estamos realizando estudos com mais pacientes e em outros países. Os resultados da nossa pesquisa apontam para a possibilidade de redução de risco de tromboses em diversas doenças marcadas pela inflamação crônica, em que a manipulação da atividade das células do sangue responsáveis por estes fenômenos pode trazer benefícios importantes”, esclarece Andrade.

Sobre o pesquisador

Bruno Andrade é pesquisador assistente da Fiocruz Bahia e do Instituto Brasileiro para a Investigação da Tuberculose (IBIT/Fundação José Silveira) e mantem posição de pesquisador associado do National Institutes of Health (NIH), EUA. Atua na área de estudos clínicos multicêntricos em Imunologia humana e medicina preditiva baseada em bioestatística multidimensional. Realiza ainda estudos imunológicos, epidemiológicos e de intervenção clínica em doenças como tuberculose, HIV, malária e leishmaniose.

Confira o trabalho publicado na Science Translational Magazine e os últimos artigos científicos do pesquisador:

Pesquisa elucida relação entre HIV e maior chance de acidentes cardiovasculares

Estudo identifica bioassinaturas de complicações em comorbidade Diabetes-Tuberculose

Vias de sinalização envolvidas na ativação do fator nuclear-κB na tuberculose são descritas em pesquisa

Resolvina D1 favorece o estabelecimento da infecção por Leishmania amazonensis, aponta estudo.

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Pesquisa elucida relação entre HIV e maior chance de acidentes cardiovasculares

06 09Um grupo de pesquisadores vinculados a instituições de saúde e pesquisa nacionais e internacionais realizaram um estudo cujos achados lançaram luz sobre a relação entre o HIV e o alto índice de acidentes cardiovasculares entre os portadores do vírus. Os resultados da pesquisa foram publicados na Science Translational Medicine, no artigo “Inflammatory monocytes expressing tissue fator drive SIV and HIV coagulopathy”, em 30 de agosto. Dentre os autores do trabalho, que teve repercussão internacional, está o pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade.

Na infecção pelo HIV, a inflamação persistente está ligada ao aumento do risco de complicações crônicas não infecciosas, como doença cardiovascular e tromboembólica. Por isso, muitas pesquisas nesta área são destinadas à melhor compreensão das vias inflamatórias e de coagulação na infecção pelo HIV, com a finalidade de otimizar o atendimento clínico.

No presente estudo, os pesquisadores identificaram um subtipo específico de monócitos (células de defesas do sangue) que expressam o fator tecidual (FT), que persistem mesmo após a supressão da carga viral e desencadeiam coagulação. Isto é, mesmo com o baixíssimo número de vírus em decorrência da terapia antirretroviral, o sistema imunológico do paciente com HIV libera ao longo do tempo tais monócitos, que se encontram expandidos e ativados, induzindo à coagulação persistente e inflamação crônica. Esses coágulos na circulação sanguínea, acabam gerando acidentes cardiovasculares.

Além disso, os pesquisadores também demonstraram que produtos microbianos provavelmente oriundos de translocação de microorganismos de superfícies de mucosas induzem a ativação destes monócitos no sangue de pacientes infectados. De maneira interessante, o grupo descobriu que os monócitos indutores de coagulação e inflamação também são capazes de reconhecer trombina, um produto da coagulação. O reconhecimento simultâneo de produtos microbianos e de trombina causa uma alça de amplificação que perpetua a coagulação e inflamação sistêmica na infecção pelo HIV, independente da eficácia de retrovirais.

Para chegar a essas conclusões, foi realizada uma série de experimentos em células de sangue de doadores saudáveis, assim como em populações de pacientes infectados com HIV antes da implementação da terapia antirretroviral e após o estabelecimento da supressão da carga viral induzida pelo tratamento. A equipe também realizou estudos em macacos e os achados validaram os resultados da pesquisa feita em infecções em humanos, ao mostrar que os monócitos inflamatórios que expressam FT foram associados à coagulação relacionada com o vírus da imunodeficiência símica (SIV), também conhecido como “AIDS símia”.

Substância da saliva de carrapato tem potencial terapêutico

A Ixolaris, uma proteína anticoagulante encontrada na saliva de carrapatos do gênero Ixodes que inibe a via FT, foi testada no estudo e bloqueou potentemente a atividade do FT in vitro na infecção por HIV e SIV, sem afetar a função de defesa dos monócitos contra estimulação por produtos microbianos.

Surpreendentemente, o tratamento in vivo de primatas infectados com SIV com Ixolaris foi associado a diminuições significativas no D-dímero (que indica quadros de trombose) e ativação imune. Esses dados sugerem que os monócitos que expressam FT estão no epicentro da inflamação e coagulação na infecção crônica por HIV e SIV e podem representar um potencial alvo terapêutico para redução do risco da doença cardíaca relacionada ao HIV.

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Em entrevista, Maurício Barreto fala sobre autonomia e futuro da Fiocruz

Foto de Mauricio Barreto

Raíza Tourinho (Nucom/Cidacs/Fiocruz Bahia)

“O compromisso central da Fiocruz é com a melhoria da saúde da população brasileira. Nesse processo, tudo aquilo que fere esses princípios a instituição deve adequadamente se posicionar contra”. É assim que o epidemiologista Mauricio Barreto, coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/IGM/Fiocruz), acredita que a Fiocruz deve se portar. A fim de refletir sobre o papel da Fiocruz em um panorama com crescimento da desigualdade social, avanço das mudanças climáticas e políticas de proteção social e o próprio Sistema Único de Saúde ameaçados, Barreto apresenta o Seminário “Desafios para a saúde global no contexto de ampliação das desigualdades e dos riscos ambientais e tecnológicos: reflexões sobre a Fiocruz do futuro”.

O evento é o primeiro encontro preparatório para VIII Congresso Interno da Fiocruz e será realizado no dia 6 de setembro, das 10h às 12h30, no Auditório Museu da Vida, no Campus Manguinhos. O coordenador de Relações Internacionais em Saúde (Cris), Paulo Buss, mediará o evento, que também é parte das comemorações do Ano Oswaldo Cruz.

Confira nesta entrevista com o pesquisador um pouco sobre o papel da Fiocruz no contexto brasileiro, a importância do posicionamento de instituições como a Fiocruz e a centralidade da ciência para subsidiar tomada de decisões públicas.

Como surgiu a ideia de abordar esse tema?

O tema nasceu de uma discussão sobre a necessidade de falar um pouco sobre o futuro a Fiocruz.  Quer dizer, trazer uma questão de saúde para falar um pouco sobre a instituição Fiocruz no futuro.

Enquanto epidemiologista, a minha reflexão é centrada na ideia de que as condições de saúde das populações humanas são um imenso reflexo do contexto em que vivem e da trajetória histórica. A partir dessa ideia – e de alguns elementos recentes, como o processo de neoliberalismo e ampliação das desigualdades sociais no mundo e o surgimento de uma série nova de riscos tecnológicos e ambientais diversos – proponho pensar como uma instituição tipo a Fiocruz, de importância e características universais, pode ser pensada e projetada para o futuro.

Evidentemente, minhas reflexões têm imenso limite, já que eu penso a partir das condições de saúde global e como a instituição poderia se projetar, mas há uma série de questões políticas e de posicionamentos institucionais que precisam ser adicionadas em análises complementares.

Considerando que o objetivo maior de uma instituição de pesquisa e desenvolvimento no campo da saúde é trazer melhorias para a saúde da população, começar a reflexão a partir dos problemas de saúde pode ser útil para projetar os dilemas, as dificuldades, e o papel que esse tipo de instituição tem a desempenhar no futuro da sociedade humana.

O Brasil vive um momento muito específico na história. No ano passado foi aprovada a PEC do Teto [Proposta de Emenda Constitucional 241/55], estamos tendo cortes sistemáticos nas áreas de ciência, tecnologia e saúde. Estamos vivendo um cenário de crise, sobretudo nas áreas de políticas sociais…

O caso do Brasil é especial. É quase que uma tragédia humana. Depois de um período de expansão dos campos de ciência e tecnologia e do conhecimento, em que se vislumbrava um projeto de sociedade mais humanizada e distributiva, o processo foi bruscamente interrompido ainda no início e o que vemos é um quadro dantesco de regressão. Se visualiza uma ampliação das desigualdades sociais e descompromisso com todas as políticas de futuro. Isso é muito grave na medida em que uma sociedade como a nossa não pensa em futuro. Faz parte das políticas econômicas e sociais pensar nisso.  Deixamos de pensar o futuro para construir uma sociedade baseada em preceitos ou manutenção do ‘status quo’, sem pensar como as políticas sociais e econômicas podem beneficiar a sociedade. Esperamos que isso seja transitório, mas evidentemente esse processo entra na equação.

A Fiocruz é uma instituição dentro dessa conjuntura e, evidentemente, está sofrendo. Se isso perdurar, vai continuar sofrendo e encontrando dificuldade para sua projeção. Como o momento mudou rapidamente, a expectativa é de haja uma nova inversão.

A própria história da Fiocruz é alinhada ao período histórico. Sofreu o massacre de Manguinhos, a retaliação durante a Ditadura Militar, se adiantou a Redemocratização do País [A partir de 1985, houve a institucionalização das práticas e do uso dos instrumentos democráticos e o primeiro presidente eleito, Sergio Arouca, dizia que “saúde é democracia e democracia é saúde”], auxiliou na Constituição de 1988. Enfim, sempre esteve alinhada e exercendo alguma influência no momento político. Qual a importância de uma instituição científica como essa se posicionar politicamente com embasamentos científicos? Adianta?

É uma questão complexa. Antes de se posicionar politicamente, é preciso se posicionar com os compromissos éticos e sociais, realizando transformações positivas para a sociedade. O compromisso central da Fiocruz é com a melhoria da saúde da população brasileira. Nesse processo, tudo aquilo que fere esses princípios a instituição deve adequadamente se posicionar contra. A política de uma instituição deve defender os seus princípios e compromisso com a sociedade.

Agir politicamente não é a função primária de uma instituição, mas é sua função defender os princípios fundamentais e dar a sociedade elementos que promovam a reflexão. As decisões políticas são tomadas pela sociedade. A Fiocruz precisa ter autonomia para se posicionar com base fundamentada sobre tudo aquilo que põe em risco sua trajetória.

No momento em que se desmonta um sistema de saúde que, em si, já é problemático, e se visualiza regressões no projeto de construção de um Sistema Único de Saúde – e os sinais disso são evidentes – é preciso se manifestar. São decisões que afetam o compromisso com a saúde da população brasileira. É papel da Fiocruz, nesse sentido político de ação, atuar como um alter ego, que vá à frente da sociedade, defenda e crie argumentos para mostrar os riscos, perigos e problemas, como a Fiocruz já vem fazendo em questões mais específicas.

Entender a conjuntura que se vive hoje e trabalhar com esse entendimento de que há riscos e quais mudanças eles podem trazer para a sociedade é parte de um projeto de defesa da sociedade. Não é uma política partidária, mas manifestação de compromisso com a sociedade. Se, a partir dos conhecimentos que gera, [a instituição] identificar que há riscos para a sociedade, é preciso se manifestar contra.

O Cidacs [centro coordenado por Barreto] trabalha com a visão de ciência para subsídio de políticas públicas. Há algum tempo o senhor estuda a questão de políticas públicas baseadas em evidências científicas e, atualmente vivemos um cenário adverso. Esse cenário pode mudar? A ciência pode passar a ser considerada um subsídio importante para a tomada de decisão?

Não sou daqueles que acham que a ciência é o único elemento para tomada de decisão.  A ciência é parte dos conhecimentos disponíveis para que a sociedade tome sua decisão. As decisões são construídas por um conjunto mais complexo de narrativas e a ciência é um desses elementos. A ciência pode oferecer subsídios para tomadas de decisão pela sociedade, mas vivemos um momento em que mesmo isso está sob riscos. No plano internacional, com a eleição de Donald Trump. Aqui no Brasil, vivemos os cortes no campo de ciência e tecnologia, a desvalorização das universidades, dos centros e institutos de pesquisa. Todo esse conjunto nos aponta um risco de minimizar esse papel ainda mais do que já é, não apenas pela descapitalização total e desfinanciamento dessas instituições, como também pela desvalorização do elemento principal que ela produz: o conhecimento.

Estamos vivendo um período de certa desvalorização desse conhecimento. Nos Estados Unidos, Trump vem tomando algumas decisões nesse sentido, um dos exemplos mais recentes é em relação as mudanças climáticas. O papel que o governo brasileiro vem tomando em relação à Amazônia, às políticas sociais, contenções orçamentárias para campos essenciais, como saúde, educação, tecnologia e ciência, nos mostra que estamos vivendo um momento que põe sobre risco essa possibilidade de restrição e minimização da importância desses elementos. No meu ponto de vista, é uma catástrofe. Vivemos um momento crítico nesse aspecto, cabe a sociedade encontrar soluções que permitam um processo de reversão dessa tendência que vem se implantando no país.

Sobre o médico epidemiologista Mauricio Barreto:

É coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), pesquisador sênior do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz) e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ISC/UFBA). Barreto acumula uma carreira de grande prestígio científico: ele é membro titular das academias baiana e brasileira de ciências, da The World Academy of Science (TWAS) e pesquisador I-A do CNPq; publicou mais de 400 trabalhos em revistas científicas, além de 40 monografias e capítulos de livros; orientou 18 dissertações de mestrado e 25 teses de doutorado; foi Conselheiro para América Latina da Associação Internacional de Epidemiologia (2002-2008) e participou de diversos comitês assessores na Organização Mundial da Saúde. Em maio, sua carreira foi reconhecida pela Assembleia Legislativa da Bahia com a Comenda 2 de Julho, a mais alta condecoração da casa.

*Colaborou Manuela Pena Cal

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Pós-graduandos da Fiocruz Bahia discutem possível corte de bolsas do CNPq

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Representantes dos estudantes ao lado da Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.

Discentes dos programas de pós-graduação em Patologia Humana (PgPAT) e em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia discutiram, na última sexta-feira (25/8), possíveis cortes no valor das bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e direitos dos pós-graduandos. Além dos estudantes, estavam presentes na assembleia a Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, a Vice-Diretora de Pesquisa, Camila Indiani, a pesquisadora Claudia Brodskyn representando a Vice-Diretoria de Ensino, entre outros pesquisadores da instituição.

Juntos, os dois programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia somam 162 estudantes (75 de mestrado e 87 de doutorado), destes 30 são bolsistas do CNPq. A instituição ainda possui alunos de Iniciação Científica, dos quais 30 são bolsistas da agência de fomento. Os estudantes reivindicaram melhorias nas bolsas e nas condições de pesquisa, nas relações acadêmicas, na assistência estudantil e nas verbas destinadas à ciência e tecnologia. “As reivindicações aqui apresentadas foram propostas em 2005. Estamos em 2017 e houve muito pouco avanço. Nos últimos dois anos, o valor da bolsa de doutorado sanduiche reduziu pela metade enquanto a inflação só aumentou”, afirmou Paulo Matos, representante dos alunos de doutorado do PgPAT.

Filipe Rocha, representante dos alunos de mestrado do PgPAT, comunicou que será agendada outra reunião, que contará com representantes da Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG), em data a ser definida, para discutir o andamento da mobilização. “Esperamos também o envolvimento de pesquisadores e demais servidores para reunir cartas de apoio e envia-las ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) e ao CNPq”, comentou.

Na oportunidade, Marilda Gonçalves afirmou que os alunos de pós-graduação são 1,7 vezes o número de servidores na unidade. “Os estudantes são importantes não só para a produtividade dos programas de pós-graduação, mas também para o avanço científico e tecnológico do país. Recentemente, tivemos uma reunião no Rio de Janeiro para discutir este cenário preocupante de cortes de orçamento no MCTIC e no Ministério da Saúde. As negociações estão em curso, mas até agora não temos nada de concreto com relação a esses cortes”, declarou.

A Diretora afirmou ainda que documentos decorrentes das reuniões podem ser enviados à presidência da Fiocruz. “Queremos reforçar a luta dos pós-graduandos, essas reivindicações podem ser reunidas e repassadas à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC). A presidência da Fiocruz, assim como a Fiocruz Bahia e a Asfoc estão apoiando a mobilização dos estudantes”, concluiu.

Mobilização nacional – Na última terça-feira (22/8), pós-graduandos da Fiocruz bolsistas do CNPq realizaram uma paralisação em protesto à política de contingenciamento de gastos. Com faixas e cartazes, os estudantes caminharam pelo campus de Manguinhos da instituição e fizeram um ato em frente ao Castelo Mourisco, no Rio de Janeiro.

O corte de 30% do orçamento do MCTIC, somados aos 40% contingenciados pelo governo (dos R$ 730 milhões destinados ao CNPq, R$ 672 milhões foram gastos até o final de julho) afetará, entre outras, pesquisas na área de arboviroses, como as voltadas para febre amarela, zika, chikungunya e dengue, causando um grande impacto na saúde pública. O corte afetará, em todas as unidades da Fundação, 245 alunos de iniciação científica, 75 de mestrado, 85 de doutorado, 28 de pós-doutorado e 245 pesquisadores com bolsa de produtividade. A instituição conta com 992 bolsas do CNPq e 213 projetos.

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Estudo identifica bioassinaturas de complicações em comorbidade Diabetes-Tuberculose

28 08 TBDM Bruno AndradePublicada na Scientifc Reporters, no dia 17 de abril, a pesquisa descrita no artigo “Systems Immunology of Diabetes-Tuberculosis Comorbidity Reveals Signatures of Disease Complications” teve como foco a inflamação neutrofílica e as vias de complicações diabéticas no contexto da morbidade e mortalidade associada à tuberculose. Dentre os autores do estudo estão os pesquisadores da Fiocruz Bahia Bruno Andrade e Kiyoshi Fukutani.

A diabetes mellitus aumenta o risco de tuberculose e se associa resultados terapêuticos adversos, mas as interações patológicas entre essas doenças ainda são pouco compreendidas. Diante deste cenário, os pesquisadores realizaram uma análise integrativa da expressão de genes de sangue total e de plasma, comparando pacientes do sul da Índia com tuberculose, com ou sem diabetes, e, para controles, diabéticos e não-diabéticos sem tuberculose.

Em ensaio realizado com o Luminex para citocinas plasmáticas e fatores de crescimento, resultados delinearam uma bioassinatura distinta na comorbidade diabete-tuberculose. O perfil de transcrição revelou elementos em comum com assinaturas de tuberculose publicadas de coortes que excluíram pacientes com diabetes. A contagem de neutrófilos correlacionou-se com o grau de perturbação molecular, especialmente em pacientes com tuberculose e diabetes.

O índice de massa corporal e o colesterol HDL foram negativamente correlacionados com o grau de perturbação molecular. As vias de complicações diabéticas, incluindo várias vias ligadas à reprogramação epigenética, foram ativadas no tuberculose-diabetes acima dos níveis observados com diabetes apenas. Trata-se do primeiro estudo em transcriptoma no contexto de tuberculose e diabetes, e os resultados apontam para identificação da inflamação neutrofílica e reprogramação epigenética como eventos importantes associados a esta comorbidade. O grupo no momento está realizando um estudo multicêntrico envolvendo a Índia, o Brasil e a África do Sul para tentar traçar um aspecto mais definitivo sobre as assinaturas moleculares da tuberculose e diabetes com a finalidade de identificação de potenciais alvos terapêuticos.

Leia aqui o artigo na íntegra.

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Tese analisa uso das Sirtuinas do Trypanosoma Cruzi no desenvolvimento de fármacos para doença de Chagas

AUTORA: Tanira Matutino Bastos
ORIENTADORA: Milena Botelho Pereira Soares
TÍTULO DA TESE: Uso das Sirtuinas do Trypanosoma Cruzi como alvos moleculares no desenvolvimento de fármacos para o tratamento da doença de chagas.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana (UFBA /Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 21/09/2017

RESUMO

INTRODUÇÃO: A doença de Chagas, causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, afeta em torno de 6 a 7 milhões de pessoas mundialmente. O benznidazol e o nifurtimox, medicamentos utilizados no tratamento da  doença, apresentam eficácia limitada, e estão associados com a presença de efeitos colaterais graves. Portanto, torna-se necessária a identificação de novos alvos farmacológicos para a seleção de moléculas com boa eficácia contra o parasito e baixa toxicidade. Neste contexto, devido ao fato de atuarem em processos celulares vitais, as sirtuínas têm atraído interesse como potenciais alvos farmacológicos para o tratamento de diferentes doenças, incluindo a doença de Chagas.

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi caracterizar as sirtuínas de T. cruzi, TcSir2rp1 e TcSir2rp3, como alvos farmacológicos para a identificação de novas drogas para o tratamento da doença de Chagas.

METODOLOGIA: As TcSir2rp1 e TcSir2rp3 recombinantes foram produzidas utilizando sistema de expressão em bactérias e purificadas para posterior validação da atividade biológica das enzimas e triagem de 48 moléculas sintéticas e isoladas de produtos naturais. As moléculas que apresentaram atividade inibitória para as enzimas foram investigadas para avaliar o potencial em inibir as formas tripomastigota e amastigota do parasito, além da toxicidade em fibroblastos humanos. Além disso, foi investigada a propriedade antiparasitária in vivo de outros compostos que, apesar de não inibirem as sirtuínas do parasito, apresentaram atividade antiparasitária nos ensaios de triagem em sistema de High Content Screening padronizado para atividade tripanocida.

RESULTADOS: As sirtuínas recombinantes produzidas apresentam atividade de lisina desacetilase NAD+ dependente, sendo demonstrado, pela primeira vez, a atividade biológica de TcSir2rp1 em ensaio funcional. Dentre os 48 compostos que foram triados, 10 apresentaram atividade inibitória de sirtuínas do parasito, sendo 3 inibidores de TcSir2rp1 (compostos 4, 5 e 8), 5 deles inibidores de TcSir2rp3 (compostos 1, 2, 3, 6 e 7) e 2 inibidores de ambas as sirtuínas do parasito (compostos 9 e 10). Foi verificada atividade antiparasitária de todos os compostos selecionados no ensaio de triagem com as enzimas recombinantes. Porém, o ensaio de toxicidade em fibroblasto humano indica que a atividade destes compostos não é seletiva. Dentre os compostos que não inibiram as sirtuínas de T. cruzi, mas apresentaram atividade antiparasitária potente e seletiva (compostos 11, 12, 13 e 14), 2 deles foram selecionados para o ensaio de atividade em camundongo (compostos 11 e 14). Apesar do tratamento in vivo com os compostos 11 e 14 causar a redução da parasitemia, os animais vieram ao óbito, com sinais de toxicidade.

CONCLUSÕES: Este trabalho reforça o uso das sirtuínas do parasito como alvos farmacológicos, com a identificação de diferentes compostos que podem ser otimizados através da química medicinal com o intuito de identificar moléculas mais seletivas e potentes para serem usadas no tratamento da doença de Chagas.

Palavras-chave: Doença de Chagas; Trypanosoma cruzi; Sirtuínas; Alvos farmacológicos, Desenvolvimento de fármacos.

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Estudantes da Fiocruz fazem paralisação contra cortes do CNPq

Por: Matheus Cruz (CCS/Fiocruz)

Estdantes protestando em frente ao castelo fiocruz

Pós-graduandos da Fiocruz, bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) realizaram nesta terça-feira (22/8) uma paralisação em protesto à política de contingenciamento de gastos, que os afeta diretamente. Com faixas e cartazes, os estudantes caminharam pelo campus de Manguinhos da instituição e fizeram um ato em frente ao Castelo Mourisco.

O corte de 30% do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), somados aos 40% contingenciados pelo governo (dos R$ 730 milhões destinados ao CNPq, R$ 672 milhões foram gastos até o final de julho) afetará, entre outras, pesquisas na área de arboviroses, como as voltadas para febre amarela, zika, chikungunya e dengue, causando um grande impacto na saúde pública. O corte afetará, em todas as unidades da Fundação, 245 alunos de iniciação científica, 75 de mestrado, 85 de doutorado, 28 de pós-doutorado e 245 pesquisadores com bolsa de produtividade. A instituição conta com 992 bolsas do CNPq e 213 projetos.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, que esteve presente à manifestação, afirmou que a maior preocupação no momento é com a perspectiva anunciada de que haverá potencialmente o não pagamento das bolsas de pós-graduação. Em sua visão, os cortes na ciência e na tecnologia tem efeitos dramáticos. “Porque isso não se recupera. Por exemplo, passada a crise econômica você pode ter a recuperação em algumas áreas em cinco anos, mas o que se perde na ciência e tecnologia muitas vezes não se encontra mais. Nem a possibilidade de desenvolver uma nova vacina, um novo medicamento, de mudar a gestão na atenção básica, de trabalhar novos modelos de atenção e novos modelos de saúde pública. Então tudo isso está em questão. É importante ressaltar que a ciência e a tecnologia, a saúde e o gasto social eles não deveriam ser vistos como gastos, mas como investimento no futuro do nosso país. Um futuro que depende da ciência, da tecnologia e da inovação”, afirmou Nísia.

Para o vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral-Netto, a dificuldade é “basicamente financeira”. Segundo ele, uma descontinuidade nas bolsas de pesquisa será um impacto enorme em várias atividades. É importante manter a atenção e esse cuidado com esse tema, até porque os outros financiamentos também estão abalados, bastante reduzidos. Isso faz com que toda a atividade de produção no conhecimento esteja em dificuldade. Além disso, uma interrupção de poucos meses, por exemplo, pode significar anos para recompor equipes, porque as pessoas capacitadas se afastam e vão procurar outras atividades. Então será um impacto enorme em várias atividades. Eventualmente, alguns poderão se manter, mas não é o esperado. Estamos esperançosos que realmente esse quadro tenha sido superado, mas é importante manter a atenção e esse cuidado com o tema”, disse Barral.

De acordo com a coordenadora-geral de Pós-Graduação da Fiocruz, Cristina Guilam, a melhor saída é pensar que o investimento na pesquisa é importantíssimo para o país e para a sociedade. “É preciso que as autoridades compreendam que não é possível desinvestir no CNPq e na ciência como um todo”.

Aluna de pós-graduação em Biologia Parasitária, Kate Batista diz que o corte das bolsas de produtividade científica afeta o aluno direta e indiretamente. “Quando começa a faltar luvas, reagentes, o aluno começa a sentir. Parando pesquisas, acaba a esperança”, disse. Marcelo Ferreira da Costa, que também estava na manifestação e é bolsista de pós-doutorado em Comunicação Científica na Fiocruz, diz que grande parte dos trabalhos em que está envolvido, todos envolvem, de uma forma ou de outra, alunos bolsistas. “Seja de doutorado, seja de iniciação científica, produtividade em pesquisa ou artigos. E isso é um exemplo claro de que, sem as bolsas de pesquisa, a ciência literalmente para no Brasil. Todos os tipos de cortes, seja para insumos, material, tudo isso gera um impacto grande nas pesquisas”.

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Identificação de microRNAs em lesões e sua associação com desfecho da leishmaniose é tema de dissertação

AUTORA: Sara Nunes de Oliveira Araújo
ORIENTADORA: Natalia Machado Tavares
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Identificação de microRNAs expressos em lesões ativas de pacientes com leishmaniose cutânea localizada e sua associação com desfecho da doença.
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana (UFBA /Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 04/09/2017

RESUMO

A Leishmaniose é um complexo de doenças crônicas negligenciadas causadas por parasitos intracelulares do gênero Leishmania, através da picada de flebótomos infectados. A Leishmaniose Cutânea Localizada (LCL) é a forma mais frequente destas doenças, sendocaracterizada por lesão(s) de pele ulcerada com inflamação descontrolada. A LCL humana está associada a uma inflamação crônica que é crítica para a depuração do parasita, mas também para a lesão tecidual e a patogênese da doença. A noção de que a gravidade da LCL é principalmente o resultado de uma resposta inflamatória exacerbada do que uma consequência da alta carga de parasitos é sustentada por vários estudos. Os mecanismos subjacentes à sua patogênese não são completamente compreendidos e pouco é sabido sobre a regulação pós-transcricional durante LCL. Os microRNAs (miRNAs) surgiram como moléculas-chave na regulação de produtos de gênicos nos últimos anos. Esses pequenos RNAsendógenos enão-codificantes (19 a 25 nucleotídeos),modulam a expressão através da repressão da tradução e degradação de RNAs mensageiros alvo (mRNAs). Neste estudo, foram avaliados o envolvimento de 792 sondas de miRNAs e seus alvos em biópsias de pele de pacientes com LCL em comparação a controles saudáveis, utilizando dados de transcriptomadisponíveis publicamente [códigos de acesso GEO do GSE55664 (plataforma Illumina) e GSE63931 (plataforma Agilent)]. O estudo foi seguido de validação ex vivo. Além disso, as sondas de miRNAs observadas na LCL,foram analisadas em outras doenças inflamatórias de pele da plataforma Illumina, a fim avaliar a especificidade da expressão dessesmiRNAs para cada doença avaliada. A análise conjunta identificou 8 miRNAs high confidence alterados (-1.5 <diferença de expressão> 1,5 p-valor<0,05) entre lesões de LCL e pele não infectada.Esse estudo revela que a expressão de miR-193b, miR-671 e seus genes alvo estão associados ao tamanho da lesão, indicando um papel importante dessas moléculas na gravidade da doença. A análise de redes mostrou que, miR-193b, miR-671 e TREM1 apenas se correlacionam em pacientes que apresentam um tempo de cura de até 59 dias. Dado que estes miRNAs e TREM1 estão fortemente associados ao tamanho da lesão, este estudo mostrou que podem influenciar a patogênese e o prognóstico da LCL.

Palavras-chave: Leishmaniabraziliensis, microRNA, pele, transcriptomas.

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Vias de sinalização envolvidas na ativação do fator nuclear-κB na tuberculose são descritas em pesquisa

22 08 Cell Comunication InsightsUm estudo que descreve as principais vias de sinalização que regem o desfecho dos fagócitos hospedeiros infectados com Mycobacterium tuberculosis foi realizado pelos pesquisadores Bruno Andrade, da Fiocruz Bahia, e Eduardo Amaral, da Universidade de São Paulo (USP). No artigo intitulado “Nuclear Factor κB Activation Pathways During Mycobacterium tuberculosis Infection”, publicado no periódico Cell Communication Insights, os autores apresentaram os resultados da pesquisa e destacaram evidências de como o M. tuberculosis modula a ativação da via de sinalização do NF-κB para evadir a defesa antimicrobacteriana do hospedeiro.

As interações entre patógenos e células hospedeiras e a maneira pela qual a resposta imune é modulada durante esse processo determinam o desfecho da infecção. Os fagócitos expostos aos padrões moleculares associados ao M. tuberculosis ativam uma série de vias de sinalização. Neste cenário, a ativação do fator nuclear κB (NF-κB) inicia a transcrição de vários genes envolvidos na orquestração de funções antimicobacterianas.

Outro fator importante é que as interações complexas entre M. tuberculosis e células hospedeiras determinam se as vias NF-κB são ativadas ou suprimidas; tais determinantes moleculares estão associados ao destino das células infectadas e, em última análise, afetam os resultados da doença da tuberculose in vitro e in vivo.

No estudo, os pesquisadores afirmam que a manipulação das vias do NF-κB para subverter mecanismos de evasão microbiana e aumentar as respostas imunes antimicobacterianas pode servir como ferramenta potencial para reduzir a carga de doenças da tuberculose. No entanto, interferir nestas vias é difícil e representa um grande risco por causa de efeitos pleiotrópicos, uma vez que o NF-κ B está envolvido em várias outras vias metabólicas que são essenciais para as funções homeostáticas celulares.

Assim, uma compreensão mais profunda de como os caminhos de NF-κB são moduladas durante a infecção por M. tuberculosis é fundamental para delinear melhores estratégias de intervenção buscando a otimização do controle de doenças.

Clique aqui para acessar o artigo publicado em 14 de março.

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Fiocruz Bahia disponibiliza bens para doação a órgãos federais

Doação de Bens

 

Em cumprimento ao decreto 99658 de 30/10/90, combinado com o decreto 6087 de 20/04/2007, a Fiocruz Bahia comunica que está colocando à disposição de órgãos públicos federais bens diversos classificados como Inservíveis, na situação de Antieconômico e Irrecuperável. Os interessados deverão entrar em contato com a Seção de Patrimônio, pelo telefone 3176-2222, e tratar com Eugenia Olivia Reis de Souza. Caberá aos interessados a retirada e transporte dos bens.

Clique aqui para acessar a lista.

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Curso Estratégias de Busca para Revisão Sistemática no PubMed recebe inscrições

revisão sistematica pubmedA Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant’Anna, da Fiocruz Bahia, realizará, no dia 24 de agosto, o curso Estratégias de Busca para Revisão Sistemática no PubMed, que faz parte do programa Treinamentos Continuados. Interessados em participar podem se inscrever através deste link, até o dia 23/8. O requisito exigido é que o aluno saiba usar o básico do Pubmed.

Curso Estratégias de Busca para Revisão Sistemática no PubMed

Quando: 24/08/2017
Horário: 15h às 17h
Local: Sala de Aula I da Biblioteca, Fiocruz Bahia – Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.

Vagas limitadas!

 

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Inscrições abertas para o curso Mendeley

CURSOS CONTINUADOS MENDELEYDando continuidade ao programa Treinamentos Continuados, a Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant’Anna, da Fiocruz Bahia, realizará o curso Mendeley no dia 17 de agosto. Os interessados em participar deverão se inscrever pelo hotsite https://cursos.bahia.fiocruz.br/treinamentoscontinuados, até o dia 16/8. Mendeley é um gerenciador de referências livre e uma rede social acadêmica. As vagas são limitadas!

Curso Mendeley

Quando: 17 de agosto (quinta-feira)
Horário: 15h às 17h
Local: Sala de Aula I da Biblioteca, Fiocruz Bahia – Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.

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Prorrogado o prazo para submissão de trabalho para o XIII Simpósio Internacional sobre HTLV-1 no Brasil

SIMP_HTLV2017-PROrrgO prazo para submissão de trabalhos para o XIII Simpósio Internacional sobre HTLV-1 no Brasil foi prorrogado até o dia 21 de agosto. Interessados em participar do evento podem realizar as inscrições até o dia 02 de setembro, também no site do simpósio. O evento reunirá, nos dias 11 a 13 de setembro, em Salvador, renomados pesquisadores para discutir sobre pesquisa de ponta em HTLV. O público-alvo são pesquisadores, médicos, profissionais e estudantes da área de saúde.

Coordenado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão e Maria Fernanda Grassi, o evento pretende difundir os avanços gerados pelos diferentes grupos de pesquisa, aprofundar a discussão sobre epidemiologia, patogênese e tratamento da infecção e fortalecer redes de colaboração entre os pesquisadores das diversas instituições brasileiras e internacionais.

Os pacientes também participarão ativamente da programação, expondo suas demandas. Nessa ocasião, será realizado o I Encontro Estadual de HTLV da Bahia, voltado principalmente para os profissionais de saúde da rede do Sistema Único de Saúde que cuidam de pacientes infectados pelo HTLV, objetivando integrar o conhecimento básico à prática clínica. O evento permitirá a criação da Associação Brasileira de Retrovirologia, afiliada a Sociedade Internacional de Retrovirologia.

Clique aqui para conferir a programação, critérios para envio de trabalhos e outras informações.

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Dissertação avalia o fluxo sanguíneo cerebral em criança e adolescentes com doença falciforme

AUTOR: Bartholomew Friday Chukwu
ORIENTADORA: Marilda de Souza Gonçalves
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Velocidade de Fluxo Sanguíneo Cerebral em Criança e Adolescentes com doença Falciforme em Salvador, Bahia”.
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana (UFBA /Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 16/08/2017

RESUMO

Introdução: a doença falciforme (DF) é caracterizada por complicações agudas e crônicas. Entre as agudas podemos citar: episódios álgicos, síndrome torácica aguda (STA), priapismo, crise hemolítica, infecções agudas e acidente vascular cerebral (AVC), sendo este útimo responsavel por complicações a longo prazo. A velocidade do fluxo sanguíneo cerebral elevada é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento do AVC. A identificação de pacientes de risco associados a velocidades de fluxo sanguíneos cerebrais anormais é realizada pelo Doppler transcraniano (DTC), exame fundamental à prevenção primária desse evento.

Objetivos: avaliar as velocidades de fluxo sanguíneo cerebral em crianças e adolescentes com DF em Salvador-Bahia, para identificar aqueles com risco alto de AVC, além de correlacionar as velocidades de fluxo cerebral com os perfis clínico e hematológico dos pacientes.

Metodos: o DTC por insonação, utilizando uma sonda de 2 MHZ, foi realizado em crianças de 2 a 16 anos que preencheram os critérios de inclusão no estudo. A saturação de oxigênio e os parâmetros antropométricos foram medidos e os perfis clínico e hematológico foram obtidos dos prontuários de cada paciente.

Resultados: cento e trinta e cinco pacientes foram recrutados para o estudo. A mediana geral da velocidade média máxima (VMMAX) foi de 125cm/s. Pacientes com anemia falciforme (HbSS; AF) apresentaram velocidades significamente mais elevadas (131cm/s) que aqueles com HbSC (107cm/s). Apenas um (0,74%) paciente apresentou a velocidade de fluxo sanguíneo cerebral anormal e 18 (13,33%) apresentaram velocidade de fluxo sanguíneo condicional. As velocidades de fluxo sanguuíneo cerebral correlacionaram-se inversamente com a saturação de oxigênio, concentração de hemoglobina e idade do paciente, e positivamente com a contagem total de leucócitos, neutrófilos, monócitos e plaquetas. A contagem total de leucócitos, neutrófilos, monócitos e a concentração de hemoglobina fetal (HbF), e idade do paciente, apresentaram associação linear com a velocidade do fluxo sanguuíneo cerebral, enquanto outras variáveis foram mantidas constantes. Os pacientes que apresentaram história pregressa de STA e eventos dolorosos recorrentes apresentaram risco aumentado para o desenvolvimento de velocidades de DTC alteradas.

Conclusão: a frequência de velocidade do fluxo sanguíneo cerebral anormal em crianças e adolescentes com DF em Salvador-bahia foi baixa. As crianças mais jovens e aquelas com AF apresentaram, geralmente, velocidades do fluxo sanguíneo cerebral mais elevadas e risco maior para o desenvolvimento de velocidades alteradas. A presença de saturação de oxigênio e concentração de hemoglobina diminuídas e leucometria e contagem de plaquetas elevadas estiveram associadas as velocidades de fluxo sanguíneo cerebral mais elevadas ao serem estimadas pelo DTC.
Palavras chave: doença falciforme; Doppler transcraniano; crianças; adolescentes; Salvador.

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Começou a Feira de Soluções para a Saúde – Zika

IMG_7849As atividades da “Feira de Soluções para a Saúde – Zika” foram iniciadas hoje (8/8), em Salvador, nas dependências do Senai/Cimatec. O evento promovido pela Fiocruz Brasília em parceria com o Centro de Integração de Dados em Conhecimento para a Saúde (Cidacs/ Fiocruz Bahia), reúne, até o dia 10/8, diversos expositores que apresentarão um importante conjunto de soluções para as arboviroses que acometem o Brasil. A feira é a primeira de uma série de cinco – uma em cada região do País.

Autoridades dos campos da ciência e da saúde, além de gestores de instituições do governo federal, estadual e municipal participaram da abertura do evento. Também estiveram presentes a Diretora da Fiocruz Bahia Marilda Gonçalves e os Vice-Diretores de Educação e Gestão da instituição, Patrícia Veras e Valdeyer Galvão dos Reis, respectivamente.

O governador da Bahia Rui Costa falou sobre a disseminação de conhecimento nas escolas para sensibilizar mais fortemente as famílias sobre as ações de prevenção das doenças e da importância do desenvolvimento de estratégias para redução de mosquitos. “Espero que nós possamos num próximo encontro já colher os frutos desses debates”, enfatizou.

A presidente da Fiocruz Nísia Trindade, que não pode comparecer à solenidade em função de uma reunião estratégica no Ministério da Saúde, através de vídeo ressaltou a importância da busca de soluções para os problemas associados à epidemia de zika. “É uma satisfação ver esse trabalho sendo realizado. Não poderia deixar de mandar um abraço a cada um dos organizadores e a cada um que faz com que seja realidade esse trabalho de associação entre a educação, a pesquisa e a atenção à saúde da população de uma maneira integrada, que é a única forma de darmos uma resposta às questões de saúde”, concluiu a presidente da Fundação.

A representante da ONG Projeto “Abraço a Microcefalia” Joana Passos salientou a importância da feira na troca de experiências entre mães com filhos com microcefalia. “Essa integração tem o objetivo de oferecer melhor qualidade de vida para as crianças com microcefalia, elas precisam de cuidado para o resto de suas vidas, sobretudo precisam ser incluídas na sociedade”, afirmou.

A palestra de abertura, que contemplou o tema “O papel da translação do conhecimento para soluções de Saúde Pública”, foi ministrada pela pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Celina Turchi, responsável pela equipe que estabeleceu o vínculo entre o zika e a microcefalia. A médica foi eleita pela revista “Time” como uma das 100 pessoas mais influentes de 2017 e escolhida como uma das dez cientistas mais importantes de 2016 pela revista “Nature”.

Nos dois primeiros dias da Feira, a programação contempla também o Seminário Internacional da resposta brasileira ao Zika vírus, organizado pelo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e parceiros. Outro destaque será o Hackathon, maratona tecnológica em que os participantes serão desafiados a propor o desenvolvimento de softwares ou aplicativos que facilitem a prevenção e o combate às arboviroses como zika, dengue e chikungunya.

Clique aqui e confira a programação completa.

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Simpósio Internacional sobre HTLV-1 está com as inscrições abertas

SIMP_HTLV2017O XIII Simpósio Internacional sobre HTLV-1 no Brasil reunirá, nos dias 11 a 13 de setembro, em Salvador, renomados pesquisadores para discutir sobre pesquisa de ponta em HTLV. As inscrições podem ser feitas pelo site do simpósio até o dia 02 de setembro. Já o prazo para submissão dos trabalhos científicos vai até 11 de agosto. O público-alvo são pesquisadores, médicos, profissionais e estudantes da área de saúde.

Coordenado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão e Maria Fernanda Grassi, o evento pretende difundir os avanços gerados pelos diferentes grupos de pesquisa, aprofundar a discussão sobre epidemiologia, patogênese e tratamento da infecção e fortalecer redes de colaboração entre os pesquisadores das diversas instituições brasileiras e internacionais.

Os pacientes também participarão ativamente da programação, expondo suas demandas. Nessa ocasião, será realizado o I Encontro Estadual de HTLV da Bahia, voltado principalmente para os profissionais de saúde da rede do Sistema Único de Saúde que cuidam de pacientes infectados pelo HTLV, objetivando integrar o conhecimento básico à prática clínica. O evento permitirá a criação da Associação Brasileira de Retrovirologia, afiliada a Sociedade Internacional de Retrovirologia.

Clique aqui para conferir a programação, critérios para envio de trabalhos e outras informações.

 

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Influência do poliformismo de genes na anemia falciforme em pacientes pediátricos é estudado em dissertação

AUTORA: Rifkath Marie Laurence Rahimy
ORIENTADORA: Dalila Luciola Zanette
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Poliformismo no genes UGT1A1 e BCL11A: Relação com fatores laboratoriais e com a resposta a Hidroxiureia em pacientes com anemia falciforme.
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana (UFBA /Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 18/08/2017

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os níveis séricos de bilirrubina encontram-se frequentemente aumentados em pacientes com anemia falciforme, já acometidos por hemólise exacerbada, favorecendo a agravação do quadro clinico e a ocorrência de litíases biliares.

OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi analisar a influência do polimorfismo A(TA)nTAA no promotor do gene UGT1A1 e de dois polimorfismos no gene BCL11A (rs1427407 e rs7606173), sobre alguns parâmetros laboratoriais e sobre a resposta à hidroxiureia em pacientes pediátricos com anemia falciforme.

MATERIAL E MÉTODOS: Amostras de soro e sangue total foram utilizadas para a realização das análises hematológicas e bioquímicas. O DNA foi extraído a partir de amostras de sangue periférico, e os fragmentos contendo os polimorfismos foram amplificados pelo método de reação em cadeia da polimerase, seguido de sequenciamento com primers específicos.

RESULTADOS: Foram estudados 97 pacientes, com idade variando entre dois e 17 anos (7,433±4,075). Para o polimorfismo em UGT1A1, foram encontrados de cinco até oito repetições (TA) e as frequências do alelo selvagem (TA)6 e do alelo mutante (TA)7 foram respectivamente de 0,60 e 0,34. Quarenta pacientes (41,24%) eram homozigotos para o alelo (TA)6, 33 heterozigotos (TA)6/7, e 13 homozigotos (TA)7/7. Os níveis de bilirrubina total e indireta foram significativamente maiores nos pacientes com sete ou mais repetições (TA), p=0,0038 e p=0,0022, respectivamente, em comparação aos homozigotos (TA)6/6 ou heterozigotos (TA)5/6 ou (TA)5/7. Foi encontrada uma correlação negativa significativa entre os níveis de hemoglobina fetal e os níveis de bilirrubina total (r=-0,3782, p=0,0001) e de bilirrubina indireta (r=-0,3761, p=0,0015), sendo que para os indivíduos (TA)7/7 e (TA)7/8, essa correlação deixou de ser válida (p>0,05), tanto para a bilirrubina total quanto para a bilirrubina indireta. Ademais, níveis maiores de bilirrubina nos indivíduos (TA)7/7 e (TA)7/8 não foram associados a aumento dos níveis de marcadores de hemólise. A frequência do alelo ancestral G do rs1427407 foi de 0,78 e para o alelo selvagem G do rs7606173, a frequência foi 0,57. Em indivíduos sem uso de hidroxiureia, houve uma diferença significativa dos níveis de hemoglobina fetal entre os genótipos do rs1427407 (p=0,0382), sendo o maior nível associado com o genótipo mutante TT, enquanto ocorreu um aumento não significativo para o genótipo selvagem GG do rs7606173. Subsequentemente, os pacientes homozigotos TT para o rs1427407 tiveram menores níveis de bilirrubina total e indireta (p=0,0102 e p=0,0108). Não foi encontrada associação TT/CC, e também não foi encontrado homozigoto mutante TT nos pacientes portadores do haplótipo CAR/CAR.

CONCLUSÕES: Este estudo confirmou que o alelo (TA)7 está associado a níveis elevados de bilirrubina, independentemente do grau de hemólise. O alelo mutante T do rs1427407 e o alelo ancestral G do rs7606173 são associados à níveis maiores de hemoglobina fetal e menores níveis de bilirrubina, sendo o efeito maior associado ao alelo T.

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Indução de enzima heme oxygenase-1 reflete desfechos clínicos do tratamento antituberculose

02 08 ho1 induces tuberculoseUm estudo com o objetivo de ampliar a análise da enzima antioxidante heme oxygenase-1 (HO-1) como biomarcador da tuberculose ativa e de delinear os mecanismos através dos quais o bacilo Mycobacterium tuberculosis (MTb) induz a produção de HO-1 em células infectadas, foi realizado por pesquisadores vinculados a instituições de pesquisa e ensino nacionais e estrangeiras, coordenados pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade.

A pesquisa descrita no artigo “Mycobacterium tuberculosis Induction of Heme Oxygenase-1 Expression Is Dependent on Oxidative Stress and Reflects Treatment Outcomes”, publicado no periódico científico Frontiers in Immunolgy, em maio; analisou a expressão de HO-1 in vivo em infecção experimental de coelhos, camundongos e primatas não-humanos e confirmou, nestes diferentes modelos animais, que os níveis de HO-1 estão associados à infecção e doença ativas e diminuem em função de terapia antituberculose (ATT).

Também foram examinadas as concentrações circulantes de HO-1 em uma coorte de 130 pacientes com tuberculose pulmonar co-infectados e não infectados com HIV-1, submetidos a ATT, para investigar mudanças na expressão deste biomarcador em relação ao estado de HIV-1, gravidade da doença radiológica e resultado da ATT. Além disso, foram realizados estudos in vitro usando macrófagos humanos derivados de monócitos infectados e macrófagos de murídeos derivados da medula óssea.

Os achados da pesquisa fornecem uma visão mais aprofundada sobre a utilidade do HO-1 como biomarcador de ambas as doenças e como terapia bem-sucedida em pacientes co-infectados e monocectados pela tuberculose, revelando uma via previamente indocumentada que liga a expressão da enzima ao estresse oxidativo.

A doença

A tuberculose é uma doença aérea causada por infecção com bacilos de Mycobacterium tuberculosis e é um importante problema de saúde global, já que estima-se que aproximadamente 1,7 bilhão de pessoas estão infectadas. Em 2015, estimava-se que 1,4 milhões de pessoas morreram de tuberculose apenas, com mais de 0,4 milhão de mortes como resultado da co-infecção tuberculose-HIV, tornando a doença das 10 principais causas de morbidade e morte em todo o mundo.

A HO-1 é uma potente enzima antioxidante, que é induzida em resposta ao estresse celular. Em vários sistemas experimentais, a expressão de HO-1 é desencadeada em resposta a fatores como o acúmulo de heme, exposição a compostos tóxicos de arsênio, hipoxia, fome. A enzima catalisa a degradação de moléculas de heme em ferro livre, biliverina e monóxido de carbono (CO), o último produto exibindo efeitos anti-inflamatórios e citoprotetores.

Os mecanismos pelos quais o bacilo induz HO-1, bem como a forma como a sua expressão é afetada pela coinfecção do HIV-1 e a terapia antituberculose bem-sucedida (ATT), ainda são pouco compreendidas.

O conceito de que o HO-1 pode realmente promover a infecção por tuberculose é apoiado por experimentos em que o crescimento de Mycobacterium tuberculosis em macrófagos foi suprimido pela adição de um inibidor farmacológico da atividade enzimática HO-1 do hospedeiro. O mesmo fármaco quando administrado em ratos infectados com o bacilo induziu uma diminuição substancial nas cargas de micobacterias pulmonares quando administrado em conjunto com terapia antibiótica antituberculose e aceleração da depuração bacteriana. Juntos, esses resultados argumentam que, no contexto da infecção da tuberculose, a HO-1 pode ser prejudicial e não benéfica.

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Confira o Especial da Semana do Aleitamento Materno

Incentivar a amamentação. Oferecer apoio e acolhimento às mulheres. Conscientizar a população e os profissionais de saúde sobre a importância do aleitamento materno para a saúde da mãe e do bebê. Contribuir para a redução das taxas de mortalidade infantil, com a consequente melhora da saúde da população infantil e materna. Demonstrar os benefícios que traz para a sociedade e o país.

Em 2016, a rBLH-Br beneficiou cerca de 166 mil recém-nascidos internados em unidades de tratamento intensivo e semi-intensivo do país (foto: Peter Ilicciev)
Estes são os principais objetivos da Semana Mundial da Amamentação (SMAM), comemorada desde 1992 em mais de 150 países, por iniciativa da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (World Alliance for Breastfeeding Action – Waba). No Brasil, a Semana Mundial foi coordenada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) até 1998. A partir do ano seguinte, a coordenação passou ao Ministério da Saúde, que continua a realizar as campanhas em parceria com a SBP.

As comemorações da Semana Mundial da Amamentação no Brasil foram instituídas entre 1º e 7 de agosto, por portaria do Ministério da Saúde. Além de utilizar a participação de mulheres e homens famosos como madrinhas e padrinhos, para chamar a atenção do público para a importância do aleitamento materno, as campanhas também adaptam os temas definidos pela Waba à realidade brasileira. Em 2017, o lema é “Trabalhar juntos para o bem comum”.

Pioneira no atendimento à saúde da mulher e da criança, a Fundação Oswaldo Cruz mantém-se engajada nas campanhas pelo aleitamento materno por meio das ações do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Unidade voltada para ensino, pesquisa, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão no âmbito da saúde da mulher, da criança e do adolescente, o IFF é responsável pela criação e coordenação da Rede Brasileira de Banco de Leite Humano (rBLH-BR) e do Programa Iberoamericano de Bancos de Leite Humano.

Criada ainda na década de 1980, a Rede Brasileira de Banco de Leite Humano é considerada a maior e mais complexa do mundo pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Referência para outras experiências internacionais, o Banco de Leite Humano (BLH) idealizado pela Fiocruz é responsável pela promoção do aleitamento materno e execução das atividades de coleta, processamento e controle de qualidade do leite produzido nos primeiros dias após o parto (o colostro), leite de transição e leite humano maduro, para posterior distribuição sob prescrição do médico ou nutricionista.

De 31 de julho a 4 de agosto, neste especial, realizado em parceria com o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), a Agência Fiocruz de Notícias publicará materiais que reforçam o protagonismo das ações da Fundação no incentivo ao aleitamento materno. Nos destaques laterais, é possível conhecer as principais iniciativas da Fiocruz em relação ao tema. Outras orientações importantes para mães e profissionais de saúde também estão relacionadas no especial, como entrevistas e material de apoio em livros e vídeos. Como diz o lema da campanha 2017 da Semana Mundial da Amamentação, seguimos trabalhando juntos para o bem comum.

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Divulgado resultado do processo seletivo de bolsas PIBIC e PIBITI/CNPq após julgamento de recursos

pibic peq OK resultadoA coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) torna público o resultado do processo seletivo de bolsas PIBIC e PIBITI CNPq, coordenado pela Coordenação PIBIC/RJ, após o julgamento dos recursos. Clique aqui para acessar o documento.

Os resultados por ordem de classificação e as notas de corte podem ser acessados através dos sites www.pibic.fiocruz.br e www.pibiti.fiocruz.br. Maiores informações sobre a avaliação dos bolsistas, assim como pedidos de reconsideração, devem ser solicitadas nas próximas 48 horas à Coordenação PIBIC/RJ, através do e-mail pibic@fiocruz.br.

Próximos passos:
– A Coordenação PIBIC/Rio ressalta que os alunos classificados ficarão aguardando a disponibilidade de cotas liberadas pelo CNPq, o número total só nos é informado no momento da implementação.
– Os candidatos aprovados serão indicados na Plataforma Carlos Chagas a partir do dia 01 de agosto de 2017 e receberão um e-mail do CNPQ para finalizarem o cadastro e o Termo de Aceite.
– Os candidatos aprovados devem realizar o cadastro na intranet e o curso de Biossegurança e serão vinculados ao IGM a partir do dia 01/08, após a implementação das bolsas.

 

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Prorrogadas inscrições para vagas de estágio não obrigatório

ESTAGIO prorrogadasForam prorrogadas as inscrições para seleção de estagiários da Fiocruz, o novo prazo é o dia 4 de agosto (sexta-feira). Confira o edital. Para se candidatar à vaga, o candidato deve preencher o formulário online e enviar os documentos até o dia 8 de agosto. O período de seleção acontecerá entre 14 de setembro e 6 de outubro e o resultado final será divulgado entre os dias 6 e 16 de outubro.

As vagas podem ter carga horária de quatro ou seis horas diárias, conforme requisitos dispostos em cada perfil e os limites previstos na lei. Os selecionados receberão bolsa estágio de acordo com o nível e a carga horária: Nível superior (quatro horas) R$ 364,00, (seis horas) R$ 520,00, nível médio (quatro horas) R$ 203,00, (seis horas) R$ 290,00. Além da bolsa, os estagiários receberão o auxílio transporte no valor de R$ 132,00.

O edital e seus anexos detalham todas as etapas do processo seletivo por grupos e perfis. A divulgação do resultado da primeira fase (análise da documentação) está prevista para 11 de setembro.

 

Vagas para Bahia (nível superior):

Administração com interesse em gestão de projetos –  1 VAGA
Arquivologia/Biblioteconomia – 2 VAGAS
Administração ou  Gestão de Pessoas – 1 VAGA
Comunicação Social com habilitação em Jornalismo –  1 VAGA
Engenharia Ambiental, Química , Biologia, Farmácia  ou Segurança do Trabalho – 1 VAGA
Administração, Contabilidade ou Economia – 1 VAGA
Engenharia Civil – 1 VAGA
Engenharia Elétrica – 1 VAGA

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Intervenções evitam reprodução de Aedes aegypti em bocas de lobo em bairro de Salvador

intervenções nos bueirosEm cenários urbanos, as estruturas de drenagem de águas pluviais, conhecidas como bocas de lobo ou bueiros, podem reter água e servir como local de desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, o principal vetor de vírus da dengue, chikungunya e zika. Com base nessa informação e com o intuito de reduzir a quantidade de mosquitos transmissores de doenças, a associação de moradores de um condomínio fechado de Salvador, Bahia, realizou, entre abril e maio de 2016, uma intervenção em 52 drenos pluviais.

A intervenção consistiu em colocar concreto na parte inferior das bocas de lobo para elevar sua base até o nível do tubo de saída água, evitando seu acúmulo, e na instalação de uma malha metálica cobrindo o tubo de saída, para evitar o entupimento com detritos.

Diante desse cenário, o pesquisador da Fiocruz Bahia Guilherme Ribeiro coordenou um estudo sobre o efeito dessas mudanças na prevenção do acumulo de água parada e sua consequente infestação pelo Aedes e outros mosquitos nas fases adulta e imatura. Os resultados desta pesquisa podem ser acessados no artigo “Effect of an intervention in storm drains to prevent Aedes aegypti reproduction in Salvador, Brazil, publicado no periódico Parasite & Vectors, em 11 de julho.

Para determinar o impacto destas intervenções, a equipe composta por pesquisadores da Fiocruz Bahia, do Instituto de Saúde Coletiva, UFBA e das Universidade de Emory e do Texas (EUA), comparou a frequência em que essas bocas de lobo acumulavam água, bem como mosquitos adultos e imaturos, utilizando dados analisados anterior e posteriormente à intervenção.

Resultados

Durante as inspeções realizadas antes da intervenção, 92,3% das bocas de lobo acumulavam água. Mosquitos Aedes aegypti imaturos e adultos foram encontrados em 21% e 19% das bocas de lobo, respectivamente. Após a intervenção, a água ficou acumulada em apenas 9,6% das bocas de lobo, nenhuma apresentou Aedes imaturos e apenas 5,8% continham adultos. Com isso, após a intervenção, o número total de Aedes imaturos coletados diminuiu de 109 para 0 e os adultos diminuíram de 37 para 8. A coleta de outros mosquitos adultos e imaturos (principalmente Culex spp. – muriçoca) também diminuiu.

De acordo com os autores, este estudo exemplifica como uma simples intervenção sobre estruturas de drenagem pluvial pode resultar em uma redução importante da retenção de água e, consequentemente, impactar a proliferação das populações do Aedes aegypti. No entanto, os pesquisadores ressalvam que ainda são necessárias avaliações maiores e em diferentes locais para confirmar se modificações estruturais em drenos realizados em toda uma cidade têm potencial de reduzir a infestação dos mosquitos transmissores de doenças em uma maior escala.

Confira matéria relacionada ao tema:

Estudo publicado na Parasite & Vectors aponta que bueiros são focos de mosquito transmissor de arboviroses

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