Influência do poliformismo de genes na anemia falciforme em pacientes pediátricos é estudado em dissertação

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AUTORA: Rifkath Marie Laurence Rahimy
ORIENTADORA: Dalila Luciola Zanette
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Poliformismo no genes UGT1A1 e BCL11A: Relação com fatores laboratoriais e com a resposta a Hidroxiureia em pacientes com anemia falciforme.
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana (UFBA /Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 18/08/2017

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os níveis séricos de bilirrubina encontram-se frequentemente aumentados em pacientes com anemia falciforme, já acometidos por hemólise exacerbada, favorecendo a agravação do quadro clinico e a ocorrência de litíases biliares.

OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi analisar a influência do polimorfismo A(TA)nTAA no promotor do gene UGT1A1 e de dois polimorfismos no gene BCL11A (rs1427407 e rs7606173), sobre alguns parâmetros laboratoriais e sobre a resposta à hidroxiureia em pacientes pediátricos com anemia falciforme.

MATERIAL E MÉTODOS: Amostras de soro e sangue total foram utilizadas para a realização das análises hematológicas e bioquímicas. O DNA foi extraído a partir de amostras de sangue periférico, e os fragmentos contendo os polimorfismos foram amplificados pelo método de reação em cadeia da polimerase, seguido de sequenciamento com primers específicos.

RESULTADOS: Foram estudados 97 pacientes, com idade variando entre dois e 17 anos (7,433±4,075). Para o polimorfismo em UGT1A1, foram encontrados de cinco até oito repetições (TA) e as frequências do alelo selvagem (TA)6 e do alelo mutante (TA)7 foram respectivamente de 0,60 e 0,34. Quarenta pacientes (41,24%) eram homozigotos para o alelo (TA)6, 33 heterozigotos (TA)6/7, e 13 homozigotos (TA)7/7. Os níveis de bilirrubina total e indireta foram significativamente maiores nos pacientes com sete ou mais repetições (TA), p=0,0038 e p=0,0022, respectivamente, em comparação aos homozigotos (TA)6/6 ou heterozigotos (TA)5/6 ou (TA)5/7. Foi encontrada uma correlação negativa significativa entre os níveis de hemoglobina fetal e os níveis de bilirrubina total (r=-0,3782, p=0,0001) e de bilirrubina indireta (r=-0,3761, p=0,0015), sendo que para os indivíduos (TA)7/7 e (TA)7/8, essa correlação deixou de ser válida (p>0,05), tanto para a bilirrubina total quanto para a bilirrubina indireta. Ademais, níveis maiores de bilirrubina nos indivíduos (TA)7/7 e (TA)7/8 não foram associados a aumento dos níveis de marcadores de hemólise. A frequência do alelo ancestral G do rs1427407 foi de 0,78 e para o alelo selvagem G do rs7606173, a frequência foi 0,57. Em indivíduos sem uso de hidroxiureia, houve uma diferença significativa dos níveis de hemoglobina fetal entre os genótipos do rs1427407 (p=0,0382), sendo o maior nível associado com o genótipo mutante TT, enquanto ocorreu um aumento não significativo para o genótipo selvagem GG do rs7606173. Subsequentemente, os pacientes homozigotos TT para o rs1427407 tiveram menores níveis de bilirrubina total e indireta (p=0,0102 e p=0,0108). Não foi encontrada associação TT/CC, e também não foi encontrado homozigoto mutante TT nos pacientes portadores do haplótipo CAR/CAR.

CONCLUSÕES: Este estudo confirmou que o alelo (TA)7 está associado a níveis elevados de bilirrubina, independentemente do grau de hemólise. O alelo mutante T do rs1427407 e o alelo ancestral G do rs7606173 são associados à níveis maiores de hemoglobina fetal e menores níveis de bilirrubina, sendo o efeito maior associado ao alelo T.

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