Tratamento in vitro e in vivo da leishmaniose visceral canina é tema de tese

AUTOR: Kleverton Ribeiro da Silva

ORIENTADOR: Aldina Maria Prado Barral
TÍTULO DA TESE: Avaliação hematológica, bioquímica e clínica do uso de dietilditiocarbamato (detc) no tratamento in vitro e in vivo da leishmaniose visceral canina natural e experimental
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA /Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 24/10/2016

RESUMO

 

INTRODUÇÃO: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose causada pelo protozoário Leishmania infantum, e tem o cão como reservatório doméstico. Nessa espécie, a leishmaniose visceral canina (LVC) é caracterizada por um amplo espectro de sinais clínicos, variando de acordo com a resposta imune do animal parasitado, o que dificulta o seu diagnóstico. Na busca de um tratamento eficaz, os cães são submetidos a vários agentes terapêuticos e protocolos. Embora alguns protocolos resultem em melhora dos sinais clínicos, as recidivas são frequentes. Além disso, a detecção do parasito na pele dos cães tratados faz com que sua participação no ciclo de transmissão continue, inclusive com risco de infecção de humanos e seleção de cepas resistentes às drogas de referência. Um dos fármacos que já demonstraram ação contra a Leishmania é o Dietilditiocarbamato (DETC), um potente inibidor de Superóxido Dismutase (SOD), enzima que atua facilitando a sobrevivência de parasitos intracelulares.

OBJETIVO: Os objetivos deste estudo foram testar o DETC, in vitro e in vivo, para o tratamento contra LVC e desenvolver um algoritmo que auxilie no diagnóstico clínico da doença.

MÉTODOS: Nos ensaios in vitro foram utilizadas células mononucleares de sangue periférico de cães saudáveis. Nos ensaios in vivo foram utilizados 10 cães experimentalmente infectados e 16 naturalmente infectados com Leishmania infantum. Para o algoritmo foram realizados testes sorológicos e avaliação clínica em 443 cães de Teresina (PI).

RESULTADOS: Os resultados in vitro demostraram que o fármaco possui baixa toxicidade e foi capaz de induzir o parasito à morte por mecanismo semelhante ao encontrado em outros estudos. Nos ensaios com animais experimentalmente infectados o DETC diminuiu a carga parasitária (p=0.0009) e diminuiu os níveis de alanina aminotransferase (p=0.0013). Os testes com cães naturalmente infectados demonstraram que o DETC foi capaz de provocar uma melhora clínica maior que a provocada observada pelo tratamento com Alopurinol. Poucas mudanças nos parâmetros laboratoriais foram vistas nos ensaios in vivo, mostrando a baixa toxicidade da administração do DETC. O algoritmo demonstrou grande interação entre os sinais clínicos, e alguns como onicogrifose, despigmentação de focinho ou ceratoconjuntivite (P <0.001) foram altamente associados com LVC.

CONCLUSÕES: O DETC mostrou baixa toxicidade nos modelos in vitro e in vivo, não levou a alterações hematológicas e bioquímicas prejudiciais em nenhum dos dois modelos e diminuiu a carga parasitária e o escore clínico em modelo experimental e natural da LVC, respectivamente. O algoritmo baseado em sinais clínicos para o diagnóstico de LVC podem ajudar os veterinários a fazer uma identificação confiável de cães com LVC em áreas endêmicas.

Palavras-chave: Leishmaniose visceral, cão, Dietilditiocarbamato, escore clínico

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“Prospecção de produtos bioativos em modelos in vitro de estudo de desordens do sistema nervoso central”

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Silvia Lima Costa possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal da Bahia (1990), mestrado em Imunologia pela Universidade Federal da Bahia (1996), doutorado em Neurociências – Université de Paris XII (Paris-Val-de-Marne) (2000) e pós-doutorado em Neurociências- INSERM U894 U- Paris V (2008) e em Neuroimonologia – Instituto Cajal de Madrid CSIC (2011). Professor Associado Nível 4 de Bioquímica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Professor Permanente dos Programas de Pós-graduação em Ciência Animal e do Programa de Pos-graduação em Imunologia da UFBA, onde atualmente é Vice-coordenador, Professor Colaborador do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, Pesquisador CNPq (BF), colaborador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Referee de Toxicology In Vitro, Official Journal Of The European Society of Toxicology, Neuropharmacology, Anais da Academia Brasileira de Ciências e Brazilian Journal of Health and Animal Production, Neurotoxicology etc. Consultor do Programa Ibero-Americano de Ciencia y Tecnologia para el Desarrollo, da Fundação de Apoio e Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia, e Membro da Câmara de Assessoramento e Avaliação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. Tem experiência na área de Ciências Biológicas, com ênfase em Farmacologia Bioquímica e Molecular, Neurociências e Imunologia, atuando principalmente nos seguintes temas: glia, glioma, microglia, neurotoxicidade, neuroinflamação e resposta imune, flavonoides, alcaloides, plantas medicinais e tóxicas. (Texto informado pelo autor)

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Diretor da Fiocruz Bahia recebe prêmio da Unesco

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O pesquisador e diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral-Netto recebeu, ontem (10/10), em cerimônia realizada em Paris, na França, o Prêmio Internacional “Guiné Equatorial de Investigação em Ciências da Vida”, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), pelos trabalhos sobre leishmaniose e malária. O prêmio foi de 2015, mas a cerimônia de entrega, que estava marcada para novembro do ano passado, foi cancelada duas vezes devido aos ataques terroristas que aconteceram na França e na Bélgica.

Em rede social, Barral-Netto agradeceu aos amigos pelas manifestações sobre a entrega do prêmio. “Feliz de ter amigos como vocês e com a esperança que o mundo seja mais pacifico e justo”, afirmou. O júri da premiação, composto por especialistas na área de diversas nações, destacou também a contribuição de Barral-Netto ao desenvolvimento de ferramentas de controle na área das doenças transmissíveis e relacionadas com a pobreza. O propósito da láurea é o reconhecimento de projetos e atividades de indivíduos, instituições ou de ONGs para pesquisas em ciências biológicas com vistas a melhorar a qualidade da vida humana.

Esse não foi o primeiro prêmio recebido pelo pesquisador. Entre os reconhecimentos está o título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico; Prêmio OPAS-ALAI 2002 em Imunologia Experimental, da Organização Panamericana da Saúde e Associação Latinoamericana de Imunologia; e o Prêmio Pesquisador do Ano da Ufba, concedido pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex).

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Fórum das Unidades Regionais da Fiocruz debate nova plataforma de Gestão Integrada de Pesquisa

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A Fiocruz Bahia sediou, nos dias 06 e 07 de outubro, mais uma edição do Fórum das Unidades Regionais da Fiocruz (FUR). O evento reuniu vice-diretores de Gestão e representantes das unidades, com o objetivo de discutir o desenvolvimento da nova plataforma de apoio à gestão integrada da produção científica na Fiocruz, a Ágora Saúde, que irá concentrar uma base de dados úteis tanto para a gestão administrativa e financeira da pesquisa, quanto para a gestão do processo de produção do pesquisador.

O coordenador de Gestão e Integração Estratégica (CGIE/Fiocruz Brasília), Wagner Martins, durante o evento, destacou que fazer a gestão da produção científica das unidades regionais significa acompanhar as informações que irão possibilitar a construção coletiva de uma agenda de prioridade de pesquisa e orientar o planejamento. “A partir desse sistema, poderemos articular novas competências, o que possibilitará uma gestão inteligente desta produção, com informações que irão aprimorar o trabalho de gestores e pesquisadores. Nosso objetivo é criar condições para que essas informações sejam coletadas, sistematizadas e que retornem à quem necessita delas”, frisou.

De acordo com o vice-diretor de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz Bahia, Valdeyer Reis, o desenvolvimento dessa plataforma tem como prioridade atual a criação de dois sistemas: um para gerenciamento de projetos de pesquisas e outro com foco no monitoramento e avaliação da produção científica. “Ambos estão sendo construídos através de uma estrutura de colaboração interunidades, na qual são discutidos e validados processos, funcionalidades e requisitos, bem como a linguagem, banco de dados e demais itens da arquitetura de tecnologia da informação para o desenvolvimento colaborativo”, explicou.

Rede social técnico-cientifica – Um dos objetivos desta plataforma, que também funciona como uma rede social técnico-cientifica, é possibilitar a troca de informações sobre pesquisas e sobre o modo de se fazer pesquisa na área de saúde, ajudando não só como ferramenta de apoio gerencial, mas contribuindo também para o estabelecimento de parcerias e apropriação do amplo conhecimento gerado.

Esta nova plataforma está sendo desenvolvida pelas Unidades do FUR da Fiocruz, sob orientação da Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratório de Referência, tendo como base um sistema já em funcionamento na Fiocruz Bahia e na Plataforma Ágora, que por sua vez, está sendo desenvolvida na Fiocruz Brasília, em colaboração com o Observatório de Ciência e Tecnologia da Fiocruz.

Atualmente, as unidades já possuem alguns módulos para o gerenciamento de projetos. Com isso, a plataforma pretende integrar essas ferramentas em um sistema único, desenvolver outros módulos gerenciais de modo a atender parte significativa do fluxo do gerenciamento de projetos, num processo continuado de aprimoramento do que já é realizado nas unidades, promovendo maior e melhor integração entre elas.

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Divulgada lista de selecionados para o Curso de Imuno-histoquímica

imunio-histoquimica-selecionadosA coordenação do Curso de Imuno-histoquímica divulga a lista de selecionados para o Curso Teórico, que pode ser acessada aqui. A seleção para alunos do Curso Prático (20 vagas) acontecerá durante o Curso Teórico e de acordo com a manifestação justificável de interesse do participante. Para receber o certificado, é necessário 75% de presença e haverá lista de frequência com prazo de tolerância de 15 minutos, após o início da aula.

Para consultar a programação e outras informações clique aqui.

 

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Editorial da revista da SBMT aborda o impacto na saúde pública causada pelo surto de zika no Brasil

26-zika-virus-pandemiO editorial da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, intitulado Zika virus pandemic: a human and public health crisis, assinado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro e Uriel Kitron, discute o impacto na saúde pública do surto causado pelo vírus da zika, delineando um breve histórico da disseminação do vírus pelo mundo e apresentando lacunas científicas e de infraestrutura para o controle e prevenção da doença e suas complicações.

De acordo com o editorial, o surto iniciou-se no Brasil no início de 2015 e, ao fim do ano, 19 estados do país tinham casos autóctones de zika confirmados laboratorialmente. Em Salvador (BA), a vigilância epidemiológica estabeleceu um sistema de notificação para casos de doenças exantemáticas agudas indeterminadas e registrou cerca de 15 mil casos no período de fevereiro a junho do mesmo ano. No entanto, estima-se que a dimensão do surto tenha sido muito maior, atingindo, provavelmente, um terço da população da cidade.

Complicações da zika e impacto na saúde pública

Logo após a detecção da circulação do vírus da zika na região nordeste do país, foi observado um aumento nos casos de doenças neurológicas autoimunes, como a síndrome de Guillain-Barré, além dos casos de microcefalia, uma síndrome congênita que afeta o desenvolvimento cerebral, causando diminuição na circunferência da cabeça. Em outubro de 2015, o governo brasileiro declarou situação de emergência nacional na saúde pública, devido a um aumento no número de crianças nascidas com o problema no estado de Pernambuco.

Como o surto de síndrome congênita do Zika foi precedido pela epidemia de Zika cerca de 7-9  meses antes, infecções pelo vírus Zika durante a gravidez foram apontadas como provável causa para o surto de microcefalia. De acordo com os pesquisadores, em apenas 3 meses, entre o início do monitoramento e o início de 2016, foram relatados 3.893 casos suspeitos de microcefalia, em 21 estados e 764 municípios.

Bahia, Pernambuco e Paraíba foram os estados com mais casos notificados, sendo que de 512 casos investigados clinicamente, o diagnóstico de microcefalia havia sido confirmado em 230. Diante desses índices, a pesquisa salientou a necessidade urgente de serviços de saúde adaptados a prestar assistência a esse grande contingente de crianças afetadas, o que exige diagnóstico neurológico e um suporte, a longo prazo, de neurologistas, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde.

Lacunas de detecção e combate ao vírus

O surgimento da epidemia de Zika e das complicações neurológicas associadas à infecção pelo vírus surpreendeu o serviço público de saúde, que não estava preparado para enfrentar a enorme carga de demandas associadas à doença. Atualmente, os métodos sorológicos para o diagnóstico do vírus são dificultados pela reatividade cruzada com outros flavivírus, principalmente o da dengue, e poucos laboratórios no Brasil, assim como em outros países, têm a capacidade de diagnosticar a infecção pelo vírus zika por RT-PCR. Consequentemente, o número de casos da zika confirmados no Brasil permanece baixo, uma vez que o Ministério da Saúde estima que entre 500 mil e 1,5 milhões de pessoas foram infectadas em 2015.

Os métodos para controlar o mosquito vetor, Aedes aegypti, no Brasil não foram eficazes, o que é evidenciado pela crescente epidemia de dengue, zika e chikungunya. Como ainda não existe uma vacina efetiva para que proteja contra os três vírus, o combate e controle do vetor permanecem como principais ações de enfrentamento dessas arboviroses. Porém, o investimento em medidas de infraestrutura urbana, como saneamento e coleta de lixo, é fundamentalmente necessário.

Clique aqui e acesse o editorial publicado em fevereiro de 2016.

 

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Candidata à presidência da Fiocruz, Nísia Trindade, visita a Fiocruz Bahia

fotos-tratadas_22A atual vice-presidente de Ensino Informação e Comunicação da Fiocruz e candidata a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, visitou a Fiocruz Bahia, ontem (6/10), em função da campanha para as Eleições Presidenciais 2016, na instituição. Pela manhã, a candidata percorreu laboratórios, biblioteca e setores administrativos, conversando com servidores e colaboradores da unidade e, à tarde, apresentou sua proposta de trabalho, em palestra realizada no auditório Aluízio Prata.

“Esta visita é muito importante, pois possibilita o contato direto e a conversa nesse momento de campanha. Desta vez, trago a carta compromisso da nossa candidatura, que coloca como pontos fortes: o direito universal a saúde; a ciência, tecnologia e inovação a serviço da sociedade; a valorização dos trabalhadores; e uma gestão que fortaleça o sistema integrado da nossa instituição”, destacou a candidata.

Durante a apresentação, Nísia Trindade disse que sua decisão pela candidatura é uma maneira de contribuir para a Fiocruz, diante da missão e do importante papel social da instituição no país. Em seu discurso, a candidata salientou que o mote de sua campanha é a ideia de uma construção coletiva de unidade na Fiocruz, através da integração das várias instâncias de colaboradores, trabalhando pela força do sistema Fiocruz. A candidata reforçou a necessidade deste processo diante da conjuntura atual do país e as diversas mudanças legislativas e orçamentárias no campo da Ciência e Tecnologia.

A candidata afirmou ainda que, em sua campanha, terão destaque: a integração com o SUS, a possibilidade de implementação de políticas de pesquisa que considerem as diversidades, a atenção ao campo de vigilância da saúde, que permita antecipação diante de emergências na saúde, e a valorização do trabalho e de políticas inclusivas nessa área.

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Fiocruz Bahia participa da 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

No dia 18 de outubro, a Fiocruz Bahia participará da 13ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), com a realização de palestras que acontecem das 9h30 às 16h00, no Auditório Aluízio Prata. Este ano, o tema do maior evento de iniciação científica e tecnológica do país será “Ciência Alimentando o Brasil”. O seminário será gratuito, aberto ao público e não necessita inscrição, contudo, para obter o certificado é necessário preencher o formulário que encontra-se no hotsite.

Pela manhã, a mesa será coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia Maurício Barreto, momento em que serão discutidos os “Determinantes Sociais e Efeitos das Políticas de Proteção Social na Saúde e nas Doenças”. No período da tarde, a professora da Universidade Federal da Bahia Helma Cotrim coordenará a discussão sobre as “Doenças Hepáticas Causadas por Má Alimentação”.

Promovida pelo Governo Federal desde 2004, na Bahia, a SNCT acontece em dezenas de municípios, mas, em Salvador, mobiliza, em quatro dias de evento, milhares de visitantes com o objetivo de popularizar a ciência e a tecnologia. Na capital baiana, o evento sede é organizado pela Secti, em parceria com outros órgãos públicos, universidades, institutos, centros e grupos de pesquisa, bem como microempreendedores, startups, multinacionais, redes associadas e organizações do terceiro setor.

Entre os dias 19 a 22 de outubro, o público encontrará atrações e participará de palestras gratuitas sobre as mais variadas áreas do conhecimento, entre elas, games, fabricação digital, robótica, desenvolvimento de software, smart cities e energias renováveis, que acontecem no Senai Cimatec.

Confira a programação das palestras na Fiocruz Bahia:

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Fiocruz Bahia recebe a visita do pesquisador Fabio Miyajima

dsc_4780-tratadaO pesquisador e Líder do Programa de Pesquisas Clínicas em Doenças Nosocomiais da Universidade de Liverpool (Inglaterra), Fábio Miyajima, visitou a Fiocruz Bahia, no dia 04 de outubro, quando ministrou a palestra intitulada “Crônicas de um Programa de Pesquisa: o hospedeiro, o Vilão e a Microbiota”.

Na apresentação, o professor debateu estratégias de investigação em coortes e biomarcadores com foco maior no seu atual programa de pesquisa, voltado a reações entéricas provocadas pelo efeito colateral de antibióticos. O programa também estuda o perfil imunológico e genômico de pacientes durante a infecção, o microbioma, as ferramentas de epidemiologia molecular e estudos de coorte prospectivos.

Com diversas parcerias e colaborações com instituições no exterior, Fabio Miyajima comentou do interesse em também trabalhar com a Fiocruz. “Um dos campos que me atrai é o desenvolvimento de uma área de competência de biomarcadores, que sirva não somente para se fazer monitoramento de vírus, mas, principalmente, para servir também como sistema de vigilância molecular, no caso de surgimento de novas doenças”, frisou.

O professor explicou que o intuito é trazer para o Brasil parte dos conhecimentos do seu programa de pesquisa, adquiridos depois de 14 anos no exterior. “Existe uma defasagem na medicina translacional no país, mas também existe um esforço muito grande de vários grupos de pesquisa. A Fiocruz é uma instituição extremamente ativa no sentido de otimizar a translação de resultados em benefício ao sistema de saúde”, declarou.

 

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Tese investigou papel da Galectina-3 na Patogênese e no Tratamento da doença de Chagas

AUTOR: Bruno Solano de Freitas Souza.
ORIENTADORA: Milena Botelho Pereira Soares.
TÍTULO DA TESE: Papel da Galectina-3 na Patogênese e no Tratamento da Miocardiopatia Chagásica Crônica.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA /Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 24/10/2016

Resumo

 

INTRODUÇÃO: A doença de Chagas é uma relevante causa de insuficiência cardíaca na América Latina, onde cerca de 30% dos indivíduos infectados por Trypanosoma  cruzi desenvolvem a cardiopatia chagásica crônica (CCC). Fatores relacionados à interação parasito-hospedeiro, resposta imune, reparo e regeneração tecidual participam da fisiopatologia da doença. A identificação de novos alvos terapêuticos depende de um melhor entendimento destes processos. Anteriormente, demonstramos que a galectina-3 (Gal-3), uma lectina com capacidade de ligação a β-galactosídeos, é superexpressa no tecido cardíaco em um modelo experimental de CCC.

OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi investigar o papel exercido pela Gal-3 na patogênese da CCC e seu potencial uso como alvo terapêutico.

MATERIAIS E MÉTODOS: A expressão de Gal-3 foi avaliada no coração de camundongos C57Bl/6 infectados com T. cruzi e amostras de indivíduos com CCC. Realizou-se bloqueio da expressão de Gal-3 com RNAi em fibroblastos de camundongos, seguido de avaliações de proliferação, apoptose e síntese de matriz. Camundongos infectados foram submetidos ao tratamento com inibidor farmacológico de Gal-3 e acompanhados quanto à função cardíca, análises morfológicas e de expressão gênica por PCR. Os efeitos do bloqueio da Gal-3 com RNAi em células- tronco MSC foi realizado in vitro através de imunofenotipagem, potencial de diferenciação celular, proliferação, avaliações de migração celular e ensaios de imunomodulação. MSC com knockdown de Gal-3 e controles foram transplantadas a camundongos cronicamente infectados com T. cruzi e os efeitos da terapia foram avaliados através de morfometria e análises de expressão gênica no coração.

RESULTADOS: A cinética de expressão de Gal-3 durante a infecção por T. cruzi em camundongos se correlacionou com a cinética de infiltrado de células inflamatórias no coração. Observamos presença de células Gal-3+ no infiltrado inflamatório em secções de corações de pacientes com CCC. Detectamos expressão aumentada de Gal-3 elevada em macrófagos, linfócitos T, fibroblastos, fibrócitos e células-tronco mesenquimais (MSC). O knockdown da Gal-3 em fibroblastos cardíacos afetou a proliferação celular, sobrevivência e a síntese de colágeno. O bloqueio farmacológico de Gal-3 em camundongos na fase crônica da infecção por T. cruzi reduziu a fibrose e a migração de células inflamatórias para o coração, além de modular a expressão de mediadores inflamatórios e quimiocinas no coração, tais como IFNγ e TNFα. O knockdown de Gal-3 em MSC não alterou a expressão de marcadores de superfície característicos de células MSC, nem a sua capacidade de diferenciação. No entanto, as MSC knockdown para Gal- 3 apresentam redução na taxa de proliferação e migração celular in vitro e in vivo. Quando transplantadas em camundongos cronicamente infectados por T. cruzi, as MSC controle promoveram a modulação de inflamação e fibrose cardíaca, enquanto que estas ações foram perdidas nas MSC com knockdown de Gal-3.

CONCLUSÕES: Os nossos resultados demonstram que, no contexto da CCC, a Gal-3 participa do processo de migração de células recrutadas para o tecido cardíaco e contribui para o processo de fibrogênese, sendo, portanto, um alvo terapêutico potencial. Além disso, demonstram que a Gal-3 é um importante mediador de ações imunomodulatórias desempenhadas pelas MSC in vitro e no modelo de CCC.

Palavras-Chave: Doença de Chagas; Trypanosoma cruzi; galectina-3; cardiopatia; fibrose; miocardite; células-tronco mesenquimais.

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Prevalência de infecção pelo VHC em portadores de outras coagulopatias congênitas é analisada em dissertação

AUTOR: Robson de Jesus.
ORIENTADOR: Luciano Kalabric Silva.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Prevalência de infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) em hemofílicos e portadores de outras coagulopatias congênitas.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 14/10/2016

Resumo

 

INTRODUÇÃO: Portadores de coagulopatias congênitas possuem o risco de infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) devido ao uso de sangue/derivados antes  da implantação das políticas do sangue. Em um estudo realizado na Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (HEMOBA) há 16 anos com hemofílicos, a soroprevalência do VHC foi de 42% (IC 95% 36%-48%), sendo que o genótipo 1 do VHC (74%) foi o mais prevalente, seguido pelos genótipos 3 (22%) e 2 (4%) (Silva et al., 2005). O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência atual de infecção pelo VHC em portadores de outras coagulopatias congênitas.

MATERIAIS E MÉTODOS: Entre fevereiro de 2014 e fevereiro de 2016, foram incluídos no estudo 172 pacientes com coagulopatias congênitas atendidos na HEMOBA, mediante assinatura do TCLE, entrevista e coleta de amostras de sangue. As amostras foram encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN-BA) para realização imunoensaio de 4. geração (Architect, Abbott), exames moleculares para detecção qualitativa, quantificação e genotipagem do VHC-RNA, pelo método Real Time VHC (Abbott).

RESULTADOS: Como esperado a maioria dos participantes foi do sexo masculino 94%; residentes em cidades do interior da Bahia (69%), pardos ou negros (77%) e estado civil solteiro (69%). A idade média foi de 26,2 anos e desvio padrão de 15,9 anos (mín. 2 anos – máx. 71 anos). A coagulopatia congênita mais frequente foi a hemofilia A (81%). A maioria dos pacientes (91%) já realizaram transfusão de sangue/derivados e destes, 31% o fizeram antes de 1993. A soroprevalência do VHC foi de 21% (IC 95% 15%-28%), com dois casos soropositivos nascidos após 1993. A viremia foi detectada em 70% dos soropositivos. A maioria dos soropositivos (80%), tinham conhecimento prévio da infecção, mas apenas 24% destes tinham histórico de tratamento antiviral. O genótipo 1 foi o mais frequente (77%), seguido do genótipo 3 (9%) e do genótipo 2 (5%). O genótipo foi indeterminado em 9% dos pacientes.

DISCUSSÃO: Embora, tenha-se observado uma redução significante na soroprevalência do VHC neste grupo, essa taxa é cerca de 15 vezes maior que o observado na população geral da Bahia (1,5%). A distribuição genotípica foi semelhante à encontrada em estudo realizado anteriormente. O percentual de tratados entres os que tinham  conhecimento prévio da infecção pelo VHC foi muito baixo.

CONCLUSÃO: A confirmação do diagnóstico e a genotipagem por testes moleculares são indispensáveis na definição da estratégia para o tratamento da hepatite C com as novas drogas de ação direta (DAAs). Apesar da importante redução na prevalência de infecção do VHC, apenas o tratamento será capaz de minimizar o risco residual de transmissão e o débito social pelas infecções ocorridas no passado nesta população.

Palavras Chave: vírus da hepatite C, hemofílicos, portadores de coagulopatias congênitas, prevalência.

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The Journal of Infectious Diseases publica pesquisa sobre IMC e quadro inflamatório no tratamento antirretroviral

38-the-journal-of-infectous-diseaseO artigo Inflammation and Change in Body Weight With Antiretroviral Therapy Initiation in a Multinational Cohort of HIV-Infected Adults, publicado no periódico científico The Journal of Infectious Diseases, descreve os resultados de uma pesquisa conduzida em parceria com o pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade, que aborda um estudo sobre a relação entre o ganho de peso e o aumento da inflamação em indivíduos com HIV no início do tratamento antirretroviral.

No mundo, 36,9 milhões de pessoas vivem com o vírus HIV, e um número crescente destes indivíduos sofre de excesso de peso ou são obesos, em paralelo com a epidemia global de obesidade. Como mostrado em outros estudos, a maioria dos indivíduos infectados pelo HIV ganham peso depois do início da terapia antirretroviral, sendo maior a propensão entre pessoas que apresentam as contagens mais baixas de células T CD4+ e maiores cargas virais.

O estudo foi realizado a partir de uma amostra aleatória de 246 indivíduos com supressão virológica, escolhidos a partir da coorte internacional sobre tratamento antirretroviral (grupo ACTG). A equipe de pesquisadores realizou a medição dos marcadores inflamatórios (IFN-γ, proteína reativa C, citocinas inflamatórias, etc.), associados ao IMC e suas variações, nas semanas 0, 24, e 48 depois do início da terapia antirretroviral.

A pesquisa mostrou que 27% dos participantes apresentavam sobrepeso/obesidade (IMC, ≥ 25) e 8% estavam abaixo do peso (IMC <18,5), no início do estudo. Após 48 semanas, 37% estavam com sobrepeso/obesidade, enquanto 3% estavam abaixo do peso. Ao passo que o nível de muitos marcadores inflamatórios diminuiu 48 semanas após o início do tratamento antirretroviral no grupo geral, a diminuição do nível de proteína reativa C (PCR) foi menor em participantes obesos, e os níveis reduzidos de PCR e interleucina 18 eram menores em participantes com baixo peso.

Os cientistas puderam concluir que existe uma forte associação entre a inflamação sistêmica elevada e o IMC no início do tratamento. Entre as pessoas com obesidade, o ganho de peso previu o aumento da inflamação, enquanto em pessoas que estavam abaixo do peso, ele previu uma redução dos processos inflamatórios.

Clique aqui para ler o texto publicado em março de 2016.

 

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Estudo internacional sobre predição da SIRI é publicado pelo EBioMedicine

38-e-biomedicineO artigo intitulado Vitamin D, d-dimer, Interferon γ, and sCD14 Levels are Independently Associated with Immune Reconstitution Inflammatory Syndrome: A Prospective, International Study é fruto de um estudo internacional que analisou o papel dos biomarcadores na predição da Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imune (SIRI). O pesquisador da Fiocruz Bahia Bruno Andrade coordenou as análises estatísticas do estudo, que foi publicado no periódico EBioMedicine.

A SIRI é uma condição difícil de prever em pacientes com HIV virgens de tratamento. Tal síndrome acontece em pacientes com importante imunossupressão ou com AIDS, que iniciam tratamento antirretroviral. A síndrome se manifesta com uma piora paradoxal da infecção ou com a detecção de uma infecção ou neoplasia maligna desconhecida até então, após o início do tratamento, a despeito da redução significativa da replicação do HIV e controle microbiológico efetivo de infecção.

Para determinar o perfil imunológico mais importante para prever a SIRI, os cientistas compararam padrões imunológicos em uma população de 267 indivíduos com AIDS e maiores de 18 anos de idade, na África do Sul e no México, e fizeram uma análise com base no desenvolvimento da SIRI após início do tratamento antirretroviral. Foram medidos e testados 20 biomarcadores (Vitamin D, d-dimer, Interferon γ, interleucina, dentre outros), e analisado se os altos níveis de vitamina D podem proteger contra SIRI.

Ao final do estudo, 62 participantes desenvolveram a SIRI e, destes, 19 foram por reações associadas à tuberculose. Os níveis basais de vitamina D e níveis elevados de D-dímero, IFN-y e sCD14 estavam relacionados ao risco de SIRI em análises multivariadas. Além destes fatores, os marcadores elevados de resposta de Th1, a ativação de monócitos, a coagulação e o baixo nível de vitamina D também foram agentes associados ao risco da SIRI.

Os pesquisadores puderam concluir que um indivíduo que apresenta baixas concentrações de vitamina D e um padrão imunológico marcado pela hiperativação de respostas Th1 e coagulação, antes do início do tratamento antirretroviral, corre o risco muito elevado de desenvolver a SIRI. De acordo com os cientistas, os resultados sugerem que os estudos de prevenção da desta síndrome devem se concentrar na diminuição da inflamação e aumento dos níveis de vitamina D.

Clique aqui para ler o texto publicado em janeiro de 2016.

 

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Diferentes abordagens terapêuticas promovem melhorias in vitro na ativação endotelial da doença falciforme

21-heme-changes-hifO periódico cientifico Microvascular Research, vinculado a editora Elsevier, publicou um artigo assinado por pesquisadores da Fiocruz Bahia intitulado Heme changes HIF-α, eNOS and nitrite production in HUVECs after simvastatin, HU, and ascorbic acid therapies. No presente trabalho, os pesquisadores discutiram diferentes abordagens terapêuticas no tratamento da doença falciforme a partir de uma análise comparativa in vitro, após avaliar a produção de óxido nítrico, fator induzido por hipóxia alfa e a enzima óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) em cultura de células.

A doença falciforme é caracterizada por uma anemia hemolítica genética com extensa ativação endotelial. As hemácias dos pacientes com doença falciforme carregam a hemoglobina variante S (HbS) que, em baixa tensão de oxigênio, forma polímeros insolúveis, os quais levam a alteração nas membranas desses corpúsculos. A retenção física das hemácias falcizadas, bem como a sua interação através de moléculas de adesão com os leucócitos, o endotélio vascular e as plaquetas levam às crises vaso-oclusivas, responsáveis pelos frequentes quadros de dor nos pacientes.

A equipe de especialistas liderada pela pesquisadora Marilda Gonçalves, da Fiocruz Bahia, tinha por objetivo avaliar a produção de óxido nítrico, do fator induzido por hipóxia alfa (HIF-1α) e da enzima eNOS em células endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC) desafiadas com heme, em frente ao tratamento com ácido ascórbico, sinvastatina e hidroxiuréia, visando alternativas terapêuticas aos pacientes com anemia falciforme.

Dessa forma, concluiu-se que, em face ao microambiente hemolítico vascular, diferentes abordagens terapêuticas podem ser pensadas de modo a promoverem uma melhoria clínica dos pacientes, mostrando-se como uma estratégia viável no tratamento.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra

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“Zika Virus: Novos Rumos”

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Gubio Soares Campos possui doutorado em Virologia – Universidad de Buenos Aires (2000). Atualmente é Farmaceutico da Universidade Federal da Bahia e professor de microbiologia – Coordenador do Laboratorio de Viirologia do Instituto de Ciencias da Saude-UFBA, experiência na área de Microbiologia, com ênfase em Virologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Rotavirus, Caev, Norovirus, Dengue,HPV , Chikungunya, Dengue e o descobridor do Zika virus no Brasil em abril de 2015 na cidade de Camaçari -Bahia.

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Luzes cor de rosa iluminam o prédio da Fiocruz Bahia na campanha de prevenção ao câncer de mama

outubro-rosaosA entrada da Fiocruz Bahia ficará iluminada de rosa durante todo o mês de outubro, no período da noite, em apoio ao Outubro Rosa, campanha de conscientização da prevenção ao câncer de mama. De acordo com a campanha, o objetivo é chamar atenção, diretamente, para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. A estimativa de novos casos para 2016 foi de 57.960 (INCA). O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades.

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Inscrições prorrogadas para o Curso de Imuno-histoquímica

imunio-histoquimica-prorrogadas-2016Abertas as inscrições para o Curso de Imuno-histoquímica (IHQ), que acontece na Fiocruz Bahia, entre os dias 17 e 19 de outubro. Direcionado a estudantes e profissionais de nível médio e superior que atuam na área da saúde, com preferência para técnicos que já trabalhem em laboratórios, os interessados em participar do processo seletivo podem realizar as inscrições no site do curso, prorrogadas até o dia 10 de outubro (segunda-feira).

O objetivo é capacitar estudantes e profissionais da área laboratorial de saúde para executar a técnica de imuno-histoquímica, com ênfase no diagnóstico auxiliar de dermatopatias neoplásicas e infecciosas. As aulas teóricas têm por finalidade atualizar os alunos e profissionais nos seguintes temas: introdução à histopatologia e imuno‐histoquímica e importância da imuno‐histoquímica no diagnóstico e pesquisa. Já as aulas práticas visam demonstrar a execução das técnicas de histopatologia e de imuno-histoquímica em marcadores celulares e infecciosos.

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VideoSaúde Distribuidora amplia acervo com títulos sobre zika

Pâmela Liarena (VideoSaúde Distribuidora)*

Para contribuir com informações para o enfrentamento da situação de emergência em saúde pública de importância internacional declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – provocada pela infecção pelo vírus zika e sua relação com a microcefalia e outras doenças -, a VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz buscou ampliar o seu acervo audiovisual com produções sobre o tema. Foram adquiridas duas produções: a série Crianças contra zika e o documentário Zika. Os títulos estão disponíveis no acervo e toda a população pode solicitar cópias.

A série Crianças contra zika reúne seis videoclipes, que falam sobre o vírus da zika e o combate ao Aedes aegypti, produzidos com diferentes técnicas de animação. A trilha sonora é de autoria de músicos brasileiros, com curadoria musical de André Abujamra. Participam Zeca Baleiro, Hélio Ziskind, Arnaldo Antunes, Xis, Marisa Orth e o grupo Palavra Cantada. A série foi criada pelo Ministério da Saúde para mostrar a crianças e adultos como fazer para se proteger do mosquito.

Zika traz uma abordagem delicada e dramática desta epidemia. A diretora do filme, Débora Diniz, conta a história de mulheres do Nordeste do Brasil que tiveram suas vidas impactadas pelo vírus durante a gravidez. Casos de microcefalia, aborto e até o relato emocionado da mãe que cedeu os órgãos de seu bebê – morto em consequência da infecção – e ajudou os pesquisadores a comprovar a relação da má formação com a doença.

Imagem do documentário ‘Zika’, que traz uma abordagem delicada e dramática da epidemia
O tema também foi tratado na aula aberta do Curso de Especialização em Comunicação e Saúde, Comunicação e informação em tempos de zika, e contou com a presença de pesquisadores da Fiocruz. Foram analisados aspectos relacionados à cobertura, produção de informação e circulação de notícias sobre a epidemia de zika, tanto no contexto da grande mídia, quanto da comunicação pública. A aula está disponível no canal da VideoSaúde no Youtube.

*Esta matéria foi originalmente publicada no jornal Linha Direta da Presidência da Fiocruz, edição número 29. 

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“Plaquetas e micropartículas plaquetárias como sensores e efetores na inflamação e na resposta às infecções”

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Patricia Bozza graduou-se em Medicina em 1990, pela Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro; e obteve o título de Doutor em Ciências (concentração em Farmacologia) em 1993 pelo Programa de Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz. Em 1994, Patricia foi nomeada Pew Latin American Fellow e desenvolveu o pós-doutorado no Beth Israel Hospital, Harvard Medical School. Patrícia Bozza é pesquisadora titular do Instituto Oswaldo Cruz, pesquisadora 1 A do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciências. Patricia foi International Scholar do Howard Hughes Medical Institute no período 2002-2006, e coordenou o comitê Brasileiro do Programa Pew em ciências biomédicas. O grupo de pesquisa liderado pela Patrícia está voltado para o estudo dos mecanismos celulares e moleculares envolvidos na resposta inflamatória e metabólica às infecções; bem como a participação do processo inflamatório e alterações do metabolismo lipídico na obesidade e câncer.

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Papel da Saliva de Flebótomos como Marcador e seu efeito contra Leishmania é tema de tese

AUTORA: Katrine Bezerra Cavalcanti.
ORIENTADORA: Aldina Maria Prado Barral.
TÍTULO DA TESE: Papel da Saliva de Flebótomos como Marcador de exposição e seu efeito na proteção contra Leishmania braziliensis.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA /Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 14/10/2016

RESUMO

A Leishmaniose Tegumentar (LT) apresenta um espectro de manifestações clínicas causadas principalmente pelo protozoário Leishmania braziliensis, o principal agente etiológico nas Américas, esse parasita é transmitido aos hospedeiros vertebrados através da picada de inseto vetor, o flebótomo do gênero Lutzomyia, durante a alimentação sanguíneas das fêmeas. Comumente encontrados em área endêmica de LT, os flebótomos Lutzomyia intermedia e Lutzomyia whitmani, foram incriminados como vetores da Leishmania. Apesar dos amplos estudos acerca da saliva dos vetores e do papel dos flebótomos na transmissão da Leishmania, muito pouco se sabe sobre o envolvimento de L. whitmani na LT. Dessa forma, o objetivo deste trabalho visou avaliar o papel de L. whitmani em etapas críticas da transmissão da L. braziliensis, como a avaliação do vetor na área endêmica, a exposição de animais no peridomicílio humano a esta espécie de flebótomo e o papel da saliva do vetor no estabelecimento da L. braziliensis em infecção experimental murina. Os resultados deste trabalho evidenciaram que galinhas situadas no peridomicílio humano produziram anticorpos anti-saliva de L. whitmani, apresentando reconhecimento específico aos componentes salivares desta espécie. Também foi possível observar que a imunização de camundongos com saliva de L. whitmani é capaz de induzir à proteção contra a infecção por L. braziliensis em camundongos previamente imunizados. Estudos envolvendo a participação de importantes flebótomos vetores encontrados em área endêmica surge como uma ferramenta essencial para o entendimento da dinâmica da cadeia epidemiológica e futuros estudos envolvendo o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a doença.

Palavras-chave: Flebótomos, Lutzomyia whitmani, saliva, resposta imune, vacinação.

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Sessão Científica Extra: “Crônicas de um Programa de Pesquisa: o hospedeiro, o Vilão e a Microbiota”

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O Dr. Miyajima falará sobre estratégias de investigação em coortes e biomarcadores com um foco maior dentro do meu atual programa de pesquisa (doenças nosocomiais), que é voltado a reações entéricas por causa do efeito colateral de antibióticos, perfil imunológico e genômico de pacientes durante a infecção, microbioma, ferramentas de epidemiologia molecular e estudos de coorte prospectivos. Um dos interesses do pesquisador é desenvolver estratégicas para competência de biomarcadores que possam contemplar aspectos nultidisciplinares (imunogenético, genômico, transcritômico, microbioma, imuno-ensaios e ensaios de PCR imuno-ensaios customizados etc).

Sobre o palestrante

O Prof. Dr. Fabio Miyajima atua primariamente nas áreas de Epidemiologia Molecular de Doenças Crônicas e Infecciosas, com experiência no desenho e gerenciamento de estudos clínicos e epidemiológicos, técnicas aplicadas de multiômica para pesquisa e diagnóstico, desenvolvimento de ensaios para biomarcadores, interação patógeno-hospedeiro, susceptibilidade do hospedeiro, modelagens multivariáveis para estudos de desfechos clínicos, e medicina personalizada e translacional. Reúne mais de 13 anos de experiência acadêmica no exterior, incluindo-se PhD em Epidemiologia Molecular e Ciências da Saúde pela Universidade de Manchester e Pós Doutorado em Medicina Translacional pela Universidade de Liverpool, do qual atualmente é Fellow do Instituto de Medicina Translacional, Investigador e Cientista Líder do Programa de Pesquisas Clínicas em Doenças Nosocomiais (Conselho de Pesquisas Médicas, MRC/UK), tendo trabalhado por 5 anos como cientista pós-doutor do Hospital Universitário de Liverpool (Royal Liverpool & Broadgreen University Hospitals). É graduado em Odontologia pela Universidade de São Paulo (FOB/USP), Mestre em Odontologia Social com ênfase em Genética Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (FOP/Unicamp).

Desde sua ida ao exterior, a ênfase do Pesquisador tem sido na integração multidisplinar para o estudo genético-epigenético e molecular de fenótipos multifatoriais, tais como declínio cognitivo patológico e fisiológico e transtornos mentais em populações e coortes. Dentro do atual programa que participa, isso foi incrementado com  abordagens para estudos de interação parasito-hospedeiro e de análise de perfil e resposta imunológicos e imunogenético de pacientes, tais como decorrentes do  uso de drogas (reações idiopáticas) ou resultado de infecções. Como parte do entusiasmo pessoal em regionalizar sua pesquisa com a realidade brasileira e se alinhar às necessidades de grupos regionais, o Dr. Fábio tem se exercitado à internacionalização da pesquisa, seja através de mobilidade e orientação/supervisão de pesquisadores brasileiros, com idas ao Brasil para fins de conferência e treinamento científico, além de organização de eventos, oficinas e participação em programas de pós-graduação e conferências locais. Reúne um interesse crescente em pesquisas interdisciplinares de natureza translacional, de integração multiômica no estudo de susceptibilidade a doenças e resposta do hospedeiro, segurança-eficácia/sensibilização das terapias medicamentosas com transferência de conhecimento e tecnologia para outras doenças e condições clínicas, particularmente transtornos mentais, câncer e doenças tropicais do Brasil.

O Prof. Dr. Fábio Miyajima possui inúmeras parcerias e colaborações com instituições no exterior e exerce voluntariamente a função de intermediador de projetos e promotor do programa Ciências sem Fronteiras (Science without Borders – UUK) na Universidade de Liverpool, tendo mediado o recrutamento de diversos estudantes de pós-graduação (orientação/coorientação e tutor) e supervisionado estudantes do programa de graduação sanduíche do CsF. É também Professor convidado do Programas de Pós-graduação em Análises Clínicas (MACPro) e de Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários (BAIP), ambos do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA); Professor cadastrado do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) e do Núcleo de estudos em Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Esporte e Saúde (NAFIMES) da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), e colaborador do Programa de Pós-graduação em Farmacologia da Universidade Federal do Ceará, e do Departamento de Neurociências e Comportamento da Universidade de São Paulo (campus Ribeirão Preto).

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Prédio da Fiocruz Bahia é iluminado de amarelo em apoio à campanha de prevenção do suicídio

seytrmbtro-amareloosLuzes amarelas iluminarão o prédio da Fiocruz Bahia até o fim do mês, no período da noite, em referência ao Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. O objetivo é valorizar a vida e chamar a atenção para o suicídio que, apesar de ser responsável por 32 mortes por dia no Brasil, ainda é tratado como tabu pela sociedade. Para a Fiocruz, este é um problema de saúde pública e a estatística somente será reduzida com esclarecimento e prevenção. Confira o Especial Suicídio da Agência Fiocruz de Notícias.

A campanha é uma parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV). Um marco importante para colocar em pauta a questão foi a definição de 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Na data, profissionais de saúde e movimentos organizados se movimentam pela causa. Baixe a cartilha da Associação Brasileira de Psiquiatria, Suicídio: Informando para Prevenir.

Números

Segundo o relatório da OMS, o Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. O relatório revela que, anualmente, mais de 804 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo, o que representa uma morte a cada 40 segundos. Cerca de 75% dos casos ocorrem em países de rendas média e baixa. De acordo com especialistas, uma das maiores causas de tentativas de suicídio são os transtornos do espectro depressivo. Os estudiosos observam ainda que quem tenta suicídio pede ajuda.

A OMS afirma que é possível prevenir suicídios – mais de 90% poderiam ser evitados, segundo a agência. Para isso, defende, entre outras iniciativas, a adoção de uma abordagem multisetorial abrangente, já que muitos países não têm uma estratégia nacional de prevenção. No Plano de Ação de Saúde Mental 2013/2020 da OMS, há uma meta de reduzir em 10% os índices de suicídio.

Em relação às faixas etárias, segundo os dados do relatório, o suicídio é a segunda maior causa de mortes entre pessoas de 15 a 29 anos. O documento, porém, mostra que as taxas de suicídio são maiores entre os que têm mais de 70 anos.

 

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Estudo publicado no BMC Research Notes aborda produção de IL-12 canino para controle de infecções em cães

32-optimization-of-canine-interleukinEstudo realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia, publicado no periódico científico BMC Research Notes, aborda a interleucina-12 (IL-12) recombinante canina e descreve um método eficiente para a produção dessa proteína. A IL-12 poderá ser utilizada na imunomodulação de cães visando o tratamento de doenças. Os resultados desta pesquisa estão no artigo intitulado Optimization of canine interleukin-12 production using a baculovirus insect cell expression system.

A interluecina-12 foi inicialmente descrita como um fator estimulador de células assassinas naturais (NK) (NKSF) por sua capacidade de promover a ativação de células NK.  Alguns estudos mostram que a IL-12 possui um potencial terapêutico no tratamento de câncer e doenças infeciosas, além do potencial como adjuvante na formulação de algumas vacinas. Dessa forma, a produção e o estudo da interleucina-12 recombinante suscita grande interesse na comunidade científica.

Coordenados pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Geraldo Gileno de Sá Oliveira, os cientistas realizaram a produção da IL-12 a partir da clonagem do DNA codificante em baculovírus e a infecção pelo vírus recombinante de células de inseto em cultura.

Foram avaliados vários parâmetros para a otimização da produção de IL-12 canina recombinante no sistema de células de inseto com baculovirus, a fim de determinar as condições apropriadas de produção da IL-12 canina, em miligramas por litro de cultura de células de inseto. Além disso, a pesquisa descreve um método simples e eficaz para avaliar semi-quantitativamente a expressão de proteínas recombinantes secretadas no sistema de células de inseto com baculovirus.

Através desta pesquisa, pode-se afirmar que a IL-12 tem o potencial para promover, sozinho ou em combinação com outros agentes imuno moduladores, as respostas imunológicas mediadas por células, que são úteis no controle de infecções causadas por agentes patogénicos intracelulares, de doenças alérgicas mediadas por anticorpo e de neoplasias. Além disso, esta pesquisa tem uma ampla aplicação na área da produção de proteína recombinante, útil para estudos posteriores sobre intervenções terapêuticas das doenças infecciosas em cães.

Participaram deste estudo os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Cristiane Garboggini Melo de Pinheiro, Mayara de Oliveira Pedrosa e Naiara Carvalho Teixeira em parceria com pesquisadores de Bio-Manguinhos (Fiocruz/RJ) e da Wageningen University (Holanda).

Clique aqui para acessar o artigo publicado em janeiro de 2016

 

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Journal of Oral Pathology and Medicine publica estudo sobre a expressão do gene VEGFA no câncer de boca

24-elevated-vegfa-mrna-levelsA pesquisadora da Fiocruz Bahia, Clarissa Araújo Gurgel Rocha, em conjunto com estudiosos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do A.C Camargo Cancer Center (São Paulo), realizou um estudo publicado no Journal of Oral Pathology & Medicine, que teve como objetivo avaliar a expressão do fator de crescimento endotelial vascular A (VEGFA, na sigla em inglês) e sua proteína em carcinoma escamocelular oral e margens neoplásicas histologicamente livres de tumor, bem como caracterizar a expressão desta molécula no estroma tumoral.

O câncer de boca acomete, principalmente, homens que fazem uso exagerado de cigarro e/ou álcool, com idade entre 50-60 anos. Quando diagnosticados tardiamente, a mortalidade deste tipo de câncer é alta e, geralmente, a sobrevida é inferior a 50%, em cinco anos. O fator de crescimento endotelial vascular A é um regulador positivo da angiogênese e participa da regulação da proliferação, migração e diferenciação de células endoteliais, sendo produzido por células tumorais e estromais.

Conforme descrito no artigo Elevated VEGFA mRNA levels in oral squamous cell carcinomas and tumor margins: a preliminary study, o trabalho foi realizado através da análise dos níveis de expressão do gene VEGFA em amostras de carcinoma escamocelular criopreservados, margem adjacente ao tumor e mucosa não tumoral de pacientes saudáveis. Em adição, foi realizado o estudo da expressão imuno-histoquímico desta proteína.

Os resultados mostraram maiores níveis de expressão do gene VEGFA em carcinomas escamocelulares de estágio clínico III e IV (mais agressivos) e, de forma pioneira, uma maior expressão deste gene, em margens histologicamente livres de tumor. Apoiados nos resultados, os pesquisadores concluíram que maiores níveis de expressão de VEGFA apontam para tumores mais agressivos e que as margens neoplásicas livres de células tumorais podem estar relacionadas com a produção de moléculas angiogênicas que favorecem a progressão tumoral.

Clique aqui para ler o artigo completo, publicado em fevereiro de 2016.

 

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Biomedicine & Pharmacotherapy publica estudo sobre mielopatia associada ao HTLV-1

22-hysalin-f-a-seco-steroid-fromCom o objetivo de investigar os efeitos da fisalina F em células mononucleares do sangue periférico de indivíduos (PBMC, na sigla em inglês) com mielopatia associada ao vírus HTLV-1, as pesquisadoras Maria Fernanda Grassi e Milena Botelho Pereira Soares, da Fiocruz Bahia, lideraram um estudo cujos resultados foram descritos no artigo Physalin F, a seco-steroid from Physalis angulata L., has immunosuppressive activity in peripheral blood mononuclear cells from patients with HTLV1-associated myelopathy, publicado no periódico científico Biomedicine & Pharmacotherapy.

O HTLV-1 atinge entre 5-10 milhões de pessoas, principalmente na América Latina, Caribe, África do Sul e Central e Japão. O vírus é o agente etiológico de duas doenças graves: a leucemia e linfoma de células-T adultas e a mielopatia (ou paraparesia espástica tropical), uma doença neurológica progressiva que ocorre em menos de 5% de indivíduos infectados com o vírus.

Neste estudo, aprovado pela abordagem de pesquisa Institucional da Fundação Oswaldo Cruz, foram analisadas amostras de sangue venoso de 21 indivíduos infectados com HTLV-1 e com diagnóstico de mielopatia. As amostras foram rastreadas para anticorpos HTLV-1/2. O grupo avaliado abrangeu 14 mulheres e 7 homens, com uma média de idade de 61 anos.

Os resultados mostraram que o tratamento com fisalina F aumentou a população apoptótica de PBMC em indivíduos com mielopatia. A análise da transmissão de microscopia eletrônica de PBMC mostrou que a fisalina F induz alterações ultra-estruturais, tais como núcleos picnóticos, mitocôndrias danificadas, formação de vacúolo autofágica melhorada, e a presença de figuras do tipo mielina.

Neste contexto, os pesquisadores concluíram que a fisalina F, além de induz a apoptose de PBMC, implica na diminuição da proliferação e produção de citocinas espontânea causada por infecção por HTLV-1.

O estudo é fruto de parceria com o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Escola Bahiana de Medicina. Além das coordenadoras, estão dentre os pesquisadores da Fiocruz Bahia envolvidos no trabalho Lorena A. Pinto, Cássio S. Meira, Cristiane F. Villarreal, Marcos A. Vannier e Bernardo Galvão-Castro. Clique aqui para acessar o artigo completo, publicado em janeiro de 2016.

 

 

 

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Pesquisa sobre biomarcadores da leishmaniose visceral canina é publicada na Scientific Reports

scientific-reportEstudo coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Cláudia Brodskyn, avalia a associação de alguns biomarcadores com a manifestação clínica da leishmaniose visceral canina (LVC). O fruto dessa pesquisa é o artigo Circulating Biomarkers of Immune Activation, Oxidative Stress and Inflammation Characterize Severe Canine Visceral Leishmaniasis, publicado no periódico online Scientific Reports (Nature), em 6 de setembro.

A leishmaniose visceral é uma doença causada pelo protozoário parasita Leishmania infantum, transmitido aos seres humanos e animais através da picada do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, o mosquito-palha. Os cães são considerados o principal reservatório urbano do parasita e sua presença na área endêmica é um fator de risco para a ocorrência da leishmaniose visceral humana.

Neste estudo, os pesquisadores utilizaram amostras de soro de 70 cães do município de Camaçari – considerada uma área endêmica de leishmaniose visceral e LVC – com diferentes manifestações clínicas da doença. Foram avaliados, simultaneamente, os biomarcadores de inflamação, ativação imune, estresse oxidativo e as concentrações de imunoglobulina G (IgG) de saliva anti-flebotomíneo, a fim de caracterizar uma bioassinatura associada à gravidade da LCV.

Os resultados demonstraram que a avaliação da expressão dos biomarcadores identificou uma bioassinatura distinta que poderia agrupar separadamente os grupos de animais com escores clínicos diferentes. Foi observado que os cães com os maiores escores clínicos também apresentaram altas cargas parasitárias e concentrações elevadas de anticorpos anti-saliva.

De acordo com os pesquisadores, os resultados sugerem que a gravidade clínica de LCV é fortemente associada a um perfil inflamatório distinto, caracterizado por uma expressão diferencial de eicosanóides e quimiocinas circulantes. Os cientistas afirmam que a caracterização da gravidade da doença é essencial para evitar a propagação da infecção, já que os animais sintomáticos são melhores disseminadores de parasitas em áreas endêmicas.

O estudo foi realizado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia Manuela Solcà, Bruno  Andrade, Melissa Abbehusen, Ricardo Khouri, Deborah Fraga, Valeria Borges, Patrícia Veras, em parceria com pesquisadores da Fiocruz Piauí, Bio-Manguinhos (Fiocruz/ RJ) e National Institutes of Health (EUA).

Clique aqui para ler o trabalho.

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Eficácia da pirfenidona adjuvante no tratamento da tuberculose é tema de publicação da JCI Insight

jci-insightO periódico científico JCI Insight publicou, no dia 8 de setembro, um estudo que buscou verificar se a adição da droga pirfenidona, como uma terapia adjuvante, pode trazer benefícios ao tratamento antimicrobiano da tuberculose. Os resultados da pesquisa estão no artigo The antifibrotic drug pirfenidone promotes pulmonary cavitation and drug resistance in a mouse model of chronic tuberculosis. Bruno Andrade, da Fiocruz Bahia, está entre os nomes dos pesquisadores que assinaram o trabalho.

De acordo com os especialistas, a pirfenidona é uma droga antifibrótica recentemente aprovada para o tratamento da fibrose pulmonar idiopática (FPI). Como a tuberculose gera uma inflamação granulomatosa, que destrói o parênquima pulmonar e forma fibroses, os cientistas trabalharam com a hipótese de que as características anti-inflamatórias e antifibróticas da pirfenidona poderiam reduzir os danos da inflamação pulmonar, melhorando a penetração da droga antimicrobiana para acelerar a resposta ao tratamento.

Para investigar essa possibilidade, os pesquisadores avaliaram a eficácia da pirfenidona durante a terapia com drogas antituberculosa, utilizando camundongos C3HeB/FeJ infectados com tuberculose crônica. Este modelo experimental parece ser mais robusto do que o tradicional, pois animais desta espécie desenvolvem granulomas e cavitações pulmonares de maneira mais semelhante à observada em pacientes com tuberculose.

No estudo, os animais receberam tratamento diário, durante 5 a 7 dias por semana. Aqueles que foram tratados com a terapia padrão de drogas foram comparados com 2 esquemas alternativos de tratamento contendo pirfenidona. Os cientistas analisaram, também, a gravidade global da lesão, fibrose, cavitação, carga bacteriana e a resposta imunológica dos animais.

Os resultados demonstraram que, ao contrário da hipótese proposta, a pirfenidona adjuvante reduz a depuração bacteriana, elevando as taxas de recaída/relapso. Foi observado que esta falha está fortemente associada ao surgimento de bacilos resistentes às drogas antimicrobianas, ao aumento da cavitação e a uma patologia pulmonar significativa. O estudo mostra que, apesar dos antifibróticos serem usados como parte da terapia contra a tuberculose, deve haver um cuidado no seu uso. Além disso, os cientistas afirmam que se ampliarem o uso da pirfenidona na prática clínica, será necessário um aumento da monitoração do paciente nas regiões endêmicas de tuberculose.

A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Johns Hopkins University School of Medicine (EUA), Howard Hughes Medical Institute (EUA), Université des Sciences, des Techniques et des Technologies de Bamako (Mali, África) e a Fundação José Silveira (Salvador – BA).

Clique aqui para acessar o artigo.

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Óleo de planta da Caatinga tem efeito antitumoral, aponta publicação do Basic & Clinical Pharmacology & Toxicology

19-antitumour-activity-of-the-microencapsulationPublicado no periódico científico Basic & Clinical Pharmacology & Toxicology (BCPT), o trabalho intitulado Antitumour Activity of the Microencapsulation of Annona vepretorum Essential Oil, investigou o potencial antitumoral de planta nativa da Caatinga, popularmente conhecida por “bruteira”. Coordenado por Daniel Bezerra, pesquisador da Fiocruz Bahia, o estudo demonstrou que o óleo essencial a base da planta de nome científico Annona vepretorum, tem propriedades inibitórias no crescimento de tumores.

Com aplicações nutricionais e medicinais conhecidas, a planta já era utilizada para tratar picadas de cobra, infecções bacterianas e inflamações diversas. Devido a sua composição química e propriedades terapêuticas, a equipe decidiu investigar a citotoxicidade de propriedades da planta em tumores.

Para obter o óleo essencial, os pesquisadores hidrodestilaram folhas de Annona vepretorum. Ao inocular o óleo em camundongos com melanoma, constatou-se uma inibição do crescimento das células cancerígenas, efeito atribuído à presença da substância espatulenol.

Além disso, provou-se que o óleo essencial da Annona vepretorum, quando microencapsulada com β-ciclodextrina, tem seu efeito antitumoral aumentado. De acordo com os especialistas, esses achados são de extrema relevância para futuros estudos que visem encontrar alternativas para o tratamento de células cancerígenas.

A pesquisa foi realizada através de parceria entre Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal de Sergipe, Hospital São Rafael, Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste e a Universidade Federal de Manaus.

Clique aqui para ler na íntegra o artigo publicado em outubro de 2015

 

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“Spatial Atg8 deconjugation depends on the regulation of Atg4 function by Atg1 phosphorylation”

fulvio

Fulvio Reggiori (1970) studied Biochemistry at University of Fribourg, Switzerland, and in 1997, he obtained his PhD in Biochemistry from the same Institution. Here, in the laboratory of Prof. Andreas Conzelmann, he has worked on the remodeling of the lipid moiety of GPI-anchored proteins and on sphingolipid biosynthesis in yeastSaccharomyces cerevisiae.

After staying one additional year in the same laboratory as a postodoctoral fellow, in 1998, he moved to the MRC Laboratory of Molecular Biology in Cambridge, United Kingdom. There, in the laboratory of Dr. Hugh Pelham, he has investigated the signals targeting integral membrane proteins into the internal vesicles of multivesicular bodies. He characterized ubiquitin-dependent and independent signals, and identified one of the ubiquitin ligases specifically involved in this pathway.

In 2001, he joined the laboratory of Prof. Daniel Klionsky at the Life Sciences Institute of the Michigan University of Michigan in Ann Arbor (USA). There, he started working on different aspects of the molecular mechanism of autophagy in yeast. In particular, he first described the dynamic trafficking of Atg9 and show the involvement in this process of proteins such as Atg1, Atg2, Atg13 and Atg18, and phosphatidylinositol-3-phosphate.

In 2005, Fulvio Reggiori became a tenured Assistant Professor at the Department of Cell Biology of the University Medical Center Utrecht, where he is working on the molecular mechanism and regulation of autophagy using yeastSaccharomyces cerevisiae as a model organism. The laboratory interests are also on pathogens that subvert autophagy to invade and replicate in host cells and a particular research focus has been coronaviruses. Since September 2011, he is an Associate professor at the same Institution.

Fonte: University Medical Center Utrecht

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