Associação de alterações na medula óssea e distúrbios hematológicos na leishmaniose visceral canina é descrita em tese

AUTOR: Valter dos Anjos Almeida.
ORIENTADOR: Washington Luis Conrado dos Santos.
TÍTULO DA TESE: Alterações na medula óssea e distúrbios hematológicos na leishmaniose visceral canina.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 27/01/2017

Resumo

Cães com leishmaniose visceral frequentemente apresentam uma ampla variedade de anormalidades hematológicas. Neste estudo, objetivou-se associar os distúrbios hematológicos com a distribuição das linhagens celulares e o perfil de expressão de citocinas na medula óssea de cães naturalmente infectados por Leishmania infantum. Após obtenção do diagnóstico e exames clínicolaboratoriais, as amostras foram coletadas e analisadas por microscopia convencional. Feito isso, foram utilizadas técnicas de biologia molecular para detecção de L. infantum e verificação da expressão de citocinas que podem influenciar na diferenciação celular na medula óssea. Diante das análises, a infecção por Leishmania foi detectada por ELISA em 47/58 (81,0%) e por cultura esplênica em 18/57 (31,6%). A maioria dos cães com cultura esplênica positiva apresentou detecção do DNA de L. infantum na medula óssea (p=0,0004) acompanhado por histiocitose (p=0,0046). Destes animais, os que também possuíam desorganização esplênica apresentaram diminuição de hemácias (p=0,0066), acompanhado pela menor quantidade de células da linhagem eritróide na medula óssea em relação aos com cultura negativa e baço organizado (p=0,0127). Essas alterações foram acompanhadas pela elevação da expressão gênica IFN-γ (p=0,0015) e TNF (p=0,0091) nos cães possuíam L. infantum na medula óssea. Desta maneira, cães com cultura esplênica positiva apresentam alterações de parâmetros hematológicos referentes a anemia e leucocitose com neutrofilia que são acompanhadas de hipoplasia eritróide e estão associadas a mudanças nas expressões de citocinas no microambiente medular, como o aumento de IFN-γ e TNF.

Palavras-chave: Citocinas, medula óssea, Leishmania infantum.

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American Journal of Tropical Medicine and Hygiene publica relato de caso de pacientes com Guillain-Barré após infecção por Zika

artigo-isadoraO artigo intitulado Case Report: Guillain–Barré Syndrome after Zika Virus Infection in Brazil, publicado no periódico científico American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, em 19 de setembro, relata o caso de dois pacientes vítimas da síndrome de Guillain-Barré, após serem infectados pelo vírus Zika durante o grande surto no Brasil, em 2015. O estudo conduzido pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, foi realizado em parceria com especialistas do Instituto Evandro Chagas e das universidades americanas University of Texas e Yale School of Public Health, com a colaboração do Hospital Geral Roberto Santos e do Hospital São Rafael, ambos de Salvador (BA).

O Zika é um flavivírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O primeiro caso registrado de infecção pelo Zika data de 1954, na Nigéria. O primeiro surto de larga escala foi registrado em 2007, na Micronésia e, nos anos de 2013 e 2014, ocorreram surtos na Polinésia Francesa e na Nova Caledônia, respectivamente. No Brasil, o surto de Zika iniciou-se em março de 2015, tendo rápida disseminação por outros países das Américas Central e do Sul.

Neste período, apenas em Salvador foram registrados mais de 17.000 casos de suspeita de infecção por Zika e 44 casos da síndrome. Desses 44 casos, 32 (73%) relataram ter tido uma doença prodrômica aguda, compatível com a infecção por Zika, e diversos pacientes infectados pelo vírus desenvolveram a síndrome de Guillain-Barré, que é a maior causa de paralisia flácida generalizada no mundo, de acordo com o Ministério da Saúde. A síndrome tem como principais sintomas a paralisia dos membros, dor neuropática lombar ou nas pernas e fraqueza progressiva.

O primeiro relato de caso descrito no artigo foi de uma mulher, de 49 anos, com exantema maculpapular e mialgia sem febre, apresentando tetraparesia, perda de movimento nos quatro membros, paralisia bifacial e parestesias, ao longo de 9 dias de internação em unidade de tratamento intensivo (UTI). O segundo foi um homem, de 22 anos, com sintomas de exantema maculpapular generalizado, moderada artralgia, tetraparesia e paralisia bifacial, além de outros distúrbios sensoriais e neurológicos, ao longo de 24 dias de internação em UTI. Apesar da severidade das apresentações clínicas, nenhum deles precisou de ventilação mecânica ou faleceu.

Conclusões – Durante o acompanhamento dos pacientes, os autores do estudo detectaram, através de testes diagnósticos, a presença de anticorpos IgM específicos para o Zika, confirmando a infecção pelo vírus associado ao surgimento dos sintomas da síndrome de Guillain-Barré. Levando em conta as evidências, os pesquisadores afirmaram que a relação entre o Zika e as complicações neurológicas resulta em preocupação com consequências dramáticas para a saúde pública.

A investigação destes dois casos também serve como um alerta para os clínicos em regiões da América do Sul, Central e Caribe, onde o vírus se propagou recentemente, do risco potencial da Guillain-Barré e a necessidade de detecção, diagnóstico, além de tratamento e cuidados de suporte para prevenir a mortalidade e sequelas de longo prazo. Os pesquisadores ressaltam que outros estudos imunopatológicos ainda são necessários para uma melhor compreensão desta síndrome.

O artigo pode ser acessado clicando aqui.

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Curso de revisão sistemática e metanálise abre inscrições em janeiro

stata2A Fiocruz Bahia irá oferecer, em fevereiro de 2017, o curso Systematic Review and Meta-Analysis. As inscrições podem ser realizadas entre 9 de janeiro e 1º de fevereiro de 2017, no hotsite do curso, através do preenchimento do formulário. O objetivo é capacitar os alunos na compreensão das teorias de revisões sistemáticas e metanálise de estudos clínicos ou epidemiológicos, para que sejam utilizadas na realização de revisões sistemáticas e pesquisas.

O curso irá fornecer uma introdução sobre os métodos para realizar revisões sistemáticas e meta-análise de estudos clínicos ou epidemiológicos, além de abordar maneiras de formular uma questão de revisão responsável, de definir critérios de inclusão e exclusão e de procurar provas relevantes em bases de dados de pesquisa. Além disso, serão introduzidas técnicas de extração de dados, avaliação de viés e síntese de dados por métodos modernos de metanálise.

As aulas acontecerão na Fiocruz Bahia, entre 7 de fevereiro e 14 de março, às terças e quintas- feiras. Fluência em inglês é um pré-requisito para a participação das atividades.

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Tese faz caracterização fenotípica e funcional de células T na Leishmaniose

AUTORA: Daniela Rodrigues Andrade.
ORIENTADOR:  Jorge Clarencio Souza Andrade
TÍTULO DA TESE: “CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E FUNCIONAL DAS CÉLULAS T CD4+. E CD8+ VB12 NA LEISHMANIOSE CUTÂNEA LOCALIZADA HUMANA”
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 27/12/2016

 

 RESUMO

 

As leishmanioses constituem um complexo de doenças causadas pelo protozoário intracelular, Leishmania, sendo a resposta imune celular essencial para controle, eliminação e proteção contra a infecção. A teoria clonal da imunidade celular propõe que as respostas imunológicas são estabelecidas através do aumento na frequência de clones específicos ao antígeno. Para avaliar a resposta das células T à infecção por Leishmania, investigamos, por citometria de fluxo, a expressão de cadeias Vβ de receptores de células T (TCRs), estado de ativação, capacidade de adesão ao endotélio e potencial funcional de clones específicos. Em um grupo de pacientes com Leishmaniose Cutânea Localizada (LCL), avaliamos diferentes subpopulações de células T através da expressão da região Vβ, no sangue periférico e na biópsia. Utilizamos células mononucleares de sangue periférico (CMSPs), de pacientes LCL e controles saudáveis, nas quais avaliamos, ex vivo, a expressão de moléculas de ativação (CD25, CD69 e HLA-DR), adesão (LFA-1, VLA-4 e CD62L), co-estimulatória (CD27 e CD28) e marcadores de memória (CCR7, CD45RA, CD45RO). In vitro, as CMSPs de pacientes com LCL foram estimuladas com SLA para avaliar a expansão do clone Vβ12 e a produção de citocinas intracelulares (IL-2, IFN-y e TNF). Nossos resultados mostram: (1) diminuição no sangue das células T CD4+ que expressam Vβ2, Vβ5, Vβ12 e CD8+ Vβ5, Vβ12, Vβ14 em LCL quando comparado com os controles saudáveis; (2) um perfil de ativação prévia de células T CD4+  Vβ2, Vβ5 e CD8+  Vβ5, Vβ14, com expressão mais elevada HLA-DR, enquanto que o clone Vβ12 apresentou diferentes níveis de ativação; (3) uma correlação positiva entre as frequências das células T CD4+ e CD8 Vβ12+ ativadas e o tamanho das lesões; (4) alta expressão de moléculas de adesão, indicando direcionamento das células T CD4+ e CD8+ expressando Vβ12 para o local da lesão, confirmado através da (5) alta frequência de células Vβ12 CD62Llow no sangue dos pacientes quando comparado aos controles; (6) os pacientes apresentaram frequência mais elevada de células CD4+ Vβ12 com fenótipo efetor (CD45RA+CCR7-; CCR7-CD45RO+CD28-; CD45RO-CD27-) enquanto as células CD8+  Vβ12 apresentam o fenótipo de memória efetora (CD45RA-CCR7-, CCR7- CD45RO-CD28-, CD45RO+CD27-), esse perfil apresenta correlação positiva entre a frequência de células no sangue, com o tamanho da lesão; (7) CMSPs de pacientes com LCL, estimuladas com SLA, induziu aumento na frequência das células T CD4+ e CD8+ expressando Vβ12; (8) in vitro, as células T CD4+ Vβ12 produzem predominantemente IFN-y, enquanto células CD8+ Vβ12 produzem IFN-y e TNF; (9) Ambas as células Vβ12 têm uma subpopulação dupla positiva para IFN-y e TNF. O Vβ12 contribui para a resposta inflamatória através produção de IFN-γ e TNF, assim como para manutenção da lesão devido a presença das células T CD8+ de memória efetora com capacidade de produção simultânea de IFN-γ e TNF.

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Abertas as inscrições para o 1º Simpósio Internacional em Autofagia, Fagocitose e Resposta Imune Inata

Com o objetivo de apresentar tecnologias inovadoras e avanços recentes sobre o tema, a Fiocruz Bahia realizará, entre os dias 25 e 27 de janeiro de 2017, o 1º Simpósio Internacional em Autofagia, Fagocitose e Resposta Imune Inata. As inscrições foram prorrogadas e podem ser realizadas até o dia 06 de janeiro de 2017, no hotsite do curso.

Esta primeira edição do simpósio tem como meta principal o incentivo à criação e ampliação de núcleos de pesquisa nessas três áreas de investigação no Brasil, além de formar recursos humanos em biotecnologia. O curso, destinado a estudantes de graduação e pós-graduação e pesquisadores da área, contará com palestras de pesquisadores nacionais e internacionais, em inglês. Sendo um dos critérios para seleção do participante a fluência no idioma.

Para conferir a programação e outras informações clique aqui.

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Edital da Fapesb premia Mulheres nas Ciências

Repórter: Tácio Santos

1481818803premiobahiapeladiversidademulheresnascienciassiteO edital Bahia pela Diversidade – Edição Mulheres nas Ciências, foi lançado nesta terça-feira (20) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Secti), e a Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). Com o objetivo de valorizar pesquisadoras e cientistas, a premiação destaca mulheres que através da extensão de seu trabalho, contribuem de maneira relevante para o desenvolvimento do estado da Bahia.

O presidente da Fapesb, Eduardo Almeida, comenta a importância da premiação. “Este prêmio tem um aspecto muito especial. Buscamos dar suporte para que as mulheres possam ganhar um espaço maior de relevância no cenário da ciência e tecnologia no Brasil. A premiação vai contemplar o trabalho de seis pesquisadoras. Duas com pelo menos oito anos de experiência ganharão R$ 15 mil cada, e quatro com menos tempo de experiência ganharão R$ 5 mil cada. As indicações estão abertas à comunidade, ou seja, as candidatas podem ser indicadas pelas instituições em que trabalham ou podem se inscrever para participar da premiação”.

As interessadas em concorrer aos prêmios precisam atender a alguns critérios de elegibilidade, como ser brasileiras natas ou naturalizadas e residir no estado da Bahia, além de possuir título de doutora ou mestra e atuar nas áreas de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias e Ciências Biológicas e estar vinculada a uma instituição acadêmica ou centro de pesquisa localizado na Bahia. No processo de escolha, elas terão os currículos avaliados por consultores dos quadros de universidades e centros de pesquisa de fora da Bahia. O anuncio das vencedoras está previsto para o dia 8 de março de 2017, Dia Internacional da Mulher.

Para a secretária de Políticas para as Mulheres do Estado, Olívia Santana, a iniciativa estimula o debate nas universidades sobre a equidade de gênero. “Já temos uma presença expressiva de mulheres nas ciências sociais, queremos aumentar o número de cientistas na área das Ciências Exatas e das Engenharias. É importante que elas tenham incentivos governamentais e da área privada para que a gente possa ir quebrando barreiras e possibilitando o avanço das mulheres nesses campos de pesquisa que ainda têm predominância masculina”.

De acordo com a vice-diretora de pesquisa do instituto Gonçalo Moniz, Marilda de Souza, a premiação ajuda a quebrar paradigmas e dá suporte na luta pela igualdade de gênero. “Com a modernidade as mulheres se integram melhor para a capacidade produtiva. Hoje a mulher lida melhor com o fato de ser mãe, pesquisadora e precisar trabalhar. Mas as dificuldades ainda são muitas e incentivos como este são sempre muito bem vindos”.

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Fiocruz Bahia recebe pesquisadores da Universidade de Glasgow

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Julia Pescarini, Vittal Katikireddi, Maria Yury Ichihara, Alastair Leyland e Maurício Barreto.

Os pesquisadores da Universidade de Glasgow (Escócia) Alastair Leyland e Vittal Katikireddi visitaram a Fiocruz Bahia, entre os dias 13 e 16 de dezembro, para conhecer o recém-inaugurado Centro para Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs). A visita culminou na preparação de um protocolo de pesquisa colaborativa, que além de estudos em conjunto e ampliação das bases de dados, prevê a realização de cursos e intercâmbio de pesquisadores de ambas instituições.

Além de encontros com a equipe do Cidacs, a visita incluiu reuniões com o diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, e com a Diretora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, Isabela Cardoso. Os pesquisadores ainda visitaram o Senai/Cimatec, onde fica abrigado o computador de alto desempenho do Centro.

O pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do Cidacs, Maurício Barreto, classificou como “ponto alto da visita” a deliberação de ser estabelecido vínculos mais permanentes entre as instituições envolvidas. Para preparar o protocolo de pesquisa colaborativa, os pesquisadores das duas instituições buscaram campos de interesse comum e decidiram se focar na chamada “UK-Wide Call For Nihr Global Health Research Units” feita pelo National Institute of Health Reserch – NIHR. O protocolo elaborado prevê a implementação de doutorado sanduíche, pós-doutorado e intercâmbio de pesquisadores das instituições parceiras.

Com grande tradição de pesquisa em determinantes sociais e de políticas de proteção social na saúde, Leyland e Katikireddi conduzem no Reino Unido pesquisa similar a plataforma da “Coorte de 100 milhões de brasileiros”, um dos projetos do novo centro, coordenado por Maurício Barreto.  A pesquisadora Maria Yury Ichihara, coordenadora substituta do Cidacs, considerou relevante o estabelecimento da parceria com os pesquisadores da Glasgow. “Eles vão contribuir para ampliar e consolidar os estudos do Centro, ao trazer mais uma experiência internacional de avaliação de políticas sociais, além de auxiliar na sustentabilidade financeira do Centro”, afirma.

Sobre o Cidacs

Inaugurado no dia 7 de dezembro, o Cidacs visa realizar estudos interdisciplinares utilizando grandes volumes de dados, e com apoio de uma abrangente rede de cooperação científica nacional e internacional (Fiocruz-Brasília; Icict-Fiocruz; Universidade Federal da Bahia; Senai/Cimatec; Fundação Universidade Brasília; Fundação Getúlio Vargas; London School of Hygiene and Tropical Medicine e Farr Institute).

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Tese conclui que a infecção por leishmania modula a ativação de beta-1 integrinas.

AUTOR: Djalma Gomes Ferrão Carvalhal.
ORIENTADOR: Washington Luis C dos Santos.
TÍTULO DA TESE: INFECÇÃO POR LEISHMANIA MODULA A ATIVAÇÃO DE BETA-1 INTEGRINAS E ALTERA A CINÉTICA DO ESPALHAMENTO CELULAR DE MONÓCITOS SOBRE FIBRONECTINA.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 20/12/2016.

Resumo

 

A leishmaniose é considerada como um grupo de doenças, causadas por parasitos do gênero Leishmania. O gênero inclui mais de 20 espécies de parasitos que são transmitidas ao homem pela picada do inseto fêmea, infectado, da família dos flebotomíneos e os diferentes gêneros estão associados a diferentes manifestações clínicas da doença. Uma característica marcante na infecção é a presença de macrófagos infectados no sítio de inoculação do parasito e em órgãos internos do hospedeiro. Estudos prévios, demonstraram que a infecção de fagócitos mononucleares com Leishmania amazonensis, Leishmania infantum ou Leishmania brasiliensis promove uma diminuição na adesão celular ao tecido conjuntivo inflamado da pele. Esta diminuição da adesão é decorrente, principalmente, de mecanismos envolvidos na regulação da molécula VLA-4, uma integrina da família beta 1 que se liga a VCAM-1, trombospondina e a molécula fibronectina presente na matriz extracelular. Neste trabalho, estudamos os estágios iniciais e tardios da formação da ligação entre a molécula VLA-4 e fibronectina em ensaios de adesão celular com monócitos humanos infectados por L. amazonensis. O estágio inicial do processo de adesão celular (rolamento) foi avaliado através de ensaios com câmaras de fluxo laminar, os resultados demonstraram que a função da integrina VLA-4 está preservada nos monócitos infectados quando comparado ao grupo de células não infectadas. A fase tardia do processo de adesão celular foi avaliada mensurando a área de espalhamento citoplasmático, por miscroscopia eletrônica de varredura, e avaliando a cinética de espalhamento citoplasmático por microscopia de interferência e reflexão (IRM). Nos ensaios avaliados por microscopia de varredura, os monócitos infectados apresentaram uma diminuição da área de espalhamento citoplasmático sobre fibronectina com uma área mediana de 41 (34-51) μm2 em comparação com grupo de células não infectadas que apresentaram área mediana de 72 (55-89) μm2. O espalhamento citoplasmático foi inibido usando um anticorpo anti-VLA4 capaz de bloquear a ligação desta molécula com o substrato. Nos ensaios de IRM, após o contato inicial com a superfície revestida de fibronectina, os monócitos não infectados espalharam o citoplasma rapidamente na proporção de 15 μm2 s-1, enquanto os monócitos infectados com L. amazonensis mantiveram pequenos contatos na proporção de 5,5 um μm2 s-1. Após a avaliação das fases iniciais e tardia do processo de adesão, foi realizada, através de citometria de fluxo, a análise da expressão do epítopo de alta afinidade da molécula VLA-4 de monócitos não infectados e infectados com L. amazonensis. As células infectadas sofreram uma diminuição da expressão de VLA-4 a partir de 39 ± 21% para 14 ± 3%; e LFA1 a partir de 37 ± 32% para 18 ± 16%. Os nossos dados demonstram que a infecção por L. amazonensis não altera as fases iniciais, fase de rolamento, do processo de adesão, mas afeta as fases tardias, adesão firme, uma vez que mantem as moléculas de integrinas em estados de baixa afinidade e impede o espalhamento citoplasmático dos monócitos infectados. Desta forma, os efeitos observados na função das integrinas pode ter um papel relevante na retenção ou migração de leucócitos do sítio de infecção para o linfonodo drenante bem como nas sinapses imunológicas durante a apresentação de antígenos. Contudo, mais estudos são necessários para comprovar estas hipóteses.

Palavras chave: Leishmania; monócito ;integrinas; espalhamento citoplasmático; VLA-4.

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Aluna da Fiocruz Bahia ganha o Prêmio Capes-Interfarma de Inovação e Pesquisa 2016

capes-farma-premioA Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) outorgou, no dia 1º de dezembro, o Prêmio Capes-Interfarma de Inovação e Pesquisa 2016 à estudante da Fiocruz Bahia, Nivea Farias Luz, pela tese de doutorado “Ativação da heme oxigenase-1 e via da necroptose como mecanismos imunopatogênicos na infecção de macrófagos por Leishmania infantum”. A tese foi defendida no ano de 2015, sob a orientação de Valeria de Matos Borges, do Programa de Pós-Graduação de Patologia Humana (PGPAT), da Fiocruz em convênio com a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Nívea Luz já havia vencido o Prêmio Capes de Tese 2016, sendo este o segundo prêmio pela tese. Em mensagem a aluna, a Capes afirmou que “sua contribuição certamente será de extrema valia para o desenvolvimento e aprimoramento da área, bem como para o avanço da pós-graduação e do conhecimento científico de qualidade no Brasil”. A cerimônia de premiação acontece em Brasília, no dia 14 de dezembro, na sede da Capes. O Prêmio constitui-se de certificado e bolsa de pós-doutorado.

Para a aluna, o prêmio é uma motivação para a carreira acadêmica. “Entendo que esses prêmios sejam um reconhecimento de um trabalho de equipe e de importantes colaborações que estabelecemos durante minha formação acadêmica. Agradeço a todos os envolvidos, em especial a minha orientadora Dr. Valéria Borges, pelo apoio incondicional e por inspirar a mim e demais participantes do seu grupo a buscar a excelência nos projetos que conduzimos”, declarou.

A orientadora Valéria Borges afirmou que a premiação mostra a qualidade dos trabalhos realizados no PGPAT. “Eu e os demais professores permanentes e colaboradores do curso estamos empenhados nesse objetivo em alcançar conceito 7 na Capes. Dois prêmios pela mesma tese é emoção em dose dupla. Em tempos de crise, nada como o reconhecimento para dar ânimo de seguir em frente sem perder o brilho nos olhos na ciência”, comemorou a pesquisadora.

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Centro de Integração de Dados de Conhecimentos para Saúde da Fiocruz é inaugurado em Salvador

inaugurac%cc%a7a%cc%83o-cidacsAutoridades, executivos e especialistas de instituições nacionais e internacionais se reuniram, na manhã de hoje (7/12), no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador, para a cerimônia de inauguração oficial do Centro para Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs). O novo centro é dedicado a discutir, desenvolver e difundir pesquisas e informações científicas que possam servir de base para ações e políticas na área da Saúde.

A abertura do evento contou com a apresentação do coordenador do Cidacs, Mauricio Barreto,e de Manoel Barral-Neto, diretor da Fiocruz Bahia. Em seguida, uma mesa composta por autoridades como o Presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha; o Reitor da UFBA, João Carlos Salles; o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Manoel de Mendonça, e do ex-governador Jaques Wagner, deu continuidade à apresentação.

Barreto explicou que a missão do Cidacs é trabalhar com grandes bases de dados. “Nós pensamos em conhecimento para valorizar a ciência, gerar e alimentar transformações e benefícios para a sociedade, esse é o nosso sonho, é o nosso desejo. E isso só está sendo viável por conta da base forte da Fiocruz e da colaboração de outras instituições”, salientou o pesquisador da Fiocruz Bahia. Manoel Barral-Neto falou sobre o nome do computador de alto desempenho. “Omolu é um orixá envolvido diretamente com aspectos de doença e saúde. Nesse clima festivo do Cidacs, sejam todos bem-vindos”, disse o diretor.

Para Paulo Gadelha, é muito significativo que o Cidacs esteja locado no Parque Tecnológico. “Estar dentro de um parque tecnológico traz essa visão, que significa não só contribuir com a inovação no sentido de resultados para sociedade, mas no nicho nas quais as interações que possam se fazer com outros agentes do parque se colocam com possibilidade de sinergia muito significativas. Temos aqui um grande feito”, afirmou o presidente.

Após as apresentações da mesa, os participantes acompanharam o descerramento da cortina da placa comemorativa e visitaram os espaços do Cidacs e foram ao Senai-Cimatec, onde estão locados os computadores de alto desempenho Yemoja e Omolu.

O Centro  O Cidacs surgiu de uma associação entre a Fiocruz Bahia e parceiros relevantes no cenário científico e tecnológico e tem a missão de realizar estudos e pesquisas, desenvolver novas metodologias investigativas e promover capacitação profissional e científica, tendo por base projetos interdisciplinares, fundados na integração de grandes bases de dados (“big data”).

Partindo dos conhecimentos disponíveis e com o auxílio de recursos computacionais de alto desempenho, inserido em ambiente seguro, o Cidacs contribuirá na produção de conhecimentos inovadores com a finalidade de ampliar o entendimento dos problemas de saúde da população, de contribuir em soluções e apoiar tomadas de decisões em políticas públicas, em benefício da sociedade.

Pela primeira vez, dados de saúde e políticas sociais referentes a mais de 100 milhões de brasileiros – idade, sexo, localização e condições econômicas, entre outros – foram integrados em uma única base, sem identificação dos indivíduos. Esse volume, sem precedentes de informação, poderá agora ser processado em um centro de dados seguro, com recursos computacionais de última geração e algoritmos desenvolvidos para as demandas de estudos e consultas de pesquisadores, gestores e sociedade em geral.

Confira a cobertura do evento:

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Confira a programação do Seminário Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde

seminario-cidacsO Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde, CIDACS, nova estrutura do Instituto Gonçalo Moniz – Fiocruz BA  que será lançada oficialmente na próxima quarta, dia 7/12, inicia suas atividades de pesquisa com um seminário internacional para parceiros do projeto e especialistas convidados já no dia 5, às 9h, no Tecnocentro, no Parque Tecnológico da Bahia.

O seminário Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde apresentará experiências sobre a integração, manejo e análise de grande volume de dados (“big data”), organizadas em projetos estruturantes voltados para ampliar o entendimento sobre os problemas de saúde da população e apoiar tomadas de decisões em políticas públicas, em benefício da sociedade.

O evento tem como colaboradores científicos a Universidade Federal da Bahia, a Universidade de Brasília, a Fundação Getúlio Vargas, o Senai-Cimatec, o Farr Institute e a London School of Hygiene and Tropical Medicine. O evento é apoiado pelo Decit/Ministério da Saúde, pela Fapesb, pela Finep e pelo CNPq, e por parceiros internacionais como o Newton Fund, a Fundação Bill & Melinda Gates, o Wellcome Trust e a OMS.

Confira abaixo a programação do evento ou faça o download do folheto.

05/12 – TARDE

14:00h
Conversas com parceiros institucionais Coordenador: Mauricio Lima Barreto (CIDACS/IGM/FIOCRUZ Bahia)

14:00h
Avaliando a expansão da Estratégia de Saúde da Família na cidade de Rio de Janeiro Chris Millet (School of Public Health, Imperial College of London )

14:20h Debate

14:35h
Simula CADU: uso de micro-simulações na previsão de impacto de intervenções públicas e mudanças socioeconômicas Davide Rasella (FIOCRUZ/BSB)

14:55h Debate

15:10h
Revisão sistemática sobre impacto de transferência de renda na saúde Marina Pamponet (CIDACS/IGM/FIOCRUZ Bahia)

15:25h Debate

15:40h
Concepção da Coorte de Nascimentos Mauricio Barreto (CIDACS/IGM/FIOCRUZ Bahia)

16:00h Debate

16:15h Conversa no café

16:30h Debate

 

06/12 – MANHÃ

9:00h
Conferência: How the scientific community should go about getting the best research out of big data Liam Smeeth (LSHTM/Farr Instittute)

9:30h
Mesa Redonda: Experiências de plataformas de grandes bases de dados em saúde Coordenadora: Laura Rodrigues (LSHTM)

9:30h
CIDACS: uma inovação para a ciência e para a saúde Mauricio Barreto (CIDACS-FIOCRUZ)

9:50h
Uso de big data e machine learning para fazer predições em saúde Alexandre Dias Porto Chiavegatto Filho (Labdaps-USP)

10:10h
Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde Marcel Pedroso (ICICT-FIOCRUZ)

10:30h
LNCC e Gerência de grandes volumes de dados e aplicações em saúde Fábio Machado Porto (Laboratório Nacional de Computação Científica)

10:50h Conversa no café

11:05h Debate

12:00h Almoço

 

06/12 – TARDE

13:30h
Apresentação das Plataformas de estudos do CIDACS Coordenadora: Maria Yury Ichihara (CIDACS/ IGM/FIOCRUZ Bahia)

13:30h
Bioinformática e suas aplicações na Saúde Pablo Ramos e Artur Queiroz (CIDACS/IGM/ FIOCRUZ Bahia)

13:40h Projeto Coorte de 100 milhões de brasileiros/as

13:40h
Avaliação do impacto do Programa Bolsa Família na mortalidade de menores de 5 anos no Brasil Poliana Rebouças (ISC/UFBa)

13:50h
Perfil nutricional e Impacto do Programa Bolsa Família no peso ao nascer de criança Ila Falcão – (Escola de Nutrição/UFBa)

16:00h
Avaliação do efeito dos determinantes sociais e o impacto de programas sociais na incidência, percentual de incapacidades físicas e desfechos do tratamento da hanseníase em uma coorte de 100 milhões de brasileiros Julia Pescarini (CIDACS/IGM/FIOCRUZ Bahia)

16:10h
Plataforma de estudos de efeito de longo prazo da Síndrome Congênita da Zika e microcefalia Maria da Gloria Teixeira (ISC/UFBa) e Laura Rodrigues (LSHTM)

16:30h
Proposta metodológica de análise na Coorte de 100 milhões Leila Amorim (Instittuto de Matemática e Estatística/UFBa)

16:50h Conversa no café

17:05
Conferência: Using observational date to think about causal effect Elizabeth Williamson (LSHTM)

17:30h
Conferência: Grandes Bases de Dados em Políticas Públicas André Portela (FGV)

18:00h Encerramento

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Fiocruz inaugura Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde

inauguracao-cidacsDurante os dias cinco, seis e sete de dezembro, autoridades, executivos e especialistas de instituições nacionais e internacionais estarão reunidos, no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador, para o seminário e a cerimônia de inauguração oficial do Centro para Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), dedicado a discutir, desenvolver e difundir pesquisas e informações científicas que possam servir de base para ações e políticas na área da Saúde.

Pela primeira vez, dados de saúde e políticas sociais referentes a mais de 100 milhões de brasileiros – idade, sexo, localização e condições econômicas, entre outros – foram integrados em uma única base, sem identificação dos indivíduos. Esse volume, sem precedentes de informação, poderá agora ser processado em um centro de dados seguro, com recursos computacionais de última geração e algoritmos desenvolvidos para as demandas de estudos e consultas de pesquisadores, gestores e sociedade em geral.

Segundo Maurício Barreto, pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do Centro, as metodologias, equipamentos e instalações da iniciativa seguem a vanguarda da segurança tecnológica para “garantir a precisão, privacidade e a integridade desses dados e das pesquisas sobre eles, de modo sustentável”. A maior parte dos recursos do Cidacs vem do Ministério da Saúde e da Fundação Bill & Melinda Gates. “É como um ecossistema de informação que permite uma infinidade de projeções e aplicações diferentes usando a mesma imensa base de dados, que agora pode ser manipulada com muita agilidade e flexibilidade”, explicou o coordenador, adiantando que há outras entidades de financiamento e pesquisa interessadas no custo-benefício do projeto.

O pesquisador frisou que o acesso aos dados e estudos gerenciados pelo Centro seguirá a legislação de proteção da informação vigente e que a política de dados abertos, seguida pela Fiocruz, é “fundamental para a difusão de conhecimentos, respeitando os direitos de autores e instituições”. Para Barreto, um dos maiores benefícios do Cidacs é o potencial de aplicação do conhecimento das pesquisas já em andamento “em soluções para melhorar a qualidade dos serviços de saúde, com impacto positivo direto na qualidade de vida dos brasileiros”.

O diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, afirmou que o novo Centro é de extrema importância, na medida em que vários dados estão disponíveis, não só os dados vistos tradicionalmente como de saúde, mas geográficos e de aspectos econômicos, por exemplo, que têm reflexos na saúde. “Esses dados precisam ser analisados de forma mais integrada para realmente dar um panorama do que se passa na saúde. Essa é uma tendência de várias áreas do conhecimento e, no nosso caso, essa integração também é bastante urgente”, salientou.

QUEM FAZ – O Cidacs surge de uma associação entre o Instituto Gonçalo Moniz/ Fiocruz Bahia e parceiros relevantes no cenário científico e tecnológico. Além da Universidade Federal da Bahia (Instituto de Saúde Coletiva, Escola de Nutrição, Faculdade de Economia, Instituto de Física, Instituto de Matemática e Estatística), do Senai-Cimatec, da Fiocruz Brasília e do ICICT/Fiocruz-RJ, da Universidade de Brasília e da Fundação Getúlio Vargas, conta com a Fundação Bill & Melinda Gates, a London School of Hygiene and Tropical Medicine e o Farr Far Institute, do Reino Unido.

INAUGURAÇÃO – A cerimônia será no dia 7/12, no Tecnocentro, às 10h, com a presença do Ministro da Saúde, Ricardo Barros (a confirmar); do Presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha; do Reitor da UFBA, João Carlos Salles; da Diretora do Instituto de Saúde Coletiva, Isabela Cardoso; do Secretário de Ciência e Tecnologia, Manoel de Mendonça; do Secretário da Saúde, Flávio Villas Boas; do Diretor do Senai-Cimatec, Leone Andrade; e da Consultora da Fundação Bill & Mellinda Gates, Claude Pirmez, entre outros.

Também será realizado o seminário Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde, para parceiros do projeto e especialistas convidados, nos dias 5 e 6/12, em que mais de 50 especialistas brasileiros e estrangeiros irão discutir e divulgar prioridades, metodologias e projetos do Cidacs, no auditório do Tecnocentro (Parque Tecnológico da Bahia). Clique aqui e confira a programação completa.

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Fiocruz realiza 6th International Conference on Plasmodium vivax Research

plamodium-vivaxA 6ª Conferência Internacional de Investigação em Plasmodium vivax (ICPVR) será realizada de 11 a 14 de junho de 2017, em Manaus (AM), no coração da Amazônia brasileira. Assim como nas edições anteriores, esta reunião tem como objetivo proporcionar um ambiente propício para compartilhar o progresso na pesquisa de Plasmodium vivax, parasita causador da malária. As inscrições estão abertas e encerram em junho de 2017, podendo ser realizadas no site do evento.

Durante o encontro, que é bianual, pesquisadores nacionais e internacionais irão rever os mais recentes avanços no conhecimento na área. A submissão de trabalhos pode ser feita até 31 de março de 2017. Se o resumo for enviado para o Prêmio Travel, o prazo é até 31 de janeiro de 2017.

Para conferir a programação e mais detalhes clique aqui.

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Fiocruz Bahia é iluminada de vermelho em alusão ao Dia Mundial de Luta contra a Aids

Na primeira semana de dezembro, durante o período da noite, a entrada da Fiocruz Bahia ficará iluminada de vermelho, em alusão ao Dia Mundial de Luta contra a Aids.

O número de novas infecções de Aids no mundo, segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) divulgados em julho de 2016, caiu de 2,2 milhões em 2010 para 2,1 milhões em 2015. Apesar da queda global, o Brasil parece estar caminhando na direção oposta. Em 2010, 43 mil novos casos foram registrados no país e a taxa em 2015 subiu para 44 mil. Agora, o Brasil sozinho conta com mais de 40% das novas infecções da enfermidade na América Latina.

Os números também subiram com relação à população vivendo com Aids no Brasil, que passou de 700 mil para 830 mil entre 2010 e 2015. Além disso, 15 mil mortes são registradas por ano. Sobre o perfil das pessoas que mais vivem com a doença no país, a preocupação da Unaids é com jovens de 15 a 19 anos. O número de casos, nessa faixa etária, aumentou 53% de 2004 a 2013. “A Aids não discrimina. A Aids não tem cara. Realmente, nós temos que falar para o jovem em geral”, alerta Georgiana Braga, diretora da Unaids Brasil.

Símbolo da instituição, o Castelo da Fiocruz (RJ) ficará iluminado de vermelho na primeira semana de dezembro, em alusão ao Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1°/12 (foto: Peter Ilicciev)

Apesar da gravidade dos números atuais sobre a doença, nem todas as notícias sobre o combate a Aids no Brasil são negativas. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), o Brasil registrou, em 2015, recorde no número de pessoas em tratamento de HIV e Aids: 81 mil brasileiros começaram a se tratar no ano passado, um aumento de 13% em relação a 2014, quando 72 mil pessoas aderiram aos medicamentos. De 2009 a 2015, o número de pessoas em tratamento no Sistema Único de Saúde aumentou 97%, passando de 231 mil para 455 mil pessoas. Isso significa que, em seis anos, o país praticamente dobrou o número de brasileiros que fazem uso de antirretrovirais. Esse resultado também significa que o Brasil já atingiu uma das três metas de 90-90-90, pactuadas pelo Unaids, que têm como objetivo testar 90% das pessoas vivendo com HIV e Aids, tratar 90% destas e que 90% tenham carga viral indetectável até 2020 em todo o mundo.

Na Fiocruz, a luta contra a doença é de longa data e teve início ainda na década de 1980, quando foi registrado o primeiro no Brasil, em 1982, em São Paulo. Segundo dados do MS, em 1987, havia 2.775 casos da doença no país. Nesse contexto, uma equipe de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) isolou pela primeira vez na América Latina o vírus HIV-1, dando visibilidade à pesquisa nacional e ao trabalho da instituição. Após quase três décadas, o programa nacional é referência mundial e distribui gratuitamente preservativos e medicamentos à população brasileira.

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) fabrica sete dos 23 medicamentos que compõem o coquetel antiAids do MS e se dedica a pesquisas voltadas para a adequação da medicação ao público infantil. A Fundação também conta a produção de testes rápidos e Kit Nat de diagnóstico para doença no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Este Instituto da Fiocruz também realiza estudos para desenvolvimento de vacinas contra o HIV. No IOC/Fiocruz, são conduzidas pesquisas sobre o vírus HIV e também na área de imunologia. No campo da assistência médica, pesquisadores do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) investem em estudos para encontrar novos esquemas terapêuticos ainda mais eficientes para pacientes, além de pesquisas que envolvem profilaxia pré e pós-exposição. Em parceria com o INI/Fiocruz, a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) tem apresentado ações de sucesso na vinculação de soropositivos ao uso de medicação.

No que se trata de divulgação científica, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) tem abrigado pesquisadores que investigam como notícias sobre o vírus HIV / Aids tem sido divulgadas, como a informação sobre a doença tem chegada à sociedade em geral. Diversos são os programas produzidos pelo Canal Saúde na temática, a Editora Fiocruz também conta com publicações na área e as revistas científicas da instituição também publicam diversos artigos sobre o assunto.

Durante a semana do Dia Mundial de Luta contra a Aids (1° de dezembro), a Agência Fiocruz de Notícias também se une aos esforços da Fundação através da divulgação e informação sobre essas e outras ações, serviços e estudos realizados pela Fiocruz. Na lateral, confira as últimas notícias publicadas sobre o vírus HIV / Aids e tenha acesso a diversas outras informações úteis sobre a doença. Boa leitura!

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Tese discute o monitoramento e controle de vetores de Leishmaniose Tegumentar Americana

AUTOR: Diva da Silva Tavares.
ORIENTADOR: Aldina Maria Prado Barral.
TÍTULO DA TESE: Atração de Vetores de Leishmaniose Tegumentar Americana por Compostos Orgânicos Voláteis Presentes na Pele Humana
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 09/12/2016.

RESUMO

 

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é a forma de leishmaniose com maior incidência em humanos e no Brasil a maioria dos casos está concentrada nas regiões Norte e Nordeste. O protozoário Leishmania braziliensis é considerado o principal agente etiológico com ocorrência no país e tem como principais vetores os flebotomíneos Lutzomyia intermedia e Lutzomyia whitmani. Sabe-se que, de modo geral, o olfato é o principal sentido de orientação dos insetos e, assim, assumiu-se que esses vetores são atraídos por compostos voláteis presentes nos odores da pele humana. Desse modo, o objetivo geral do projeto foi fornecer subsídios teóricos para o desenvolvimento de métodos alternativos, assim como para o aprimoramento de métodos já existentes, voltados para o monitoramento e o controle de vetores de LTA, de modo que tais métodos possam ser baseados em compostos orgânicos voláteis que mimetizem os odores da pele humana. Para isso, foi identificado o perfil de odores da pele de moradores da localidade de Corte de Pedra, região endêmica para LTA na Bahia, a partir das análises de pelos das pernas desses indivíduos realizadas com o sistema de Microextração em Fase Sólida, no modo Headspace, seguida de Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas. Foram realizadas análises sorológicas para avaliar a resposta imune humoral, através de testes ELISA, desses indivíduos em relação à saliva de L. intermedia e L. whitmani, ambas com ocorrência na região, a fim de verificar se algumas pessoas podem ser consideradas mais atrativas do que outras. Foram identificados 42 compostos orgânicos voláteis nos odores da pele dessas pessoas, dos quais 52,34% são relatados na literatura como produzidos por bactérias comuns à microbiota da pele humana. A análise de componentes principais (PCA) não evidenciou distinção entre os indivíduos com base em seus perfis sorológicos e os COVs presentes nos odores de suas peles. Análises de correlação evidenciaram que os compostos dodecanol, tetradecanol, tetradecano e isopropil palmitato têm maior correlação positiva com indivíduos de sorologia positiva. Doze COVs foram testados para avaliar a atração de fêmeas de Lutzomyia spp., capturadas na área de estudo, em túnel de vento. Dentre os compostos testados, eicosano e fenilacetaldeído atraíram significativamente mais flebótomos do que o controle negativo (hexano). Os compostos 6-metil-5-hepten-2-ona e nonadecano ativaram, porém não atraíram significativamente mais flebótomos do que o controle negativo, o que não permite concluir se são atrativos ou repelentes para esses insetos. Os resultados obtidos aqui corroboraram com a ideia de que esses vetores são atraídos por compostos voláteis presentes nos odores da pele humana e que os compostos eicosano e fenilacetaldeído são potenciais candidatos a serem testados em campo como forma de intensificar a eficiência de armadilhas de captura, tanto para utilização de flebótomos em estudos em laboratório como para o monitoramento desses vetores em áreas endêmicas para LTA.

Palavras-chaves: compostos orgânicos voláteis; flebótomos; Lutzomyia intermedia; Lutzomyia whitmani; MEFS-HS/CG-EM; túnel de vento

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Abertas as inscrições para o 1º Simpósio Internacional em Autofagia, Fagocitose e Resposta Imune Inata

simposio-autofagia
Com o objetivo de apresentar tecnologias inovadoras e avanços recentes sobre o tema, a Fiocruz Bahia realizará, entre os dias 25 e 27 de janeiro de 2017, o 1º Simpósio Internacional em Autofagia, Fagocitose e Resposta Imune Inata. As inscrições podem ser realizadas até o dia 30 de dezembro, no hotsite do curso.

Esta primeira edição do simpósio tem como meta principal o incentivo à criação e ampliação de núcleos de pesquisa nessas três áreas de investigação no Brasil, além de formar recursos humanos em biotecnologia. O curso, destinado a estudantes de graduação e pós-graduação e pesquisadores da área, contará com palestras de pesquisadores nacionais e internacionais, em inglês. Sendo um dos critérios para seleção do participante a fluência no idioma.

Para conferir a programação e outras informações clique aqui.

 

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Fundação Oswaldo Cruz conclui Eleições 2016 para a Presidência

Claudia Lima (CCS/Fiocruz)

A Comissão Eleitoral informou, no dia 25 de novembro, o resultado da apuração dos votos das Eleições Fiocruz 2016 para a Presidência, que foram encerradas às 23h. De 23 a 25 de novembro, 4.415 servidores votaram para o mandato 2017-2020 com taxa de comparecimento às urnas de 82,1 %. A candidata Nísia Trindade, atual vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, foi a primeira colocada, com 2.556 votos em primeira opção (59,7 %) e 534 votos em segunda opção. É a primeira vez na história da instituição que uma mulher é eleita pelos servidores para presidir a Fiocruz.

A primeira colocada Nísia Trindade, ao centro, acompanhada da Comissão Eleitoral da Fiocruz e da candidata Tania Araújo-Jorge (foto: Peter Ilicciev)
A segunda colocação ficou com a pesquisadora e ex-diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Tania Araújo-Jorge, que obteve 1.695 votos em primeira opção (39,6 %) e 656 votos em segunda opção. Na segunda-feira (28 de novembro), às 9h, a Comissão Eleitoral apresentará o resultado ao Conselho Deliberativo da Fiocruz para homologação. O resultado será enviado para o ministro da Saúde.
“A política é um valor que cabe a nós, que temos a tradição de lutar pela cidadania e pela reforma sanitária, resgatar”, disse Nísia Trindade em breve discurso de agradecimento (foto: Peter Ilicciev)
Nísia Trindade fez um breve discurso de agradecimento. “Nesse momento, gostaria de compartilhar com vocês a ideia de que a Fiocruz, a partir de segunda-feira, esteja unida. A palavra de unidade é fundamental”, afirmou. “Vivemos um momento muito difícil no Brasil e no mundo, um momento de descrédito na política. A política é um valor que cabe a nós, que temos a tradição de lutar pela cidadania e pela reforma sanitária, resgatar”, disse Nísia.

Democracia

O presidente da Comissão Eleitoral da Fiocruz e superintendente do Canal Saúde, Arlindo Fábio Gómez de Souza, deu início ao processo de apuração dos votos na Tenda da Ciência Virgínia Schall, no campus sede da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, exatamente às 19h. “O enriquecimento é óbvio nos avanços desta prática democrática que nos norteia nesta Casa”, disse na abertura dos trabalhos. “Nós honramos as tradições e particularmente aqueles companheiros que lutaram tanto pela liberdade e democracia no nosso país e na nossa instituição. Uma vez mais se coloca esse processo eleitoral como um processo civilizatório”, discursou Arlindo.

“Uma vez mais se coloca esse processo eleitoral como um processo civilizatório”, discursou Arlindo de Souza (foto: Peter Ilicciev)
O permanente aprendizado em lidar com as diferenças e o contraditório como “algo absolutamente normal” foi destacado pelo presidente da Comissão. Ele falou da importância da utilização das redes sociais no processo. “Nós ainda não estamos acostumados com a presença desse elemento novo das redes sociais, que têm uma função absolutamente fundamental. Essas eleições propiciaram um aprendizado na utilização e na relevância que elas têm”, afirmou. A apuração foi transmitida em tempo real, com acesso aberto.

A tecnologia permitiu ampliar a participação no processo eleitoral. “Alcançamos quase a totalidade dos trabalhadores. No último debate, foram 1.871 conexões. Uma das campanhas que acompanhava e filmava, teve mais de 500 conexões”, informou. O processo eleitoral foi iniciado com uma convocatória, em 9/9. Depois do período de inscrição, divulgação, impugnação e homologação das candidaturas, de 19 a 30/9, começaram as campanhas das duas candidatas inscritas, de 3/10 a 22/11. A Comissão Eleitoral promoveu dois debates, em 25/10 e 17/11.

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Estudo transcritômico da resistência de superbactéria à polimixina B é publicado no BMC Genomics

the-polymyxin-b-induced-transcriptomic-response-of-a-clinical-multidrug-resistant-klebsiella-pneumoniaeO artigo The polymyxin B-induced transcriptomic response of a clinical, multidrug-resistant Klebsiella pneumoniae involves multiple regulatory elements and intracellular targets, do periódico científico BMC Genomics, discute a resistência da bactéria Klebsiella pneumoniae a múltiplos fármacos e a influência de estresse abiótico em uma linhagem clínica. O estudo, publicado em 25 de outubro, conta com a assinatura do pesquisador da Fiocruz Bahia, Pablo Ivan Pereira Ramos, que participa como primeiro autor do trabalho.

Em casos extremos, algumas bactérias, como as do gênero K. pneumoniae, passaram a apresentar resistência a maioria das alternativas clínicas disponíveis, sendo necessário o uso de substâncias consideradas de “último recurso”, como a polimixina B. Contudo, a toxidade sobre os rins e a falta de informações farmacodinâmicas tornam o uso dessa substância para tratamento reduzido. A Klebsiella pneumoniae causa pneumonia e infecção urinária e acomete, principalmente, pessoas com a imunidade baixa, sendo uma das principais causas de infecção hospitalar.

Para esta pesquisa, fruto de uma colaboração entre a Fiocruz Bahia, Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Universidade de São Paulo (UNIFESP) e Universidad de Córdoba, da Argentina; os cientistas sequenciaram, em plataforma Illumina HiSeq 2500, o RNA de bactérias K. pneumoniae derivadas de um mesmo modelo original e as observaram em um ambiente com pH ácido, elevadas concentrações de cálcio e privado de magnésio, expondo-as também a elevadas concentrações do antibiótico polimixina B. Com esta estratégia, pôde-se verificar qual era resposta do patógeno à exposição ao antibiótico somado a alterações abióticas.

Ao obter dados sobre o transcritoma da bactéria nestas condições, entre os resultados encontrados, foi verificado que o mecanismo de atuação da polimixina B em Klebsiella pneumoniae não se limita à desestruturação da membrana, que era a explicação clássica, mas também envolve alvos intracelulares adicionais, inclusive regulatórios, que induzem mudanças metabólicas nesta bactéria.

Para ler o artigo completo clique aqui.

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Prorrogadas as inscrições para seleção de estagiários

selecao-estagio-prorrogadasA Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou o Edital de Estágio não obrigatório 2016.3 para seleção de estagiários de níveis superior e médio. O prazo para as inscrições foram prorrogados para o dia 10 de dezembro e devem ser realizadas na página do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). A inscrição é gratuita. Os estagiários receberão bolsa mensal, de acordo com a carga horária e nível de escolaridade, mais auxílio transporte. A data prevista para o início do estágio é 09 de fevereiro de 2017. Clique aqui para conferir o Edital.

Vagas para Bahia
Nível superior:
– Psicologia (1 vaga)
– Administração (1 vaga)
– Administração/Arquivologia/Biblioteconomia (1 vaga)
– Sistemas de informação / Ciência da Computação / Engenharia da Computação / Análise e Desenvolvimento de Sistemas / Sistemas para  Internet (1 vaga)

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Uso da Anfotericina B no tratamento de fungo e leishmaniose é tema de publicação do Colloids and Surfaces B: Biointerfaces

46-topical-amphotericin-b-in-ultradeformable-liposomesEm trabalho publicado no periódico científico Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, pesquisadores discutem tratamentos com a Anfotericina B (AmB-UDL) para infecção fúngica cutânea e leishmaniose. Intitulado Topical amphotericin B in ultradeformable liposomes: Formulation, skin penetration study, antifungal and antileishmanial activity in vitro, o artigo conta com a co-autoria de Camila Indiani de Oliveira, pesquisadora do Laboratório de Imunoparasitologia (LIP), da Fiocruz Bahia.

Infecções fúngicas e leishmaniose são graves problemas de saúde pública. Fungos do gênero Candida são responsáveis pela segunda maior causa de cegueira do mundo, denominada ceratite fúngica. A doença atinge numerosamente pacientes soro positivos e foi observado um aumento exponencial no número de infecções e micoses causadas por fungos do mesmo gênero, nos últimos 30 anos, em pacientes que fazem uso de medicações imunossupressoras.

A leishmaniose, causada por protozoários eucariontes do gênero Leishmania, é uma doença não contagiosa, presente em 88 países do mundo. É de difícil tratamento e atinge cães e seres humanos. A infecção causa graves lesões na pele nariz, boca, queixo e orelhas. Em alguns casos o parasita pode atingir baço, fígado e medula óssea causado lesões ainda mais severas.

Com o intuito de viabilizar novas alternativas de tratamento para essas infecções, os pesquisadores testaram lipossomas ultra deformáveis contendo anfotericina B. A equipe mediu sua citotoxicidade e, após uma hora de incubação não oclusiva, a acumulação total de anfotericina em pele humana foi 40 vezes maior que com outras substâncias, mostrando que essa formulação apresenta grande potencial clinico no tratamento dessas infecções.

A pesquisa foi realizada em parceria entre a Fiocruz Bahia e as universidades localizadas na Argentina Universidad Nacional de Quilmes e Facultad de Ciencias Bioquímicas y Farmacéuticas, Suipacha. Clique aqui para ler o artigo publicado na edição de novembro de 2015.

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“Plasmodium vivax na Amazônia: resposta immune ao principal antígeno candidato à vacina”

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Luzia Helena Carvalho possui Graduação em Farmácia Bioquímica pela Universidade Federal de Minas Gerais (1985), Mestrado (1990), Doutorado (1995) em Parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e Pós-Doutorado pela New York University (1998-2001). Foi consultora do “Malaria Research and Reference Reagent Resource Center (MR4/ATCC/NIH)” (2006-2009). Atualmente é pesquisadora associada do Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e membro do corpo editorial da Plos One. Tem experiência na área de Parasitologia e Imunologia, com ênfase em Malária, atuando principalmente nos seguintes temas: malária humana, resposta imune, inflamação, Plasmodium vivax, interação parasito célula hospedeira. (Texto informado pelo autor)

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BMC Genomics publica estudo abrangente de genes do bacilo de Koch

47-recombination-in-pe-ppe-genes-contributes-to-genetic-variationVisando ampliar os conhecimentos sobre a tuberculose, no trabalho intitulado Recombination in pe/ppe genes contributes to genetic variation in Mycobacterium tuberculosis lineages pesquisadores de diversos países como Brasil, Inglaterra, Holanda, África do Sul, Malawi, Portugal, Peru, Paquistão, Bulgária e Arábia Saudita remontaram e analisaram genomas do patógeno causador da doença. Participaram do artigo, publicado no periódico científico BMC Genomics, a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Barbosa Bessa, e Erivelton de Oliveira Sousa, egresso do mestrado da Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa e servidor do Lacen-BA.

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa provocada pelo Mycobacterium tuberculosis, mais conhecido como bacilo de Koch. Essa doença acompanha a humanidade desde os seus primórdios. Há sete distintas linhagens de micobactérias tuberculosas, cuja evolução acompanhou a dispersão das populações humanas da África para os demais continentes.

O tratamento atual é eficiente para curar a doença, porém o uso irregular dos medicamentos está relacionado ao surgimento de bactérias resistentes que produzem quadros mais graves e com maior risco de morte. Em algumas regiões do planeta a resistência a fármacos anti-tuberculose está associada à co-infecção com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Essas condições agravantes contribuem para que a doença seja considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.

Após o sequenciamento completo do genoma do bacilo, foi possível reconhecer famílias de genes associadas com maior virulência. Entretanto, as famílias dos genes prolina-glutamato e prolina-prolina-glutamato não estão bem caracterizadas devido ao seu alto teor de GC e sua natureza altamente repetitiva, o que torna as pesquisas na área dificultadas. Um estudo mais aprofundado do genoma nestas regiões pode contribuir com descobertas acerca de fatores da virulência e interação do patógeno com o hospedeiro.

Nesta pesquisa, os cientistas remontaram 518 genomas de uma coleção de bactérias isoladas de pacientes em várias regiões do mundo e validaram os resultados utilizando dados de sequenciamento previamente disponíveis. A análise mostrou que a variação genética nos genes das famílias estudadas é consistente com as linhagens das micobactérias, o que sugere adaptação a populações humanas específicas. Há evidências de que 65 genes dessas famílias sofrem pressão seletiva, incluindo porções reconhecidas pelo sistema imunológico através da ligação a moléculas do complexo principal de histocompatibilidade.

O trabalho foi o primeiro estudo aprofundado que permitiu maior compreensão da diversidade genética nos genes das famílias prolina-glutamato e prolina-prolina-glutamato. Além de apresentar uma metodologia capaz de superar empecilhos que dificultavam trabalhos de pesquisa nesta área, o estudo possui grandes implicações para o desenvolvimento de uma tão necessária vacina.

Clique aqui para acessar o artigo publicado em fevereiro de 2016.

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Dissertação analisa o retardo do tratamento do câncer de colo do útero

AUTORA: Perla Machado Santana.
ORIENTADOR: Guilherme de Sousa Ribeiro.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Retardo do Tratamento de Mulheres com Câncer do Colo do Útero.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia.
DATA DE DEFESA: 12/12/2016

RESUMO

 

Introdução: O câncer do colo do útero é uma doença que apresenta um alto potencial de cura quando diagnosticado e tratado precocemente. Entretanto, sua morbimortalidade em todo o mundo ainda é elevada, constituindo-se um grande problema de Saúde Pública. O diagnóstico tardio desta neoplasia e o atraso no início do tratamento são fatores que comprometem a sobrevivência das mulheres acometidas. Assim, os determinantes para o retardo no atendimento especializado e no início do tratamento precisam ser melhor compreendidos para a efetiva assistência a essas mulheres.

Objetivo: Descrever as características demográficas, socioeconômicas, clínicas e relacionadas ao acesso a serviços de saúde de mulheres com câncer do colo do útero e investigar a associação destas características com o retardo para um atendimento especializado e para o início do tratamento.

Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte onde foram incluídas mulheres com câncer do colo do útero atendidas no Hospital Aristides Maltez, no período de 2011 a 2014. Foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, clínicos e de acesso ao serviço de saúde das pacientes, descritos através da mediana e intervalo interquartil para variáveis contínuas, e por frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas. Foram obtidos dados sobre o tempo entre o início dos sintomas e o primeiro atendimento no hospital, bem como sobre o tempo entre o primeiro atendimento no hospital e o início do tratamento. A associação entre as variáveis de exposição e de desfecho foram analisadas inicialmente através do Teste de Wilcoxon ou Teste qui-quadrado. As variáveis que apresentaram associação com um nível de significância de 20% foram incluídas em modelos de regressão linear ou logística para investigar associações independentes com um nível de significância de 5%.

Resultados: Foram incluídas 897 pacientes, predominando mulheres pardas, casadas, residentes do interior da Bahia, com idade mediana de 50 anos e com baixo nível socioeconômico. Essas mulheres apresentarem doença com estadiamento avançado, que exigiu mais de um tipo de tratamento, sendo mais comuns as intervenções radioterápicas e quimioterápicas. A mediana de tempo entre o início dos sintomas e o primeiro atendimento no hospital foi de 6 (IIQ: 3- 12) meses. Nas análises multivariadas características demográficas, socioeconômicas e de acesso ao serviço de saúde não estiveram associadas com o tempo decorrido para o primeiro atendimento. A mediana de tempo entre o primeiro atendimento no hospital e o início do tratamento foi de 91 (IIQ: 63- 127) dias. Observou-se que menor nível de escolaridade, estágio mais avançado da doença e radioterapia ou quimioterapia como principal tratamento realizado foram fatores associados com o retardo no tratamento da doença.

Conclusões: Para a maior parte das mulheres houve atraso no acesso ao primeiro atendimento especializado e no início do tratamento do câncer cervical. O tempo para início do tratamento esteve associado com algumas características socioeconômicas e clínicas. São necessárias medidas de ampliação da cobertura da Estratégia de Saúde da Família e dos programas de rastreamento e detecção desta neoplasia, bem como de educação em saúde e melhoria da rede de serviços de atendimento especializado no diagnóstico e tratamento.

Palavras-Chaves: Câncer do colo do útero; Coorte; Características socioeconômicas; Retardo no tratamento; Salvador-BA.

 

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Pesquisadora da Fiocruz Bahia será a nova presidente da SBI

Durante o 41º Congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia (IMMUNO 2016), realizado entre os dias 29 de outubro e 2 de novembro, foi votado e anunciado, em Assembleia Geral, a nova diretoria da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) para o biênio 2018-2019, bem como os representantes dos conselhos Deliberativo e Fiscal para o mesmo período. Três pesquisadores da Fiocruz Bahia irão integrar a nova equipe: Claudia Brodskyn será a Presidente; Camila Indiani, a Secretária-Geral; e Lucas Pedreira, o Primeiro Secretário.

O Congresso, que aconteceu no Centro de Convenções de Campos do Jordão, em São Paulo, reuniu lideranças nacionais e internacionais da pesquisa no campo da Imunologia, além de jovens cientistas e estudantes. A programação contou com mesas temáticas, conferências e apresentações, onde foram abordados os diferentes aspectos da reposta imune. Os oradores trataram ainda de temas como zika, doença de Chagas e câncer.

 Imagem: http://sbi.org.br/

Participaram do evento os pesquisadores da Fiocruz Bahia Bruno Andrade, Cláudia Brodskyn e Valéria Borges, além de estudantes de Iniciação Científica e pós-graduação. Destes, destacaram-se a pós-doutoranda, ganhadora do Prêmio Capes de Teses 2016, Nívea Luz; Daniel Feijó, estudante de pós-doutorado, finalista do prêmio SBI-BD Bioscience Pesquisador 2016; e a estudante de mestrado Sara Nunes, selecionada para uma apresentação oral.

“A participação da Fiocruz Bahia no Congresso foi uma oportunidade de encontro entre os pares de pesquisa e com outros grupos que realizam pesquisas de ponta em Imunologia. Também foi uma oportunidade para os alunos que apresentaram seus trabalhos. Durante todos esses anos em que participamos do evento, vários alunos nossos foram selecionados para apresentações orais. Acredito que esse intercâmbio foi um ganho grande para a Instituição”, destacou Valéria Borges.

Durante a conferência de encerramento do evento, o Diretor da Fiocruz Bahia e também colunista no blog da SBI, Manoel Barral-Netto, entregou ao pesquisador João Viola, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a placa de Membro Honorário, em homenagem ao seu trabalho na presidência da Sociedade durante sua gestão (2014-2015).

Edição 2017 na Bahia – A próxima edição do evento está prevista para acontecer entre os dias 2 e 6 de outubro de 2017, em Costa do Sauipe, na Bahia, e irá reunir pesquisadores nacionais e internacionais em torno da temática de Imunologia das Mucosas. “No próximo ano, pretendemos homenagear as mulheres na ciência e promover a participação de alunos no Congresso. A programação científica está bastante adiantada e vários pesquisadores já confirmaram a participação, além disso já contatamos as empresas patrocinadoras e em breve recorreremos as agências financiadoras”, antecipou, Claudia Brodskyn.

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Ferramentas de bioinformática para filotipagem para o HTLV são desenvolvidas em dissertação

AUTOR: Murilo Freire Oliveira Araújo.
ORIENTADOR: Túlio de Oliveira.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Desenvolvimento de uma ferramenta de filotipagem para o Human T Lymphotropic Virus type 1 (HTLV-1). 60 f. il.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia.
DATA DE DEFESA: 24/11/2016.

RESUMO

 

Introdução: O gerenciamento e a análise de dados biológicos através de métodos computacionais modernos necessitam que, em alguns casos, os pesquisadores submetam seus dados para diversas aplicações diferentes, inclusive softwares distintos. Por conseguinte, configurações, parâmetros e comandos devem ser conhecidos, a fim de permitir o fluxo de informações entre as diversas ferramentas. A integração entre as ferramentas de bioinformática pode atenuar esta problemática abstraindo o fluxo de dados, tornando mais transparente para o usuário o processo de obtenção de tipos específicos de informação, como a identificação automática de vírus e seus subtipos.

Objetivo: Desenvolver ferramentas de bioinformática para a tipagem, genotipagem e de filotipagem para o Human T Lymphotropic Virus (HTLV) tipos 1, 2 ,3 e 4.

Material e Métodos: Primeiro analisou-se e modificou-se a ferramenta REGA Genotype Tool adicionando suporte para a genotipagem do HTLV tipos 1, 2 3 e 4. A segunda etapa aprimorou o HTLV-1 Molecular Epidemiology Database, reconstruindo seu banco de dados e as páginas web da aplicação. Adicionou-se a funcionalidade de login, download automático de dados e de auditoria e manutenção dos dados. O banco de dados passou a incluir sequências do HTLV-2, HTLV-3 e HTLV-4. Na terceira etapa, as ferramentas foram integradas através da construção de um Servlet no REGA Genotype Tool e de páginas específicas na aplicação de banco de dados capazes de realizar requisições e recuperar informações acerca das análises filogenéticas.

Resultados: A funcionalidade de genotipagem do HTLV-1 foi migrada para a nova versão do REGA Genotype Tool e adicionou-se a capacidade de genotipar os demais tipos do HTLV. Esta ferramenta foi otimizada visando um melhor desempenho e facilidades na inclusão de novos organismos no futuro. O Banco de Dados Público do HTLV-1 foi aprimorado: seu esquema foi normalizado e ganhou novas tabelas; As páginas foram refeitas utilizando padrões modernos de tecnologia web; Foram acrescidas as funcionalidades de login, download de sequências e auditoria e manutenção dos dados; E este passou a conter também sequências dos tipos 2, 3 e 4 do HTLV. Ocorreu a integração entre estas duas ferramentas, permitindo que o resultado de uma genotipagem seja recuperado pelo Banco de Dados e este possa realizar os tratamentos de arquivos e as consultas necessários para identificação dos tipos de vírus e seus subtipos.

Palavras-Chave: HTLV, bioinformática, genotipagem, banco de dados.

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