Ciclone serviu como gatilho para surgimento de surto de pelagra em Moçambique, aponta estudo

No início de 2019, o ciclone Idai atingiu Moçambique, acompanhado de fortes chuvas, inundações e destruição, principalmente na Província de Sofala. Três meses após o desastre, as autoridades de saúde do distrito de Nhamatanda relataram um grande surto de pelagra, acometendo cerca de 2.300 pessoas. Nhamatanda é um dos distritos mais pobres da Província de Sofala, que possui cerca de 322.500 habitantes, sendo a maioria de pequenos agricultores de subsistência e pequenos comerciantes. A pelagra é causada pela deficiência de vitamina B3 e de um aminoácido chamado triptofano. Os principais sintomas da doença, que pode levar à morte se não for tratada, são dermatite (pele áspera), diarreia e demência.

Uma investigação foi realizada para caracterizar os casos da doença, identificar fatores associados ao desenvolvimento da doença e analisar o impacto do ciclone na segurança alimentar da população atingida. O trabalho faz parte da tese de doutorado realizada no Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA), pelo estudante moçambicano Vánio Mugabe, sob a orientação de Guilherme Ribeiro, pesquisador da Fiocruz Bahia e professor da UFBA. Em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique, Mugabe, que também é professor na Universidade Licungo, em Quelimane, Moçambique, tem dedicado seu doutorado ao estudo do impacto das recorrentes tempestades tropicais e ciclones que têm atingindo o país, impactando na saúde da população.

Durante a investigação do surto de pelagra no distrito de Nhamatanda, o doutorando e uma equipe de pesquisadores de Moçambique entrevistaram 69 chefes de família. Também coletaram e compararam dados sobre o padrão alimentar anterior e posterior à chegada do ciclone Idai entre 121 pessoas que desenvolveram a doença durante o surto e 121 indivíduos sem a doença. Os resultados da investigação foram descritos em artigo publicado no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene.

A pesquisa apontou que a destruição causada pelo ciclone afetou a segurança alimentar da população local, que já enfrentava escassez de alimentos, mencionada por 51% dos chefes de família entrevistados, antes de o ciclone chegar. Com isso, o consumo de vitamina B3, que já era deficiente mesmo antes da passagem do ciclone, foi reduzido para níveis inferiores àqueles necessários para evitar o surgimento da doença na população.

Os pesquisadores observaram que os indivíduos mais propensos a serem acometidos pela pelagra foram as mulheres (que representavam 91% dos casos e 55% dos controles) e pessoas com menor escolaridade (40% dos casos contra 22% dos controles eram analfabetos). Das 99 mulheres incluídas no estudo por apresentar a doença e com idade maior que 15 anos, oito estavam grávidas e 48 estavam amamentando. Para os cientistas, o aumento da chance das mulheres de terem a doença pode ser parcialmente explicado por fatores culturais, como privação de comida para alimentar seus filhos ou maridos, e causas fisiológicas, como picos hormonais e maior necessidade de nutrientes durante a gravidez e a amamentação. Também se observou que um baixo consumo de alimentos ricos em vitamina B3 e triptofano (como carne, frango, ovos e amendoim) previamente à chegada do ciclone Idai esteve associado a maior chance de acometimento pela pelagra.

No artigo, os autores relataram que, após o ciclone, algumas pessoas ficaram sem comida por até 4 dias até a chegada da ajuda alimentar de agências humanitárias. Com a redução na oferta de comida, algumas famílias tiveram que se alimentar de milho molhado e estragado. As agências distribuíram aves domésticas e sementes, como milho, feijão e de vegetais, para oferecer uma solução de longo prazo, porém, chuvas intensas mais uma vez destruíram as plantações.

Os pesquisadores ressaltam que pobreza, desastres naturais, catástrofes climáticas, guerras, migração e cenários de refugiados são o principal gatilho para o surgimento de surtos de pelagra, pois limitam a disponibilidade e o acesso aos alimentos em quantidade e qualidade necessárias. Em situações como as descritas é fundamental o estabelecimento de ações humanitárias e de solidariedade global entre povos para garantir a disponibilidade de água potável, alimentos, roupas e abrigo de modo a prevenir o surgimento da pelagra e de outros problemas de saúde.

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Projetos de escolas baianas são premiadas na Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente

A 10ª cerimônia de premiação da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA), promovida pela Fiocruz, foi realizada nesta quinta-feira (22/04), no formato virtual. Dentre os projetos premiados em âmbito nacional, três foram de escolas baianas. O projeto “Geografia na fotografia e na poesia”, do Colégio Polivalente, em Vitória da Conquista, recebeu o Prêmio Destaque Nacional, o mais importante do evento. O Colégio Estadual Maria José de Lima Silveira, em Jequié, levou o prêmio “Menina hoje, cientista amanhã” e o Prêmio Especial, com dois projetos sobre gravidez na adolescência.

A cerimônia contou com a presença de Silvana Stoinski, representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Educação; da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade; da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fiocruz, Cristiani Machado; e da coordenadora nacional da OBSMA, Cristina Araripe. “A Olimpíada de Saúde e Meio Ambiente é fundamental pelos temas que aborda, por ser uma ação educacional, e na Fiocruz ciência, saúde e educação é o tripé de sustentação desses 120 anos de história da instituição, e pelo momento em que nos encontramos”, afirmou a presidente da Fundação.

A diretora da Fiocruz Bahia e coordenadora Regional Nordeste II da OSMA, Marilda de Souza Gonçalves, parabenizou os organizadores e professores que orientaram os trabalhos dos alunos e destacou a importância do evento no momento de pandemia da Covid-19. “Essa integração do meio ambiente tem que ser ressaltada, não existe saúde sem um ecossistema equilibrado. Como servidora da Fiocruz, não posso deixar de falar do orgulho dessa instituição, que discute os problemas vitais e necessários para que a gente seja realmente uma humanidade sadia. A educação transforma, salva vidas e liberta”, declarou.

No evento, a professora Idália Lino, que orientou o projeto “Gravidez na adolescência: a construção de um olhar”, realizado pelas estudantes Brena Argolo e Bruna Oliveira, vencedor do Prêmio Destaque Nacional, falou do empenho das alunas, das dificuldades desse momento na educação e da importância de enfrentar as dificuldades, “nós necessitamos que, cada vez mais, a juventude, de maneira geral, lute e vença os desafios que apareçam nas suas caminhadas, porque só através da educação nós vamos conseguir vencer todos os obstáculos”.

Outros projetos também se destacaram e conquistaram premiações no âmbito regional. São eles: “Incêndios florestais no município de Rio de Contas”, orientado pelos professores Dilcileia Anjos Santos, Jéssica Ferreira da Silva, Sara Pau Ferro, Flor Violeta Liberato Bartilotti e André Lima Reis, do Colégio Estadual Carlos Souto Local, em  Rio das Contas; na categoria Produção Audiovisual; “Roteiro de história em quadrinhos oxy: A garota ácido úrico”, orientado pela professora Karine Brandão Nunes Brasil, do Centro Juvenil de Ciência e Cultura de Vitória da Conquista; na categoria Produção de Texto; e o projeto de Ciências “#partiuE-lixo”, orientado pelos professores Elimar de Sousa Fadigas Carneiro, Patrícia Azevedo Cerqueira Peixoto e Thiago de Carvalho Cunha, do Colégio Estadual Helena Assis Suzart, de Feira de Santana.

Clique aqui e confira o evento completo.

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Pesquisa é lançada para identificar terapias mais usadas contra a Covid-19

A pesquisa intitulada “Covid-19: o nosso cuidado, as nossas ações, os seus efeitos” foi lançada hoje no Brasil. Liderado pela Fundação Antenna, uma organização não governamental (ONG) suíça, que oferece soluções tecnológicas e médicas às populações mais carentes, o estudo tem o objetivo de conhecer os tratamentos e medidas preventivas que pessoas de todo o mundo experimentaram diante da Covid-19.

Com participação de doze universidades e institutos de pesquisas, de treze países, no Brasil, a Fiocruz Bahia é o parceiro responsável pelo projeto, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição, sob coordenação da pesquisadora Milena Soares.

Os milhares de dados obtidos pela pesquisa serão analisados ​​para identificar quais tratamentos podem estar associados a bons resultados. A expectativa é selecionar medidas e terapias mais promissoras para a realização de um estudo clínico que verifique quais experiências podem ser recomendáveis cientificamente, levando em consideração aspectos como eficácia e segurança.

“A Covid-19 é uma doença nova, portanto precisamos aprender com as experiências de todos. As  respostas obtidas, combinadas com as de milhares de outras pessoas, ajudarão a entender quais medidas preventivas e tratamentos funcionam – e quais não. Ao final da coleta de dados, poderemos descobrir tratamentos potencialmente benéficos e medidas que evitam a contaminação da doença, por exemplo”, explica Renata Nogueira, pesquisadora do programa de Medicina da Fundação Antenna.

Qualquer pessoa que teve ou não covid-19 pode responder à pesquisa de forma anônima, por meio de formulário online, independente de idade, de ter ou não problemas de saúde de longa data e de ter usado medicação convencional ou alternativa, ervas, vitaminas, feito dieta especial, atividade esportiva ou nenhum tratamento. A meta é chegar a 5 mil participantes no país.

Para participar, clique aqui. O questionário leva de 7 a 25 minutos para ser respondido. Para mais informações e acesso à pesquisa visite https://pt.rtocovid19.com .

 

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Estudo analisa transcriptoma de lesões na leishmaniose disseminada

Pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram uma análise de todo transcriptoma para investigar a resposta imunológica na leishmaniose disseminada, uma forma da leishmaniose cutânea caracterizada por um elevado número de lesões em todo o corpo. Para o estudo, foi feito o sequenciamento de RNA de sete biópsias de lesões da doença no hospedeiro, que foram comparadas a um grupo controle de amostras de pele saudável. Os achados sugerem que as lesões por leishmaniose disseminada podem ser caracterizadas por uma assinatura inflamatória na qual quimiocinas, neutrófilos e macrófagos estão fortemente presentes, além de marcadores citotóxicos e células NK.

O trabalho liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Pablo Ramos, e pela aluna egressa do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (UFBA), Juqueline Cristal, e coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Aldina Barral, foi descrito no Journal of Investigative Dermatology. Os cientistas identificaram 2.149 genes diferencialmente expressos, desses 1.765 foram regulados positivamente e apenas 384 foram regulados negativamente. Esses resultados indicam que a expressão gênica na leishmaniose disseminada é voltada para a ativação de vias de remodelamento tecidual, com redução da resposta imune celular.

Dados de uma análise sobre a relevância das células T CD4 + e IFN-γ no controle da infecção, para averiguar quais marcadores da resposta imune caracterizaram essa desregulação, reafirmam estudos anteriores que demonstraram que a imunossupressão seletiva, juntamente com a ativação de moléculas citotóxicas, está presente em lesões desta forma da doença.

A comparação, através de metodologias computacionais, entre assinaturas moleculares no transcriptoma na leishmaniose disseminada, leishmaniose cutânea localizada e leishmaniose difusa apontou processos em comum envolvendo inflamação em todas as formas da doença, contudo, processos relacionados à sinalização, desenvolvimento e proliferação foram reconhecidos exclusivamente na forma disseminada, o que pode apontar para mecanismos envolvidos na disseminação do parasito.

Os achados revelaram que a leishmaniose disseminada difere tanto clinicamente de outras formas de leishmaniose cutânea, como também do ponto de vista de expressão gênica, tendo sido este o primeiro conjunto de dados de RNA-seq descrito para lesões de leishmaniose disseminada.

O Brasil é um dos países que mais registram casos de leishmaniose cutânea na América Latina, e estimativas da OMS indicam que mais de 52% da população encontra-se sob risco de infecção pelo parasito causador da doença. A Fiocruz Bahia, em seus vários laboratórios, dedica esforços para compreender, mitigar e combater os impactos desta doença negligenciada na população da região e no país.

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PsiU

O PsiU é um Programa de Extensão da UFBA, coordenado pelo psiquiatra e psicanalista Marcelo Veras, que oferece para pessoas da comunidade UFBA, acolhimento por uma equipe de psicólogos. O atendimento é gratuito e não necessita marcação ou agendamento. A proposta do programa não é oferecer tratamento psicoterápico ou psicanalítico de longo prazo, mas oferecer um espaço de acolhimento e cuidado para os casos de mal estar subjetivo com número de atendimentos limitado. Os casos que necessitem de atendimento prolongado são encaminhados para uma rede de psicólogos relacionados ao programa para realização desse atendimento a preços acessíveis.
 
Por meio de uma parceria estabelecida entre a UFBA e a Fiocruz Bahia, o programa está disponível também para a Comunidade do IGM, incluindo os trabalhadores (servidores e colaboradores), estudantes de pós-graduação e iniciação científica. Os atendimentos estão ocorrendo online e podem ser agendados através do whatsapp 987071041. Para maiores informações, assista ao último Papo Acadêmico com Marcelo Veras, disponível no canal do Youtube da Fiocruz Bahia.
 
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14 de abril – Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas

Celebrado em 14 de abril, o Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas tem como objetivo chamar atenção da população global para uma das doenças tropicais mais negligenciadas em todo o mundo. A data foi instituída em 25 de maio de 2019, durante a 72ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
A Fiocruz Bahia tem desempenhado importante papel na realização de pesquisas com significativas descobertas para o diagnóstico e o tratamento da doença e faz parte da equipe do projeto UNITAID e do IntegraChagas. Em 2020, o kit diagnóstico desenvolvido em parceria com o pesquisador da instituição, Fred Luciano Neves, recebeu o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), contribuindo para a melhoria das ações de controle e vigilância epidemiológica.
 
Na instituição, os principais estudos sobre a Doença de Chagas são desenvolvidos por importantes cientistas, como Fernanda Grassi, Fred Luciano Neves, Milena Botelho, Mitermayer Galvão dos Reis, Sonia Andrade e Zilton Andrade (in memorian). Além destes, outros profissionais atuam em variadas funções na instituição, apoiando a realização desses estudos. Dentre eles, Gilmar Ribeiro e Antonio Carlos dos Santos. Em nome de toda a comunidade científica, parabenizamos a todos os pesquisadores, estudantes e demais profissionais que contribuem para o combate da doença.
 

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Dor articular pós-chikungunya limita atividades diárias e causa sofrimento mental

Pesquisadores da Fiocruz Bahia investigaram os fatores de risco para artralgia persistente em pacientes com chikungunya e seu impacto nas atividades cotidianas. Os resultados do estudo, realizado com 153 pacientes de Salvador com diagnóstico da doença, apontaram uma elevada frequência de pessoas com dores nas articulações após 3 meses do início da doença (42,5%) e mesmo após um ano e meio (30,7%).

Chama atenção que 93,8% daqueles que permaneceram com dor articular por mais de três meses disseram ter limitações nas atividades diárias, como pentear o cabelo e vestir a roupa, e 61,5% relataram sofrimento mental, como alterações no humor e sinais de depressão.

A pesquisa, coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, foi descrita em artigo publicado no periódico International Journal of Infectious Disease. A artralgia (dor nas articulações) é um dos sintomas mais comuns da infecção por chikungunya durante a fase aguda da doença. Passada a fase inicial, os sintomas podem desaparecer completamente ou evoluir para artralgia contínua, que persistindo por 3 meses ou mais é classificada como crônica. No estudo, o sexo feminino e a idade foram apontados como os maiores fatores de risco para a dor persistente.

Os pesquisadores explicam que a limitação das atividades cotidianas e o sofrimento físico e mental causados pela persistência da dor articular podem levar a ausência do indivíduo do trabalho ou da escola, perda de emprego, observada para 10% dos pacientes que apresentaram dor crônica, e redução da qualidade de vida, gerando impactos no sistema de seguridade social e na economia.

O trabalho também demonstrou que, apesar do impacto da chikungunya na qualidade de vida dos indivíduos, o acesso a cuidados especializados multidisciplinares, como fisioterapia, reumatologia e psicologia, foi baixo dentre os participantes do estudo, provavelmente em decorrência da oferta limitada desses serviços no sistema público de saúde e da impossibilidade de aquisição no atendimento privado.

Diante desses dados, os pesquisadores ressaltam que o desenvolvimento de novas estratégias para mitigar a transmissão da chikungunya e o fornecimento de assistência médica de longo prazo para esses pacientes é urgente.

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Abertas as inscrições do Edital PIBIC FAPESB 2021

A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia torna público e convoca a sua comunidade científica e acadêmica para apresentar propostas em resposta ao Edital PIBIC FAPESB – 2021 do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), através do sistema de cotas institucionais, em conformidade com a Resolução Nº 003/2020 – Norma específica para Bolsas na modalidade de Iniciação Científica da FAPESB. 
 
As inscrições podem ser realizadas até 02/05/2021. 
 

O Programa concederá bolsas da cota institucional FAPESB/FIOCRUZ com duração de 12 (doze) meses, podendo se candidatar alunos de graduação, regularmente matriculados em instituições de ensino superior localizadas no Estado da Bahia. 

 

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Resposta medular de cães com leishamniose é analisada em tese

Autoria: Bruna Martins Macedo Leite
Orientação: Patrícia Sampaio Tavares Veras
Título da tese: “Resposta medular de cães naturalmente infectados com Leishmania infatum apresentando diferentes desfechos clínicos”
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 22/04/2021
Horário: 09h
Local: Sala virtual do Zoom

 

RESUMO

INTRODUÇÃO: A LVC é uma doença sistêmica de caráter crônico e os animais infectados podem apresentar um quadro clínico severamente debilitante ou uma forma subclínica da doença. Postula-se que, a população canina infectada com L. infantum é composta por três grupos de hospedeiros: cães susceptíveis, cães resistentes e cães latentes. A evolução da doença depende de diversos fatores, entre eles, os mecanismos imunológicos desencadeados após a infecção. O papel que a resposta imune desempenha no contexto da progressão e controle da LVC ainda não é completamente compreendido. Existem evidências de que células mielóides estão envolvidas na promoção e manutenção da resposta inflamatória e esse tema é particularmente interessante no contexto da LVC, em que parasitas infectam diretamente os macrófagos estromais da medula óssea e essa infecção tem sido correlacionada com o aumento da mielopoiese.

OBJETIVO: Caracterizar quanto ao perfil imune celular, a resposta de células da medula óssea de cães naturalmente infectados com L. infantum apresentando diferentes desfechos clínico.

MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foi realizada a análise longitudinal do perfil hematológico de cães resistentes e de cães susceptíveis acompanhados em um estudo de coorte, utilizando modelos de efeitos aleatórios para dados longitudinais. Posteriormente, foram selecionados do estudo de coorte 8 cães resistentes e 8 cães susceptíveis para reavaliação e caracterização do perfil imune celular da medula óssea, utilizando mielograma e citometria de fluxo, e identificar a expressão de genes nas células da medula óssea, utilizando RNASeq. Também foram incluídos na análise 8 cães não infectados com L. infantum.

RESULTADOS: Na análise longitudinal do perfil hematológico, assim como no hemograma dos cães reavaliados, as hemácias, a hemoglobina e o hematócrito foram variáveis que apresentaram taxas significativamente diminuídas em cães susceptíveis. Na avaliação do mielograma, os animais susceptíveis apresentaram principalmente hipoplasia de células eritróide e nehuma alteração foi encontrada nos mielogramas de cães resistentes. Na imunofenotipagem por citometria de fluxo, o percentual de linfócitos T CD8 foi significativamente maior nos cães resistentes e nos cães susceptíveis, em comparação com os cães não infectados. Na análise do transcriptoma foram identificados 425 genes diferencialmente expressos (DEGs) nas amostras de cães resistentes (resistente versus controle) e 327 DEGs nas amostras de cães susceptíveis (susceptível versus controle). As análises de enriquecimento revelaram que vias relacionadas ao reparo de DNA foram negativamente reguladas nas células da medula óssea de cães susceptíveis, enquanto que vias relacionadas à migração celular foram positivamente reguladas em cães susceptíveis e em cães resistentes. Um algoritmo baseado em aprendizado de máquina foi aplicado e um conjunto de quatro genes (EGR2, FOS, TINAGL1 e ADCY9) identificado, que exibem o maior poder de classificação para descrever cães resistentes e susceptíveis.

CONCLUSÃO: Os cães susceptíveis apresentam alterações hematológicas na medula óssea associadas à anemia comparados com os cães resistentes e as análises de enriquecimento da expressão gênica mostraram que a modulação das vias de reparo de quebra dupla de DNA e de migração celular por células da medula desses cães podem estar associadas à susceptibilidade na LVC.

Palavras-chave: Leishmaniose, cão, resposta medular, sequenciamento.

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Presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, participa de live promovida pela Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, participou de uma live intitulada ‘A pandemia e as mulheres nas ciências’, promovida pela Secretaria Estadual de Política para as Mulheres da Bahia, no dia 30 de março. O encontro, mediado pela secretária Julieta Palmeira, compõe a programação do Março Mulheres 2021.

 

A convidada iniciou a apresentação falando sobre a sua relação com o estado e da admiração por mulheres baianas que têm contribuído para a ciência ao longo dos anos, dentre as quais destacou a secretária Julieta Palmeira e a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.

 

Primeira mulher a presidir a instituição em 120 anos, Nísia destacou a importância de desempenhar diferentes papéis na ciência e apresentou a experiência da Fiocruz, onde 56% dos funcionários são do gênero feminino. Segundo Nísia, a pandemia tem permitido dar visibilidade ao papel de muitas mulheres que hoje são lideranças na pesquisa frente à Covid-19, atuando em várias posições, ainda que em menor número.

 

A convidada também destacou o esforço dedicado à criação de políticas que promovam maior equidade, apoiadas pelo Comitê de Equidade de Gênero e Raça. “Do ponto de vista de liderança em áreas de tecnologia e de atenção especializada é crescente o número de mulheres. As mulheres são maioria entre pesquisadores, tecnologistas e analistas. Mas ainda temos muitas barreiras a transpor”, informou.

 

Ainda sobre o  destaque das cientistas no contexto da pandemia, a presidente falou sobre o processo de produção da vacina em parceria com a Oxford/Astrazeneca e do importante trabalho de mulheres que estão na linha de frente no controle de qualidade do imunizante e nas etapas para registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Nísia também falou sobre os impactos da pandemia na rotina de mulheres que, em grande parte, precisam conciliar demandas profissionais e familiares. “A primeira questão é dar visibilidade ao problema. Muitas vezes eles não aparecem como algo tão concreto, então nós precisamos demonstrar isso”, afirmou a convidada reforçando que a pandemia acaba por revelar novas desigualdades para as mulheres, especialmente as mulheres negras.

A presidente falou ainda sobre o incentivo à carreira de mulheres através de iniciativas que despertem o interesse em jovens e adolescentes, como o projeto Meninas na Ciência, e das políticas internas para promoção da equidade de gênero, destacando a atenção às especificidades de mulheres em período gestacional ou de amamentação, especialmente durante os processos seletivos. “Nós temos uma política que eu acho que deveria ser de todas as instituições de pesquisa, que é analisar o currículo de mulheres considerando períodos de gestação e amamentação, sem isso é impossível cobrar de uma mulher o mesmo desenvolvimento acadêmico de um homem. Mas temos consciência de que precisamos avançar muito mais”, completou a convidada que chamou atenção para as condições sociais que atravessam a vida de grande parte das profissionais nas mais variadas áreas.

 

Nísia também falou sobre a produção da vacina que, segundo ela, já entrou numa faixa de 900 mil doses produzidas por dia. “Nosso cronograma prevê em torno de 120 milhões de doses por mês. Cada lote produzido leva, em média, 20 dias para ser liberado após a realização de todo o processo de segurança”.

A presidente encerrou falando sobre a necessidade de investir em políticas públicas que ajudem a superar a crise sanitária. “Vamos superar a pandemia, mas é uma doença que permanecerá com uma necessidade de imunização das suas variantes. Precisamos investir cada vez mais em tecnologia. A população precisa mudar seus hábitos”, finalizou.

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Projeto Meninas Baianas na Ciência reúne estudantes da rede pública de ensino em evento virtual

Foi realizado na manhã desta quinta-feira, 25, o evento Meninas Baianas na Ciência, promovido pela Fiocruz Bahia. Com o tema ‘Conectando passado e presente’, a atividade teve início às 9h30, através da plataforma Zoom. Neste ano, devido a pandemia da Covid-19, a atividade aconteceu de forma remota, com transmissão pelo canal da Fiocruz Bahia, no YouTube. O encontro foi marcado pela participação de estudantes de diferentes localidades do estado.

 

A atividade foi iniciada com apresentação da comissão organizadora do evento, formada por Natália Tavares, Karine Damasceno e Isadora Siqueira, que expuseram um pouco de suas trajetórias acadêmicas, destacando a participação no processo de Iniciação Científica e as contribuições dessa experiência para as suas carreiras.

 

Em seguida, a mesa de abertura contou com a presença da Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, que falou sobre a importância do projeto Meninas Baianas na Ciência para toda a comunidade. “Nós temos que prosseguir e entusiasmar essas meninas para que elas se tornem cientistas. É muito importante que façamos esse despertar”, afirmou.

 

A Vice-Diretora de Ensino, Patrícia Veras, ressaltou a satisfação de ver mulheres ocupando espaços historicamente preenchidos por homens e da necessidade de impulsionar novas carreiras, despertando o interesse ainda no período escolar. “A ciência tem que ser igualitária e esse trabalho que estamos concretizando é para começar uma história dentro da Fiocruz Bahia”, reforçou.

 

A mesa também contou a presença da representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, a Diretora de Políticas para Educação Superior, Ivanilda Amado, que apresentou algumas ações direcionadas aos alunos do ensino público estadual. Dentre as oportunidades, está o Programa Ciência na Escola, iniciativa que tem como objetivo transformar o ambiente escolar em um local de descobertas e produções científicas, com foco no bem-estar social e no desenvolvimento coletivo.

 

Dando continuidade ao evento, a palestra “A participação das mulheres no desenvolvimento tecnológico no Brasil: A vivência da Fiocruz Bahia”, ministrada por Marilda Gonçalves, abordou as principais ações realizadas pela instituição com objetivo de incentivar e fortalecer a participação das mulheres no desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas. A palestrante também apresentou indicadores sociais que revelam as desigualdades enfrentadas pelo gênero feminino, seja no acesso à educação ou no mercado de trabalho, impactando principalmente na vida de mulheres negras.

 

A palestrante falou ainda da ampla atuação de mulheres na comunidade interna da Fiocruz Bahia e em outras unidades espalhadas pelo Brasil, todas elas com ampla atuação e reconhecimento nas mais diversas áreas de produção científica. Marilda finalizou apresentando os inúmeros avanços das mulheres na medicina acadêmica e as principais estratégias para driblar os desafios impostos pelo preconceito de gênero.

 

Mesa redonda discute o papel da mulher na ciência e na sociedade

 

A mesa intitulada ‘O papel da mulher na ciência e na sociedade’, foi iniciada pela professora e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Aldina Barral. A convidada dissertou sobre os principais desafios e aprendizados ao longo da sua formação, destacando a sua mudança do estado do Piauí para a Bahia e a sua passagem por diferentes pontos do país realizando importantes estudos sobre a leishmaniose. A convidada também reforçou a importância de se inspirar em outras mulheres, fortalecendo a trajetória uma das outras. “O meu conselho é que as mulheres sejam independentes, não submissas e gostem muito de ler”, afirmou a palestrante.

 

Na sequência, a representante do Odara – Instituto da Mulher Negra, Erika Souza, falou sobre a sua trajetória junto ao instituto fundado a partir de uma perspectiva negra e feminista, dedicado a formação de jovens, mulheres e adolescentes negras. Erika relatou algumas das suas experiências com essas mulheres e as barreiras que lhe são impostas. Segundo ela, ultrapassar esses muros ainda não é a realidade de muitas e por isso a importância de promover ações que ajudem a expandir os horizontes. “O meu sonho é ser referência enquanto profissional do Serviço Social para o movimento de mulheres negras do Brasil e para o movimento social de forma geral, trazendo um processo de transformação na vida das pessoas que eu consiga atingir”, confessou.

 

A professora e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Estela Aquino, apresentou a sua caminhada acadêmica, falando um pouco sobre as suas escolhas e oportunidades. A convidada apresentou um pouco da sua trajetória acadêmica, iniciada na década de 1970, e os impactos políticos e sociais daquele momento na sua formação profissional e pessoal. Estela falou ainda sobre a urgência de políticas públicas que promovam a equidade de gênero e da importância de incentivar a realização de pesquisas sobre gênero e ciência, apoiando o desenvolvimento das mulheres. A convidada abordou ainda os impactos da pandemia da Covid-19 na jornada das mulheres que, em grande parte, precisam conciliar a vida profissional, tarefas domésticas e cuidados com a família.

 

 

A mesa foi finalizada com a participação da representante da Rede Kunhã Axé, Luciana Leite, que apresentou uma fala voltada para a acessibilidade da ciência. Para a convidada, é interessante apresentar o tema como algo que pode ser divertido e acessível para todos desde a infância, ajudando a desconstruir o estereótipo do cientista como uma figura distante da realidade das pessoas de modo geral. Luciana também falou sobre a importância de criar redes de apoio para meninas e mulheres que estão iniciando suas trajetórias na ciência. “Além da ciência ser incrível porque você está contribuindo para a expansão do conhecimento da humanidade, fazer o que você gosta também traz recompensas. Siga o seu coração e se dedique de verdade ao que você gosta”, aconselhou.

 

Realização de oficinas aproximam participantes da prática científica

 

À tarde, as alunas da rede pública estadual participaram de três oficinas que tiveram como principal objetivo proporcionar um contato mais direto com as atividades científicas. A primeira oficina, sobre genética, foi ministrada pelas convidadas Jaqueline Goes, da Universidade de São Paulo (USP), e Luciane Amorim, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Em seguida, as participantes aprenderam um pouco sobre gamificação na oficina ministrada pela Drª Isa Neves, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). E por último as convidadas Soraia Machado e Joice Pedreira, ambas da UFBA, ministraram a oficina sobre microbiologia.

 

Além do compartilhamento de aprendizado, as oficinas foram marcadas por histórias de vida e trajetórias profissionais que começaram com a Iniciação Científica, demonstrando a importância dessa fase para a vida acadêmica. Na oportunidade, as meninas puderam aprender um pouco de como funciona a rotina de uma cientista e os seus principais desafios.

 

Membro da Comissão Organizadora do evento, Natália Machado, falou sobre como foi possível perceber o interesse das participantes e a inspiração na figura das cientistas. “Eu acho que alcançamos o principal objetivo do projeto, mesmo de forma virtual, que era inspirar e motivar jovens estudantes para a vida científica, mostrar para elas que essa é uma possibilidade real de atuação. Muitas palestrantes, inclusive, se disponibilizaram a passar seus contatos e manter uma comunicação com as meninas, então foi uma via de duas mãos, em que todas nós aprendemos muito”, afirmou.

 

Natália também destacou a participação das monitoras do evento, participantes do programa de Iniciação Científica da Fiocruz Bahia e dos Programas de Pós-graduação. Uma das monitoras do evento, Larissa Mendes, disse que estar ao lado de mulheres com trajetórias tão impactantes foi uma experiência gratificante. “Ver os depoimentos de todas me trouxe mais inspiração e certeza de que nós mulheres podemos ir e ser quem a gente quiser. Foi sempre um sonho meu ser cientista, desde pequena, e hoje sigo minha trajetória com muito orgulho. Ver as meninas que estão começando agora ou que sonham com o mesmo objetivo é muito especial”, disse.

 

Para a monitora Yasmin Macêdo, além de inspirar, a experiência também despertou a sua ambição para construir uma história tão brilhante quanto as cientistas convidadas. “Esse projeto demonstrou para as estudantes que elas podem ser o que quiserem e que se optarem pela ciência serão muito bem vindas e acolhidas. A oportunidade de conhecer os meios de ingresso à ciência desde o ensino médio podem fazer a diferença na adesão dessas meninas, as transformando em profissionais mais fortes e qualificadas”, finalizou.

 

Você pode acompanhar as apresentações na íntegra.

 

 

 

 

 

 

 

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Evento ‘Meninas Baianas na Ciência’ será transmitido pelo canal da Fiocruz Bahia, no YouTube

O evento Meninas Baianas na Ciência, realizado no dia 25 de março, às 9h30, será transmitido para toda a comunidade, através do canal da Fiocruz Bahia, no YouTube. A mesa de abertura contará com a presença da Diretora da instituição, Marilda Gonçalves, da Vice-Diretora de Ensino, Patrícia Veras e da representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Ivanilda Cardoso.

A atividade contará ainda com a palestra “A participação das mulheres no desenvolvimento tecnológico no Brasil: a vivência da Fiocruz Bahia”, ministrada por Marilda Gonçalves. A programação será encerrada com uma mesa redonda formada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Aldina Barral, pela professora e pesquisadora da UFBA, Estela Aquino, pela representante da Rede Kunhã Axé, Luciana Leite e pela representante da Rede Odara,  Érika Souza.

 

 

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Produção científica sobre Covid-19 e desigualdades sociais são tema de aula inaugural da Fiocruz Bahia

O semestre letivo 2021.1 da Fiocruz Bahia foi iniciado nesta quarta-feira, 17. Para dar as boas vindas aos novos alunos, a instituição promoveu uma aula inaugural seguida de uma roda de conversa. O evento, realizado às 9h, através da plataforma virtual Zoom, contou com a presença de discentes, professores, coordenadores e colaboradores do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), Deborah Fraga e Luciano Kalabric; do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PGPAT), Valéria Borges e Clarissa Gurgel e do Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional (PPGPCT), Conceição Almeida e Edson Moreira.

 

A Vice-Diretora de Ensino e Informação, Patrícia Veras, iniciou o evento agradecendo a presença de todos os participantes. Em seguida, a Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, recepcionou os discentes, apresentando um pouco do Instituto Gonçalo Moniz e da estrutura disponível para a realização de pesquisas. Marilda também reforçou a importância de formar novos profissionais que possam atuar em futuras investigações científicas. “Os nossos pesquisadores mais novos têm dado uma colaboração excepcional e muitos deles foram nossos alunos egressos de nossos programas de pós-graduação”, enfatizou.

 

O evento também contou com a presença das representantes da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria Cristina Guillam e Márcia Silveira. A Coordenadora Geral de Educação, Cristina Guillam, falou sobre a necessidade de discutir a pandemia da Covid-19, levando em consideração a sua relação com os marcadores sociais que atravessam grande parte da população. O evento foi marcado pela palestra ‘A produção científica sobre Covid-19 e as desigualdades sociais’, ministrada pela professora do Instituto de Saúde Coletiva  (ISC/UFBA), Estela Aquino e foi mediada pela pesquisadora Conceição Almeida.

 

Estela Aquino – Cidacs – ISC/UFBA

A palestrante apresentou um panorama da pandemia, traçando uma linha cronológica a partir do primeiro caso de Covid-19 confirmado no Brasil e os seus impactos na produção científica. Estela falou sobre a constante mudança no cenário e os desafios enfrentados. “Qualquer coisa que a gente fala atualmente sobre a pandemia, sobre a Covid-19, é necessariamente provisória. Aquilo que a gente está habituado a conviver quando estamos discutindo ciência se agudiza muito, exatamente pela velocidade com que as coisas estão ocorrendo e como os conhecimentos estão sendo produzidos”, afirmou.

 

Segundo a convidada, com o início da pandemia em 2020, além de todas as mudanças na saúde pública mundial, notou-se também um aumento exponencial na produção científica na busca por respostas para o controle da pandemia. Segundo ela, na medida em que o número de casos aumentou, cresceu também a quantidade de estudos relacionados ao tema. Estela destacou ainda as principais mudanças ocorridas no contexto da produção científica como a distribuição mais rápida de financiamento para a realização de pesquisas, a aceleração dos mecanismos de revisão por pares, priorizando as publicações sobre Covid-19, o aumento das cooperações científicas e a abertura do acesso às publicações sobre o tema.

 

Dentre os principais pontos abordados pela professora está a necessidade de estudar os determinantes sociais que influenciam na maneira como a população é afetada pela pandemia, tornando importante considerar posição social, gênero e raça enquanto categorias analíticas. Segundo a convidada, a produção e a divulgação dos conhecimentos científicos precisaram se adequar ao novo contexto de vida, sendo necessário aderir a novos métodos de revisão e publicação que sejam mais rápidos, mas assegurem a qualidade e a credibilidade das abordagens. A pesquisadora destacou também diferenças de gênero na autoria das publicações científicas sobre Covid-19, ressaltando a dificuldade das mulheres em conciliar as atividades de pesquisa em tempos de pandemia.

 

Roda de conversa apresenta as principais ações de Ensino

 

Na sequência, Patrícia Veras apresentou as ações de sucesso implementadas pela equipe de Ensino em parceria com a Assessoria de Comunicação (Ascom), com o apoio da Diretoria do IGM da Fiocruz Bahia desde 2019 e que seguem se aprimorando a cada ano. Dentre estas ações, foram citados: o #Papo Acadêmico, um espaço permanente de diálogo entre a equipe de ensino e os discentes; o Prêmio Gonçalo Moniz; capacitação do corpo docente e discente pela oferta de cursos de metodologias ativas de ensino e da disciplina de Didática Especial em parceria com o professor Daniel Manzoni; a oferta do curso de Divulgação Científica e lançamento do Edital 2021.

 

Foram citados ainda, as ações realizadas no contexto da pandemia da Covid-19, como os Seminários Integrados sobre Sars-Cov2, que contou com a participação de 96 discentes, sendo 79 da pós-graduação e 17 da Iniciação Científica. A vice-diretora ressaltou ainda a participação dos discentes como voluntários na Plataforma Diagnóstico Molecular para Covid-19.

 

Outro momento que marcou o evento e emocionou os presentes foi a homenagem póstuma aos alunos: Eric Page (PGPAT) e Fabiano Simões (PGBSMI), realizada pelos professores Clarissa Gurgel e Luciano Kalabric, respectivamente. “A equipe de Ensino do IGM Fiocruz seguirá apoiando nossa comunidade acadêmica discente em mais um ano desafiador. Seguiremos juntos”, declarou Patrícia Veras.

 

Para acompanhar a aula na íntegra, clique aqui.

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Projeto “Meninas baianas na ciência” prorroga o prazo de inscrições até o dia 19/03

 

Foi prorrogado até o dia 19 de março o prazo para as inscrições do projeto “Meninas baianas na ciência: conectando passado, presente e futuro”. Podem participar meninas do 1º ao 3º ano do Ensino Médio matriculadas na rede pública do Estado da Bahia. A inscrição deve ser realizada neste link. Estão sendo disponibilizadas 150 vagas.

Organizado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natália Tavares, o objetivo do projeto é incentivar meninas a conhecerem e se interessarem por áreas de ciência, tecnologia e inovação, terem exemplos de atuação de mulheres na ciência nos quais possam se inspirar, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas áreas de ciências em saúde.

As atividades propostas, que vão ocorrer no dia 25 de março, a partir das 9h30, através da sala virtual do Zoom, permitirão que as meninas participantes tenham a oportunidade de conhecer mulheres cientistas e suas trajetórias, além de participarem de palestras e oficinas virtuais em temas relacionados à ciência em saúde.

Clique aqui e confira as oficinas, palestras e as cientistas que irão ministrá-las.

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PROIIC divulga edital PIBIC e PIBITI CNPq 2021

A coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica do Instituto Gonçalo Moniz – PROIIC informa que foram abertas as inscrições para solicitação de bolsas de Iniciação Científica nos Editais PIBIC e PIBITI CNPq 2021.

Os Editais estão disponíveis nos endereços: http://www.pibic.fiocruz.br e http://www.pibiti.fiocruz.br

A coordenação do PROIIC solicita especial atenção aos prazos, este ano as inscrições para Renovação seguem até 9 de abril de 2021 e para Bolsas Novas o período será de 12 de abril a 13 de maio de 2021.

Os formulários para inscrição on-line deverão ser preenchidos para bolsas novas, renovação e para os bolsistas que ingressaram nos programas por substituição/banco de reserva no mês de fevereiro.

Após o pedido de renovação da bolsa, os bolsistas que integram os Programas Institucionais de Iniciação Científica e de Desenvolvimento Tecnológico já estarão inscritos na 29ª Reunião de Avaliação Científica (RAIC 2021), sendo necessária a consulta do regulamento e agendamento no endereço http://www.pibic.fiocruz.br/raic.

Qualquer dúvida pertinente a estes editais deve ser esclarecida através do e-mail proiic@fiocruz.br .

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