Dissertação avalia alterações no perfil lipídico na esquistossomose

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Autoria: Thainá Rodrigues de Souza Fialho
Orientação: Adriano Queiroz Silva
Co-orientador: Ricardo Riccio Oliveira
Título da dissertação: “PERFIL LIPIDÔMICO DE INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO SCHISTOSOMA MANSONI”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 17/11/2022
Horário: 13h00
Local: Sala Virtual do Zoom

ID da reunião: 823 1344 1988
Senha de acesso: 349063

Resumo

INTRODUÇÃO: A esquistossomose mansônica é uma doença causada pelo parasito trematódeo digenético do gênero Schistosoma, que tem o homem como seu principal hospedeiro, no Brasil é causada pela espécie Schistosoma mansoni. A infecção por este parasito consiste em um problema de saúde pública, especialmente no Nordeste, estando associada à pobreza, às precárias condições sanitárias, falta de tratamento de água e esgoto, definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das principais doenças tropicais negligenciadas. A parasitose apresenta duas fases, a fase aguda, no qual ocorre logo após a penetração da cercaria e a fase crônica, que evolui quando não tratada. O fígado é o principal órgão acometido, onde os ovos ficam retidos nas vênulas hepáticas, pode acarretar em uma inflamação granulamentosa local. Em decorrência as lesões hepáticas, estudos realizados em camundongos trazem alterações no metabolismo dos lipídios, porém ainda é limitado estudos em humanos, sendo necessário uma abordagem em larga escala para determinar as
possíveis alterações lipídicas durante a esquistossomose. O estudo lipidômico do hospedeiro na esquistossomose ainda é escasso e, no caso específico do S. mansoni, totalmente ausente. OBJETIVO: O objetivo desse estudo é avaliar as alterações no perfil lipídico de indivíduos infectados pelo Schistosoma mansoni em uma área hiperendêmica em esquistossomose no estado da Bahia. MATERIAS E MÉTODOS:
Foi realizado um estudo longitudinal e observacional, em vilarejos do Conde-Ba. Em cada participante foram coletados uma amostra de fezes, para a execução do KatoKatz e uma coleta de sangue para a avaliação lipidômica. Nas análises lipidômica do soro, foram avaliadas alterações no perfil lipídico do soro de indivíduos infectados com alta e baixa carga em comparação ao grupo controle. RESULTADOS: Cerca de 340 indivíduos foram avaliados no qual 55,59% apresentavam ovos de S. mansoni em pelo menos uma das lâminas. Quando realizado as análises séricas desses indivíduos, foi possível observar que a carga parasitária do S. mansoni com a enzima GGT, demonstrou uma correlação positiva. Para a análise lipidômica selecionamos 45 participantes realizando sorteio randômico, no qual foram divididos a partir de sua carga parasitária em alta carga, baixa carga e negativo. As analises lipidômicas inicialmente mostraram PC, HexCer e FFA como predominantes, mesmo não apresentando diferenças importantes entre os grupos de carga parasitária, entretanto quando aprofundamos as analises, as espécies das subclasses PI e TAG se descaram em quantidade de espécies que se mostraram alterados no grupo de alta carga parasitaria comparado a baixa carga e negativo. CONCLUSÕES: A partir dos achados nesse estudo concluímos que a elevada a carga parasitária na esquistossomose está associada a alterações lipídicas importantes, possivelmente por conta de alteração no metabolismo lipídico decorrente da ação do verme. Estes dados podem contribuir para melhor entendimento da patologia observada durante a esquistossomose ou mesmo para identificação de um biomarcador de infecções graves.

Palavras-Chave: Schistosoma mansoni; Lipidômica; Esquistossomose; Perfil Lipídico.

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