Lei sobre o uso de máscaras não vale? Isso é fake!

Foto de Anna Shvets no Pexels
O uso de máscaras faciais para evitar o contágio com o coronavírus da covid-19 é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de diversas autoridades sanitárias no Brasil e no mundo.

E a lei que obriga o uso de máscaras em todo território nacional está em vigor!

Mas ainda tem gente que afirma que a norma não está valendo e usa as redes sociais e o WhatsApp para confundir as pessoas.

É que ao sancionar a lei, o presidente Jair Bolsonaro vetou 25 trechos, entre eles os que permitiam exigir o uso de máscaras em estabelecimentos comerciais e templos religiosos. Mas quase todos os vetos foram derrubados pelo Congresso Nacional no dia 19 de agosto. Portanto, a lei vale, sim!

A Lei 14.019, de 2020, aprovada pelo Congresso Nacional foi sancionada (PL 1.562/2020) no dia 2 de julho e é uma das medidas de combate à pandemia de coronavírus que receberam tratamento prioritário no Senado.

É obrigatório usar máscaras cobrindo a boca e o nariz nos veículos de transporte por aplicativos, táxis, ônibus, trens, aeronaves ou embarcações de uso coletivo fretados. Também ficou obrigatório o uso nos estabelecimentos comerciais e industriais, templos religiosos, escolas, unidade prisionais e de cumprimento de medidas socioeducativas, e demais locais fechados em que haja reunião de pessoas.

Foram mantidos seis vetos. Um deles é o que desobriga o Poder Executivo de veicular campanhas publicitárias sobre a necessidade do uso de máscaras de proteção individual, o que já é feito pelos governos estaduais e municipais.

Para ver o resultado da votação dos vetos acesse aqui

Quer saber mais sobre a Lei 14.019, de 2020? Veja a matéria publicada no Senado Notícias sobre a derrubada dos vetos.

Acompanhe tudo que o Senado Federal está fazendo para ajudar o país a combater a pandemia no hotsite Combate à Covid-19.

Para verificar uma informação sobre o Senado compartilhada nas redes sociais ou no WhatsApp, entre em contato por email ou pelo 0800 061 2211 (ligação gratuita de todo o Brasil, por telefone fixo e celular). Você também pode usar o Formulário de mensagem.

Fonte: Agência Senado

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É #FAKE que CoronaVac deixou mais de 2 mil mortos na China e um tetraplégico na Inglaterra

Foto de RF._.studio no Pexels

Circula nas redes sociais um texto sobre a CoronaVac que diz que a vacina de fabricação chinesa, em teste no Brasil, já deixou 2.034 voluntários mortos na China e um tetraplégico na Inglaterra. É #FAKE.

O texto, que ataca o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), caracterizado como Adolf Hitler, numa foto manipulada digitalmente, é longo, e começa assim: “Doria impõe obrigatoriedade das vacinas para a Covid a todos os cidadãos do estado de São Paulo. Uma vacina da qual não sabemos os efeitos colaterais. Na Inglaterra, um jovem está tetraplégico; na China, dizem que houve 2.034 mortes de cobaias, por efeitos adversos”.

As duas afirmações são falsas. Nos testes feitos na China, não houve nem sequer reações graves. No país asiático, foram mais de 50 mil voluntários vacinados, sendo que 5% das pessoas tiveram apenas dor no local da aplicação, fadiga e estado febril. Os demais não apresentaram qualquer alteração. Quanto ao “jovem tetraplégico”, a falsidade é ainda maior, já que a vacina nem está sendo testada na Inglaterra, e sim na Turquia e na Indonésia, além do Brasil.

O Instituto Butantan refuta as afirmações da mensagem, frisando que no Brasil também não foram registrados efeitos colaterais graves. “É completamente inverídica a postagem que circula em redes sociais que menciona uma série de efeitos colaterais da vacina CoronaVac. Nas fases I e II dos ensaios clínicos conduzidos na China não foi registrada nenhuma morte de voluntários em decorrência do uso da vacina. Na fase III do estudo, atualmente em andamento em 7 estados brasileiros e no Distrito Federal, não foi registrado qualquer efeito adverso grave entre os participantes”, diz a nota do instituto enviada à CBN.

O texto que viralizou diz ainda que se trata da “primeira vacina da história da humanidade a mexer com o nosso DNA”. Só que o mecanismo dela, de estimular uma resposta de defesa do organismo por meio do coronavírus inativado, é o mesmo de imunizantes que já são conhecidos, como os que previnem hepatites e a poliomielite.

Em julho, a equipe do Fato ou Fake desmentiu o conteúdo de um vídeo em que se afirmava como verdade a tese fantasiosa de que vacinas contra o novo coronavírus podiam criar seres geneticamente modificados.

O Instituto Butantan explica que “a formulação da vacina, que está sendo testada neste momento em milhares de brasileiros, utiliza técnica de inativação do vírus”. “Ou seja, contém coronavírus mortos num processo de inativação química para que apenas estimulem a proteção imunológica do organismo, sem causar a infecção. É completamente irresponsável afirmar que exista algum componente que ‘mexa com o DNA’, como diz a postagem.”

A politização da vacina fabricada pela empresa chinesa Sinovac, com o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria em campos opostos, vem fomentando o surgimento de mensagens virais com conteúdo falso. A troca de ataques entre os dois se acirrou nesta semana, e resultou na decisão do governo federal de não adquirir doses da CoronaVac para a distribuição pelo país, ainda que os testes estejam avançados, e com bons resultados.

A obrigatoriedade da vacinação é um outro ponto de discordância, com Bolsonaro afirmando que o Ministério da Saúde não fará essa determinação, e Doria dizendo que, em São Paulo, valerá a vacinação compulsória.

Fonte: G1

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Pesquisadores analisam experiência da pandemia da Covid-19 na região Nordeste

Um estudo realizado pelo grupo “Epidemiologistas do Nordeste para a Covid-19”, do qual participam pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS/Fiocruz Bahia) e diversos especialistas de outras instituições de pesquisa da região, avaliou as diferenças e similaridades entre a evolução e comportamento da Covid-19, nos estados do Nordeste. O período analisado foi de março a julho de 2020.

No trabalho, os pesquisadores afirmam que, embora medidas de distanciamento social tenham sido implementadas, amenizando os efeitos da pandemia, a crise na saúde vem aprofundando as desigualdades já existentes na região, produzindo não só grande número de casos e óbitos, mas também o aumento da pobreza, o crescimento das disparidades raciais e étnicas e afetando, sobretudo, as mulheres. A epidemia da Covid-19, que atinge a região e o país em um dos períodos mais difíceis de sua história política, econômica e social, deixará marcas para sempre no futuro de suas gerações, concluem os autores.

Os cientistas esclarecem que a interação entre pobreza, desemprego, nível de escolaridade, raça, gênero e cor têm sido documentadas como determinantes da Covid-19. Populações com baixa renda são mais expostas à contaminação por doenças infecciosas, incluindo o SARS-CoV-2, devido à falta de acesso a saneamento básico, educação e serviços de saúde, além de residirem de forma precária, com número excessivo de moradores, utilizarem transporte público e estarem em empregos informais. Todos esse fatores dificultam que as pessoas fiquem em casa e façam o distanciamento físico adequado.

O Nordeste é marcado pela pobreza e pela desigualdade socioeconômica, cenário que ajuda a explicar o impacto da Covid-19 na região brasileira composta por mais de 50 milhões de habitantes, distribuídos em nove estados. De acordo com o estudo, a maior incidência da Covid-19 foi registrada nos estados de Sergipe, Paraíba e Ceará. Piauí, Paraíba e Ceará foram os que mais realizaram testes.

Também foi observado que não tem sido praticada, nos níveis necessários para cessar ou reduzir significativamente a doença, a implementação de medidas mais radicais que acompanhem o distanciamento físico, tais como: renda prolongada para famílias vulneráveis; teste em massa; autoisolamento das pessoas confirmadas com a doença, com oferta de locais onde possam realizar o isolamento quando o mesmo não for possível, como hotéis e escolas; e rastreamento dos contatos.

Segundo os pesquisadores, o vírus entrou pelas capitais, mas atinge cidades do interior ainda mais despreparadas para lidar com a pandemia. No interior dos estados no Nordeste, algumas fragilidades incluem a falta de assistência de nível terciário (assistência hospitalar), o número de leitos de UTI por habitante, escassez de profissionais da saúde com qualificação no manejo de pacientes internados e dificuldade de acesso da população a unidades de saúde.

Para os especialistas, várias epidemias estão ocorrendo simultaneamente na região e, provavelmente, haverá novas ondas da epidemia, tanto nas capitais como no interior dos estados da região, enquanto medidas mais fortes de distanciamento físico não forem postas em prática ou até que surja uma vacina, ou que a população atinja níveis de “imunidade de rebanho”.

O artigo “Covid-19 no Nordeste brasileiro: sucessos e limitações nas respostas dos governos dos estados” foi publicado na Revista Ciência e Saúde Coletiva. Clique aqui e confira a análise completa.

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Vacina BCG: qual a relação com a Covid-19?

A vacina BCG foi desenvolvida para combater a tuberculose em uma época que essa doença era uma das principais causas de morte no mundo. Agora, perto de completar 100 anos de sua descoberta, algumas pesquisas têm demonstrado que ela pode ser uma aliada no combate ao SARS-CoV-2. 

Desde seu desenvolvimento, esta vacina é altamente estudada, não só para avaliar sua eficácia contra as formas mais graves de tuberculose, como também para investigar como ela estimula o sistema imune, gerando proteção indireta contra outras doenças infecciosas respiratórias.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, conta que estudos conduzidos na África, em 2011, reacenderam o debate sobre os efeitos da BCG na redução da mortalidade por outras enfermidades. No ano seguinte, houve a primeira demonstração de como alterações em células imunes poderiam explicar esse fenômeno, que ficou conhecido como “imunidade treinada”. A imunidade clássica gerada com outras vacinas é chamada de “resposta imune de memória”, que é uma imunidade específica contra a doença para qual a vacina foi desenvolvida. 

Theolis Bessa explica que talvez a vacinação da BCG tenha influenciado no comportamento da Covid-19, em alguns países.
Com a pandemia da Covid-19, algumas observações levaram a comunidade científica a considerar um possível papel protetor da BCG contra o SARS-CoV-2. Segundo Theolis, uma delas foram as divergências entre as projeções realizadas por cientistas e como de fato a Covid-19 se comportou em alguns países. Para alguns pesquisadores, a explicação para essas divergências não estaria apenas em diferenças sócioeconômicas, nas políticas de combate à pandemia ou no grau de preparação do sistema de saúde.

“Como a BCG não é uma vacina adotada em todos os países, os dados das projeções da Covid-19 gerados durante a pandemia mostraram que talvez a vacinação tivesse influência nos resultados encontrados, pois já estava sendo bastante estudado o efeito dessa vacina contra outras doenças respiratórias”, observou.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi o fato de crianças não serem tão suscetíveis ao novo coronavírus, sendo muitas assintomáticas, diferente de outras doenças virais e respiratórias que geralmente são mais graves nessa faixa etária. Theolis explica que a BCG é uma das primeiras vacinas aplicadas nas crianças e traz uma resposta imune importante na primeira década de vida, que é a faixa etária mais poupada pelo coronavírus, além de ter se mostrado eficaz na proteção para outros vírus do trato respiratório. 

Os primeiros estudos realizados sobre a relação da BCG com a Covid-19 foram epidemiológicos, somente de observação, chamados estudos ecológicos, especificamente. Esses trabalhos compararam diversos países com populações parecidas com relação a uma série de parâmetros que podem influenciar no impacto do novo coronavírus, mas que tinham diferentes políticas de administração de BCG. “Os resultados desses estudos deram peso inicial para que a vacina pudesse ser cogitada como protetora contra Covid-19”, comentou a pesquisadora. 

Atualmente, estão em andamento pesquisas clínicas, que são estudos em que pessoas são testadas voluntariamente com a vacina. Em Salvador, pesquisas estão sendo realizadas para estimar a eficácia da primeira dose da vacina BCG e da revacinação na redução da incidência e mortalidade por Covid-19. Entre as instituições que fazem parte desse trabalho está o Instituto Couto Maia (BA), com apoio da Rede CoVida, projeto realizado através de parceria entre o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e o Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA). Clique aqui para saber mais.

Sobre a BCG

A vacina do Bacilo Calmette–Guérin (BCG) foi desenvolvida pelos médicos franceses Calmett e Albert Guerin, no Instituto Pasteur, em Paris. Passou a ser utilizada no combate à tuberculose a partir de 1921. No Brasil, desde 1976, o Ministério da Saúde tornou obrigatória a administração da BCG em crianças até os 4 anos e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde, a vacina BCG foi a única das 16 vacinas do esquema básico a atingir a meta da cobertura vacinal em 2017 e 2018 no país. Ela teve cobertura de 96,41% em 2017 e de 96,09% em 2018.

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch. A Organização Mundial da Saúde considera a doença a infecção mais mortal do mundo, com cerca de 1,5 milhões de morte por ano e mais de 10 milhões de infectados, mesmo sendo uma doença tratável e prevenível com a vacinação. Em 2019, o Brasil registrou 73.864 mil casos de tuberculose, com mais de 4 mil mortes.

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Painel da Rede CoVida passa a permitir visualização de dados sobre a covid-19 por bairros de Salvador

Novas funcionalidades passam a fazer parte do Painel Coronavírus; ferramenta criada e administrada por pesquisadores da Rede CoVida. A partir de agora, o portal permitirá a visualização dos casos de Salvador por bairro, distrito sanitário, gênero e faixa etária. O trabalho é uma parceria entre a Prefeitura de Salvador e a Fiocruz.

Os usuários podem escolher visualizar e comparar os dados sobre a covid-19 entre diferentes bairros ou distritos sanitários soteropolitanos. É possível também visualizar o número diário de casos e de óbitos, o número acumulado de casos e óbitos confirmados, bem como a incidência, letalidade e óbitos por covid-19.

De acordo com Gabriela Borges, uma das pesquisadoras responsáveis pelo Painel, a ferramenta é atualizada diariamente com informações da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador. Além disso, predições diárias do avanço da covid-19 nos próximos 15 dias na cidade também estão disponíveis.

Todos os códigos, processamento de dados e modelos matemáticos explorados no painel estão disponíveis para serem acessados por qualquer usuário. Os pesquisadores ainda informam que é possível fazer download dos gráficos e planilhas em diferentes formatos, como pdf, csv, png, xls. O painel pode ser acessado no link: https://painel.covid19br.org/salvador

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Populações vulnerabilizadas na Bahia recebem apoio da Fiocruz contra Covid-19

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou uma Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais Junto a Populações Vulneráveis, com o objetivo de contribuir para a mitigação dos efeitos da pandemia de Covid-19 em locais em situação de vulnerabilidade socioambiental. No total, foram selecionados 145 projetos de organizações com reconhecida atuação, de todas as regiões brasileiras. Destes, 13 projetos foram da Bahia e estão sendo executados desde junho. 

No estado, os projetos contemplados estão localizados nas cidades de Cachoeira, Caem, Cruz das Almas, Feira de Santana, Jaguaripe, Salvador, Taperoá e Vitória da Conquista. Para cada proposta do edital, um servidor da Fundação foi designado para prestar acompanhamento técnico. Na Fiocruz Bahia, 6 assessores estão acompanhando projetos de diversos estados. 

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, avalia que a chamada pública destacou-se em meio às ações realizadas pela instituição em relação às respostas emergenciais ao enfrentamento do SARS-CoV-2 (Covid-19). Para Marilda, esta forma de apoio e o número de populações em situação de vulnerabilidade que se candidataram ao edital refletem o quanto a pandemia expôs a situação crítica relacionada a desigualdade social existente no país. 

“Foram contempladas 13 propostas no Estado da Bahia e a resposta obtida comprova mais uma vez que a Fiocruz é uma instituição voltada para respostas importantes de saúde pública e reforça a sua missão e integridade na condução de políticas públicas ao longo dos seus 120 anos de existência”, ressaltou a diretora.

Uma das propostas selecionadas foi da Associação de Moradores de Mutá (AMMU), do município de Jaguaripe, intitulada “Uma corrente de solidariedade e união pela garantia da vida”. A organização realiza a produção e distribuição contínua de alimentos prontos e máscaras de tecido para cerca de 160 pessoas da localidade, que vivem em situação de vulnerabilidade, garantindo, assim, segurança alimentar e medidas de prevenção nesses tempos emergenciais de crise sanitária.

A AMMU tem 13 anos de atuação na comunidade, promovendo atividades voltadas para a educação, como oficinas de karatê e música, além do atendimento e acompanhamento das famílias formadas, em sua maioria, por marisqueiros e pessoas com trabalho informal. As crianças da comunidade costumavam frequentar a associação no turno oposto ao horário escolar e realizavam uma refeição por dia no local, porém, com o isolamento social e a queda na arrecadação da associação, as atividades foram suspensas. 

De acordo com a secretária da associação, Gabriela Souza, tem sido bastante gratificante realizar esse projeto em parceria com a Fiocruz e já é possível perceber os resultados positivos da ação. “Nós estamos fomentando na comunidade o espírito de solidariedade, além da questão do voluntariado também, de não apenas receber, mas também se doar para o outro”, explica Gabriela. 

A organização Casa de Barro, em Cachoeira, município do Recôncavo da Bahia, desenvolve ações nos campos da cultura, da arte e da educação com a população local, desde 2005. A proposta da entidade contemplada no edital pretende atender cerca de 2000 pessoas de comunidades ribeirinhas, rurais, quilombolas, com a doação inicial de 50 cestas básicas, mobilização para arrecadação e distribuição de novas cestas, intervenções educativas focadas na prevenção da Covid-19 e a distribuição de 300 máscaras protetivas reutilizáveis e luvas descartáveis.

A coordenadora da proposta, Luisa Mahin Nascimento, recebeu diversos depoimentos de pessoas atendidas, como é o caso de dona Anieda, que agradeceu cesta básica recebida pelo projeto: “Que o Senhor Jesus continue abençoando o projeto de vocês, obrigada por tudo”. O fornecedor das cestas básicas também comentou sobre o projeto. “Nos faz acreditar em um mundo melhor”, declarou.

Em Salvador, a Associação de Moradores do Alto do Cabrito e Adjacência (AMACA), que atua em bairros do Subúrbio Ferroviário, desenvolve atividades e projetos para a comunidade de forma contínua, como aulas de capoeira, escolinha de futebol, além de prestar atendimento social e acompanhamento das famílias. Com o apoio da chamada, a AMACA vai fornecer cestas básicas e produtos de limpeza e higiene, além de informações de educação em saúde de prevenção e controle da Covid-19, a 200 famílias em situação de extrema pobreza e que não estejam recebendo qualquer benefício do governo.

O edital

O protagonismo das organizações da sociedade civil é a marca da chamada pública, por isso as propostas contempladas partiram dos próprios atores sociais que conhecem de perto ou vivenciam os impactos desta crise sanitária, como associações, cooperativas, coletivos, entre outras formas de organizações, nos locais mais desassistidos do país. 

Populações que vivem em situação de vulnerabilidade socioambiental estão mais expostas ao risco de contrair o novo coronavírus e, no caso de adoecimento, dispõem de poucos recursos para a obtenção de um tratamento adequado. Frente aos desafios estruturais da sociedade brasileira, a Fiocruz se viu diante da urgência em apoiar ações que contribuíssem para reduzir a disseminação da Covid-19 e assegurar condições mínimas de sobrevivência para essas populações. 

Os projetos contemplados foram enquadrados nas áreas de segurança alimentar; comunicação; saúde mental; ações que favoreçam a observância das medidas preconizadas pelas autoridades sanitárias; e assistência específica a idosos, pessoas com doenças pré-existentes e com deficiências, gestantes e outros grupos de risco.

A iniciativa é coordenada pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio; o coordenador da Cooperação Social da Fiocruz, José Leonídio Santos, a coordenadora geral do Canal Saúde da Fiocruz, Márcia Corrêa e Castro; e o chefe de gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel. Conta também com a assessoria remota da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec).

Márcia reforça a importância para uma instituição de pesquisa, como a Fiocruz, realizar essa chamada pública, “pois nos dá um panorama de como a sociedade brasileira está enfrentando a pandemia e como está se organizando para dar enfrentar esse desafio”, comentou.

Segundo Leonídio, a Bahia é o quarto estado com maior número de projetos financiados nessa chamada, dos quais onze preveem ações em segurança alimentar associada a outras áreas temáticas. “Merece nosso reconhecimento a cooperação da direção da Fiocruz Bahia na sensibilização e envolvimento de profissionais para o estratégico trabalho de assessoramento sociotécnico”, acrescentou. 

Para Fabiana, a chamada tem sido fundamental para viabilizar a construção de estratégias coletivas para lidar com as principais questões decorrentes das iniquidades sociais históricas que eclodiram com a pandemia. “Os projetos da Bahia se configuram como um caminho importante de proposições diante das questões regionais. Além disso, a Fiocruz Bahia tem cumprido um papel fundamental no suporte a esses projetos para que contribuam de modo efetivo para a garantia de dignidade para as comunidades contempladas pelas diversas propostas”, afirmou.

Algumas imagens enviadas pelas coordenações dos projetos:

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É #FAKE que jejum prolongado e banho frio previnam a Covid-19

Imagem de Ken Boyd por Pixabay
Circula nas redes sociais um texto que diz que fazer jejum por três dias e tomar banho frio são hábitos que fortalecem o sistema imunológico, prevenindo a Covid-19. É #FAKE.

A mensagem falsa é longa, e indaga: “Por que não explicar que o jejum fortalece o sistema imunitário em apenas 3 dias? Por que não falar sobre os benefícios do chuveiro frio, que em poucos dias aumenta o nível de certos linfócitos T?”

O texto diz ainda: “Estes géis não devem ser usados por vários dias seguidos, porque, à base de etanol, eliminarão a primeira barreira imune natural do nosso corpo: as bactérias e filme de lipídios da nossa pele, que é uma barreira para os vírus (…) Quanto mais usamos estes géis à base de álcool, mas permeáveis e sensíveis à epiderme são os vírus”.

O pneumologista Rodolfo Fred Behrsin, professor do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, afirma que não há qualquer relação entre jejuar e tomar banho frio e o fortalecimento do sistema imunológico.

“Jejum prolongado consome as reserva nutricionais do nosso corpo, enfraquecendo o organismo e permitindo infecções de todos os tipos. Sobre o banho frio, talvez o melhor efeito seja uma economia na conta de luz. Tomar banho frio não resulta em melhorias no sistema imunológico, pois não há formação de células de defesa do nosso organismo nem produção de anticorpos para o combate de agentes infecciosos”, diz o médico.

Ele explica também que o álcool em gel segue recomendado para uso por quem não pode lavar as mãos momentaneamente. “O álcool em gel tem em sua constituição também a glicerina, que tem como objetivo justamente manter a pele hidratada, e evitar o ressecamento, que ocorreria se fosse usado álcool puro. Essa tese pode prejudicar quem, acreditando nela, deixe de se proteger.”

O dermatologista Leonardo Abrucio, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, considera que a prioridade na assepsia das mãos deve ser dada à velha fórmula água e sabonete. “O álcool em gel pode, sim, provocar microlesões, mas é preferível usá-lo do que não limpar as mãos com nada, se a pessoa estiver fora de casa. O melhor é usar sabonete neutro e água”, recomenda o médico.

A respeito do jejum prolongado, a infectologista Lina Paola, também da Beneficência Portuguesa de São Paulo, lembra que especialmente neste momento da pandemia ficar sem ingerir alimentos por muito tempo não faz bem à saúde.

“Jejum prolongado não fortalece o sistema imunológico nem previne a Covid-19. Não existe comprovação científica disso. E não é uma prática aconselhável neste momento de pandemia. Da mesma forma, o banho frio não aumenta o número de linfócitos T. Se fosse verdadeiro este raciocínio, as pessoas de países em que se toma banho gelado seriam imunes à doença”, argumenta Lina. Ela enfatiza: “As medidas que devemos tomar são: usar máscara, fazer limpeza das mãos e praticar o isolamento social”.

O infectologista Paulo Santos, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, reforça que não há por que acreditar que os linfócitos T (células do sistema imunológico) são estimulados pelo banho frio ou o jejum. “Não há qualquer correlação entre o banho frio e o reforço da imunidade. É interessante que os linfócitos T citados, que compõem uma resposta imunológica que chamamos de ‘imunidade mediada por células’, não se constitui na via mais importante de defesa contra o coronavírus.”

A pneumologista Patricia Canto Ribeiro, da Escola Nacional de Saúde Pública, pontua que é verdade que o uso de álcool, em gel ou não, e outros produtos químicos podem ressecar a pele. Mas isso não significa que aumenta a chance de infecção pelo coronavírus, ressalta.

“A recomendação é: usar álcool em gel ou água e sabão e um hidratante depois, para deixar a pele hidratada. Mas não há relatos de transmissão através da pele. A contaminação se dá via mucosas e árvore respiratória, como se sabe desde o começo da pandemia.” Sobre o jejum, trata-se de algo arriscado para o organismo, de acordo com a médica. “Isso pode matar pessoas diabéticas, idosas ou crianças, por exemplo. Nada justifica essa conduta.”

A respeito do banho frio, Patricia relembra que se trata de uma crendice popular, como a que diz que não é aconselhável tomar banho após as refeições. “Nada disso é real. O que pode ser feito é tentar evitar a contaminação, usar máscara, fazer higiene das mãos e fazer distanciamento social”, explica a especialista, lembrando que banhos muito quentes também não são recomendados. “Ressecam a pele. Podem ser ruins para quem tem problemas respiratórios. O certo é a moderação na temperatura.”

Fonte: G1

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É #FAKE foto de banhista usando máscara de proteção contra o coronavírus durante mergulho

Foto: Reprodução

Circula pelas redes sociais uma foto de uma banhista com o corpo mergulhado até os ombros na água e com uma máscara similar às utilizadas nos últimos meses para proteção contra o novo coronavírus. Uma legenda diz: “Quando você achar que é um idiota, olhe essa imagem”. É #FAKE.

A foto da mulher com a máscara na água é uma montagem. A foto original foi manipulada digitalmente para inserir o item de proteção no rosto da modelo.

Uma busca reversa na TinEye mostra que a foto original, feita em 2014, muito antes da pandemia, está em bancos de imagem como Lori e Getty Images.

A jovem está mergulhada no Mar Mediterrâneo. A boca e o nariz estão descobertos, não em uma, mas em várias poses. O crédito aponta para o fotógrafo russo Vladimir Grigorev.

Uma busca reversa da imagem da jovem com máscara na água no Google mostra que a mensagem falsa circula também em outros países e idiomas.

Autoridades de saúde recomendam o uso de máscaras para reduzir a possibilidade de contágio em locais públicos. As máscaras devem estar bem ajustadas para cobrir o nariz e a boca.

Mas obviamente não há a recomendação para uso dentro d’água. Até porque as máscaras devem ser trocadas sempre que estiverem úmidas.

Se utilizada de forma correta, a máscara evita que pessoas doentes projetem o vírus em secreções, e que pessoas saudáveis absorvam o vírus projetado no ar pela boca ou pelo nariz.

Fonte: G1

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Testes para a Covid-19 da Fiocruz Bahia priorizam populações em situação de vulnerabilidade

A Plataforma de Diagnóstico para a Covid-19 da Fiocruz Bahia tem como prioridade pacientes provenientes de cidades com menor acesso a laboratórios de diagnósticos e populações em situação de vulnerabilidade social. Até o momento, a instituição tem recebido amostras de pacientes atendidos em postos de saúde dos municípios de Salvador e Irecê, bem como de populações indígenas e comunidades quilombolas da Bahia. Uma das ações estratégicas da plataforma é realizar testagens semanais dos funcionários e colaboradores da própria instituição que precisam manter atividades presenciais. 

O teste molecular realizado na Plataforma de Diagnóstico, chamado de Transcrição Reversa seguida de Reação em Cadeia da Polimerase (RT-qPCR), identifica o RNA do vírus através do swab nasofaríngeo, sendo uma das técnicas de diagnóstico mais confiáveis. A testagem da Covid-19 é fundamental para a implementação de medidas de vigilância sanitária, bem como para monitoramento e controle da infecção durante a pandemia. Desde que começou a funcionar, em julho, foram realizados mais de 7.600 testes para detecção do novo coronavírus. A estrutura tem capacidade para realizar 200 testes por dia e está liberando os resultados em até 48h. A meta é chegar a 50 mil testes nos próximos 6 meses. 

Em breve, a estrutura receberá um robô de automação, disponibilizado pela Fiocruz. Segundo o pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador da Plataforma, Ricardo Khouri, o uso do robô de automação ampliará a capacidade de testagem da Plataforma. “A automatização dessa parte do processamento da amostra vai possibilitar um trabalho mais eficiente, com mais segurança, menos exposição e de forma mais rápida”, explicou.

O teste RT-qPCR identifica o RNA do vírus através do swab nasofaríngeo.

Atualmente, trabalham presencialmente um grupo de profissionais que realiza o recebimento, o pré-processamento e a extração do material genético viral das amostras, além da preparação e execução das reações de RT-qPCR. Há também uma equipe que trabalha remotamente na análise e liberação dos laudos, após o processamento e obtenção dos resultados das amostras. O trabalho remoto é possível graças a um sistema on-line desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Fiocruz Bahia especialmente para esse projeto. 

As equipes são compostas por alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado que se voluntariaram para participar e foram selecionados de acordo com as habilidades em biologia molecular. A seleção da equipe atraiu um número grande de pessoas que desejavam participar da iniciativa tendo em vista a importância do contexto histórico de enfrentamento das consequências da pandemia para a saúde pública. “Nós tivemos vários voluntários interessados em participar, mas recrutamos aqueles que possuíam experiência prévia nos métodos aplicados para o diagnóstico do coronavírus”, explica Clarissa Gurgel, pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da coordenação da plataforma. 

A implementação da Plataforma de Diagnóstico para Covid-19 na Fiocruz Bahia foi consolidada por meio de cooperação com Distritos Sanitários Especiais Indígenas da Bahia (DSEI/BA), o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/BA), a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (SESAB) e a Prefeitura de Salvador, em consonância com a Coordenação de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz. Os kits para diagnóstico são desenvolvidos pelos institutos de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), no Rio de Janeiro, e de Biologia Molecular do Paraná (IBMP).

Implementação 

O projeto de testagem para Covid-19 surgiu a partir do desejo dos pesquisadores em colaborar com o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, diante da emergência em saúde pública. Há diversas possibilidades de atuação para pesquisadores, como no desenvolvimento de vacinas ou ensaios clínicos para teste de medicamentos. O núcleo da Fiocruz Bahia optou por desenvolver uma plataforma que auxiliasse os órgãos de saúde pública na tomada de decisões sobre o combate à Covid-19. “Essa foi a maneira que encontramos de contribuir com uma ação concreta, produzindo diagnósticos e gerando informação sobre a situação, de modo a retribuir à sociedade o investimento que foi feito na nossa formação como cientistas e cidadãos solidários”, explica Khouri.

Na coordenação de biossegurança do projeto, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Leonardo Paiva, comenta sobre as precauções para garantir a segurança de todos os participantes. Como referência, foram usadas as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC/ EUA), além de trabalhos publicados recentemente, bem como a troca de informações com outros institutos que estavam realizando a testagem. “Nós não possuíamos muito a nosso favor, a não ser o desejo de ajudar as pessoas, ao ver a angústia de muitas delas em estar em um hospital sem conseguir fazer testagem”, afirmou Paiva. 

A equipe é formada por pesquisadores e profissionais da saúde voluntários, que são alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado da Fiocruz Bahia.

Para Clarissa Gurgel, foi a união dos esforços de cada pesquisador e pessoas envolvidas no projeto que o tornou viável, juntando as experiências de cada um. “Todo mundo entendeu essa necessidade e a vocação que a gente tem, aqui na Fiocruz, de ser pesquisador em saúde pública. É isso que nós somos e precisamos atender a essa demanda em saúde pública”, acrescentou a pesquisadora. 

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, integrante do projeto, destacou o modelo de gestão da plataforma e considerou como inovador o desenvolvimento de ferramentas de rastreabilidade de amostras e de documentação de processos e resultados em tempo real, que pode ser visualizado utilizando uma interface fácil e didática. “Em um curto espaço de tempo a equipe responsável pela implementação da plataforma montou uma infraestrutura de alta qualidade, com dedicação de espaço exclusivo, mobilização de equipamentos, insumos e de pessoal, para possibilitar atividades obedecendo elevados padrões de boas práticas de laboratório no contexto da testagem da Covid-19”, declarou.

Pesquisadores integrantes do grupo que implementou a plataforma de diagnóstico tiveram projetos de otimização de diagnóstico para Covid-19 aprovados em edital do Programa Inova Fiocruz. A ideia é que esse diagnóstico otimizado seja disponibilizado para que os serviços de saúde possam ter acesso a exames moleculares sem precisar de uma infraestrutura mais complexa. “Queremos desenvolver um teste que possa ser aplicado no leito do paciente, de forma rápida”, explicou o autor de uma das propostas e pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Solano, que também integra a plataforma.

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Cidacs/Fiocruz Bahia promove webinário sobre medidas de desigualdades. Inscreva-se!

Estão abertas as inscrições para o webinário “Medidas de desigualdades no Brasil: implicações nas políticas sociais e de saúde”, promovido pelo Cidacs/Fiocruz Bahia. O evento, que ocorre no dia 30 de setembro, às 16h, discute as características e formulações das medidas de desigualdades no Brasil. As inscrições podem ser feitas neste link https://bit.ly/medirdesigualdades. Entre os palestrantes estão Gabriel Vettorazzo (PNUD Brasil), Lúcia Maria Paixão (Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte), Marco Costa (IPEA), Maria Paula Ferreira (Fundação Seade) e Ruth Dundas (Universidade de Glasgow). A mediação será feita pela vice-coordenadora do Cidacs/Fiocruz Bahia Maria Yury Ichihara. O evento é parte das ações em torno do Índice Brasileiro de Privação (IBP) – um novo índice criado para mensurar a privação material e analisar as desigualdades em nível municipal e em pequenas áreas. A iniciativa faz parte do projeto Social Policy & Health Inequalities (SPHI), realizado em parceria entre o Cidacs e Universidade de Glasgow. Confira o perfil dos palestrantes Gabriel Vettorazzo (PNUD Brasil): Graduado em administração pela Universidade de Brasília. Com um histórico de mais de 12 anos de experiência em gerenciamento de projetos. Em 2016 passou a integrar a equipe da Unidade de Desenvolvimento Humano do PNUD Brasil para apoiar a elaboração do Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano – Movimento é Vida. Atualmente gerencia projetos de cooperação em Desenvolvimento Humano e Sustentável construindo ferramentas de conhecimento para municípios, por meio de monitoramento e análise de dados. Lúcia Maria Paixão (Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte): Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1979). Doutorado em Saúde Pública pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (2014). Integrou o grupo de pesquisadores do Observatório de Saúde Urbana da UFMG envolvido na Avaliação do Projeto Vida no Trânsito em Belo Horizonte (MG) e Campo Grande (MS) (2011-2015). Atualmente ocupa o cargo de Diretora de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte MG. Marco Costa (IPEA): Economista, Doutor em Planejamento Urbano e Regional (Ippur), com pós-doutorado na Universidade Autônoma de Barcelona, técnico do Ipea, onde responde pela Coordenação de Estudos em Desenvolvimento Urbano. Coordena o INCT em Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial e os projetos Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, e Mapeamento da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras, entre outros. Possui larga experiência na área de Planejamento Urbano e Regional e na avaliação de políticas públicas. Maria Paula Ferreira (Fundação Seade): Gerente de análise social da Fundação Seade, responsável pelas áreas de avaliação e monitoramento de programas públicos, desenvolvimento de metodologias e análise para indicadores e pesquisas sociais. Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, mestre em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública -Universidade de São Paulo e bacharel em estatística pela Universidade Federal de São Carlos. Ruth Dudas (Universidade de Glasgow): Uma das líderes do Health Programme no tema Health Inequalities and Linked Data Analysis in the Measurement and Analysis of Socioeconomic Inequalities. É líder do Cross-Unit Statistical support at the MRC/CSO Social and Public Health Science Unit. Seus principais interesses de pesquisa são as desigualdades na mortalidade e as influências contextuais e sociais na saúde ao longo da vida. Tem interesses metodológicos em melhorar o uso de dados de rotina para analisar desigualdades em saúde, métodos para avaliar intervenções complexas e experimentos naturais e no desenvolvimento e aplicação de métodos de modelagem multinível.
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Novo coronavírus não foi criado em laboratório

No final da semana passada, voltaram a circular nas redes sociais e em sites de credibilidade duvidosa fake news sobre a origem da COVID-19. Segundo o boato, o SARS-CoV-2, vírus causador da doença, teria sido criado intencionalmente em laboratório. A autora da denúncia seria uma virologista da Universidade de Hong Kong, escondida nos EUA por meio de retaliação do governo chinês. As evidências científicas já publicadas até agora, no entanto, apontam em outra direção: o SARS-CoV-2 tem origem natural, tendo evoluído a partir de vírus que circulam em espécies animais, como morcegos e pangolins.

Quando um vírus misterioso surgido em Wuhan começou a infectar humanos, uma das primeiras atitudes da comunidade científica chinesa foi isolar o vírus e descrever seu genoma – isto é, desvendar as informações genéticas contidas no vírus. Essa descrição foi o ponto de partida para o desenvolvimento de outros estudos, como a investigação sobre a origem do SARS-CoV-2.

“A maneira como identificamos e caracterizamos os vírus atualmente é a técnica chamada sequenciamento de ácido nucleico  (DNA ou RNA). Com essa técnica, é como se fizéssemos a ‘impressão digital’ dos vírus”, explica Luciana Costa, professora associada do Departamento de Microbiologia da UFRJ. “Com os dados do sequenciamento, nós comparamos essa ‘impressão digital’ com todas as outras de outros vírus conhecidos e, assim, determinamos o parentesco entre eles. Fazendo isso, nós podemos identificar com mais de 90% de certeza a origem de uma sequência. Podemos dizer, inclusive, se alguns ‘pedaços’ da sequência ou mesmo a sequência inteira foi ‘criada’ pelos seres humanos”.

Foi exatamente isso que fez um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália. Em março, eles publicaram na prestigiosa revista Nature Medicine suas conclusões: “Nossas análises mostram claramente que o SARS-CoV-2 não é algo construído em laboratório nem um vírus propositalmente manipulado”, escreveram os autores (a tradução é nossa). Os pesquisadores relatam, em seu trabalho, que o vírus evoluiu de forma natural e sua transmissão entre humanos se originou a partir de uma única pessoa infectada, conforme explica um press release divulgado por ocasião da publicação do artigo.

Universidade de Hong Kong desmentiu pesquisadora

Em julho, a Universidade de Hong Kong (HKU, na sigla em inglês) publicou nota sobre uma entrevista concedida pela pesquisadora Yan Limeng a uma emissora de TV. Ela vem afirmando à imprensa ter provas da criação do SARS-CoV-2 por meio de manipulação genética em laboratório.

Embora a cientista tenha, de fato, realizado pós-doutorado na instituição, já não está vinculada a ela. “Dra. Yan nunca conduziu nenhuma pesquisa sobre a transmissão entre humanos do novo coronavírus na HKU durante os meses de dezembro de 2019 e janeiro de 2020, como afirmou em entrevista”, diz a universidade. A HKU também declarou que não reage a boatos e que não vai mais comentar este tema.

Fonte: Coronavirus DC

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É FAKE! Testes para COVID-19 não foram comprados em 2017

Foto de Edward Jenner no Pexels
Quando se trata de informações disseminadas na internet, é muito importante constatar a veracidade, pois muitas fake news acabam sendo compartilhadas como se fossem verdadeiras. A COVID-19 não é um assunto que sai ileso disso. Pelo contrário. E tem ventilado pela internet uma publicação apontando que o comércio internacional tem registradas compras de kits de testes para detecção da doença em questão feitas ainda em 2017 — o que não é real.

A mensagem falsa se baseia em registros de uma base de dados chamada World Integrated Trade Solution (WITS) e consta do seguinte: “A maior fraude do século! Governos de todo o mundo já sabiam, em 2018, que a Covid-19 ia ser lançada, e encomendaram milhões de testes com um ano de antecedência”. A teoria da conspiração da vez é que o coronavírus tenha sido criado artificialmente, em laboratório, e que os países já sabiam que a pandemia ia surgir.

Em entrevista à CBN, o Banco Mundial, instituição financeira internacional que concede empréstimos a países em desenvolvimento, disse que teve uma manipulação de registros de compras antigas de reagentes utilizados para testes relacionados com outras doenças, não a COVID-19.

“É importante esclarecer a desinformação recentemente postada nas redes sociais sobre a rotulagem de dados contidos no banco de dados do WITS. Antes do surto de COVID-19, muitos produtos de saúde, que foram rastreados no banco de dados WITS por anos, eram rotulados em termos técnicos. Por exemplo, produtos usados para testes médicos. Quando os kits de testes para a COVID-19 foram desenvolvidos, em janeiro deste ano, eles foram classificados pelos funcionários da alfândega usando essas classificações existentes”, consta o comunicado oficial.

“À luz de interpretações equivocadas que ocorreram nos últimos dias, a rotulagem no site WITS foi atualizada para refletir a realidade: os testes para Covid-19 não existiam antes de 2020”, o comunicado ainda encerra.

COVID-19 e fake news

Essa não foi a primeira vez que a doença que tem assolado a população mundial protagoniza informações errôneas na internet. Em meados de maio, foi feito um estudo publicado pela organização de pesquisa e petições online Avaaz, apontando que cerca de 100 milhões de brasileiros — ou sete em cada dez internautas no país — acreditam em fake news relacionadas à COVID-19. Segundo o estudo, o WhatsApp é o principal vetor de desinformação, com sete a cada dez pessoas recebendo matérias falsas e dados errados sobre a doença, bem como supostos métodos de cura e teorias de conspiração.

Fonte: CanalTech

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É #FAKE mensagem atribuída a Robert F. Kennedy Jr. sobre efeitos irreversíveis causados por vacinas contra Covid-19

Circula nas redes sociais uma carta atribuída a Robert F. Kennedy Jr. com a afirmação de que vacinas contra o novo coronavírus podem gerar seres geneticamente modificados e causarem efeitos irreversíveis. É #FAKE.

A carta diz: “Mensagem de Robert F. Kennedy Jr. Para todos os meus pacientes. Gostaria de chamar sua atenção com urgência para questões importantes relacionadas à próxima vacinação contra Covid-19. Pela primeira vez na história da vacinação, as chamadas vacinas de mRNA de última geração intervêm diretamente no material genético do paciente e, portanto, alteram o material genético individual”.

Embora a mensagem fale em pacientes, ela cita como autor o advogado e ambientalista Robert F. Kennedy Jr. A assessoria da Children’s Health Defense, instituição que dirige, nega que ele tenha escrito o texto. “O senhor Kennedy não é médico nem terapeuta. Definitivamente não é dele [o texto]. Obrigado por entrar em contato conosco sobre isso.”

O sobrinho do ex-presidente americano John F. Kennedy tem, de fato, dado declarações polêmicas sobre vacinas e tem sido criticado publicamente, inclusive, por familiares. Mas a assessoria é enfática sobre o texto viral: “Isso não soa como algo que o sr. Kennedy diria”.

Médicos entrevistados pela CBN para checagem de outra mensagem com teor similar afirmam que as premissas não fazem qualquer sentido à luz da ciência. A sequência genética humana não é afetada pela técnica mencionada, que é nova e vem sendo usada em vacinas em testes pelo mundo, com bons resultados – é o caso do imunizante desenvolvido pelo laboratório norte-americano Moderna e o da multinacional Pfizer formulado com a farmacêutica alemã BioNtech.

O infectologista Leonardo Weissmann explica que o DNA de quem recebe doses de vacinas não tem como ser alterado. Ele esclarece do que trata a técnica do DNA ou RNA recombinante. “Por técnicas de biotecnologia, um pedaço do DNA humano de interesse é conectado ao plasmídeo de uma bactéria, ou seja, a uma molécula do DNA bacteriano, formando o DNA recombinante. Portanto, o que é alterado não é o código genético humano, mas o do micro-organismo.”

O virologista Rômulo Neris, doutorando pela UFRJ, reforça que não é possível que o DNA humano seja reescrito. “O princípio dessa vacina é aplicar DNA ou RNA que contenha instruções para produzir um pedaço da estrutura do vírus – uma parte do esqueleto dele –, incapaz de infectar ou causar doença no indivíduo. Nossas células, então, produzem esses pedaços e em seguida destroem a cópia com as instruções. Essas vacinas não têm a capacidade de modificar ou reescrever nosso DNA. Ele fica protegido no núcleo das células, e essa vacina funciona no citoplasma, fora dele”, esclarece.

Além disso, esse boato já foi checado por agências internacionais. O texto falso foi atribuído também a uma naturopata alemã e foi desmentido pela Africa Check.

A mensagem apresenta ainda uma série de alegações falsas. Diz, por exemplo, que “a doença provocada pelo vírus tem cura”. A Organização Mundial de Saúde afirma que até o momento, não há vacinas ou medicamentos específicos para a Covid-19. Os tratamentos estão sendo investigados e testados por meio de estudos clínicos. O texto também diz: “Não vivemos uma pandemia.” Mas as 900 mil mortes e os 27,5 milhões de casos ao redor do planeta não deixam nenhuma dúvida. A OMS declarou pandemia de coronavírus em março. O texto falso também afirma que “a doença pode ser prevenida com ozonioterapia e dióxido de cloro”. Ambas as alegações já foram desmentidas. Fonte:G1
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É #FAKE que a Covid é um plano internacional de controle e redução da população lançado em 2020

Circula pelas redes sociais um vídeo em que o médico italiano Roberto Petrella, militante antivacina, afirma que a Covid-19 é um plano internacional de controle e redução da população desenvolvido nas últimas décadas e lançado em 2020. Ele diz ainda que Covid significa “Certificado de Identificação de Vacinação com Inteligência Artificial”. O médico sustenta ainda que o que fortalece o coronavírus é o terreno imunológico em que ele se encontra, enfraquecido pelas vacinas anteriores. As afirmações são #FAKE.

O vídeo circula com tradução em várias idiomas e já foi alvo de checagens pelo mundo afora. Em 2019, o médico ginecologista aposentado, de 73 anos, foi suspenso de suas atividades por ser contra a obrigatoriedade da vacina contra o papilomavírus.

Professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador do Instituto de Investigação em Imunologia (iii), o médico Jorge Kalil refuta totalmente as alegações contidas no vídeo.

“Esse vídeo é mais um daqueles da teoria da conspiração, completamente paranoico, achando que está todo mundo armando, que toda a ciência mundial está armando contra a população. Esse indivíduo claramente é um antivacinas. Os trabalhos científicos estão justamente dizendo que as vacinas anteriores protegem as pessoas contra esse vírus. E esse indivíduo, um antivacina, quer dar seu recado paranoico e utiliza a internet. O movimento antivacina é um movimento que cresceu muito no mundo com essa atitude. Neste caso, ele acha que querem controlar toda a população”, diz.

“As pessoas acham que é a vacina maléfica e ficam inventando coisas contra ela quando a vacina é a coisa que mais ajudou a humanidade. A mortalidade infantil caiu dramaticamente graças às vacinas. Aumentou muito a esperança de vida. E tem infelizmente no mundo movimento antivacina que se beneficia muito de um canal aberto, sem censura, que é a internet.”

Vacinas enfraquecem o sistema imunológico?

A afirmação de que as vacinas enfraquecem o sistema imunológico e fortalecem o vírus não é verdadeira, diz Kalil. “É uma completa mentira, uma bobagem”, afirma. “Inclusive um grande cientista americano que estava na origem da descoberta do HIV tem trabalhos e algumas manifestações em que levanta dados que mostram que aparentemente quem recebeu a vacina contra tuberculose quando criança, que é a BCG, se dá bem melhor na resposta contra o vírus. Não tem absolutamente nada disso aí de que a vacina pode piorar a pessoa. É o contrário.”

“Vacinas agem expondo ao nosso organismo partes de um agente infeccioso ou uma versão dele que não é capaz de causar doença. A partir desta exposição, nosso sistema imune é capaz de gerar resposta muito mais rápida e eficiente no caso de uma infecção por este patógeno. O objetivo da vacina é exatamente o oposto do que é apontado por esta fake news”, diz o virologista Rômulo Neris,, doutorando da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Além disto, não existe fenômeno de ‘reativação viral’ associado a vacinas conforme o autor tenta sugerir. O evento recente de um indivíduo infectado duas vezes por Sars-CoV-2 foi um quadro de reinfecção. Ele foi exposto em dois momentos diferentes a vírus que circulavam em regiões diferentes, o que pode ser comprovado por análise em laboratório.”

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, “a vacinação é segura e os efeitos colaterais são geralmente menores e temporários, como dor no braço ou febre baixa”. “Qualquer vacina licenciada é rigorosamente testada em várias fases de testes antes de ser aprovada para uso e regularmente reavaliada assim que é introduzida. Os cientistas também monitoram constantemente as informações de várias fontes em busca de qualquer sinal de que uma vacina possa causar riscos à saúde.”

O que significa Covid-19?

Covid-19 também não significa Certificado de Identificação de Vacinação com Inteligência Artificial. Na verdade, é a abreviação de ‘Coronavirus Disease’. E o 19 é por causa do ano em que o vírus começou a circular.

Segundo a OMS, ‘CO’ significa corona, ‘VI’ significa vírus e ‘D’ significa doença. Anteriormente, esta doença era chamada de ‘2019 novo coronavírus’ ou ‘2019-nCoV’. O vírus da Covid-19 é um novo vírus ligado à mesma família do Sars.

O vírus foi criado?

Também não é verdade que o vírus causador da Covid-19 tenha sido criado artificialmente. “Essa história de que o vírus foi criado também faz parte das teorias da conspiração”, diz Kalil.

“Na verdade, se você for sequenciar um genoma de vírus humanos, de morcegos, de animais, etc, eles têm muitas coisas em comum. E esse vírus tem muitas coisas em comum com outros vírus que já surgiram, como o SARS-CoV-1 ou que causa a MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio). Isso é completamente infundado, trata-se de uma teoria da conspiração. Se fosse tão abrangente, muita gente saberia e já teria denunciado. Não tem como manter uma teoria da conspiração desse tipo sem ninguém saber. Não tem nada a ver. Esse vírus, foi comprovado cientificamente, por sequenciamento, que ele tem muitas semelhanças com outros vírus que são similares. Houve uma mutação nesse vírus para que ele passasse para a espécie humana e isso acontece com frequência. Isso é uma mutação que faz com que o vírus consiga aderir a uma célula humana e penetrar na célula. Ao penetrar na célula, ele se multiplica”, afirma.

De acordo com o infectologista Leonardo Weismann, o novo vírus, o SARS-CoV-2, é uma nova variante do coronavírus, até então não identificada. Tem origem provável em morcegos, e foi transmitida para humanos após mutações, o que se denomina ‘species jumping’ (transmissão entre espécies), diz.

O infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, afirma que não há absolutamente nenhuma possibilidade de o novo coronavírus ter sido criado em laboratório. Ele diz ainda que as recombinações genéticas dos vírus como este são uma característica própria deles e que não há, nem que se queira, tecnologia suficiente para produzir isso.

Fonte: G1

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É #FAKE que OMS pediu desculpas por erro, mudou posicionamento e agora recomenda hidroxicloroquina para tratar a Covid-19

Foto de JESHOOTS.com no Pexels
Circula nas redes sociais que a Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou atrás em seu posicionamento contrário à prescrição de hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19, e que agora a agência pede desculpas por isso. É #FAKE.

A mensagem falsa diz: “OMS pede desculpas pelo erro na controvérsia sobre a hidroxicloroquina”. Procurada pela CBN, a Organização Pan-Americana de Saúde, escritório regional da OMS para as Américas, esclarece que não houve mudanças no entendimento sobre a inadequação destes medicamentos para a Covid-19.

Ou seja, como não há estudos que embasem a prescrição da hidroxicloroquina e da cloroquina para conter o coronavírus, ainda que estes sejam medicamentos com ação para outras doenças, eles não são recomendados.

Diz o site da organização, na seção de perguntas e respostas a respeito da Covid-19, atualizada no último dia 28: “Todo país é soberano para decidir sobre seus protocolos clínicos de uso de medicamentos. Embora a hidroxicloroquina e a cloroquina sejam produtos licenciados para o tratamento de outras doenças – respectivamente, doenças autoimunes e malária –, não há evidência científica até o momento de que esses medicamentos sejam eficazes e seguros no tratamento da Covid-19″.

A agência entende ainda que “as evidências disponíveis sobre benefícios do uso de cloroquina ou hidroxicloroquina são insuficientes”, e que “a maioria das pesquisas até agora sugere que não há benefício”. Relembra também que já foram feitos alertas sobre efeitos colaterais relevantes dos medicamentos.

“Por isso, enquanto não haja evidências científicas de melhor qualidade sobre a eficácia e segurança desses medicamentos”, a recomendação é que “eles sejam usados apenas no contexto de estudos devidamente registrados, aprovados e eticamente aceitáveis”, afirma.

Ao longo da pandemia, a OMS já mudou de conduta sobre o uso da hidroxicloroquina nos pacientes infectados pelo coronavírus. Houve testes no passado, mas eles foram interrompidos em junho, conforme o conhecimento sobre o vírus foi aumentando e os resultados não se revelaram promissores.

A conclusão da agência é: os resultados anunciados até o momento mostram que “a hidroxicloroquina não resulta na redução da mortalidade de pacientes com Covid-19 hospitalizados, quando comparados com o padrão de atendimento”.

Apesar da ausência dessas evidências científicas positivas, o Ministério da Saúde brasileiro adota um protocolo com a hidroxicloroquina e a cloroquina no tratamento precoce da Covid-19 no Sistema Único de Saúde. A indicação é para casos leves, moderados e graves.

Fonte: G1

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É #FAKE que mistura de vinagre de maçã e alho cure a Covid-19

Viralizou um vídeo em que um homem ensina uma receita caseira para a Covid-19 que mistura vinagre de maçã e alho. Ele afirma que o vinagre mata o vírus na garganta e que o alho afina o sangue, prevenindo complicações da doença. É #FAKE.

O vídeo foi gravado por um homem que se diz um pastor e empresário no estado do Pará. Ele argumenta que a Covid-19 não é tão grave quanto parece, e que se as pessoas fizerem uso de sua receita não terão formas graves da doença.

“Aqui na minha casa são 5 pessoas e pegamos. A cura não é tão difícil quanto as pessoas divulgam… Descobrimos um remédio caseiro e simples que mata o coronavírus. O vinagre, quando bater na sua garganta, já vai começar a matar o coronavírus. E o alho afina o sangue, ele circula melhor. Assim você não vai morrer”, ele afirma.

Não é verdade que este ou qualquer outro preparado caseiro seja eficaz contra o coronavírus, seja na prevenção, seja no tratamento uma vez que a infecção está instalada, afirmam especialistas entrevistados pela CBN, que rechaçam todo o conteúdo da mensagem.

O infectologista Ralcyon Teixeira, diretor da divisão médica do hospital Emílio Ribas, em São Paulo, adverte que nem o vinagre nem o alho têm ação antiviral, e, portanto, não podem tratar a Covid-19.

“Nós precisamos tomar cuidado com essas recomendações de receitas caseiras, porque até agora não há nada que seja comprovadamente efetivo no tratamento do coronavírus. Nem vinagre nem alho têm efeito antiviral, nem na prevenção nem para evitar complicações da doença”, afirma Teixeira.

“É necessário seguir as recomendações atuais de prevenção para diminuirmos a transmissão e a circulação viral, e esta é mais uma informação falsa que põe em risco pessoas desesperadas que podem vir a usar de técnicas não comprovadas desavisadamente”, continua. O infectologista alerta que pessoas que sintam sintomas da Covid-19 não devem tentar curas milagrosas em casa, e sim procurar um médico para uma avaliação profissional.

O pneumologista Rodolfo Fred Behrsin, professor do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, esclarece que, depois que a infecção se instala, não há substâncias que possam matar o vírus, muito menos alimentos que consigam conter o processo da doença.

“Infelizmente, esta é mais uma receita caseira que supostamente teria capacidade de destruir o coronavírus, e não tem. Pode enganar muitas pessoas. O vinagre não tem ação contra o Sars-CoV-2. Uma vez que o vírus entra no organismo humano, ele se torna bastante resistente”, explica.

“Não existe medicamento conhecido no mercado mundial com capacidade de destruir este vírus. Por sua vez, o alho não tem uma capacidade de anticoagulação que seja grande o suficiente para impedir a atividade trombótica induzida pela infecção. Não é tão simples. Seria muito bom se uma receita dessas tivesse essa eficácia, mas isso não é verdade”, aponta o médico.

Patricia Canto Ribeiro, pneumologista da Escola Nacional de Saúde Púlica, lembra que uma substância, para ter eficácia e segurança comprovadas, precisa antes passar por testes. Por isso, não convém acreditar em “curas milagrosas” alardeadas na internet.

“Até o momento não houve comprovação de eficácia de qualquer medicamento na prevenção da Covid-19. Medicamentos para o tratamento específico do vírus estão em fase de testes, mas ainda não temos resultados que comprovem a descoberta de medicação que cure a doença”, diz Patricia.

“As medidas de higiene das mãos, o uso de máscaras e o distanciamento social são o que temos de garantia para reduzir a transmissão da doença e o risco de adoecimento. O uso de ‘fórmulas’ para a Covid-19 é arriscado, podem dar às pessoas uma falsa sensação de que ela está se prevenindo, fazendo com que elas relaxem as medidas de prevenção, realmente comprovadas. Ou pior, fazendo com que doentes não procurem atendimento médico precoce. Isso pode levar à morte. Já sabemos que o acompanhamento dos pacientes desde o início dos sintomas é importante para a identificação precoce de sinais de gravidade”, alerta.

A equipe do Fato ou fake já se debruçou sobre outras receitas caseiras, com alho, bebidas, frutas, plantas medicinais e outras substâncias, todas sem qualquer ação atestada contra o Sars-Cov-2. Este tipo de informação falsa circula desde o início da pandemia no país.

Fonte: G1

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É #FAKE que filha de Putin morreu após tomar dose de vacina russa contra Covid-19

Circula nas redes sociais a informação de que a filha do presidente russo, Vladimir Putin, morreu após tomar uma dose da vacina desenvolvida no país. É #FAKE.

A mensagem falsa é acompanha de uma foto. A legenda diz que se trata da filha de Putin sendo imunizada.

Nenhuma das duas filhas do presidente, Katerina e Maria, aparecem na imagem. E nenhumas delas morreu. A Embaixada da Rússia no Brasil diz que “a mensagem referida, com certeza, é fake”.

Além disso, nenhum veículo russo ou qualquer agência internacional noticiou a morte da filha de Putin – porque, obviamente, isso não aconteceu.

Na verdade, quem aparece nas imagens é uma voluntária, chamada Natalia, que participou dos testes com a vacina desenvolvida no país. Não há relatos de mortes durante essa etapa experimental.

A vacina, batizada de ‘Sputnik V’, foi registrada na semana passada pelo governo russo. O Instituto Gamaleya, em Moscou, que a desenvolveu, diz que ela deverá ser testada em 40 mil pessoas na Rússia na fase 3 de ensaios clínicos.

Apesar de Putin ter anunciado que a Rússia é o 1º país a registrar uma vacina contra o novo coronavírus, não foram publicados estudos sobre os testes feitos com ela.

O boato que circula agora se aproveita de uma fala de Putin durante a coletiva. Segundo ele, uma de suas filhas tomou a vacina, teve um pouco de febre e nada mais.

No Brasil, o governo do Paraná assinou um documento de parceria para o desenvolvimento da Sputnik V.

O boato também foi checado por agências internacionais, como Snopes.

Fonte: G1

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É #FAKE que uso de máscara contra o coronavírus tem sido desencorajado pela OMS e por governos de outros países

Circula nas redes sociais que o uso de máscaras contra o coronavírus pela população tem sido desaconselhado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e também por governos de outros países. É #FAKE.

A mensagem falsa diz: “O uso generalizado de máscaras tem sido desencorajado em todo o mundo. Até a OMS diz que, se você está saudável, a máscara é indicada apenas caso esteja cuidando de alguém infectado. Na Europa, usa quem quer, não usa quem não quer. Nos EUA, o CDC não recomenda que pessoas saudáveis usem máscaras. Por meio do Twitter, o US Surgeon General solicitou que as pessoas parem de comprar máscara”.

O texto se baseia propositalmente numa recomendação antiga da OMS, do período ainda inicial da pandemia, que já foi atualizada meses atrás. A orientação atual é a de que, em locais onde há disseminação comunitária da doença, como no Brasil, “os governos devem incentivar o público em geral a usar máscaras onde houver transmissão difusa e o distanciamento físico for difícil, como em transportes públicos, em lojas ou em outros ambientes confinados ou lotados”. Ou seja, o texto refere-se a todas as pessoas, não só às doentes.

Essa orientação difere, de fato, das anteriores, que abarcavam profissionais de saúde que lidam no dia a dia com pacientes com a Covid-19 e também pessoas de grupos de risco, como idosos e indivíduos com doenças pré-existentes, além de cuidadores de idosos. Os posicionamentos anteriores foram revistos, mas a mensagem falsa usa a recomendação como se fosse atual. Cabe lembrar que a revisão de orientações é algo que faz parte da dinâmica de uma doença nova, sobre a qual pouco se sabia no começo do ano, mesmo entre médicos.

Outro ponto: não é verdade que na Europa inteira o uso é facultativo, como afirma a mensagem falsa. Há previsão de multa para quem não utiliza a proteção na Inglaterra, na Alemanha, na Itália, na Bélgica, na Espanha e em outros países do continente.

O cientista de dados e engenheiro Mauricio Feo, que mora na França, perto da fronteira com a Suíça, e vem acompanhando os dados sobre a pandemia, rechaça essa afirmação da mensagem viral. “Inclusive, a norma está cada vez mais rígida quanto às máscaras. É obrigatória no transporte, mercados, e na maioria dos comércios. Só na rua ainda não é obrigatório”, diz Feo.

Também é mentira que o CDC norte-americano, o Centros de Controle e Prevenção de Doenças, uma agência federal, não recomenda máscaras para quem não foi contaminado pelo vírus. Em um comunicado deste mês, “o CDC recomenda que as pessoas usem máscaras em ambientes públicos, e quando estiverem perto de pessoas que não moram em sua casa, especialmente quando outras medidas de distanciamento social são difíceis de manter”. “As máscaras podem ajudar a evitar que pessoas com a Covid-19 espalhem o vírus para outras pessoas.”

De qualquer forma, o infectologista Ralcyon Teixeira, diretor da divisão médica do hospital Emílio Ribas, explica que não se pode comparar a situação brasileira com a de países de Europa, que iniciaram a pandemia antes e conseguiram, de certa forma, controlá-la, com medidas de distanciamento social efetivas.

“O uso de máscara ainda é recomendado como medida auxiliar importante de redução da transmissão do vírus. Os lugares que estão deixando de recomendar as máscaras já estão com os casos controlados. O uso da máscara protege quem não está doente de ter contato com o vírus e diminui a transmissão por quem está contaminado, pois ela reduz a propagação de gotículas. Se ambos (doentes e não doentes) usarem, a combinação diminui a chance de disseminação do vírus”, lembra Teixeira.

A médica sanitarista Ligia Bahia, especialista em saúde pública e professora da UFRJ, reforça que a dinâmica do contágio no Brasil ainda é muito preocupante, e que a máscara é um item de suma relevância a ser levado em conta pela população.

“Nos países onde hoje a transmissão do coronavírus é perto de zero, pode não ser mais necessário usar. Mas aqui no Brasil, temos altos patamares de transmissão, que não cedem, e um número estável e muito elevado de óbitos. Então o uso de máscaras é muito importante”, afirma.

Ela lembra que a recomendação do uso de máscara mudou conforme as pesquisas sobre a dinâmica de transmissão do vírus foram avançando. E pontua que isso é normal neste cenário. “No início da pandemia, havia um desconhecimento sobre a capacidade de o novo coronavírus

permanecer no ar, pelas gotículas que nós expelimos quando falamos, espirramos, tossimos. A experiência anterior sugeria que não ele não ficava suspenso no ar”, rememora Ligia.

“Diante disso, as instituições científicas pensaram que não era necessário que as pessoas usassem, que as máscaras não protegeriam. Mas depois foi demonstrado que o vírus continua no ar, e, portanto, as máscaras se mostraram, sim, barreiras de proteção. Então a OMS e as organizações científicas passaram a recomendar a utilização”, continua.

Um outro dado distorcido da mensagem é o que diz que o cirurgião-geral dos Estados Unidos, Jerome Adams, um porta-voz do governo Donald Trump para questões de saúde, solicitou recentemente que a população parasse de comprar máscaras. Trata-se de uma fala antiga de Adams, de março, quando houve o risco de falta do item no mercado para profissionais de saúde da linha de frente. Por isso, o pedido para que a população em geral não estocasse o produto.

A equipe do Fato ou Fake já desmentiu uma série de informações falsas propagadas nas redes sociais sobre a eficácia das máscaras, e também sobre as recomendações ou não de uso. No começo de julho, viralizou nas redes sociais, inclusive, que a OMS considera desnecessário a utilização se a pessoa estiver saudável. Isso não é verdade. A medida é preconizada. Além disso, desde abril o Ministério da Saúde incentiva a utilização da máscara, sem fazer distinção entre contaminados e saudáveis. De lá para cá, governos de estados e cidades pelo país determinaram a obrigatoriedade do uso do item em locais públicos, fechados ou não, incluindo as ruas, o que vale para todos – com previsão de aplicação de multa.

Fonte: G1

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