Tese investiga a modificação de aminoácidos e do envelope do vírus Zika

Autoria: Jamile Gomes Conceição
Orientação: Ramon dos Santos El-Bachá
Título da tese: Estudo da interação da fenilfluorona com aminoácidos da glicoproteína e do envelope do vírus Zika e seus efeitos em células in vitro
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 30/11/2021
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

Zika é uma doença que se tornou um problema de saúde pública mundial. O vírus pertence a família Flavivírus, e possuem resíduos de arginina, lisina e cisteína que são altamente preservados na glicoproteína E. Catecóis ao se oxidarem geram quinonas e semiquinonas altamente reativas, que são capazes de se ligar a resíduos de arginina, lisina e cisteína de proteínas. Catecóis podem modificar covalentemente a estrutura de aminoácidos da glicoproteína E, alterá-los covalentemente e interferir na infectividade viral. OBJETIVO: Este trabalho investigou a modificação de aminoácidos da glicoproteína e do envelope do vírus Zika através da Fenilfluorona. METODOLOGIA: Foram analisados os locais de ligação da fenilfluorona com resíduos de aminoácidos da glicoproteína E in silico. Foi identificada a concentração não citotóxica da Fenilfluorona em linhagem de glioblastoma U-251 através de testes de viabilidade celular. Comparou-se a infectividade do vírus selvagem (não modificado com Fenilfluorona) com a do vírus modificado em cultura de células Vero pela formação de unidades formadoras de placas (PFU). Investigou-se a resposta imunológica por ELISA através da expressão de citocinas TNF,IL-8 e IL-10. RESULTADOS: Os resultados demonstraram que a fenilfluorona interage com a glicoproteína E do zika vírus. A fenilfluorona não apresenta citotoxicidade para células de glioblastoma U-251 em uma mediana de 49,9 µM. O vírus modificado com a fenilfluorona apresentaram redução da PFU em células Vero. Não houve alteração estatisticamente significativa de interleucinas IL-8, IL-10 e TNF nas células infectadas com o vírus modificado. CONCLUSÃO: Entende-se que a fenilfluorona interage com a glicoproteína E do vírus da Zika. Concentrações não tóxicas de Fenilfluorona não interferem na viabilidade de linhagens de células de glioblastomas U-251. Os vírus modificados com fenilfluorona tem sua infectividade reduzida em células Vero. Não há mudança na expressão de interleucinas. O vírus modificado não altera o perfil de expressão de das interleucinas IL-8 IL-8, IL-10 e TNF em glioblastomas.

Palavras-chave: células de glioblastoma, Zika vírus, Fenilfluorona.

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Tese avalia prevalência de doença reumática e sarcopenia na população do ELSABrasil

Autoria: Lélia Renata Carneiro Vasconcelos
Orientação: Maria da Conceição Chagas de Almeida
Título da tese: “SARCOPENIA E OCORRÊNCIA DE DOENÇAS REUMÁTICAS ENTRE OS PARTICIPANTES DO ELSA-Brasil”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 30/11/2021
Horário: 14h30
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: A sarcopenia é caracterizada pela redução de massa e força muscular esquelética de forma progressiva. Está associada a eventos negativos de saúde e nos casos mais graves pode levar a limitações e síndrome da fragilidade. Existe associação entre sarcopenia e doenças crônicas, entre elas, as doenças reumáticas. As doenças reumáticas (DR) compreendem uma gama de patologias com diferentes manifestações clínicas, entre as quais, a dor, desgaste em estruturas do aparelho locomotor, limitações funcionais, que levam a redução da qualidade de vida, da produtividade e a elevados custos de assistência à saúde. Tanto a sarcopenia quanto as DR, têm em comum o caráter inflamatório, as repercussões negativas ao estado de saúde e são consideradas um problema de saúde pública. O conhecimento sobre a frequência e fatores associados a sarcopenia poderão constituir-se como insumos importantes para triagem e identificação precoce desta patologia entre pacientes reumáticos. OBJETIVO: Nesse sentido, o propósito do presente estudo é estimar a prevalência de DR e sarcopenia e analisar a associação entre a presença de doenças reumáticas e a ocorrência de sarcopenia na população do ELSABrasil. METODOLOGIA: Tratar-se de um estudo transversal que utiliza dados oriundos do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), uma coorte prospectiva, que conta com uma população de 15.105 participantes, homens e mulheres funcionários de seis Instituições de diferentes regiões do país, com idade entre 34 e 75 anos. Os dados fazem parte da linha de base realizada 2008 a 2010 e da etapa ocorrida entre 2012 a 2013. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista utilizando questionário estruturado, além da realização de exames complementares para acompanhamento do estado de saúde, entre eles a força de preensão palmar e bioimpedância. A prevalência de sarcopenia foi calculada usando dois critérios de diagnóstico. O primeiro critério com base na perda de massa muscular (sarcopenia grau I); e o segundo critério com base na redução da força e da massa muscular (sarcopenia grau II). Na análise dos dados foram utilizados procedimentos da estatística descritiva, medidas de associação para variáveis categóricas. Foi realizada análise de regressão logística bruta e ajustada para verificar possíveis fatores intervenientes. RESULTADOS: Para esse estudo foram selecionados 7.708 indivíduos, sendo a maioria mulheres (n=3864), com média de idade 51,85 ± 9,0 anos, brancos (as), que vivem com companheiro(a), tem nível superior de escolaridade, estavam no maior tercil de renda, e exerciam trabalho não manual e não rotineiro. A prevalência de doenças reumáticas foi de 33,7%. Foram consideradas todas as doenças reumáticas relatadas. A prevalência de sarcopenia variou de 1,2% a 16,7% de acordo o critério de classificação utilizado. As variáveis idade e presença de comorbidades mantiveram associação positiva estatisticamente significante tanto para sarcopenia quanto para DR para ambos os sexos. Foi verificada associação positiva estatisticamente significante entre doenças reumáticas e sarcopenia grau II entre as mulheres. CONCLUSÃO: Os achados deste estudo sugerem que na presença de DR, o comprometimento da massa muscular e força muscular possa ser mais significativo para pessoas do sexo feminino. Descritores: Sarcopenia, Doenças Reumáticas, Epidemiologia, Saúde.

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Fiocruz Bahia celebra Dia Nacional de Combate à Tuberculose (17/11)

Nesta quarta-feira, 17/11, é celebrado o Dia Nacional do Combate à Tuberculose. Apesar de ser curável, a doença é responsável pela quarta maior taxa de mortes por infecção no Brasil, são 70 mil casos em média por ano, segundo dados do Ministério da Saúde. A data surgiu com o propósito de alertar os brasileiros para a prevenção e a importância do tratamento da doença, que é eficaz e em uma ou duas semanas já diminui a capacidade do paciente de infectar as pessoas de seu convívio, embora os cuidados devam ser seguidos mesmo após o fim dos sintomas.

Os sintomas mais comuns são tosse por mais de três semanas (às vezes, com sangue), dor ao respirar ou tossir, perda de peso, febre, fadiga e dores pelo corpo, especialmente no peito. Muitos indivíduos não apresentam qualquer tipo de sintoma inicial após a infecção, desenvolvendo a doença pulmonar anos após o contato com a bactéria. Aplicada logo nos primeiros dias de vida, a vacina BCG é altamente eficaz na proteção contra o desenvolvimento de doenças como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar nos primeiros anos de vida, porém em adultos essa proteção é insuficiente para controlar a transmissão.

A tuberculose pode ser detectada através de exames, como a radiografia de tórax, disponível gratuitamente pelo SUS, assim como todo o tratamento. Na Bahia, o quinto estado com maior número de casos, a taxa de abandono do tratamento pelos pacientes chega a 8,1%. O risco de a doença se agravar novamente é muito grande e a bactéria pode ficar resistente aos medicamentos. 

Pesquisadores da Fiocruz Bahia atuam em estudos sobre a doença, o desenvolvimento de práticas para melhor diagnóstico e tratamento dos pacientes e vacina. Uma das pesquisas mapeou a interação entre tuberculose e diabetes, analisando como a origem do aumento do risco de adquirir tuberculose ativa em pessoas com diabetes é multifatorial.

Confira o vídeo da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, vice-líder do Grupo de Pesquisa Clínica Fiocruz em Tuberculose, sobre a importância da data:

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SciNEXT abordou oportunidades de carreira científica nacional e internacional

Nos dias 5 e 6 de novembro, ocorreu o SciNEXT: Nova geração de cientistas, realizado em parceria entre a Fiocruz Bahia e o Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício, com o objetivo de discutir sobre oportunidades de carreira científica nacional e internacional. Esta primeira versão teve como público alvo toda a comunidade acadêmica da Fiocruz Bahia. Confira a playlist das palestras.

Foram 105 inscritos, com alunos e alunas do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), incluindo os ICs Junior (PROVOC), os discentes do Programa de formação técnica em ciência, tecnologia e inovação em saúde (PROFORTEC-SAÚDE), bem como discentes de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT), da Universidade Federal da Bahia em ampla associação com a Fiocruz Bahia, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) da Fiocruz Bahia, bem como do curso de Pós-graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT).

No primeiro dia do evento, as boas-vindas aos participantes foram dadas por Valéria Borges, coordenadora de Ensino da Fiocruz Bahia e do PGPAT, e Cynthia Michels, uma das líderes do Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício. A palestra de abertura foi proferida por Patrícia Veras, ex-vice-diretora de Ensino e Comunicação da Fiocruz Bahia, com o tema: Atração de jovens para o futuro da Ciência, tendo como moderadora Juliana Menezes Fullam, coordenadora do PROIIC. Logo após, foi apresentado o Programa Meninas Baianas na Ciência: conectando passado, presente e futuro e suas perspectivas, pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Karine Damasceno, que compõe a comissão do programa juntamente com as pesquisadoras Natália Tavares e Isadora Siqueira.

Em seguida, aconteceu a mesa-redonda ‘Trajetórias de carreiras de mulheres cientistas da Fiocruz Bahia’, com Camila Indiani, ex-vice-diretora de Pesquisa da Fiocruz Bahia; Cecilia Favali, egressa do PGPAT e atual docente da Universidade de Brasília, e Deborah Fraga, egressa do PGBSMI e atual coordenadora do mesmo Programa.

No dia 6 de novembro, a mesa-redonda ‘Desafios e facilidades de trabalhar com ciência no exterior’ foi moderada pela cientista Raquel Santana e teve a participação das pesquisadoras do Comitê Ciência do Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício,  Eliza Alves-Ferreira, Liliana Massis, Luciana Frazão  e Nárjara Grossmann falando de suas trajetórias acadêmicas e profissionais no exterior.

O evento também contou com Márcia Fournier, co-fundadora e presidente da ONG Dimensions Sciences, e Lucas Cunha, analista do BRASA – Associação de estudantes brasileiros no exterior, tendo como moderadora Cynthia Michels, na última mesa intitulada ‘Quer estudar ou trabalhar com ciência no exterior?’. Os palestrantes compartilharam sobre suas experiências profissionais, sobre a missão das instituições que representam e responderam perguntas dos discentes sobre como aplicar para oportunidades internacionais. O evento foi encerrado com a fala da Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.

Cynthia Michels pontuou que foi uma parceria frutífera entre a Fiocruz Bahia e o Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício, que conta com cientistas que atuam no governo, no setor privado e na academia nos Estados Unidos, sem nunca perderem o foco em contribuir para a valorização e o fortalecimento da ciência no Brasil. Segundo Valéria Borges, o SciNEXT: Nova geração de cientistas foi um evento marcante da Equipe de Ensino, coordenada por Cláudia Ida Brodskyn, atual Vice-Diretora de Ensino. 

“Nosso corpo discente em diferentes estágios de formação desde a Iniciação Científica à Pós-graduandos, acompanharam todas as atividades da  programação com curiosidade e entusiasmo e fizeram uma avaliação positiva”, disse. “O SciNEXT foi um evento diferente de tudo o que eu já vi na Fiocruz Bahia. Considero um espaço de acolhimento, empoderamento e formação de novos líderes em um tempo muito oportuno”, declarou Igor Muller, egresso de mestrado do PGBSMI.

Já a IC Ana Caroline Santos declarou que se eu tivesse que escolher uma palavra para definir o SciNEXT 2021, escolheria inspiração. “De fato, o evento foi marcado pela exposição de trajetórias marcantes de grandes mulheres cientistas, que mostraram como vale a pena persistir no sonho de tornar-se cientista, mesmo em meio aos desafios que se enfrentam no caminho”. Veja mais depoimentos dos discentes neste link.

Sobre Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício

O Grupo Mulheres do Brasil, presidido por Luiza Helena Trajano, foi fundado em 2013 por 40 mulheres de diferentes segmentos com o intuito de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país. São mais de 98 mil mulheres no Brasil e no exterior, atuando de forma voluntária em causas alinhadas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, em mais de 150 Núcleos. O Núcleo Vale do Silício, organizador do SCINEXT junto com a Fiocruz Bahia, é liderado por Monica Kangussu-Marcolino, Aline Fontes e Cynthia Michels, e tem como objetivo construir uma ponte entre o Brasil e o Vale do Silício em prol do desenvolvimento do País.

O Núcleo Vale do Silício é composto por diferentes comitês temáticos, entre eles o Comitê Ciência, que tem como missão contribuir para a valorização da ciência no Brasil através principalmente de ações que fortaleçam a presença das  mulheres na ciência. O comitê é liderado por Eliza Alves-Ferreira, Liliana Massis e Nárjara Grossmann, e é composto pelas também cientistas Raquel Santana e Luciana Frazão.

Saiba mais no link: https://www.grupomulheresdobrasil.org.br/

Sobre as instituições parceiras:

Dimensions Sciences

A Dimensions Sciences, presidida por Márcia Fournier, visa promover a inclusão na ciência de grupos étnicos, culturais, raciais, religiosos, e minorias de gênero, além de fornecer oportunidades que promovam a diversidade e o crescimento profissional. Em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício, fundaram e coordenam  o prêmio ScientistA, uma iniciativa com os principais objetivos de homenagear cientistas brasileiras trabalhando nos EUA e conectar os pesquisadores brasileiros nos Estados Unidos. 

Saiba mais sobre o Dimensions Science e da premiação do ScientistA nos links: https://dimensionssciences.org/ e https://www.grupomulheresdobrasil.org.br/premio-scientista-conheca-a-historia-do-projeto/

BRASA

A associação de estudantes brasileiros no exterior, BRASA, oferece benefícios como ajuda financeira, mentoria e atividades de desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional para estudantes de baixa renda que estudam ou irão estudar em uma universidade no exterior. Fundado em 2018, o programa já conta com três gerações de bolsistas. A organização tem como missão, fomentar a igualdade de oportunidades para que talentos brasileiros realizem o sonho de estudar no exterior.

Saiba mais no link: https://www.bolsas.gobrasa.org/

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Depoimentos SCINEXT

Depoimentos SCINEXT

O que o evento SciNEXT contribuiu para sua formação acadêmica?

“Além de todas as oportunidades maravilhosas para os pesquisadores, eu notei no SciNEXT que todos nós passamos por momentos em que duvidamos de nossas capacidades, mas que apesar disso devemos nos sentimos capazes de lutar por nossos sonhos.”

Pedro Olivaldo Santos Júnior, Iniciação Científica

 

 

 

“Amei o evento! Concordo que foi emocionante e humano ver as pesquisadoras contando suas trajetórias e histórias de como não foi fácil chegar onde elas estão hoje, um aprendizado bastante importante para quem nem começou ainda! Eu me vi nelas, pois muitas vezes julgamos que deve ter sido fácil, mas sei que não vai ser. Esse evento me deu um gás a mais!”

Laiane Almeida Santos, PROVOC

 

 

 

“Acho que se eu tivesse que escolher uma palavra para definir o SciNEXT 2021, eu escolheria inspiração. De fato, o evento foi marcado pela exposição de trajetórias marcantes de grandes mulheres cientistas, que mostraram como vale a penar persistir no sonho de tornar-se cientista, mesmo em meio aos desafios que enfrentam no caminho. Ademais, a exposição de projetos como o “Meninas baianas na ciência” mostrou como é possível e importante aproximar a ciência da população, especialmente de adolescentes em formação e, ainda, a apresentação de empresas que fomentam a vivência de experiências no exterior foi também outro grande marco do evento, que serviu como um potente estímulo para prosseguir no sonho da pesquisa científica”.

Ana Carolina Santos, Iniciação Científica

 

“Foi incrível 🤩

Fiquei muito feliz com a oportunidade! Parabéns pela ideia e pela organização! Foi um evento muito inovador e necessário!”

Lorena Cunha Martins, Apoio técnico

 

 

 

 

“Minha experiência no evento SciNEXT foi única e inesquecível que com certeza vou levar para toda minha vida acadêmica e profissional, através da palestras e mesas redondas ministradas fiquei ainda mais motivada a seguir a carreira acadêmica e científica, cada vivência e experiência passada pelas palestrantes foi de grande aprendizado e incentivo principalmente em relação a especialização no exterior que sempre foi um sonho, e através do evento pude me sentir mais próxima dessa realidade e entender que é possível chegar lá! Agradeço a todos os envolvidos por essa experiência tão enriquecedora! Espero que tenhamos mais nos próximos anos! “

Mariellen Santos de Jesus Souza, Iniciação Científica, graduanda em Farmácia

 

 

“O SCINEXT foi um evento diferente de tudo o que eu já vi na Fiocruz Bahia. Considero um espaço de acolhimento, empoderamento e formação de novos líderes em um tempo muito oportuno. Fomos acolhidos ao conhecer as trajetórias de pesquisadoras de destaque em nossa instituição e notar os percalços que também vivenciamos sendo por elas superados. Fomos empoderados ao entender que é possível vencer os nossos desafios, em nossas realidades, e continuar fazendo ciência, afinal, os tempos ruins passam, mas a ciência permanece. E finalmente, foram nos apresentados caminhos, alternativas e ferramentas para a construção de uma carreira sólida e bem sucedida, seja ela no contexto nacional ou internacional. Particularmente, considero esse último momento o mais valioso de todos, pois confere ao aluno independência na tomada de decisões e expande o seu leque de possibilidades. Muito obrigado Fiocruz Bahia, Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício e ao BRASA!”

Igor Muller, egresso de mestrado do PGBSMI

 

“O evento contribuiu de forma importante para a minha formação acadêmica. Através do depoimento das cientistas brasileiras ficou claro a importância de se dedicar aos estudos durante a pós-graduação, assim como perseverar para alcançar os objetivos na carreira. Além disso, percebi que estudar ou trabalhar no exterior é um sonho possível. E mais importante, estudando no exterior, podemos voltar para nosso país para retribuir o conhecimento adquirido.”

Márcio Almeida, discente de doutorado do PGPAT

 

 

 

“Participar da primeira edição do Scinext me promoveu um novo incentivo para buscar novas experiências científicas internacionais! Foi gratificante conhecer a história de grandes pesquisadoras que já estiveram exatamente no mesmo lugar em que estou agora.”

Yasmin Santos Freitas Macedo, discente de mestrado do PGBSMI

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Papo Acadêmico discute cuidado emocional com a Comunicação Não Violenta

O Papo Acadêmico, realizado no dia 29 de setembro, através da plataforma virtual Zoom, abordou o tema ‘Cuidado Emocional com a Comunicação Não Violenta (CNV)’, apresentado pela bióloga Thayna Meirelles. A convidada, que é mestre pelo Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), da Fiocruz Bahia, e doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), falou sobre o papel da CNV, destacando a proposta de mudanças na forma de nos relacionarmos com o outro e compartilharmos poder.

O evento, que contou com a presença de professores, alunos e demais colaboradores dos programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia, foi mediado pela coordenadora de Ensino Valéria Borges, que falou sobre a importância da iniciativa. “O Papo Acadêmico foi criado em 2019 com a proposta de ser, de fato, um lugar de acolhimento e troca com o nosso corpo discente, a coordenação dos programas e toda a equipe de ensino da Fiocruz Bahia. E hoje nós temos o prazer de receber uma egressa de mestrado que irá compartilhar sobre sua trajetória e atual área de atuação”, afirmou.

Em sua apresentação, Thayna Meirelles falou sobre a sua formação acadêmica, sua passagem pela Fiocruz Bahia e como essas experiências ajudaram a construir o seu caminho para a CNV, tema ao qual se dedica há 5 anos. Segundo a palestrante, a chamada comunicação trágica – pautada nas posturas que criticam, rotulam e ordenam – estão enraizadas na sociedade e são ensinadas desde o núcleo familiar, ganhando força em ambientes como a escola e o mercado de trabalho. “Infelizmente, a gente não aprende a liderar, a gente aprende a comandar”, explicou.

A palestrante falou ainda sobre a necessidade de sair da política de julgamentos em que há uma dicotomia entre certo e errado e mudar o foco para aquilo que é importante para o cuidado com os seres humanos, fundamentado em sentimentos como o pertencimento, saúde, colaboração, paz e confiança. “Na comunicação não violenta, a gente dá nome às nossas necessidades, a gente traz a comunicação também, mas a gente acredita que elas representam a própria força vital”, disse.

Meirelles também falou sobre a relação entre problemas de saúde mental, como a depressão, o ambiente de trabalho e as diversas formas de nos relacionarmos com o mundo e com as pessoas. “O nosso convite, o convite da comunicação não violenta, efetivamente, é tirar o foco sobre o que a gente pensa sobre nós e os outros e colocar o foco no que sentimos, para encontrar as nossas necessidades e fazer escolhas melhores na vida”, concluiu.

Em seguida, a  vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn, agradeceu à palestrante pela participação e falou sobre a complexidade de praticar a comunicação não violenta em diversos ambientes, ressaltando os desafios de aprender a lidar com as emoções. “É importante essa fala, principalmente para os alunos. Esse é um momento muito difícil para quem escolhe a vida acadêmica no Brasil. Especialmente nesse momento que é muito particular. A gente tem que ter a coragem de encarar este tema e saber o que é melhor”, pontuou. Por fim, foi aberto o espaço para contribuições por parte dos ouvintes que puderam compartilhar as suas experiências com os presentes.

Confira a palestra completa aqui

Sobre a palestrante

Thayna Meirelles é formadora em Comunicação não violenta e fundadora da Konekti que oferta cursos e treinamentos de CNV. Sua trajetória trabalhando com empatia e com a Abordagem Centrada na Pessoa iniciou em 2011, quando se tornou voluntária do Centro de Valorização da Vida. Iniciou seus estudos em CNV com cursos no Brasil e desde 2018, conta com diversas experiências internacionais, incluindo três imersões pelo Centro Internacional em CNV, treinamento em CNV voltada à Educação e formação em mediação usando a CNV. Atualmente encontra-se em processo de certificação como treinadora internacional pelo The Center for Nonviolent Communication.

Informações Konekti:

Site: www.cnvkonekti.com

Instagram: @cnvkonekti

 

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Fiocruz Bahia celebra o Dia Mundial de Combate ao Vírus HTLV

Nesta quarta-feira, 10 de novembro, celebra-se o Dia Mundial de Combate ao Vírus HTLV. A data foi instituída pela Associação Internacional de Retrovirologia (IRVA – International Retrovirology Association), com o objetivo de informar e mobilizar a sociedade e o poder público para sobre a infecção, as doenças a ela associadas, seu impacto na saúde pública e os meios de contê-la. 

O HTLV é um retrovírus pouco conhecido, pertencente à mesma família do HIV, que infecta um dos tipos de células humanas de defesa. As principais formas de transmissão são por meio da relação sexual, aleitamento materno e agulhas de seringas contaminadas. Diferentemente do HIV, que destrói o sistema imunológico, o HTLV provoca alterações sistêmicas que prejudicam a qualidade de vida e causa doenças como leucemia, incontinência urinária, disfunção erétil e problemas neurológicos. Ainda não há cura. 

A Bahia é um estado endêmico da doença. Uma pesquisa realizada pela Fiocruz Bahia, coordenada pela pesquisadora Fernanda Grassi, em 2019, apontou a disseminação e o aumento do vírus no território. 

O HTLV foi inserido na Bahia como uma doença de notificação compulsória, em janeiro de 2011. No período de 2012 a 2020, o estado apresentou o total de 3.722 casos notificados, de acordo com o último Boletim Epidemiológico, da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (SESAB). A ocorrência da infecção predomina entre as mulheres, com 86,6% dos casos em 2020. Do total, 28,9% são gestantes. 

As faixas etárias mais atingidas são 20 a 39 anos e 40 a 59 anos e a maioria dos casos notificados é entre pardos e pretos, com cerca de 62%. Mesmo com a pandemia Covid-19, o número de pessoas notificadas como portadoras da doença em 2020 (308) é superior ao primeiro ano de registro de casos no estado (189). 

A Portaria N° 460/2020, que publicou a Linha de Cuidado aos Portadores de HTLV na Bahia, foi um marco e uma conquista de anos de mobilização de pessoas que vivem com o HTLV. A política pública, inédita no Brasil, estabelece fluxos assistenciais, ações e serviços de saúde para atender às necessidades de saúde da população portadora do vírus. O protagonismo do pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão, junto a organizações da sociedade civil, também foi reconhecidamente importante nesse avanço

Confira o vídeo da pesquisadora Fernanda Grassi sobre a importância da data e da conscientização sobre a doença e de suas formas de transmissão:

 

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Tese avalia participação de cílio primário em carcinoma escamocelular oral

Autoria: Renata Oliveira de Souza
Orientação: Clarissa Araújo Gurgel Rocha
Título da tese: O Cílio primário em carcinoma escamocelular oral: participação na regulação da sinalização hedgehog e proliferação celular
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 29/11/2021
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: O carcinoma escamocelular oral (CECO) é o subtipo tumoral que mais acomete os tecidos bucais. A via Hedgehog (HH) é uma importante cascata no desenvolvimento embrionário, que também está associada ao desenvolvimento tumoral, inclusive do CECO. A via HH ocorre, de maneira canônica, no Cílio primário (CP), estrutura que funciona como um sensor, responsável por abrigar diversas vias de sinalização. Uma alteração da função do CP pode culminar em diversos problemas, inclusive neoplasias. HIPÓTESE: Há perda do CP em CECO, o que favorece a manutenção da proliferação celular e desregulação da via HH. OBJETIVO: Estudar o processo de ciliogênese e a presença do cílio primário em tecidos e linhagens celulares de CECO, bem como a relação entre CP, moléculas HH e proliferação celular deste tipo tumoral. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizadas linhagens celulares tumorais (CT), não metastática (CAL27) e metastática (HSC3), linhagem celular não tumoral (HGK, controle) e 22 amostras de tumores humanos (TH). As linhagens tumorais foram cultivadas em meio DMEM completo suplementados com 10% de Soro Bovino Fetal, 1% de antibióticos e 8% de hidrocortisona; a linhagem HGK foi cultivada em meio Keratinocyte SFM. As células foram analisadas nos tempos 0h e, para CT, também nos tempos 6, 12, 24 e 48h em privação de soro (sincronização em G0). qPCR foi realizado no tempo 0h (CT e HGK) e nos tempos 6, 12 e 24h (CT), como também para as amostras de TH para análise da expressão gênica da via HH (PTCH1, SMO, GLI1 e SHH), CP (KIF3A, IFT88, AURKA e BORA) e proliferação (Ciclina D1). Para caracterização das proteínas do CP (α-Tubulina acetilada), via HH (SMO e GLI1) e proliferação (Ki-67 e profilina), foram realizados os ensaios de Western Blot (WB) e Imunofluorescência (IF) nas CT (tempos 0, 24 e 48h) e HGK (tempo 0h), assim como Imuno-histoquímica nos TH. A análise estatística foi realizada utilizando o teste ANOVA (p<0,05). RESULTADOS: Genes de montagem e desmontagem apresentaram níveis de expressão abaixo ou similar nas CT quando comparadas à HGK; Não houve diferença estatisticamente significante entre componentes de montagem e desmontagem do CP, proliferação celular e moléculas HH. SHH não foi encontrado nas linhagens estudadas. CP, ativação da via HH (GLI1 nuclear), SMO nuclear e citoplasmático, e proliferação celular (Ki-67 nuclear) foi encontrado nas CT. CONCLUSÕES: O CP está presente em células metastáticas e não-metastáticas de CECO, bem como em tumores humanos. Nestas células e tumores, GLI1 e SMO nucleares foram descritos independente da presença do CP, mas também em células que exibem esta organela. Em conjunto, esses resultados indicam que há ativação da via HH, canônica e não-canônica, em CECO. Ainda, a proliferação celular ocorreu de forma independente do CP nas linhagens celulares.

Palavras-chave: Neoplasias bucais, Proteínas hedgehog, Cílio primário.

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Palestra “Ciência e cultura no cotidiano escolar” acontece dia 12/11

O último encontro do projeto Sons e Imagens da Bahia vai receber Moselene Reis (CE Cosme de Farias), Shirley Costa (SEC-BA) e Érika Nascimento (CE Antônio Carlos Magalhães), para falarem sobre o tema: “Ciência e cultura no cotidiano escolar”. O evento será totalmente online, no dia 12/11 (sexta-feira), das 15h às 17h, no canal da Fiocruz Bahia, no Youtube. Todas as pessoas que participarem terão direito ao certificado. Para isso, é necessário realizar inscrição através deste link e estar presente na palestra.

Esta é uma ação do projeto Sons e Imagens da Bahia através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com gestão cultural da SPCOC, em parceria com a Fiocruz Bahia, apoio da Secretaria de Educação e Governo do Estado da Bahia, assim como produção da Giro Planejamento Cultural. O projeto Sons e Imagens da Bahia conta com o patrocínio da Bayer e realização da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

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Quarto seminário preparatório do IX Congresso Interno da Fiocruz aborda os desafios da ciência e da inovação

A emergência de novos temas estratégicos nas ciências biomédicas, humanas e sociais; o impacto da ciência e da inovação na sociedade; e a transversalidade como uma nova forma de produção do conhecimento científico, com vistas a uma visão menos fragmentada da realidade serão alguns dos pontos abordados no seminário Desafios da Ciência e da Inovação e a Fiocruz do Futuro, que terá como conferencistas a vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), professora Helena Nader, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), e o presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), professor, André Botelho, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/UFRJ).

O seminário, que será realizado em 10/11/2021, das 14h às 17h, é o último de uma série de quatro eventos preparatórios do IX Congresso Interno da Fundação Oswaldo Cruz – instância máxima de representação, que definirá as grandes teses e diretrizes para os próximos quatro anos da instituição. A transmissão do seminário será pelo canal da VideoSaúde no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=1Ys_cNhXVHk) e qualquer pessoa pode se conectar e acompanhar.

A dinâmica do seminário prevê a conferência de um convidado externo à instituição, que apresenta o contexto global e nacional relacionado ao tema, seguida de comentários de dois debatedores da Fiocruz, que aproximam as reflexões da conferência aos desafios da instituição no futuro. Há, ainda, espaço para perguntas da audiência, de modo a ampliar o espectro de contribuições ao processo de formulação das grandes teses e diretrizes para os próximos quatro anos da Fiocruz.

Participarão como debatedores à exposição de Helena Nader e André Botelho o pesquisador titular do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/FIOCRUZ-Bahia), Manoel Barral, e a pesquisadora titular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Patricia Bozza. A mediação será do coordenador do CEE, Carlos Gadelha.

Os três seminários anteriores tiveram como tema o mundo do trabalho, os desafios da área da saúde e os impactos das mudanças climáticas. A organização é do Centro de Estudos Estratégicos Antonio Ivo de Carvalho (CEE-Fiocruz).

“Os seminários e o rico debate com a comunidade da Fiocruz mostram que é possível uma mudança de paradigma no qual os direitos sociais e o cuidado com o planeta em que vivemos são as novas energias para mobilizar nossas ações e um novo projeto nacional e institucional de desenvolvimento” ressalta Carlos Gadelha”, à frente da organização dos seminários preparatórios e da produção de sumários sobre os pontos fundamentais de cada uma das discussões. Os sumários servirão de suporte para o documento de referência do IX Congresso Interno, cuja plenária se realizará nos dias 8, 9 e 10 de dezembro de 2021.

Sobre Helena Nader

Professora titular da Unifesp, bolsista de produtividade do CNPq (nível 1A), membro titular da Academia de Ciências de São Paulo (1989), da Academia Brasileira de Ciências (1999), da World Academy of Science (TWAS) for the Advancement of Science in Developing Countries (2013) e da ACAL (Academia de Ciencias de América Latina, 2018). Desde 2011, é vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e, desde 2019, é co-Presidente da InterAmerican Network of Academies of Sciences (IANAS). É membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na qual foi 

vice-presidente (2007-2011) e presidente (2011-2017) e, desde 2017, é presidente de honra. Professora visitante da Loyola Medical School (Chicago, USA), W. Alton Jones Cell Science Center (NY, USA), Istituto Scientifico G. Ronzoni (Milão, Itália) e Opocrin Research Laboratories (Modena, Itália).

Sobre André Botelho

Professor Associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisador do CNPq e da FAPERJ, e presidente da ANPOCS. Foi professor visitante na Princeton University (2013), onde é atualmente Affiliated Scholar junto ao Brazil Lab. Foi editor de Sociologia & Antropologia (2011-19); membro da Comissão Editorial da Revista Brasileira de Ciências Sociais (2015-16); membro do Conselho Científico (2017-18) da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs); diretor da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) em dois mandatos consecutivos (2011-14); e membro do Conselho Regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) de 2010 a 2015. Coordenou o Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA/UFRJ) de 2015 a 2016 e foi diretor de graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, de 2008 a 2009. Participou de PROCAD-CAPES com diferentes instituições na Amazônia entre outros projetos de cooperação científica. Atualmente participa, também, de iniciativas de comunicação pública da ciência na Universidade das Quebradas (UQ) do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC/UFRJ), no Blog da BVPS (https://blogbvps.wordpress.com).

Sobre Manoel Barral

Médico, doutor em Patologia Humana, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico. Pesquisador titular da Fiocruz-Bahia na área de imunoregulação de doenças parasitárias. Foi Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Diretor da Faculdade de Medicina da mesma universidade. É membro do Comitê Gestor do Fundo Setorial de Saúde (MCTI) e do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT). Foi Diretor do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz-Bahia) de 2013 a 2017 e Vice-Presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz entre 2017 e 2018.

Sobre Patricia Bozza

Médica, doutora em Ciências pelo Programa de Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz. Pós-doutorado no Beth Israel Hospital, da Harvard Medical School. Pesquisadora titular do Instituto Oswaldo Cruz, pesquisadora 1 A do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciências. Foi International Scholar do Howard Hughes Medical Institute e coordenou o comitê Brasileiro do Programa Pew em ciências biomédicas.

Congresso Interno da Fiocruz

A cada quatro anos, desde 1988, na gestão do sanitarista Sergio Arouca, delegados eleitos pelas diferentes unidades da Fiocruz reúnem-se no Congresso Interno da instituição, para deliberar sobre o regimento interno, propostas de alteração do estatuto e assuntos estratégicos relacionados ao projeto institucional.

A realização do Congresso Interno na Fiocruz orienta-se pela afirmação de valores humanistas, dos direitos sociais e trabalhistas, traduzidos na frase democracia é saúde, que pautou a histórica 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986.

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PgPAT abre inscrições para seleção de doutorado 2022.1

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PgPAT), da Universidade Federal da Bahia em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, torna pública a abertura das inscrições de candidatos ao doutorado acadêmico para o processo seletivo 2022.1. O prazo para inscrição encerra em 28 de novembro de 2021.

O curso é composto por dois grandes eixos – Patologia Humana e Patologia Experimental. O eixo de Patologia Humana é restrito a Médicos. O eixo de Patologia Experimental é aberto a graduados nas grandes áreas: ciências biológicas e da saúde.

Clique aqui e consulte o edital.

 

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Websérie | Leishmaniose | Episódio 7

 

No vídeo “Pesquisas com flebótomos”, a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn, aborda as pesquisas sobre o vetor que transmite a leishmaniose. A cientista fala sobre o papel da saliva do inseto no estabelecimento da infecção e os estudos que podem contribuir para o desenvolvimento de vacina para a doença.

A Fiocruz Bahia produziu uma websérie sobre as principais pesquisas realizadas na instituição. Os vídeos, publicados semanalmente nas redes sociais, estão divididos em 9 temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, HTLV, leishmaniose e tuberculose. As gravações tiveram início em 2019, por isso a maioria das entrevistas foram realizadas antes da pandemia.

Confira!

 

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Bioassinatura associada à susceptibilidade à coinfecção tuberculose e HIV é tema de tese

Autoria: Clarissa Cunha Santana
Orientação: Theolis Costa Barbosa Bessa
Título da tese: “Bioassinatura associada à susceptibilidade à coinfecção tuberculose vírus da imunodeficiência humana (TB-HIV): avaliação de vias relacionadas à morte celular, à resposta imune inata e à ativação de linfócitos T”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Patologia Humana
Data de defesa: 12/11/2021
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO. A tuberculose apresenta alta incidência e mortalidade em vários países do mundo, mesmo com vacina disponível. Dentro do seu espectro de apresentações observamos desde indivíduos infectados sem a doença, estado conhecido como tuberculose latente, àqueles com os casos mais graves, como os associados a infecções crônicas, muitas vezes com cepas resistentes a múltiplas drogas empregadas no tratamento, ou coinfectados com HIV. Na tentativa de combate da doença, um arcabouço de fatores imunológicos está presente, porém, a micobactéria apresenta eficientes mecanismos de evasão da resposta imune, como a inibição da morte celular, a modulação da resposta de linfócitos e o escape para o ambiente extracelular. METODOLOGIA. Nós avaliamos a diversidade genética dos hospedeiros nas vias relacionadas à morte celular, nos subconjuntos de linfócitos T e no perfil expressão gênica de linfócitos T em indivíduos em mono infecção com TB e HIV e coinfectados TB-HIV, para identificar uma assinatura a nível transcricional e celular a ser utilizada como base para prospectar novos alvos para a distinção de indivíduos com tuberculose ativa e coinfectados TB-HIV. RESULTADOS. Nossos resultados apontam diferenças no padrão de ativação celular em LTBI, TB e TB-HIV, em parte determinadas pela tendência inversa da presença de células T HLA-DR+PD-1+ em relação às CD95+. Em TB-HIV observou-se maior presença de células de memória central e efetora, e células Tcm CD8+HLA-DR+ demonstraram serem capazes de discriminar os indivíduos coinfectados dos demais grupos clínicos investigados. Em coinfectados há expansão do compartimento de células T de memória central e em paralelo verifica-se que os genes AK5, FAS/CD95 e IL17A apresentaram capacidade de discriminar os grupos clínicos avaliados. Finalmente, obtivemos vários registros em bases de dados genéticos a respeito da variabilidade em moléculas de vias de morte celular que podem atuar como alvos promissores para intervenções futuras. CONCLUSÕES. Todas as abordagens estudadas indicam potenciais biomarcadores a serem explorados para a distinção dos grupos clínicos de interesse

Palavras-chave: Tuberculose, coinfecção TB-HIV, morte celular, perfil de linfócitos, genes diferencialmente expressos.

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Estudo aponta quimiocina como fator de risco para artralgia crônica após chikungunya

Uma pesquisa foi realizada para avaliar o papel de quimiocinas e citocinas séricas como preditores de desenvolvimento de dor articular crônica em pacientes com chikungunya. Na fase aguda, a doença tem como principais sintomas febre, dores e inchaço nas articulações, erupção cutânea, dores musculares e de cabeça. Passada a fase aguda, alguns indivíduos podem evoluir para a fase crônica, caracterizada por dores persistentes nas articulações, denominado de artralgia crônica, que podem durar anos, levando à limitação dos movimentos, incapacidade para o trabalho e até depressão.

Publicado na revista Frontiers in Immunology, o estudo realizado pela estudante de doutorado Camila Jacob e coordenado pelos pesquisadores Mitermayer Reis e Guilherme Ribeiro, da Fiocruz Bahia, faz parte de um estudo de vigilância para monitorar infecções por arbovírus em pacientes febris agudos, em um centro de saúde de emergência, em Salvador. Os achados sugerem que níveis elevados da quimiocina CXCL8 em pacientes com chikungunya na fase aguda da doença podem induzir aumento na resposta inflamatória, o que pode contribuir para o desenvolvimento de dor articular crônica.

No estudo, 948 pacientes com doença febril aguda foram avaliados por testes diagnósticos que identificaram 265 (28%) com evidência laboratorial de infecção pelo vírus chikungunya e, destes, 253 foram submetidos a dosagem de biomarcadores. Dosagens de citocinas e quimicionas nestes pacientes foram realizadas e comparadas com os níveis observados em indivíduos saudáveis e em pacientes com outras doenças febris agudas. Os pacientes com chikungunya apresentaram na fase aguda níveis significativamente mais elevados de CXCL8, CCL2, CXCL9, CCL5, CXCL10, IL-1β, IL-6, IL-12 e IL-10 comparados aos controles saudáveis. Os níveis de CCL2, CCL5 e CXCL10 também foram significativamente maiores em comparação com pacientes com outras doenças febris agudas.

Os pacientes com chikungunya foram acompanhados por contatos telefônicos para determinar aqueles que mantiveram artralgia por mais de 3 meses e aqueles que apresentaram resolução da dor articular. Com isso, foi possível identificar que os pacientes que evoluíram com persistência da dor tinham níveis de CXCL8, na fase aguda da doença, mais elevados que aqueles que tiveram resolução da dor. Além dos níveis elevados de CXCL8, o sexo feminino também foi associado à artralgia com duração maior que 3 meses.

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Pesquisador da Fiocruz Bahia é promovido à Grã-Cruz pela Ordem Nacional do Mérito Científico

O pesquisador Edgar Marcelino de Carvalho Filho, da Fiocruz Bahia, foi promovido à Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe de Grã-Cruz, na área de Ciências Biológicas. A lista de novos cientistas que vão receber a honraria foi publicada, no dia 03/11, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e InovaçõesA Ordem Nacional do Mérito Científico é concedida a personalidades brasileiras e estrangeiras como forma de reconhecimento das suas contribuições científicas e técnicas para o desenvolvimento da ciência no país. Manoel Barral-Netto, pesquisador da Fiocruz Bahia, também recebeu a condecoração em 2018.

O pesquisador

Edgar Marcelino de Carvalho Filho nasceu em Salvador (Bahia) e é graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA/ 1973). Fez especialização em Reumatologia e Imunologia pela University of Virginia (1979), mestrado (1977) e doutorado (1986) em Medicina e Saúde pela UFBA e pós-doutorado em Imunologia no Weill Cornell Medical College (1990-1991).

Tem formação em Clínica Médica com ênfase em Imunologia Clínica, Doenças Tropicais e Reumatologia, e tem como principais áreas de atuação em pesquisa a Imunopatogênese das leishmanioses, imunopatologia e manifestações clínicas associadas à infecção pelo HTLV-1, Imunopatogênese da esquistossomose, influência das helmintíases na resposta imune das doenças inflamatórias crônicas e doenças auto-imunes e imunoterapia nas doenças infecciosas. Foi bolsista do Howard Hugges e Presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia.

É Pesquisador do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), Professor Titular Aposentado de Clínica Médica da UFBA, Professor Titular Aposentado de Imunologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Pesquisador Associado do Serviço de Imunologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES/UFBA). É também Professor Adjunto do Weill Cornell Medical College e Professor Adjunto da University of Iowa. Também atua como editor do Plos Neglected Tropical Diseases, e do corpo editorial do Case Reports in Medicine e da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.

É Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Tropical, além de membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências da Bahia. Recentemente, foi considerado, pelo site Expertscape, como o maior especialista em leishmaniose cutânea do mundo. 

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Palestra Ciência, Saúde e Audiovisual acontece dia 5/11

A onda de aprendizado ainda não acabou e por isso, anunciamos a penúltima palestra deste projeto tão lindo, afetuoso e feito por pessoas que acreditam no poder transformador do audiovisual. O nosso próximo encontro será no dia 05/11 (sexta-feira), das 15h às 17h, com o tema “Ciência, saúde e audiovisual”. O nosso match acontecerá no canal FIOCRUZ BA, no Youtube, e será uma honra imensa termos a sua presença, mais uma vez.
 
Todas as pessoas que participarem terão direito a certificado. Para isso, é necessário realizar inscrição através deste link e estar presente na palestra. Salva aí na agenda e vamos mergulhar em mais uma onda de puro aprendizado! Inscreva-se no canal Fiocruz Bahia no Youtube e junte-se a nós. Esta é uma ação do projeto Sons e Imagens da Bahia através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com gestão cultural da SPCOC, em parceria com a Fiocruz Bahia, apoio da Secretaria de Educação e Governo do Estado da Bahia, assim como produção da Giro Planejamento Cultural. O projeto Sons e Imagens da Bahia conta com o patrocínio da Bayer e realização da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
 
Clique aqui para assistir à palestra.
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Mais de 14 milhões podem estar com segunda dose da vacina da Covid-19 atrasada, aponta boletim

segunda edição do Boletim VigiVac da Fiocruz Bahia, divulgada nesta quinta-feira (4/11), indica que, até o dia 25 de outubro, 14.097.777 indivíduos estavam com mais de 15 dias de atraso para a segunda dose da vacina contra Covid-19 no Brasil. O número é o dobro do observado em 15 de setembro, quando foram registrados cerca de 7 milhões. As análises foram realizadas com dados individuais anônimos fornecidos pela Campanha Nacional de Vacinação contra Covid-19, do Ministério da Saúde (MS).

Os pesquisadores observam que esse resultado pode ser justificado por alguns fatores: como atrasos da segunda dose, demora para registro e envio dos dados para a base do MS, esgotamento e sobrecarga das equipes de gestão, vigilância e atenção à saúde, disseminação de notícias falsas sobre a imunização, falta de estoque de reserva de imunizantes e mortalidade, dentre outros. “É necessária uma análise cuidadosa, por parte dos gestores locais de saúde, para identificar localmente as mais prováveis causas do atraso. Este diagnóstico será útil para orientar as ações de estímulo à população para completar o esquema vacinal”, alertam os cientistas.

Segundo os dados do MS, cerca de 50% dos atrasos são superiores a 30 dias e por volta de 14% são maiores que 90 dias da data prevista. O número de atrasos para a AstraZeneca é de 6.739.561; Coronavac, 4.800.920; e Pfizer, 2.557.296. As informações estão disponíveis no Painel de Atraso de Segunda Dose de Vacina, desenvolvido pela Fiocruz Bahia, que acompanha o cumprimento do esquema vacinal, a fim de apoiar os gestores na identificação de  municípios que precisam de suporte para acelerar a vacinação da segunda dose. Os dados são atualizados semanalmente e podem ser visualizados de forma interativa, nos âmbitos municipal e estadual, por tipo de vacina. 

Para as análises, foram levados em conta apenas os atrasos com mais de 15 dias após a data esperada, por considerar o tempo de entrada dos dados na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS); pelo entendimento de que um tempo curto de atraso pode ocorrer por motivos de agendamento e disponibilidade das pessoas para se vacinarem; e pelo risco individual não ser elevado em um intervalo relativamente curto de atraso. 

“É fundamental adotar estratégias para aumentar a adesão ao esquema vacinal completo, uma vez que os estudos sobre efetividade de vacinação têm demonstrado que a proteção contra infecção, hospitalização e morte é significativamente maior no grupo com esquema vacinal completo quando comparado com o grupo com apenas uma dose da vacina. Também foi mostrado que a proteção contra as novas variantes do Sars-CoV-2 é mais efetiva somente após duas doses da vacina”, afirmam os cientistas.

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Causa da doença de Haff, conhecida como “doença da urina preta”, pode ser toxina em peixes

O Centro de Informações Estratégicas e Vigilância em Saúde (CIEVS) da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, em parceria com a Fiocruz Bahia e outros colaboradores, realizou um estudo com o objetivo de investigar casos da doença de Haff detectados entre janeiro de 2016 e janeiro de 2021. A pesquisa buscou descrever as características clínicas dos casos, identificar fatores associados, estimar a taxa de ataque associada ao consumo de um peixe relacionado ao surgimento de casos e investigar a presença de biotoxinas e metais em espécimes de peixes. 

A doença de Haff é uma causa rara de rabdomiólise, síndrome provocada por lesão muscular que resulta na elevação dos níveis séricos de creatina fosfoquinase (CPK) e, em alguns casos, provoca escurecimento da coloração urina, variando de avermelhada a marrom, característica que tornou a enfermidade popularmente conhecida como “doença da urina preta”. A rabdomiólise na doença de Haff tem rápido início, após o consumo de certos peixes e crustáceos cozidos, sugerindo que toxinas estáveis ​​ao calor, ainda desconhecidas, são a causa da doença. 

Os resultados do trabalho, coordenado por Cristiane Cardoso, do CIEVS Salvador, e pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, foram publicados no periódico Lancet Regional Health – Americas. No artigo, os pesquisadores relatam que a teoria mais aceita é que os peixes e crustáceos não produzem eles mesmos as toxinas, mas acumulam no seu corpo compostos produzidos por outros organismos, como microalgas, através da cadeia alimentar. 

Seis amostras de peixes passaram por análises laboratoriais: duas eram sobras de uma refeição relacionadas a dois casos da doença, ambos com evidências laboratoriais de rabdomiólise; outras duas foram obtidas de casos isolados com altos níveis de CPK; e as duas últimas eram amostras frescas obtidas em uma peixaria local, onde alguns pacientes haviam comprado peixes. Com o apoio dos colaboradores da Universidade do Paraná e do Instituto Federal de Santa Catarina, a pesquisa detectou compostos do tipo palitoxina nas amostras de espécie de água salgada conhecida como “olho de boi”, que pode ser a provável fonte de contaminação. Não foi detectada a presença de metais como arsênio, cádmio e chumbo nos peixes. 

Os pesquisadores também realizaram análise de sangue, fezes e urina dos participantes e coletaram informações, como dados demográficos, manifestações clínicas e exposições epidemiológicas; se tiveram contato com animais e água da chuva; se fizeram refeição em restaurantes; uso de drogas ilícitas e medicamentos; exercício físico; viagem na semana anterior ao início dos sintomas; e vacinação. Ainda foram analisados indivíduos que comeram o mesmo peixe suspeito e não apresentaram sintomas.

No período entre 2016 e 2017, foram investigados 65 casos. Destes, 66% tinham níveis elevados de CPK, 88% foram hospitalizados, 26% necessitaram de cuidados intensivos e 7% de diálise. A ingestão de peixes marinhos 24 horas antes do início da doença foi relatada por 74% dos casos com CPK elevada e por 41% daqueles sem medição de CPK. A taxa de ataque para indivíduos que comeram peixes relacionados ao surto, indicador de incidência da doença, foi de 55%. Os tipos de peixes mais consumidos pelos casos foram “olho de boi” e “badejo”. 

Após o surto ocorrido entre 2016 e 2017, o CIEVS Salvador identificou 12 casos suspeitos entre 2017-2019 e um novo surto durante a pandemia da Covid-19 (2020-2021). Durante o surto ocorrido entre 2020 e 2021, 16 pacientes com rabdomiólise confirmados por laboratório foram identificados (cinco necessitaram de cuidados intensivos e um foi a óbito).

No trabalho, os pesquisadores ressaltam que, devido aos recentes surtos da doença de Haff, especialmente no Brasil, é necessário fortalecer a vigilância epidemiológica e o treinamento médico para detecção de casos suspeitos da doença. Os casos suspeitos devem ser comunicados às autoridades sanitárias para investigação. 

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Seminário Estratégico discute ações no âmbito da gestão, comunicação e da tecnologia da informação

A Fiocruz Bahia realizou os dois últimos encontros da primeira etapa do Seminário Estratégico do IGM 2022-2025, nos dias 21 e 25 de outubro. O evento teve como objetivo discutir temas importantes para o desenvolvimento institucional da Fiocruz Bahia nos próximos quatro anos. Os palestrantes foram recebidos pela diretora da unidade, Marilda de Souza Gonçalves.

No dia 21, foi abordado o tema Comunicação e Tecnologia da Informação, que contou com a mediação do coordenador da Ascom da Fiocruz Bahia, Antônio Brotas. A primeira apresentação intitulada “Divulgação Científica” foi proferida por Cristina Araripe, coordenadora do Fórum de Divulgação Científica da Fiocruz. A pesquisadora abordou a implantação e os desafios da área de divulgação científica na Fundação, destacando os marcos institucionais, e falou sobre os objetivos, princípios e diretrizes da política de divulgação científica.

“Há 20 anos, foi criado o grupo de trabalho ‘Educação e Divulgação Científica’ para que o tema fosse discutido de maneira mais integrada. Destaco a história da implantação da área de divulgação científica no âmbito da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC), a partir desta referência. Claro que nós poderemos buscar outras referências históricas, desde 1900, como a criação do museu, da sala que foi reservada no castelo para que fosse reverenciada a memória de Oswaldo Cruz”, observou Cristina Araripe. 

A apresentação “Comunicação em Saúde: panorama atual e visão de futuro” foi ministrada por Rodrigo Murtinho, diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz). “Na nossa opinião, a comunicação tem três grandes áreas de trabalho: a dimensão da pesquisa, do ensino e das atividades práticas efetivas de comunicação do dia a dia”, pontuou Rodrigo Murtinho. Murtinho mencionou a Política de Comunicação da Fiocruz, os projetos e experiências da comunicação durante a pandemia e as discussões sobre questões referentes a comunicação no documento do IX Congresso Interno da Fiocruz. 

Após as perguntas dos participantes sobre o tema da comunicação, Geraldo Sorte, coordenador-geral de Gestão de Tecnologia de Informação e Comunicação (COGETIC/Fiocruz), apresentou a palestra “Tecnologia da Informação: perspectiva na Fiocruz e área de negócios”, que foi mediada pelo chefe do Serviço de Tecnologia da Informação na instituição, Murilo Freire. “Sobre os desafios para a TI na Fiocruz, os principais são suportar o processo de transformação digital nas áreas de negócio da instituição, gerar valor para a instituição e o cidadão e ter uma visão da TIC como provedora dos serviços”, destacou Geraldo Sorte. A apresentação abordou a governança de TIC, instrumentos de planejamento na área e a transformação digital. 

Em 25 de outubro, a comunidade se reuniu para discutir as metas e realizações futuras no âmbito da gestão institucional. O evento teve início com a palestra “A gestão do trabalho na Fiocruz e a visão de futuro no pós-pandemia”, proferida pela coordenadora geral de Gestão de Pessoas da Fiocruz, Andréa da Luz Carvalho, moderada pela chefe do Serviço de Gestão do Trabalho da unidade, Maria Julia Alves de Souza. 

Em sua apresentação, a palestrante trouxe um breve panorama da gestão da Fiocruz antes da pandemia causada pela Covid-19 e as principais mudanças e desafios durante o período atual. Dentre os principais pontos abordados, a convidada destacou a organização de ações voltadas à saúde do trabalhador para a prevenção e proteção de todos os membros da comunidade interna da instituição, além de ações de vigilância sanitária, promoção da saúde mental e reorganização das modalidades de trabalho, incluindo rodízio e teletrabalho. 

Andréa falou ainda sobre a necessidade de garantir a permanência de ações que fortaleçam a Fiocruz, proporcionando inclusão e equidade para os trabalhadores em seus diversos tipos de vínculos. “Nós temos que pensar de forma diversa e a pandemia mostrou isso: a nossa capacidade de produzir respostas de mobilização a partir de vários vínculos para determinado problema”, enfatizou Andréa Carvalho. 

Depois da apresentação, foi aberto espaço para perguntas e contribuições por parte dos ouvintes que puderam discutir questões como os direitos e benefícios dos profissionais da Fiocruz e as novas perspectivas em meio ao cenário político e social do país que vem sofrendo os impactos da pandemia. 

Em seguida, Mario Santos Moreira, vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, proferiu a palestra intitulada “A gestão na Fiocruz: lições aprendidas e avanços necessários”, onde falou sobre  a responsabilidade e os desafios da Fiocruz enquanto uma instituição de Ciência e Tecnologia, destacando os novos paradigmas científicos. A palestra foi mediada pelo vice-diretor de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz Bahia, Valdeyer Reis.

Mario Moreira destacou também a realização do Congresso Interno como um espaço de pactuação da Fundação e elemento fundamental para a estabilidade institucional. “Nós não podemos abordar a saúde de forma antiquada, a Fiocruz tem que se colocar nessa discussão numa perspectiva ampla do entendimento do que é saúde, nós temos feito isso muito bem”, ressaltou Mario Moreira. 

Após a apresentação, o vice-presidente respondeu às questões apresentadas pelos demais participantes, com provocações e reflexões acerca de temas como a transformação dos conhecimentos científicos produzidos pela instituição em ações práticas, que contribuam, de forma efetiva, para a melhoria da qualidade de vida da população. 

A última etapa do encontro, que contou com a participação do professor da Universidade de São Paulo (USP), José Carlos Vaz, foi dedicada à discussão do Documento Base I e da relatoria com contribuições oriundas dos grupos de trabalho. 

Nos dias 13 e 14 de outubro, a comunidade da Fiocruz Bahia discutiu os macroprocessos Pesquisa e Ensino, clique aqui e confira. O Seminário Estratégico continuará nos dias 3 e 4 de novembro, período no qual as chefias discutirão metas e projetos associados aos macroprocessos previamente discutidos e que deverão ser implementados nos próximos 4 anos.

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Eventos adversos pós-vacinação da Covid-19 é tema de trabalho de campo do EPISUS-Intermediário na Bahia

Durante os dias 18 a 23 de outubro, foi realizada a etapa de trabalho de campo do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde, o EPISUS intermediário, do Ministério da Saúde. O pesquisador e vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio, é o mentor do curso na Bahia e em Alagoas, atuando como interlocutor entre a coordenação geral da capacitação e os tutores. A capacitação reuniu, em Salvador, cerca de 30 estudantes do estado, distribuídos entre a capital e cidades do interior.

O EPISUS está sendo realizado ao longo do ano de 2021, com cerca de 800 alunos de todos os estados da federação. As unidades regionais da Fiocruz, como a Fiocruz Bahia, funcionam como ponto de apoio para o curso coordenado pela Fiocruz Brasília e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde. Cada estado seguiu um cronograma para o trabalho de campo. Ao término desta etapa, os alunos retornam aos seus locais de origem para dar continuidade à capacitação, que tem previsão de conclusão em dezembro de 2021.

Claudio Maierovitch Henriques, coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde, e José Agenor Álvares da Silva, coordenador do Curso de Especialização em Epidemiologia de Campo – Episus intermediário, ambos da Fiocruz Brasília, contam que o objetivo das atividades em campo no âmbito da capacitação é avaliar e fortalecer os serviços de vigilância em saúde; investigar e controlar surtos e ocorrências de relevância epidemiológica; realizar monitoramento de doenças e agravos de importância para a saúde pública; planejar e realizar estudos de campo relacionados a estes temas.

“O curso tem ênfase nas atividades práticas e inclui, como exercício de aplicação dos conhecimentos, a identificação de um problema de saúde local prioritário e a elaboração de resposta por meio do trabalho desenvolvido em grupo. Os cursistas se organizam para investigar, levantar informações de bases de dados e diretamente em campo, analisar e apresentar propostas para enfrentar os problemas estudados. Utilizando tecnologias de ensino e interação à distância, todos os atores envolvidos no processo educativo são chamados a partilhar responsabilidades, conformando uma rede de aprendizagem contínua que permanece ativa mesmo depois da conclusão”, explicam os coordenadores.

Na Bahia, os dois primeiros dias do curso foram destinados a revisar o protocolo de pesquisa construído pelos próprios alunos e organizar o material necessário para a coleta de dados em campo. “Os estudantes propuseram avaliar a frequência de eventos adversos associados à vacinação contra Covid-19 em moradores do Alto das Pombas, na região de abrangência da Unidade de Saúde da Família do local”, contou Ricardo Riccio.

O turno vespertino da terça e da quarta-feira foram reservados para a coleta dos dados, a partir de questionários elaborados pelos alunos, que realizaram cerca de 250 entrevistas durante o período. Na quinta-feira ocorreu o preparo e digitação do banco de dados, enquanto na sexta-feira foi realizada a análise dos dados e elaboração do relatório final. No sábado pela manhã aconteceu a apresentação dos principais dados obtidos e o encerramento do evento.

Durante a capacitação, os tutores do programa estão diretamente ligados aos alunos, auxiliando-os em suas atividades ao longo dos módulos. Uma das tutoras do curso na Bahia, Cristiane Wanderley Cardoso, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Salvador (CIEVS), disse que o EPISUS possui um papel fundamental no fortalecimento do SUS, uma vez que tem como uma das principais estratégias qualificar os profissionais das secretarias de saúde para a melhoria das ações em vigilância epidemiológica nas investigações e controle de surtos, planejamento e realização de estudos de campo no âmbito regional e local.

“Caracterizada pelo trabalho presencial seguindo todos os protocolos de prevenção contra a Covid-19, a semana ocorreu com a aplicação do projeto de pesquisa elaborado pelos estudantes, permitindo a interação entre a comunidade e aprimorando ainda mais o processo de construção coletiva. Estou muito satisfeita com o desenvolvimento dos estudantes e confiante que a troca de experiências e conhecimento adquirido permitirá que os participantes possam ampliar a capacidade técnica-científica para colaborar na resolução de problemas de saúde pública, principalmente em investigações de surtos e epidemias”, declarou.

Para a enfermeira e sanitarista Mirela Maisa Souza Ferreira, aluna do curso, o mundo tem passado por um dos maiores desafios da história da humanidade com a pandemia da Covid-19, evidenciando a necessidade de ampliar a capacidade de detecção, elucidação e monitoramento dos eventos em saúde pública, assim como de implantação das medidas de controle e prevenção adequadas e oportunas com o objetivo de reduzir o risco de expansão desses eventos.

“Sem dúvidas, fazer parte desse time de futuros especialistas em epidemiologia de campo representa um passo muito importante para o fortalecimento dessa rede de preparação e resposta. As trocas de experiências, aprender como realizar investigação epidemiológica, a capacitação para utilização de softwares e programas que permitam produzir informações em saúde com qualidade, o trabalho coletivo e a necessidade de articulação são o verdadeiro ‘aprender fazendo’ nesse processo formativo, e que se traduzem em aprendizados importantes para estarmos cada vez mais preparados para responder de maneira mais efetiva às emergências em saúde pública”, comentou a estudante.

 

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Tese aborda biomarcadores genéticos de disfunção endotelial na doença falciforme

Autoria: Suéllen Pinheiro Carvalho Valverde
Orientação: Marilda de Souza Gonçalves
Título da tese: Biomarcadores genéticos de disfunção endotelial na doença falciforme: associação com o perfil clínico e laboratorial
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Patologia Humana
Data de defesa: 27/10/2021
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: a doença falciforme (DF) é um grupo de hemoglobinopatias onde a anemia falciforme (AF), caracterizada pela homozigose HbSS, é a forma mais grave, enquanto a hemoglobinopatia SC, apesar de menos grave, é a segunda mais prevalente. As principais manifestações clínicas presentes na DF são decorrentes da hemólise contínua e do processo inflamatório crônico, levando à anemia e fenômenos de vasooclusão. A vaso-oclusão tem sido associada a presença de hemácia falcizada, e a ativação de reticulócitos, leucócitos e plaquetas, juntamente com alterações no endotélio vascular e hipercoagulabilidade sanguínea. Diversos fatores ambientais e genéticos têm sido associados ao quadro clínico heterogêneo presente na doença. Portanto, estudos envolvendo genes associados a disfunção endotelial são importantes para a compreensão da fisiopatologia da DF. OBJETIVO: identificar biomarcadores genéticos de disfunção endotelial e associações a dados laboratoriais e manifestações clínicas em indivíduos com AF e doença SC. MÉTODOS: foi realizado um estudo de corte transversal cujos dados clínicos foram obtidos a partir de entrevistas aos pacientes; as análises hematológicas e bioquímicas foram desenvolvidas por métodos automatizados; as análises moleculares foram realizadas para determinar os haplótipos βS, talassemia α e os polimorfismos SELP (rs6127, rs6131 e rs6136); SELPLG (rs2228315) ; CD40 (rs1883832) ; e CD40L (rs3092952). RESULTADOS: o primeiro manuscrito demonstrou que os pacientes com AF exibiram quadro de anemia, hemólise, leucocitose e inflamação mais proeminente que os pacientes com doença SC, que apresentaram marcadores lipídicos alterados. A principal causa de internação em ambosos grupos foram as crises de dor, as quais estiveram asscicadas à contagem elevada de hemácias em pacientes com AF. A ocorrência de dactilite apresentou frequência significativamente maior nos pacientes com AF e foi associada ao aumento do RDW, monócitos e PCR, bem como à terapia pela hidroxiuréia (HU). Pneumonia e STA foram associadas com níveis elevados de PCR e LDL-C, respectivamente. Nos indivíduos com doença SC, a história prévia de esplenomegalia foi associada à contagem mais baixa de plaquetas. O segundo manuscrito demonstrou associação da variante CD40L (rs3092952) com a história prévia de crises de dor e dactilite em pacientes com AF. Além disso, nossos resultados sugerem a associação independente da variante SELP (rs6127) com o aumento dos níveis de endotelina 1 (ET-1) e da variante SELP (rs6131) com níveis elevados de glicose. Também foi reforçado que indivíduos com AF em terapia com HU apresentaram redução da contagem de monócitos e dos níveis de LDH. O terceiro manuscrito demonstrou que indivíduos com AF portadores do haplótipo TTC
do gene SELP apresentaram níveis reduzidos de glicose em comparação com aqueles com haplótipo não-TTC. Indivíduos com haplótipo TTT apresentaram níveis reduzidos de colesterol total e LDL-C em relação aqueles com haplótipos não-TTT. Além disso, foi observado que os indivíduos portadores dos haplótipos βS CAR/BEN ou CAR/CAR apresentaram níveis elevados de colesterol total. CONCLUSÕES : Os nossos resultados confirmam estudos anteriores sobre as diferenças nos aspectos clínicos e laboratoriais entre os indivíduos com AF e HbSC. O nosso estudo também confirmou que a terapia com HU está associada a melhora dos perfis inflamatório e hemolítico; e que indivíduos com AF portadores do haplótipo βs CAR/BEN ou CAR/CAR podem apresentar o perfil clínico mais grave. Além disso, os dados sugerem que variantes nos genes SELP e CD40L estão associadas a complicações clínicas e marcadores laboratoriais de vaso-oclusão; e que haplótipos no gene SELP podem regular biomarcadores clássicos envolvidos na disfunção endotelial em pacientes com AF.

Palavras-chave: anemia falciforme, hemoglobinopatia SC, parâmetros laboratoriais, manifestações clínicas, p-selectina, CD40, polimorfismos, haplótipos.

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Seminário Estratégico discute ações em Pesquisa e Ensino para 2022-2025

Realizada durante os dias 13 e 14 de outubro, a primeira etapa do Seminário Estratégico IGM 2022 – 2025 discutiu temas importantes para as ações da Fiocruz Bahia nos próximos quatro anos. A abertura do evento foi realizada pela diretora da instituição, Marilda Gonçalves, e pela conferência proferida pelo professor titular da Unicamp, Fernando Ferreira Costa.

Posteriormente, o vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IGM, Ricardo Riccio de Oliveira, mediou a mesa de discussões sobre pontos atuais em pesquisa, que contou com a participação da pesquisadora da Fiocruz Minas Gerais, Zélia Profeta; da vice-coordenadora do Cidacs, Maria Yury e do diretor do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), Pedro Barbosa, além de servidores e demais colaboradores da Fiocruz Bahia. 

Marilda Gonçalves iniciou o encontro destacando a importância da iniciativa para toda a instituição. “Esse é o segundo Seminário que fazemos na gestão, esse momento representa um marco importante para a construção do portfólio de ações a serem desenvolvidas pela instituição nos próximos anos e, também, para o delineamento de áreas que merecem uma atenção especial a longo prazo”, afirmou. 

Em seguida, o professor da Unicamp, Fernando Ferreira Costa, apresentou a conferência de abertura intitulada ‘Aspectos do futuro da pesquisa em medicina no Brasil’. Fernando Costa falou sobre os principais avanços nas formas de diagnóstico e tratamento de doenças, fazendo um breve apanhado histórico das revoluções da medicina e destacando marcos como o primeiro sequenciamento do genoma humano, realizado no ano 2000. O conferencista também abordou os investimentos em pesquisa médica, comparando o Brasil com os Estados Unidos e países da Europa, onde há maior aplicação de recursos financeiros para a pesquisa científica. Fernando Costa ainda destacou a importância das agências de fomento como CNPq, Capes e FAPs. “Não precisamos inventar a roda, o que precisa é existir vontade política dos nossos dirigentes para saberem que a pesquisa é importante para o desenvolvimento do país e para o tratamento de doenças, para que possamos tratar a nossa população dignamente”, enfatizou. 

Experiências em pesquisa, ciência e tecnologia

Ministrada pela pesquisadora da Fiocruz Minas e membro do Council on the Economics of Health for All, Zélia Profeta, a palestra ‘CT&I e saúde em tempos de pandemia’ abordou os desafios da pesquisa em meio aos frequentes cortes e contingenciamento de recursos, destacando a diminuição dos investimentos desde o ano de 2016. A convidada também apresentou a experiência do Movimento de Defesa da CT&I em Minas Gerais, responsável pela elaboração do Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, pensando no desenvolvimento socioeconômico do estado, reduzindo desigualdades sociais, de gênero e raça. “Hoje é muito difícil entender e fazer ciência sem uma visão interdisciplinar, sendo fundamental que tenhamos a perspectiva para aumentar a nossa capacidade de resposta nos territórios”, explicou. 

Na sequência, a médica e vice-coordenadora do Centro de Integração de Dados para a Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, Maria Yury Ichihara, proferiu a palestra ‘O uso de Big Data em pesquisa de saúde’, apresentando as metodologias de análise dos grandes bancos de dados e os seus pilares. Durante a sua fala, a palestrante apresentou alguns dos principais desafios para o uso de Big Data, como as questões relacionadas à privacidade dos usuários, a gestão e a segurança dos conteúdos. “Vem sendo desenvolvido, principalmente no Cidacs, uma curadoria de dados que se preocupa em receber, armazenar, processar, preservar e disponibilizar esses dados de forma que possam ser utilizados e que não haja riscos de quebra de privacidade dos indivíduos”, afirmou. 

O último a se apresentar foi o diretor-presidente do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), Pedro Barbosa, que ministrou a palestra ‘Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e apoio à pesquisa’, apresentando a experiência do IBMP na realização de um trabalho voltado para a inovação tecnológica e produção industrial de produtos de diagnóstico destinados ao SUS. “O nosso papel é pegar pesquisas aplicadas e levar ao mercado, fazer o pré-desenvolvimento, o desenvolvimento, escalonar e produzir industrialmente para entregar à sociedade”, explicou. Pedro Barbosa falou ainda sobre a iniciativa “Todos pela Saúde”, realizada com foco no aprimoramento do sistema nacional de vigilância epidemiológica para o enfrentamento de futuras epidemias. A ação contempla as linhas de trabalho de comunicação, infraestrutura, diagnóstico, EPIs e pesquisa. 

Desafios e novas perspectivas para a educação

Na quinta-feira, 14, o encontro foi mediado pela vice-diretora de Ensino e informação da Fiocruz Bahia, Claudia Ida Brodskyn, e contou com as apresentações da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, e da diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damasio.

Cristiani Machado abordou o tema ‘Educação na Fiocruz: panorama atual e visão do futuro’, destacando a articulação entre ensino, pesquisa, cooperação e divulgação científica na instituição, além das ações para o fortalecimento do SUS e do sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação. A palestrante também apresentou experiências na educação no contexto da pandemia, com iniciativas como as chamadas públicas, seminários e parcerias internacionais, das quais salientou a capacitação de profissionais da saúde que atuam no SUS, a formação de agentes comunitários e os projetos para a disseminação de informações seguras sobre a Covid-19. 

A vice-presidente finalizou destacando os desafios para o futuro da educação na Fiocruz. “Nós temos o desafio de ampliar a inclusão de pessoas com deficiência, pessoas indígenas e negras em nossos cursos, além de formalizar e consolidar uma política de apoio ao estudante”, relatou. 

Em seguida, Fabiana Damásio proferiu a palestra ‘Desafios da Educação à Distância’, abordando a importância da política de acesso aberto ao conhecimento (Open Access), que reivindica o acesso livre e gratuito à literatura científica como estratégia de ampliar a visibilidade da pesquisa e diminuir as barreiras para a publicação desses materiais. A convidada também apresentou algumas iniciativas como o Congresso Interno Fiocruz, que tem entre as suas diretrizes a ampliação da oferta educacional da instituição, o investimento em propostas pedagógicas inovadoras e o fortalecimento das práticas e ensino à distância (EAD). 

Fabiana Damasio destacou a importância de pensar a democratização da educação, a ampliação dos recursos educacionais e a diversificação das estratégias pedagógicas. “Estamos pensando o EAD como um mar de possibilidades, que precisa ser analisado com muito cuidado, mas também com a possibilidade dessa ampliação para que possamos navegar por esses mares da tecnologia”, finalizou. 

Após as apresentações, os ouvintes puderam fazer suas contribuições e tirar dúvidas com as palestrantes. Em seguida, foi iniciado o trabalho em grupo, com a participação de servidores e colaboradores, totalizando 9 grupos, que discutiram os documentos voltados para os macroprocessos de pesquisa e ensino, com a realização de discussões e sugestões ao documento base.

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Você sabia que parte do seu Imposto de Renda pode ajudar na concretização de projetos culturais?

Pois é! É possível fortalecer as ações que promovem cidadania e melhoria da qualidade de vida, destinando até 6% do seu imposto de renda devido, a pagar ou a restituir, com dedução fiscal de 100% do valor investido.
 
Se você já fez a sua declaração deste ano e pagou o imposto devido, você também pode entrar nessa corrente do bem e ter a dedução fiscal de até 100% do valor devido em 2022. Basta escolher uma das iniciativas e fazer sua doação ainda neste ano.
 
O IR que Transforma é uma campanha anual que visa incentivar pessoas físicas a destinarem parte do Imposto de Renda para projetos socioculturais aprovados pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e idealizados pela Fiocruz.
 

Visite o site do programa irquetransforma.org.br e saiba mais. Lá você pode simular o seu potencial de dedução fiscal e fazer a sua doação.

 
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Pesquisa aponta ampla disseminação da hepatite C na Bahia

Um estudo foi realizado com o objetivo determinar a prevalência e descrever a distribuição geográfica da hepatite C na Bahia, pois esses dados eram desconhecidos até o momento. O grupo de cientistas, liderado pela pesquisadora Maria Fernanda Grassi, da Fiocruz Bahia, analisou dados de 247.837 exames sorológicos realizados no Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-Ba), entre 2004 e 2013. Os resultados foram publicados no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene.

Segundo o artigo, a presença de anticorpos da hepatite C foi detectada em amostras de todas as sete mesorregiões e em 31 das 32 microrregiões da Bahia. A prevalência global do vírus no estado foi estimada em 1,3%, correspondendo a taxa de infecção de 21,2 para cada 100.000 habitantes. As taxas de soroprevalência foram de 3,7% entre os homens e 0,69% entre as mulheres. Entre os participantes, trinta casos positivos tinham 15 anos ou menos, incluindo três indivíduos com menos de 4 anos.

Os achados apontam que as microrregiões com as taxas mais altas de anticorpos da hepatite C foram Ilhéus-Itabuna, Feira de Santana, Porto Seguro, Salvador, Jacobina, e Senhor do Bonfim, que se caracterizam como os grandes polos econômicos do estado. O município de Ipiaú teve a maior taxa, com 112 pessoas infectadas por 100.000 habitantes.

Sete áreas demonstraram mais de 20 casos positivos de hepatite C por 100.000 habitantes, são elas Região Metropolitana de Salvador (53/100.000), Senhor do Bonfim (29/100.000), Juazeiro (28/100.000), Paulo Afonso (27/100.000), Porto Seguro (25/100.000), Feira de Santana (23/100.000), e Ilhéus-Itabuna (21/100.000). Os autores do trabalho explicam que as altas taxas podem estar associadas com o uso de drogas intravenosas, bem como maior acesso ao diagnóstico. Com relação aos genótipos do vírus, o 1 e 3 foram considerados os mais prevalentes, seguidos pelos genótipos 2, 4 e 5.

No trabalho, os pesquisadores ressaltam que estudos avaliando os fatores de risco associados com a presença de hepatite C nessas áreas devem ser realizados para apoiar políticas públicas de prevenção mais eficazes e identificar pacientes que precisam de tratamento.

 

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Painel temático sobre vacinas para a Covid-19 encerra a participação da Fiocruz Bahia na SNCT 2021

Finalizando o ciclo de painéis temáticos da 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, nesta sexta-feira (08/10), foi a vez de debater sobre as vacinas contra a Covid-19 e sua importância para a saúde pública, além do combate às fakenews relacionadas ao tema. O bate-papo contou com a presença do professor titular do Instituto de Química da Unicamp, Luiz Carlos Dias, do pesquisador titular da Fiocruz Bahia, Edson Duarte, e da imunologista e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Cláudia Ida Brodskyn.

Durante o painel, o mediador Antônio Brotas, coordenador da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Bahia, destacou a importância de falar sobre as vacinas que representam um grande avanço para o cenário atual. “Este é um tema extremamente importante que mobilizou toda sociedade, governos, estados, as pessoas comuns e nossos cientistas em busca de algumas soluções para um dos problemas de maior impacto na saúde pública global, que é a pandemia da Covid-19”, frisou.

Primeira convidada a se apresentar, Cláudia Brodskyn falou sobre o enfrentamento à pandemia, destacando o papel das vacinas contra doenças como a varíola e as contribuições para a sua erradicação global. Sobre a pandemia da Covid-19, a convidada destacou a importância da vacinação como uma medida coletiva. “A vacina não é somente a proteção individual, mas também populacional. Quanto mais pessoas estiverem vacinadas, quanto maior for a nossa cobertura vacinal, mais efetiva será a função dessa vacina”, pontuou a imunologista. 

Em seguida, o pesquisador Edson Duarte falou sobre o processo de desenvolvimento das vacinas, esclarecendo dúvidas da população sobre a evolução na forma de produção do imunizante. “Em média, temos de cinco a dez anos da fase pré-clínica e de cinco a dez anos para fase clínica, contabilizando de dez a vinte anos para produzir uma vacina. Muita gente critica e tem desconfiança da velocidade que foi produzida, isso se deve, sobretudo, a fazer essas etapas de maneiras simultâneas, em vez de fazer consecutivamente. Nenhuma das etapas foi pulada, nada foi omitido, todas foram cumpridas rigorosamente”, ponderou Duarte. 

Por fim, Luiz Carlos Dias falou sobre os impactos das fakenews para a saúde pública, no contexto da pandemia da Covid-19. Segundo o convidado, o avanço da tecnologia e o uso das mídias digitais, onde as informações são difundidas de forma rápida, tem facilitado a difusão de notícias falsas. Ele aproveitou para ressaltar a importância de aproximar a produção científica da população em geral. “Chegar na sociedade é fundamental porque as pessoas estão sendo induzidos a acreditar em tratamentos milagrosos e nós precisamos aprender a conversar com as pessoas e a levar aquele conhecimento fantástico que é produzido nas nossas instituições de ensino, pesquisa e extensão de uma forma simples, para que eles consigam entender”, enfatizou. 

Ao final do evento, foi aberto o espaço para questionamentos e considerações do público ouvinte que pode esclarecer as suas dúvidas e contribuir com a discussão. Este painel e todas as outras atividades realizadas durante a 18ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da Fiocruz, estão disponíveis no canal do Youtube e podem ser acessadas a qualquer momento.

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