Efeito leishmanicida de carreadores lipídicos nanoestruturados com anfotericina b é tema de dissertação

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AUTORIA: Jéssica Rebouças Silva
ORIENTAÇÃO: Valéria de Matos Borges
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “AVALIAÇÃO DO EFEITO LEISHMANICIDA IN VITRO E IN VIVO DE CARREADORES LIPÍDICOS NANOESTRUTURADOS COM ANFOTERICINA B (CLN-AnB) NA INFECÇÃO POR LEISHMANIA BRAZILIENSIS
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 01/08/2018

RESUMO

O arsenal terapêutico para tratamento da leishmaniose possui sérias limitações, como alto custo e toxicidade. Projetar sistemas estáveis de entrega de drogas baseados em nanotecnologia é umas das principais estratégias no combate à doença. Os Carreadores Lipídicos Nanoestruturados com Anfotericina B (CLN-AnB) estão emergindo como uma abordagem promissora devido à alta capacidade de carregamento de drogas, perfil de liberação controlado dos fármacos veiculados, maior estabilidade e reduzido custo. Neste trabalho, demonstramos pela primeira vez o potencial efeito leishmanicida in vitro e in vivo dos CLN-AnB na infecção por L. braziliensis. O CLN-AnB mostrou-se menos tóxico em relação à anfotericina livre (AnB) e à anfotericina desoxicolato (AnB-D) em avaliação in vitro. A contagem de promastigotas viáveis, recuperadas no sobrenadante de macrófagos murinos infectados revelou IC50 de 5.3 ± 0.558; 13 ± 0.577 e 11.7 ± 1.73 ng/mL e índice de seletividade de 813; 830 e 1046, para AnB, AnB-D e CLN-AnB, respectivamente. As análises por microscopia confocal mostraram a captação dos CLNs por macrófagos infectados já após uma hora de incubação e sua maior entrada com 48 horas. O efeito imunomodulador das formulações foi avaliado pela quantificação de óxido nítrico (NO) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) no sobrenadante de macrófagos infectados e tratados com o IC50 das formulações. Somente a AnB foi capaz de induzir significativamente NO e TNF-α. Para avaliação in vivo, camundongos BALB/c foram infectados na derme da orelha com L. braziliensis e tratados com antimonial pentavalente (Sb5+, Glucantime®), anfotericina lipossomal (AnB-L, Ambisome®) ou com CLN-AnB. Após seis semanas de infecção, a análise do tamanho da lesão e da carga parasitária da orelha infectada mostrou eficácia semelhante entre o Sb5+ e o CLN-AnB quando comparado com animais que não receberam tratamento. Os resultados mostraram características quanto à segurança e a eficácia do CLN-AnB na a infecção in vitro e in vivo por L. braziliensis. Mais estudos são necessários para consolidar o tratamento CLN-AnB como uma nova formulação promissora de anfotericina B para tratamento da leishmaniose tegumentar.

Palavras-chave: Leishmaniose Cutânea; L. braziliensis; Anfotericina B; Tratamento; Nanocarreadores; Macrófago.

 

 

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