Chikungunya: epidemias em Salvador, em 2019 e 2020, foram compostas por surtos comunitários

Um estudo concluiu que a elevada transmissão do vírus chikungunya em Salvador em 2019 e 2020, gerando o que parecia ser uma grande epidemia em toda a cidade, foi na verdade constituída por vários surtos comunitários, sincronizados ou sequenciais. Os resultados do trabalho, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia e professor da UFBA, Guilherme Ribeiro, e que tem como primeiro autor, Hernan Argibay, pós-doutorando da Fiocruz Bahia e do Instituto de Saúde Coletiva (ISC-UFBA), foram publicados na Lancet Regional Health – Americas.

Os autores combinaram análises epidemiológicas e espaço-temporais para avaliar o padrão de distribuição dos casos notificados de chikungunya em Salvador ao longo da epidemia de 2019-2020, buscando compreender o modo de a disseminação desse vírus na cidade e os fatores sociais e ambientais associados à incidência da doença.

Mais de 19.000 casos de chikungunya foram registrados em Salvador entre 2016 e 2020,  com aumento significativo nos anos de 2019 e 2020, que tiveram 4.549 e 13.071 casos notificados, respectivamente. Em 2016, foram notificados 977 casos, em 2017 foram 349 e em 2018 notificou-se 183.

O estudo identificou dezesseis clusters (aglomerados espaço-temporais) estatisticamente significantes durante as epidemias de 2019 e 2020, sendo nove em 2019 e sete em 2020, indicando que o vírus chikungunya exibe um padrão localizado de transmissão. Este achado sugere que, mesmo em cidades altamente afetadas por epidemias de chikungunya, pode haver bairros onde a transmissão viral foi baixa, formando bolsões populacionais que são potencialmente suscetíveis a futuros surtos.

Os resultados também demonstraram que a distribuição heterogênea dos casos na cidade foi relacionada a determinadas características dos setores censitários. Aqueles setores com maior renda média, densidade populacional humana e cobertura vegetal tiveram menor risco de chikungunya, enquanto os setores censitários com temperaturas mais altas tiveram maior risco de chikungunya.

No artigo, também é discutido o possível impacto da pandemia de Covid-19 na epidemia de chikungunya em 2020, em Salvador. Segundo os autores, a restrição ao deslocamento de pessoas pode ter contribuído para o aumento significativo de casos nesse período, levando em conta que a transmissão desta arbovirose ocorre principalmente no ambiente peridomiciliar. Além disso, houve redução nas ações de controle de vetores, uma vez que todos os esforços do setor de saúde foram direcionados para enfrentamento da pandemia. Por outro lado, se a menor mobilidade pode ter favorecido a disseminação local do vírus em certas comunidades, pode ter dificultado que o vírus alcançasse e estabelecesse transmissão em outras áreas.

Por Júlia Lins.

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Revisão destaca importância da enfermagem na assistência a pacientes com Chagas

Um estudo revisou trabalhos sobre a atuação de profissionais de enfermagem na assistência e cuidado a pacientes com doença de Chagas. A pesquisa, realizada com o objetivo de aumentar a conscientização entre os profissionais de saúde sobre o papel essencial do atendimento de alta qualidade no tratamento de pacientes com a forma crônica da doença, foi coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Santos, e publicada no periódico BMC Nursing.

O artigo destacou o papel desempenhado por enfermeiros na prestação de cuidados essenciais a portadores sintomáticos da doença de Chagas crônica, causada pelo parasito Trypanosoma cruzi. Esses profissionais são fundamentais no controle de sintomas, administração de medicamentos e monitoramento da saúde, contribuindo para a melhora da qualidade de vida dos pacientes.

Utilizando a metodologia de revisão de escopo, que analisa a literatura sobre um tema específico, a equipe seguiu o método PRISMA-ScR para selecionar os artigos. A busca foi realizada nas bases de dados SciELO Brasil, PubMed e LILACS, utilizando palavras-chave como “doença de Chagas”, “enfermagem”, “cuidados de enfermagem” e “assistência de enfermagem”, em português, inglês e espanhol, no período de 1980 a 2022. Inicialmente, 633 estudos foram identificados, dos quais 17 foram selecionados para análise final, incluindo dois estudos observacionais, duas séries de casos e sete revisões de literatura.

Os resultados reforçam o papel crucial dos enfermeiros no suporte a pacientes com manifestações cardíacas e/ou digestivas da doença de Chagas crônica. Também foram abordadas intervenções voltadas para neonatos infectados e usuários de dispositivos como marcapassos e desfibriladores cardioversores implantáveis.

Os pesquisadores concluíram que a enfermagem é essencial em equipes multidisciplinares de cuidado, desempenhando um papel crítico na melhoria da qualidade de vida de pessoas com doença de Chagas crônica, independentemente da forma clínica apresentada. O estudo destaca ainda a importância de avaliar as necessidades subjetivas e objetivas de cada paciente, a fim de elaborar planos de cuidados personalizados que atendam às condições clínicas e demandas individuais.

Por Jamile Araújo, com supervisão de Júlia Lins.

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Dissertação do PGPAT recebe menção honrosa em evento da CAPES

O autor da dissertação, Leonardo Siquara, e a orientadora, Clarissa Gurgel.

O estudante Leonardo de Oliveira Siquara da Rocha, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT) da Fiocruz Bahia, foi reconhecido com uma menção honrosa no XIV Encontro Nacional de Pós-Graduação nas Áreas de Medicina da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em outubro, em São Paulo.

Orientado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel, o estudante recebeu o prêmio pelo trabalho de mestrado, onde investigou o uso de esferóides tumorais como modelo para estudar interações complexas entre células tumorais. Essa pesquisa inovadora, focada na identificação e estudo das estruturas denominadas “cell-in-cell” em carcinoma de células escamosas, oferece novos insights sobre a dinâmica da comunicação celular no microambiente tumoral e, principalmente, o papel dos fibroblastos associados ao câncer, com potencial para avanços no entendimento da biologia das metástases e agressividade do tumor. A premiação ressalta o rigor científico do estudo e a contribuição da equipe para o conhecimento na área.

Leonardo compartilhou que ficou honrado com a menção honrosa. “Sei que o nosso trabalho está entre vários outros excelentes ao redor do Brasil, e é gratificante perceber a excelência do PGPAT através dos estudos que realizamos, especialmente por estarmos na região Nordeste que conta com poucos cursos nota 6, como é o nosso caso”, destacou.

A 14ª edição do Encontro Nacional de Pós-Graduação nas Áreas de Avaliação de Medicina I, II e III da CAPES reuniu gestores de instituições de ensino superior, coordenadores de programas, professores, estudantes, pesquisadores, secretários e outros profissionais que atuam nos mestrados e doutorados.

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Estudo com participação da Fiocruz Bahia é selecionado entre os mais notáveis do ano pelo New England Journal of Medicine

O periódico New England Journal of Medicine (NEJM) publicou uma coleção de estudos selecionados por seus editores como os mais notáveis ​​e impactantes do ano de 2024, na medicina clínica. Entre os 14 selecionados está o trabalho “Vacina Butantan–Dengue Tetravalente, Atenuada e Viva em Crianças e Adultos”, no qual participaram as pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Aldina Barral e Viviane Boaventura.

A Butantan–Dengue (Butantan-DV) é uma vacina experimental, de dose única, viva, atenuada e tetravalente contra a dengue, que avaliou a eficácia geral em um estudo de fase 3 em andamento, duplo-cego, no Brasil. Os participantes foram designados aleatoriamente para receber Butantan-DV ou placebo, estratificados de acordo com a idade (2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos). Os pesquisadores concluíram que uma dose única de Butantan-DV preveniu dengue nos sorotipos 1 e 2 sintomáticos, independentemente do estado sorológico da dengue no início do estudo, durante 2 anos de acompanhamento.

O editor Scott B. Halstead destacou a relevância dos ensaios clínicos da vacina experimental brasileira, no texto intitulado “Three Dengue Vaccines — What Now?”. Halstead ressaltou que as vacinas existentes atualmente são administradas em três doses, no caso da Dengvaxia, e duas doses, no caso da Takeda, mais conhecida como Qdenga, que no Brasil está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). “Dadas as realidades das dimensões da pandemia de dengue nos séculos XX e XXI, uma vacina tetravalente de dose única altamente eficaz continua em alta demanda. Os ensaios clínicos do Butantan-DV devem continuar e, se possível, ser expandido”, afirmou.

No conteúdo da publicação podem ser encontrados os resumos de artigos, editoriais de acompanhamento e resumos em linguagem simples dos estudos selecionados, além de uma carta do editor-chefe Eric J. Rubin. Acesse aqui.

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Projeto é aprovado em chamada de programa de atenção oncológica do Ministério da Saúde

O projeto da Fiocruz Bahia “Integração da Medicina de Precisão ao SUS: Implementação de Rede Multi-institucional para inovação no diagnóstico e tratamento de leucemias e linfomas” foi aprovado na chamada do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), do Ministério da Saúde. A iniciativa tem como objetivo viabilizar a organização de uma rede colaborativa de pesquisas em tumores malignos hematológicos, liderada por uma equipe baiana, buscando benefícios para pesquisa científica na região Nordeste e para pacientes atendidos na região.

A rede, liderada pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Karine Damasceno e Eugênia Granado, trabalhará com ferramentas de inovação em saúde, no desenvolvimento de imunoterapias, definição de biomarcadores e no aprimoramento do diagnóstico e caracterização das patologias estudadas. O projeto também vai avaliar os fatores de risco e características socioeconômicas da população em estudo e contribuirá para o desenvolvimento de estratégias de promoção de saúde pública.

Durante o desenvolvimento, o projeto irá possibilitar o acesso de pacientes do SUS a testes importantes na definição do tratamento e prognóstico, como preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), dos quais poucos são realizados na Bahia, o que possibilita a formação de uma equipe com expertise para a realização desses diagnósticos localmente, sendo estratégico para o desenvolvimento de novas tecnologias na região.

Um dos eixos do estudo pretende explorar a complexidade do microambiente tumoral no linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), por meio da identificação e validação de biomarcadores moleculares. Aliado ao uso de tecnologias de ponta, como imunofluorescência multiplex, ferramentas de patologia digital e inteligência artificial, essa inovação estratégica nos posicionará à frente no uso de tecnologias avançadas para diagnóstico, aprimorando nossa capacidade de fornecer análises detalhadas e precisas, fundamentais para o avanço da pesquisa e tratamento na área oncológica.

Além da participação de pesquisadores da Fiocruz Bahia, a rede será composta de hospitais oncológicos da Bahia, instituições de referência em pesquisa e inovação como a Fiocruz Ceará, o Instituto Carlos Chagas no Paraná, o Instituto Oswaldo Cruz e o Instituto Nacional de Câncer, no Rio de Janeiro.

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Fiocruz Bahia inaugura biobanco com capacidade para mais de 600 mil amostras

A segunda-feira, 16/12, foi marcada pela inauguração do Bio-IGM, o biobanco da unidade da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia. Com capacidade para armazenar mais de 600 mil amostras, a estrutura reúne amostras biológicas coletadas através das pesquisas desenvolvidas no âmbito da instituição. O biobanco representa um importante avanço, contribuindo para o fortalecimento da ciência aberta e o compartilhamento de dados e amostras, respeitando normas técnicas e éticas necessárias para o seu funcionamento. 

Com uma estrutura robusta, o biobanco conta com ultrafreezers que alcançam a temperatura de -80ºC, refrigeradores, freezers -30ºC, um grande contêiner de nitrogênio líquido e equipamentos que garantem a qualidade e a segurança do armazenamento das amostras. O biobanco já conta com cerca de 40 mil amostras derivadas do diagnóstico da Covid-19, doença de Chagas e esquistossomose. 

A mesa de abertura contou com a participação da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; do Vice-Diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio; da superintendente de Desenvolvimento Científico da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI, Isabel Sartori; da representante da Rede Fiocruz de Biobancos e da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas, Daiane Sertório; do Deputado Federal, Jorge Solla; e do superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia, representando a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Luiz Henrique Gonzales D’utra. Em seguida, as curadoras do biobanco, Eugênia Granado e Adriana Lanfredi apresentaram o percurso desde a criação até a instalação de toda a estrutura. 

A cerimônia também contou com a presença da diretora de Hematologia da Fundação Hemoba, Anelisa Costa Streva, da diretora do Laboratório Central de Saúde Pública-LACEN, Arabela Leal; e do assessor parlamentar Gabriel Carvalho, representando a deputada federal, Alice Portugal. 

Durante o evento, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves falou sobre a importância do biobanco para a realização de pesquisas. “A importância de um biobanco se dá exatamente para que essas etapas (construção e validação de métodos diagnósticos) sejam feitas de maneira rápida para que nós possamos dar respostas de Saúde Pública para a nossa população… Esse biobanco representa uma organização para que nós possamos enfrentar futuros agravos de Saúde Pública”, afirmou. 

O Vice-diretor de Pesquisa, Ricardo Riccio, falou da importância de tornar a ciência aberta e acessível a todos, respeitando os critérios éticos e legais. “Temos hoje um dia festivo, um dia de muita felicidade para todos nós e esperamos que esse biobanco possa fortalecer todo o ecossistema de pesquisa da Bahia e da nossa região”, afirmou. 

O Deputado Federal Jorge Solla destacou a importância de acompanhar e contribuir para conquistas como a criação do biobanco. “Conquistas como essa são fundamentais para o desenvolvimento das pesquisas em saúde em nosso estado. Então, para nós é muito importante estar acompanhando, contribuindo e presenciando as conquistas que estão sendo feitas”, ponderou. 

A representante da Rede Fiocruz de Biobancos,  Daiane Sertório, parabenizou a equipe de trabalho e destacou que, a partir de agora, o Bio-IGM passa a integrar a rede oficial da instituição, prestando um serviço para toda a comunidade científica. “Os biobancos não são só um repositório, eles são fontes de colaborações, de parcerias, são um fomento à translação do conhecimento para que pesquisa básica possa virar produtos e serviços para o SUS”, ponderou. 

Representando a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Isabel Sartori, reforçou o compromisso da SECTI com o desenvolvimento científico e tecnológico, destacando a parceria com a Fiocruz Bahia. “Esse é um momento de crescimento e de aprendizagem que eleva o desenvolvimento da ciência do estado da Bahia e do Brasil, e a importância da Bahia nesse cenário nacional e internacional”, destacou. 

Representando a SESAB, Luiz Henrique Gonzales D’utra destacou a necessidade de investir em políticas e ações que ajudem a fortalecer o Sistema Único de Saúde. “Essa iniciativa é uma importante ferramenta para o desenvolvimento da pesquisa, para o desenvolvimento e apoio às políticas públicas e para a colaboração nacional e internacional em pesquisas”, enfatizou.  

A cerimônia foi concluída com o descerramento da placa e uma visita guiada pelas instalações do biobanco. 

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Fiocruz Bahia realiza 5ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz 

Realizada entre os dias 11 e 13 de dezembro, a 5º edição do  Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação – Jornada Científica contou com apresentações de trabalhos em diferentes modalidades, premiando estudantes dos programas de mestrado e doutorado da Fiocruz Bahia nas categorias: Mestrado em Andamento, Mestrado Egressos, Doutorado em Andamento, Doutorado Egressos, Divulgação Científica e Sessão de Pôster. 

A edição foi marcada pela homenagem do pesquisador Mitermayer Galvão à memória do médico e ex-dirigente da unidade, Aluízio Prata (1920-2011). Durante o evento, Mitermayer relembrou as experiências vividas ao lado do homenageado, destacando as suas contribuições para a instituição, para saúde e para a ciência. “O professor Prata é merecedor de todas as homenagens. Nós precisamos fazer justiça àquelas pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para as nossas vidas e para a ciência”, afirmou. 

Natural da cidade de Uberaba, em Minas Gerais, Aluízio nasceu em 1 de junho de 1920. Aos 16 anos, deixou a cidade mineira e concluiu seus estudos preparatórios no Rio de Janeiro. Em 1945, completou sua formação médica na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, depois denominada Universidade Federal do Rio de Janeiro. No ano seguinte à formatura, foi admitido como oficial médico na Marinha, no Mato Grosso do Sul, e logo depois transferido para Salvador, em 1952. Com uma trajetória científica marcante,  Aluizio desenvolveu importantes estudos relacionados à esquistossomose, doença de Chagas e a leishmaniose.

A programação também contou com a Sessão Científica Terapias de Edição Gênica com CRISPR: Passado, Presente e Futuro, ministrada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Solano, na sexta-feira, 13/12.

Para a coordenadora do Prêmio e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Natália Machado, essa foi uma edição de excelência, empenhada em valorizar a dedicação e o trabalho dos alunos e orientadores do IGM. “Ser idealizadora do Prêmio é um orgulho e ver, nessa 5ª edição, como toda a comunidade IGM abraçou e entendeu a importância desse evento no calendário anual da instituição é motivo de grande alegria. O resultado disso foi um recorde de inscrições, mostrando o interesse dos alunos em participar do Prêmio. Fizemos mais uma edição de excelência, podendo valorizar a dedicação e o trabalho dos alunos e orientadores do IGM”, disse.

Confira a lista de premiados:

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Fiocruz Bahia vai inaugurar biobanco

O biobanco do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), Bio-IGM, será inaugurado no dia 16 de dezembro, às 14 horas. A atividade acontece no Auditório Sônia Andrade e contará com visitação ao espaço físico do biobanco.

O Bio-IGM tem como objetivo realizar armazenamento de material biológico humano para o desenvolvimento de pesquisas biomédicas e melhor entendimento na patogênese, patogenia, evolução, tratamento e diagnóstico de doenças infecto-contagiosas, crônico-degenerativas e neoplasias de interesse estratégico para a instituição. 

A estrutura tem aproximadamente 55 m², composta por uma sala equipada com freezers com temperaturas de -30°C e -80°C e outra com container de nitrogênio líquido para 40 mil amostras, além de área administrativa, recepção e processamento de amostras. Além disso, o biobanco conta com um sistema automatizado de organização e monitoramento de dados associados às amostras armazenadas, com os softwares REDCap e NorayBanks. O protocolo de funcionamento da estrutura foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

Fruto de um projeto institucional de mais de dez anos, o financiamento para o Bio-IGM vem da captação de recursos pelo Núcleo de Excelência em Gestão de Projetos da Fiocruz Bahia, através de emendas parlamentares e do apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT-BA), e do apoio financeiro e organizacional da Rede Fiocruz de Biobancos (RFBB), ligada à Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da Fiocruz.

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Rede de Vigilância Genômica da Tuberculose realizou capacitação na Bahia

A Fiocruz Bahia realizou o I Workshop da Rede de Vigilância Genômica da Tuberculose (REVIGET), no dia 02 de dezembro. A iniciativa tem como objetivo a capacitação para a vigilância genômica da tuberculose nas regiões Norte e Nordeste, desde a condução de experimentos laboratoriais e de bioinformática em sequenciamento completo do genoma, com foco nos Laboratórios Centrais (LACENs) dos estados do Amazonas, Bahia, Ceará e Pará.

A edição local do REVIGET contou com a participação da coordenadora geral do projeto, Karla Valéria de Batista Lima; com a diretora do LACEN Bahia, Arabela Leal e Silva de Mello; o representante da Diretoria de Vigilância Epidemiológica e do Comitê Baiano para o Controle da Tuberculose, Francisco Santana; com a representante da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Andrea Salvador; a médica pneumologista do serviço técnico especializado do Ministério da Saúde, Eliana Matos, e a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves. Foram 80 inscritos, entre estudantes e docentes de pós-graduação, profissionais de saúde do estado e do município de Salvador, além de servidores das plataformas institucionais de vigilância molecular e de sequenciamento.

A coordenadora local do evento e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, explica que a capacitação permitirá um avanço nas ações de vigilância e manejo dos pacientes com resistência aos fármacos, bem como o monitoramento, em especial das mutações que produzirem resistência aos novos fármacos utilizados para a redução do tempo de tratamento da tuberculose droga-resistente. 

“Com isso, esperamos que seja possível agilizar a adoção do esquema de fármacos mais adequado às necessidades desses pacientes, com redução do tempo de tratamento, da transmissão, do número de mortes e do custo com o controle da tuberculose, conduzindo aos objetivos da Agenda 2030 que estabelece como meta a redução da incidência para até 10 casos por 100 mil habitantes”, declarou.

A pesquisadora destacou ainda que o treinamento específico das equipes dos LACENs iniciou agora e continua por um ano, ao final do qual está previsto que os laboratórios adquiram independência para a realização do sequenciamento e para a análise de dados. “Para a equipe, o workshop foi um grande sucesso, com vários retornos positivos e o amplo apoio dos gestores estaduais e municipais”, avaliou Bessa.

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Pesquisador da Fiocruz Bahia é eleito titular da Academia Brasileira de Ciências

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis, foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na categoria Ciências da Saúde. Os novos membros são eleitos anualmente por indicação dos membros titulares da ABC. Foram eleitos 17 membros titulares, 6 correspondentes e 30 afiliados.

Os titulares e correspondentes receberão seus diplomas durante a Reunião Magna da ABC, no Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 8 de maio de 2025. Já os afiliados terão suas cerimônias de diplomação associadas a simpósios científicos em cada região.

Sobre o pesquisador

Mitermayer Galvão dos Reis é médico formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, é especialista em Anatomia Patológica, mestre e doutor em Patologia Humana pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (FMB-UFBA). Cursou o pós-doutorado na Case Western Reserve University e na Harvard School of Public Health (EUA).

Atualmente, é Pesquisador Titular da Fiocruz Bahia, Professor Titular do Departamento de Patologia e Medicina Legal (DPML) da FMB-UFBA, Professor Adjunto da Universidade de Yale nos EUA; Pesquisador categoria 1A e Membro de Comitê de Assessoramento de Biotecnologia do CNPq. É chefe do Laboratório de Patologia e Biologia Molecular, da Fiocruz Bahia. Além disso, foi professor titular por 38 anos da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e chefe do DPML por dois mandatos.

O cientista também é membro da Academia de Ciência da Bahia, da Academia de Medicina da Bahia e membro Honorary International Fellows of ASTMH, da American Society of Tropical Medicine and Hygiene.

Realiza estudos sobre epidemiologia clínica e molecular e de imunopatogênese das doenças infecciosas parasitárias orientados para o desenvolvimento tecnológico e inovação com ênfase em arboviroses, câncer, doença de Chagas, esquistossomose, hepatites virais, leptospirose, meningites bacterianas e viroses respiratórias.

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Fatores para desenvolvimento da artralgia crônica após chikungunya são avaliados em tese

Estudante: Leile Camila Jacob Nascimento
Orientação: Mitermayer Galvão dos Reis
Título da tese: Aspectos imunológicos, clínicos e virais associados à imunopatogênese da artralgia persistente após infecção pelo vírus Chikungunya.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 13/12/2024
Horário: 14h00
Local: Sala de Videoconferência – Fiocruz Bahia

Resumo

INTRODUÇÃO: Desde sua reemergência em 2013, o vírus chikungunya (CHIKV) causou diversos surtos ao redor do mundo, afetando principalmente a América Latina e o Brasil. Os sintomas que mais frequentemente acometem os indivíduos infectados são: febre, artralgia intensa, edema articular, mialgia e dor de cabeça. A artralgia pode persistir por meses ou até anos após o início dos sintomas e, embora já tenham sido descritos alguns fatores de risco, os mecanismos e a imunopatogênese da artralgia persistente após a infecção pelo CHIKV permanecem desconhecidos. OBJETIVO: Investigar fatores de risco clínicos, biomarcadores imunológicos e virais para desenvolvimento da artralgia crônica após a infecção pelo CHIKV durante o curso da doença. MATERIAL E MÉTODOS: Avaliação de 71 pacientes com diagnóstico positivo de Chikungunya por RT-qPCR, seguidos em uma coorte para obtenção de informação sobre desfecho de cronificação da artralgia ou resolução dos sintomas e coleta de amostras biológicas. Para todos os pacientes selecionados foram avaliadas características clínicas e sociodemográficas em visitas realizadas 0-7 e 10-45 dias após o início dos sintomas (DPS), respectivamente, e para um subgrupo (n=25), foi realizado pelo menos um atendimento adicional com coleta de amostras >45 dias de início dos sintomas. Nas amostras destes pacientes foram ainda avaliados: IgM e IgG anti-CHIKV, dosagem de 19 citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento além de dosagem de carga viral de CHIKV e sequenciamento de genoma completo. RESULTADOS: A maioria dos pacientes estudados era do sexo feminino, representando 67% (48/71) do total, com uma mediana de idade de 40 anos. Entre eles, 59% (42/71) desenvolveram artralgia crônica (>90 dias após o início dos sintomas). Esses indivíduos apresentaram maior frequência de edema e eram, em média, mais velhos durante a fase inicial da doença (0-7 DPS), em comparação ao grupo que não desenvolveu artralgia crônica. Nas amostras pareadas, observou-se soroconversão de anticorpos IgM e IgG em 96% (70/71) e 100% (71/71) dos pacientes, respectivamente. Aproximadamente 30% dos pacientes que desenvolveram artralgia crônica mantiveram níveis detectáveis de anticorpos IgM por mais de dois anos após o início dos sintomas. Além disso, níveis mais elevados de GM-CSF e IP10/CXCL10 foram observados nas amostras coletadas entre 0-7 e 10-45 DPS, respectivamente, no grupo que evoluiu para artralgia crônica. Por outro lado, a carga viral não demonstrou associação com o desenvolvimento de artralgia crônica, e as mutações encontradas nos genomas virais não apresentaram relevância clínica significativa. CONCLUSÕES: Presença de edema e idade elevada foram identificados neste estudo como fatores associados ao desenvolvimento de artralgia crônica. Observou-se que o uso de opioides na fase inicial da doença foi mais comum em pacientes que evoluíram para esse quadro, sugerindo a presença de sintomas mais intensos e a necessidade de um manejo específico da dor. Características intrínsecas do indivíduo e resposta imune parecem desempenhar um papel mais importante do que as do vírus na evolução para artralgia crônica. Palavras-chave: Chikungunya, Artralgia crônica, Biomarcadores, Carga viral

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Pesquisa sugere desenvolvimento de antimalárico através da união da atovaquona com metais

Um estudo propõe o desenvolvimento de novos fármacos antimaláricos mais eficientes através da união do medicamento atovaquona (um medicamento já utilizado no tratamento da malária) com os metais prata, ouro e cobre. O trabalho foi realizado em colaboração com grupos de pesquisas do Brasil, Portugal e França, incluindo o grupo do pesquisador da Fiocruz Bahia, Diogo Moreira, e a estudante do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Medicina Investigativa (PGBSMI), Adrielle Sacramento. O artigo foi publicado no periódico Inorganic Chemistry.

A malária é uma doença infecciosa, aguda e potencialmente grave, causada pelo parasito do gênero Plasmodium, transmitido pela picada de mosquitos do gênero Anopheles infectados, mas também pode ser transmitido pelo compartilhamento de seringas, transfusão de sangue ou até mesmo da mãe para feto, na gravidez.

O estudo teve como objetivo verificar se há aumento da eficiência desses compostos frente ao Plasmodium falciparum, especialmente em cepas resistentes a outros tratamentos, além de evidenciar o mecanismo de ação base dos compostos.

A partir de ensaios padronizados como o de crescimento parasitário e citotoxicidade celular, os cientistas apontam que os complexos metálicos desenvolvidos apresentaram alta estabilidade, tanto no estado sólido quanto em solução, o que é crucial para garantir sua eficácia durante o tratamento. Também foi evidenciada sua capacidade de inibir o crescimento do Plasmodium falciparum de forma comparável à atovaquona, sem apresentar toxicidade significativa para células humanas.

A fim de compreender melhor acerca do possível mecanismo envolvido na ação desses compostos, foi realizado um ensaio de “inibição da β-hematina”. No curso normal da doença, durante a infecção, o parasito ataca os glóbulos vermelhos e consegue ingerir em pouco tempo boa parte da hemoglobina, composta pelas proteínas heme e globina, cuja função mais importante é fixar o oxigênio para ser transportado pelo sangue. No ambiente parasitário, a fração “heme” é tóxica ao parasito, mas o Plasmodium consegue convertê-la numa substância cristalina inofensiva, a hemozoína.

O ensaio da β-hematina revelou que os compostos são promissores, já que, além de preservar a eficácia da atovaquona, eles conseguiram inibir a formação de hemozoína, o “pigmento malárico”, deixando a “fração heme” livre, causando toxicidade ao parasito. Ao interromper esse processo de desintoxicação, os compostos metálicos aumentam a concentração de heme tóxico dentro do parasito, levando à sua morte.

Os pesquisadores concluíram que o estudo abre novas perspectivas para o tratamento da malária, especialmente em áreas onde a resistência aos medicamentos atuais é um problema crescente. A combinação de atovaquona com metais pode representar uma solução inovadora para combater a malária de forma mais eficaz e com menor risco de resistência.

Por Jamile Araújo, com supervisão de Júlia Lins

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Inscrições abertas para pós-doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa

O Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PgBSMI) torna público o calendário e as normas para a seleção de bolsistas do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PIPD/CAPES), de acordo com o estabelecido nas portarias CAPES nº 282, de 4 de setembro de 2024, e nº 307, de 24 de setembro de 2024.

As inscrições vão até 17 de janeiro de 2025. Será uma vaga, na modalidade de brasileiro com título de doutor, com duração de 12 meses, prorrogável até 24 meses. Clique aqui e consulte o edital.

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PROIIC divulga resultado da chamada interna para auxílio permanência

A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) informa à comunidade científica e acadêmica o resultado dos alunos aprovados na Chamada Interna – 02/2024 – AUXÍLIO PERMANÊNCIA DO ESTUDANTE DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA.

Clique aqui e confira.

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Seminário propõe reflexões e ações para a equidade racial

Promovido pela Fiocruz Bahia, através do Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça, o Seminário Novembro Negro: Reflexões e Ações para a Igualdade Racial foi realizado na sexta-feira, 29/11, no auditorio Sonia Andrade. O evento, que integra as celebrações em homenagem ao mês da Consciência Negra, contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-Bahia) e do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (APUB).

A programação teve início com a Sessão Científica, apresentada pela professora da Universidade Federal da Bahia, Barbara Coelho. Com o tema Racismo e Inteligência Artificial: Desafios Éticos e Tecnológicos, a pesquisadora líder do Laboratório de Pesquisas em Tecnologias Informacionais e Inclusão Sociodigital (Lti Digital) falou sobre como o racismo está presente nas tecnologias e suas formas de operar. A convidada também falou sobre a importância de discutir o tema com a comunidade durante o mês de novembro. “Esse é um mês muito especial pra gente, de muito trabalho e muitas reflexões porque nós temos a oportunidade de parar e repensar algumas questões no âmbito da universidade, da pesquisa, da extensão e do ensino, envolvendo questões relacionadas ao racismo, mas também aos avanços que tivemos nos últimos anos”, ponderou. 

Em seguida, a mesa institucional foi formada pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; pela coordenadora de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas da Presidência da Fiocruz (CEDIPA), Hilda Gomes e pela coordenadora do Sistema de Promoção da Igualdade Racial, Aline Teles, que representou a secretária da Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia, Ângela Guimarães.

A representante da Sepromi, Aline Teles, reiterou a parceria entre a Fiocruz Bahia e a secretaria estadual, reforçando o compromisso com ações voltadas para uma sociedade com mais diversidade e equidade. “Espero que possamos fomentar diálogos abertos, construtivos, onde possamos ouvir diversas vozes e perspectivas. Eu acredito na troca de conhecimento e na colaboração de diferentes entes para que possamos avançar na construção de uma sociedade mais justa e mais igualitária”, disse. 

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, defendeu a relevância do evento para a instituição e a importância de promover ações de combate ao racismo. “O racismo está impregnado em cada canto da nossa sociedade e do mundo, e é obrigação de cada um de nós combatê-lo. Nós precisamos disseminar a equidade na nossa sociedade. Hoje o IGM está em festa e o meu coração está resplandecendo”, afirmou. 

Hilda Gomes, coordenadora de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (CEDIPA), falou sobre as ações para equidade e diversidade promovidas pela Fiocruz e da importância de ações como o Seminário Novembro Nebro, que ampliam discussões importantes em meio à comunidade interna. “Eu li uma frase que dizia que apagar as trajetórias é uma tecnologia do racismo. Então a gente reconhece, cada dia mais, que o racismo é super sofisticado…as palavras que nos cercam são: luta, resistência e resiliência”, disse.   

Na sequência, Hilda Gomes mediou a mesa: Ações Afirmativas nas Instituições de Ciência e Tecnologia, composta pela professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Dina Maria do Rosário; pela professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Lorena Pinheiro Figueiredo; da diretora do Campus dos Malês da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Mirian Reis e pela estudante de medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e estudante do Projeto Institucional de Iniciação Científica da Fiocruz Bahia (Pibic/ Ações Afirmativas), Caroline Pinho. 

A programação continuou durante a tarde com a mesa Racismo e Saúde, mediada pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves. A mesa foi formada pela professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Suyane Costa Ferreira; pela psicóloga e representante do Coletivo Nacional de Saúde Quilombola (CONAQ), Amanda Glayce Sacramento e pela assessora especial da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi/BA), Ubiraci Matildes de Jesus. 

A programação foi encerrada com a mesa Decolonialidade e Saúde, mediada pelo pesquisador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde  – (CIDACS/Fiocruz Bahia), Gustavo Matta. A mesa foi composta pela pesquisadora Pós-Doc do CIDACS, Emanuelle Freitas Goés e pela pesquisadora associada do CIDACS / Fiocruz Bahia,  Andréa Jacqueline Ferreira.

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Encontro celebra culminância do projeto Bora Checar

No dia 22/11, sexta-feira, foi realizado o encontro de culminância do Bora Checar, projeto da Fiocruz Bahia desenvolvido com o apoio da Embaixada dos Estados Unidos e da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (SECTI). O objetivo do projeto foi estimular o desenvolvimento de competências informacionais e midiáticas por meio de oficinas de combate à desinformação voltadas para jovens estudantes de escolas públicas do estado da Bahia.

O evento, que contou com palestras e apresentações culturais, ocorreu no Colégio Estadual da Bahia (Central), uma das escolas participantes da iniciativa. Estiveram presentes também estudantes e professores do Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, localizado no município de Catu (BA), e o Colégio Estadual Quilombola da Bacia do Iguape, da comunidade quilombola Santiago do Iguape, distrito de Cachoeira (BA).

Durante a abertura, Antonio Brotas, coordenador da Gestão e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia e do projeto, agradeceu à comunidade escolar pela adesão, além de parabenizar estudantes e professores pela dedicação durante as oficinas. “O evento de hoje simboliza o encerramento do ciclo inicial de um processo construído de forma extremamente cuidadosa, desde a elaboração dos materiais didáticos até a relação de confiança entre a instituição e a escola, em prol do combate à desinformação entre os estudantes, especialmente sobre saúde, ciência e meio ambiente”, destacou.

Emmeline Bezerra de Oliveira, superintendente de Inovação da SECTI, também esteve presente e ressaltou a importância de iniciativas como o Bora Checar para aproximar estudantes da rede pública do conhecimento científico. “É fundamental para a SECTI apoiar ações que fomentem a ciência dentro das escolas. Mesmo com o encerramento deste ciclo do projeto, sabemos que o aprendizado levado às escolas será mantido”, afirmou.

Em mensagem de vídeo, Kaitlin Turck, diretora da seção de Educação e Cultura da Embaixada dos EUA, reforçou a relevância de iniciativas que incentivam os jovens a verificarem a veracidade das informações disseminadas nas mídias digitais. “Atividades como o Bora Checar representam um esforço conjunto entre o Brasil e os EUA para fortalecer a promoção da educação, a ciência e a cultura entre os jovens, capacitando-os como agentes multiplicadores em suas comunidades”, pontuou.

Fernanda Brito, professora do Colégio Central, destacou o impacto do projeto na formação crítica dos estudantes sobre o conteúdo compartilhado nas redes sociais. “O evento de culminância não apenas celebrou o projeto, mas também criou um espaço de diálogo entre as escolas participantes sobre as aprendizagens adquiridas”, observou.

Além das palestras, os estudantes acompanharam apresentações culturais realizadas por colegas que representaram cada escola, além de atividades como a criação de mensagens em murais, cartas e memes, relacionadas ao conhecimento adquirido durante o projeto. Para Ian Santos, estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, o Bora Checar foi uma oportunidade de aprendizado e de conscientização sobre o consumo de informações nas redes sociais. “Agradeço a todos que tornaram o projeto possível e espero que futuras edições sejam realizadas”, comentou.

Daniela Silva, pesquisadora de pós-doutorado em Ciência da Informação (PPGCIN/UFRGS) e parceira pedagógica do projeto, afirmou que o Bora Checar demonstra como os estudantes se interessam por fenômenos como a desinformação, pois vivenciam seus impactos no cotidiano. “Para além de vítimas, as juventudes precisam ser reconhecidas como agentes capazes de transformar os ambientes digitais em espaços mais saudáveis, éticos e democráticos. A educação midiática é uma estratégia essencial para fortalecer a formação cidadã, a democracia, a ciência, a saúde e o meio ambiente”, afirmou.

Esteve presente também Ana Mascarenhas, professora do Colégio Estadual Quilombola da Bacia do Iguape, que classificou o evento de encerramento como um momento lúdico e crucial para a consolidação dos conteúdos abordados nas oficinas, assim como a Izabel Silva Bomfim, vice-diretora do Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, que agradeceu à Fiocruz Bahia e à Embaixada dos EUA pela realização do projeto.

Realizado entre abril e novembro deste ano, o Bora Checar integra os esforços da Fiocruz Bahia para aproximar os jovens da ciência, saúde e cultura, além de disseminar o conhecimento produzido pela instituição em diversas regiões do estado.

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Fiocruz Bahia vai realizar ensaio clínico com células-tronco para tratamento de paraplegia

Milena Soares, pesquisadora da Fiocruz Bahia, coordena o estudo.

A Fiocruz Bahia vai realizar o primeiro estudo clínico da Fiocruz de terapias avançadas (com células-tronco do próprio indivíduo) aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de testar um tratamento para pacientes paraplégicos que sofreram trauma raquimedular. 

Terapias avançadas são as terapias celulares, gênicas e de bioengenharia de tecido, e são consideradas uma nova categoria de medicamentos pela Anvisa. O ensaio, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, foi aprovado em novembro, após análise dos dossiês encaminhados. 

“Para a realização de qualquer estudo clínico envolvendo terapias avançadas, é necessário primeiramente a aprovação da Anvisa, e essa é uma notícia importante neste momento em que a Fiocruz está ampliando o programa de desenvolvimento de terapias avançadas. O Brasil é um país fortemente regulado quando se trata de terapias com uso de células, o que é importante para proteção e cuidado com a população brasileira”, afirma Milena.

A aprovação do estudo é fruto da parceria da Fiocruz com o Senai Cimatec, instituição na qual as células-tronco dos pacientes serão produzidas em laboratório certificado. Com a participação de 40 pacientes e duração prevista de três anos, o ensaio vai avaliar o tratamento com células-tronco da medula óssea do próprio paciente. 

“É uma linha de pesquisa que desenvolvemos há mais de 15 anos e que pretendemos validar, avaliando a eficácia e a segurança do tratamento. Caso seja demonstrado que a terapia é eficaz e segura, esperamos que ela possa ser, futuramente, oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) para ajudar a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”, explica a coordenadora.

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Seminário Novembro Negro discute caminhos para a educação antirracista

A Fiocruz Bahia participou do ‘Seminário Novembro Negro: Caminhos para uma Educação Antirracista’. Realizado na segunda-feira, 25/11, o evento tem como objetivo contribuir para tornar a escola um espaço de formação permanente para os professores no âmbito da educação antirracista, reconhecendo e reforçando a contribuição dos povos africanos e afro-brasileiros na construção do país. A ação é uma iniciativa da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, através do Instituto Anísio Teixeira (IAT), e conta com o apoio da Fiocruz Bahia.

A atividade contou com um público de 200 participantes no formato presencial, dentre eles professores, pesquisadores e estudantes da rede estadual de ensino que participaram ativamente das discussões durante toda a programação. O Seminário também foi transmitido pelo canal do IAT no Youtube para os mais de 430 inscritos no evento.

A atividade teve início com a apresentação cultural do Coletivo MUSA, sob orientação do professor Leonardo Gomes, do Colégio Duque de Caxias. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, participou da mesa institucional ao lado do diretor geral do Instituto Anísio Teixeira (IAT), Iuri Rubim; mediada pelo professor da rede estadual, Adelmo dos Santos; da Deputada Estadual e presidente da Comissão de Educação na Assembleia Legislativa da Bahia, Olívia Santana; da escritora, pedagoga e arte educadora, Madu Costa; da representante da Secretaria de Políticas para Mulheres do Estado da Bahia (SPM), Candida Silva e da diretora de Cultura, Direitos Humanos e Diversidade de Camaçari, Ana Paula Phiton. 

Durante a sua fala, Marilda Gonçalves destacou a importância de combater o racismo no campo da educação, da saúde e das relações sociais. “Nós temos que resistir e não podemos esmorecer porque a luta é de todos. Eu fico muito feliz em ver esse auditório superlotado e saber que estamos comungando com a ideia desse seminário pela educação antirracista”, afirmou.

O professor do IAT e idealizador do evento, Adelmo dos Santos, falou sobre a iniciativa de promover a atividade e da colaboração da equipe de educadores comprometidos com a educação antirracista. “Para mim é motivo de grande alegria estar aqui, não é fácil elaborar uma atividade como essa e por isso eu quero agradecer a toda a nossa equipe” disse.

Para Iuri Rubim, professor e diretor do IAT, a atividade marca a necessidade de entender como a questão racial afeta todos os  processos sociais e educacionais. “O Seminário Caminhos para a uma Educação Antirracista é profundamente importante. Nós enfrentamos um cenário de racismo estrutural muito impactante no nosso estado e isso influencia todas as relações sociais existentes. A educação só consegue chegar no seu objetivo se ela enfrentar e entender profundamente como a questão racial afeta os processos educacionais”, ponderou. 

A programação teve sequência com a conferência de abertura ‘O empoderamento da mulher negra na sociedade racista’, ministrada por Madu Costa. Durante a sua fala, a palestrante, que é escritora, pedagoga, arte educadora, cordelista, narradora de histórias, compositora, cantora e assessora pedagógica, defendeu o papel da educação como uma importante ferramenta de empoderamento. “A cabeça sempre erguida e olhar no horizonte. Saiba aonde você quer chegar”, incentivou. 

A manhã foi encerrada com a mesa ‘O processo de descolonização do negro na sociedade racista’, mediada pelo administrador e tesoureiro da Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEBE, Rosaldo Alves. A mesa foi formada pela Deputada Estadual, Olívia Santana; pela teóloga, historiadora e professora, Gicélia Cruz e pelo presidente da Associação de Pesquisadores Negros da Bahia – APUB, Romilson da Silva Sousa. 

No turno vespertino, a programação foi aberta com a exibição do vídeo ’Vozes e presenças negras’. Em seguida, a mesa ‘Afrobetizar: uma Educação Antirracista’, foi ministrada por Bianca Barreto, professora, mestra em Educação; Doutoranda em dança e finalista do Prêmio Educador Transformador(SEBRAE), com o projeto “Educação Física e Letramento: construindo um Afrobeto voltado para a Educação Antirracista.  

‘Educação e Saúde da população negra’ foi o tema da mesa mediada por Marlene França Braga, contando com a participação da professora e escritora, Selma Santos e do professor Henrique Santiago, ambos professores da Educação Básica da Rede Estadual,  e da assessora da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Ubiraci Matildes. O evento contou ainda com a apresentação musical de Rap do Colégio Estadual Eraldo Tinoco. 

A programação foi encerrada com a mesa ‘Violência e Vulnerabilização contra a população negra’, mediada por Liane Amorim. Participaram da discussão o delegado da Polícia Civil, Ricardo Amorim; a co-vereadora da Mandata Coletiva Pretas Por Salvador, Laina Crisóstomo e a gerente de Projetos na Plan International Brasil / Escritório Salvador, Elaine Amazonas. 

O seminário é mais um fruto da parceria entre Fiocruz Bahia e o IAT/SEC Bahia com o objetivo de contribuir para a discussão da temática antirracista, buscando fortalecer a intersetorialidade entre saúde e educação em torno do tema.

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Curso de vigilância malacológica apresentado em simpósio sobre esquistossomose está com inscrições abertas

No 17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose, realizado em novembro em Salvador, foi ministrada uma apresentação sobre o curso “Vigilância Malacológica para o Controle da Esquistossomose”, pela pesquisadora Elainne Gomes. A vigilância malacológica abordada neste curso tem como alvo o monitoramento caramujos de água doce, envolvidos na transmissão da esquistossomose, que atinge uma parcela representativa da população brasileira. A capacitação, oferecida pela Fiocruz Pernambuco, está disponível através do Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). As inscrições são gratuitas e estão abertas até 24 de fevereiro de 2025.

A pesquisadora Elainne Gomes explicou sobre a importância do tema e as mudanças do modo tradicional de transmissão. “Nas últimas duas décadas a doença vem se expandindo para as áreas urbanas e litorâneas. Nas quais, os processos de inundação nos períodos de chuva acabam fazendo com que as ruas fiquem alagadas, dificultando o as ações de controle, porque as pessoas ao saírem de casa entram em contato focos de transmissão da doença de forma involuntária, o que é mais fácil de controlar na zona rural”, pontuou.

O curso tem carga horária de 30 horas e tem como público-alvo profissionais da área da saúde, incluindo vigilância, agentes comunitários, agentes de endemias, equipes de saúde da família e de atenção especializada, que atuem direta ou indiretamente no Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose; e estudantes da área de saúde.

Na ementa, são abordadas questões relacionadas à identificação dos moluscos hospedeiros intermediários de Schistosoma mansoni e sua importância epidemiológica dentro do território nacional. Além de técnicas de coleta e exame dos moluscos e abordagem das formas de transmissão e como podemos atuar para reduzir seu impacto.

Acesse o curso aqui.

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Projeto Oxente Chagas inicia testagens nos municípios de Tremedal e Novo Horizonte

O projeto Oxente Chagas, que propõe validar o uso de um teste rápido para detectar a doença de Chagas, foi iniciado no município de Tremedal, a 588 km de Salvador, testando 1020 moradores do município. O projeto encontra-se também em andamento no município de Novo Horizonte, a 561 km da capital baiana. Ambas as regiões tiveram a permanência identificada do Triatoma infestans, umas das espécies do inseto conhecido como barbeiro, transmissor da enfermidade, até 2001 e 2015, respectivamente.

O pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do projeto, Fred Luciano Neves Santos, explicou que a primeira ação superou as expectativas da equipe, pois era esperado um público de 600 a 700 pessoas, mas foram mais de 1000 pessoas beneficiadas no mutirão. “Além dos habitantes da zona urbana do distrito, também conseguimos levar as testagens para as casas das pessoas, contemplando indivíduos acamados ou com dificuldade de locomoção”.

A primeira ação foi realizada nas localidades contempladas pela Unidade Básica de Saúde (UBS) de São Felipe, comunidade de Tremedal. Os indivíduos que fizeram o teste, independentemente do resultado positivo ou negativo, tiveram o sangue coletado, e enviado para o Laboratório Central (LACEN) de Vitória da Conquista para a confirmação diagnóstica, e, em até 30 dias, os resultados estarão disponíveis na Secretaria Municipal de Saúde de Tremedal.

Na oportunidade, Elisabeth Almeida, moradora da Fazenda Marreca, avaliou que é muito importante ter conhecimento sobre a doença. “É uma doença grave, que se a gente descobrir enquanto é tempo, podemos ter uma cura total. Mas se descobrir tarde, a pessoa pode acabar morrendo. Inclusive eu já perdi um cunhado com 42 anos por causa dessa doença”.

Almeida destacou que ficou feliz pelo trabalho realizado na comunidade e pela oportunidade de realizar o teste. “É muito difícil para todos se deslocarem e fazer esse exame. E fiquei mais feliz ainda por não ter o problema. Espero que a maioria das pessoas também não tenha, mas caso dê positivo, que tenha tempo de tratar, para ter uma vida mais longa”, ressaltou.

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) de Boi Velho, Matheus Rocha, compartilhou que receber o projeto é um passo para melhoria da saúde das pessoas em relação à doença de Chagas. “Na medida em que desenvolvemos aqui um trabalho pioneiro, podemos ser exemplo para outros municípios”, comentou.

Joelia Rocha, que também é agente de saúde de São Felipe, acredita que é uma conquista para a população ter acesso, por se tratar de uma região distante da cidade. “Quando é possível acessar uma iniciativa como essa, nos sentimos felizes em poder ajudar a população”, observou.

A recrutadora e estudante de doutorado da Fiocruz Bahia, Emily Ferreira, biomédica e membro da equipe do projeto, relatou que o trabalho de campo foi uma experiência totalmente diferente. “Já trabalhei em laboratório, sou professora atualmente. Mas ter o contato direto com a população, conversar sobre as suas dificuldades, muda totalmente tudo que a gente entende por realidade. O projeto me deu um novo olhar para o mundo”, pontuou.

Para João Victor França, médico veterinário, estudante de mestrado da Fiocruz Bahia, e recrutador do projeto, a iniciativa é crucial para o avanço da saúde pública e da qualidade de vida da população. “Vou sair desse projeto bastante humanizado, após visitar comunidades que são bastante humildes, que não têm o mesmo acesso que nós temos em áreas mais centrais”, concluiu.

Em Novo Horizonte o Oxente Chagas atua numa UBS rural, a Vila dos Remédios, área que tem cerca de 1200 pessoas que são assistidas, onde pretendem atender cerca de 1000 pacientes para realizar o teste.

O teste

O teste rápido é uma ferramenta inovadora que permitirá identificar casos de Chagas de forma precoce e eficiente na Atenção Primária, buscando reduzir significativamente o impacto da doença na vida das pessoas e de suas famílias. Além disso, busca facilitar o acesso ao tratamento e evitar complicações decorrentes da enfermidade.

A validação do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos em campo auxiliará na sua incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que já tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), mas ainda requer uma série de estudos prévios para que seja possível dar entrada na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – Conitec, órgão que regulamenta a entrada de toda e qualquer tecnologia no sistema.

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Mortalidade por doença de Chagas na Bahia é superior à média nacional, aponta estudo

Uma pesquisa foi realizada para analisar as tendências temporais e as diferenças regionais na taxa de mortalidade da doença de Chagas no estado da Bahia, no período de 2008 a 2018. O estudo, publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, foi coordenado pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e contou com a participação do pesquisador da Fiocruz Bahia, Gilmar Ribeiro-Jr, além de especialistas da Universidade de Brasília, Universidade Federal de Goiás e Secretaria da Saúde do Estado da Bahia.

A doença de Chagas tem alta carga de mortalidade em muitos países da América Latina, como o Brasil. O trabalho revelou que, no período estudado, a mortalidade pela doença no estado foi superior à média nacional, especialmente nas regiões de saúde de Barreiras, Guanambi, Irecê, Itaberaba, Santa Maria da Vitória e Santo Antônio de Jesus, destacadas como hotspots de mortalidade. A Bahia tem a quarta maior taxa de mortalidade do país.

O trabalho analisou séries temporais de óbitos relacionados à enfermidade usando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Brasil. Os pesquisadores compararam a taxa de mortalidade por doença de Chagas como causa primária e a menção da doença na declaração de óbito, padronizada por idade e macrorregião de saúde/município de residência.

No estudo, a taxa de mortalidade por doença de Chagas na Bahia revelou tendência estacionária, variando de 5,34 (2008) a 5,33 (2018) óbitos por 100 mil habitantes. Entretanto, as quatro macrorregiões de saúde apresentaram tendência ascendente nas taxas. Também foi observada uma tendência ascendente na taxa de mortalidade entre indivíduos com idade maior ou igual a 70 anos e maior incidência de óbito entre homens do que entre mulheres. Do total de óbitos, quase 80% tiveram a enfermidade como causa básica. Complicações cardíacas foram relatadas em cerca de 85% destes óbitos.

Apesar de uma queda na mortalidade desde 2012, houve um aumento nos últimos três anos do período analisado. Além disso, a investigação recomenda políticas públicas para monitoramento e controle da doença, com foco em regiões vulneráveis e integração de vigilância epidemiológica e entomológica, visando uma resposta regionalizada e melhoria na atenção à saúde, e subsidiando um planejamento em saúde que considere as peculiaridades do território.

A doença

A doença de Chagas é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, e transmitida por insetos triatomíneos hematófagos (conhecidos como barbeiros), por meio de alimentos ou bebidas contaminados com o parasita, além da transmissão vertical e pelo sangue. Essa condição afeta principalmente populações socialmente vulneráveis e pode levar a casos graves da doença e morte. Isso impacta os sistemas de saúde e previdência social do país.

Devido aos recursos limitados disponíveis para pesquisa, gestão, diagnóstico e tratamento, a doença de Chagas é classificada como uma doença tropical negligenciada. A taxa de mortalidade pela enfermidade é alta no Brasil, respondendo por 74,9% das mortes atribuídas a doenças tropicais negligenciadas entre 2000 e 2019

Por Jamile Araújo, com supervisão de Júlia Lins.

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Pesquisadora é eleita para a Academia Mundial de Ciências

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, foi eleita membro da Academia Mundial de Ciências para o Avanço da Ciência nos Países em Desenvolvimento (TWAS, na sigla em inglês) pela área de Ciências Médicas e da Saúde. A cerimônia de posse, durante a qual os membros recém-eleitos são apresentados à Academia, será realizada na próxima Conferência Geral da TWAS.

“É uma honra fazer parte de uma academia que congrega pesquisadores que se dedicam a pesquisas com enfoque em países em desenvolvimento. A minha eleição reflete o reconhecimento da comunidade científica por todo o meu trabalho como pesquisadora e formadora de jovens cientistas”, destacou a pesquisadora. 

Conforme a Academia Brasileira de Ciências, o grupo eleito para a TWAS, que tomará posse em 2025, conta com o maior número de novos membros da história. Ao todo, são 74, sendo 50 homens e 24 mulheres (32,4% de mulheres); desses, dez são brasileiros. A eleição dos novos membros entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025, elevando o total de membros para 1.444. 

 A pesquisadora, recentemente destacada na lista dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo, também atua no CIMATEC Saúde, onde coordena pesquisas nas áreas de terapias avançadas, como terapia celular e gênica, imunologia e farmacologia. Milena Soares é graduada em Ciências Biológicas (bacharelado em Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora em Ciências Biológicas (Biofísica) pela mesma instituição. Além disso, realizou doutorado sanduíche na Harvard University (EUA). É também membro titular da Academia de Ciências da Bahia, e da Academia Brasileira de Ciências.
 
Sobre a TWAS 

 A TWAS foi fundada em 1983 por um grupo distinto de cientistas do mundo em desenvolvimento, sob a liderança de Abdus Salam, físico paquistanês e ganhador do Nobel. A organização tem membros de mais de 100 países, sendo a grande maioria provenientes de nações em desenvolvimento. 

Para se tornar membro permanente da TWAS, os candidatos devem ser indicados por membros da Academia e seus currículos são avaliados, juntamente com cartas de recomendação externas. Apenas cientistas que fizeram contribuições significativas para o avanço da ciência no mundo em desenvolvimento podem ser nomeados como TWAS Fellows.

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Maurício Barreto é homenageado pela American Society of Tropical Medicine and Hygiene (ASTMH)

A Sociedade Americana de Higiene e Medicina Tropical (American Society of Tropical Medicine and Hygiene – ASTMH, na sigla em inglês) concedeu a Maurício Barreto, especialista em saúde pública e cofundador do Cidacs da Fiocruz Bahia, a homenagem de destaque por ser um dos pesquisadores internacionais distintos da associação.

Barreto foi reconhecido com o prêmio através de suas contribuições transformadoras para a saúde pública global, que têm impactado comunidades em todo o mundo. A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu na última semana, em New Orleans, nos Estados Unidos.

Durante o evento, Barreto apresentou suas pesquisas inovadoras na área de saúde tropical, destacando-se por sua dedicação no enfrentamento de desafios críticos, como o combate à doenças tropicais e à promoção da equidade em saúde. A homenagem faz parte de um reconhecimento exclusivo da ASTMH, dedicado a personalidades não cidadãs norte-americanas que realizaram “feitos eminentes em alguma área da medicina e higiene tropical global”.

Segundo a ASTMH, a honraria é evidenciada por meio de publicações, políticas de saúde pública e trabalho educacional que mudaram a compreensão de certa doença, mudaram os resultados de saúde ou desenvolveram capacidade para o trabalho de medicina e higiene tropical no mundo.

Conquista que reafirma o impacto duradouro do trabalho de Maurício Barreto na melhoria da saúde global e sua liderança como referência internacional na área.

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17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose reuniu pesquisadores e profissionais de saúde

O 17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose aconteceu entre os dias 10 e 13 de novembro, em Salvador. O encontro, que contou com a participação de cerca de 500 inscritos, foi organizado pela Fiocruz Bahia, a Rede Fio-Schisto e o Programa de Pesquisa Translacional, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas. Com o tema “Perspectivas para eliminação da esquistossomose”, a programação foi composta de mesas redondas, conferências e sessão de pôsteres, com a presença de pesquisadores da área, profissionais de saúde e representantes da sociedade civil.

Os quatro dias do simpósio envolveram cerca de 50 palestrantes, que abordaram temas como saneamento e higiene, aspectos clínicos e patológicos da doença, desenvolvimento e resistência a medicamentos, controle e avanços no tratamento, vacinas, diagnóstico, imunorregulação, interação parasita-hospedeiro, fortalecimento da atenção primária de saúde, educação, comunicação e informação e abordagem de Saúde única.

Um dos destaques do encontro foi o lançamento da nova edição das diretrizes técnicas para vigilância da esquistossomose. Na ocasião, Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde, explicou que o documento é um “produto importante porque traz as atualizações que aconteceram nos últimos dez anos acerca das abordagens para a doença. Aborda vigilância, mas também atualização da clínica, abordagem terapêutica e o próprio sistema de controle dos caramujos”, afirmou.

Cruz ressaltou que a nova edição foi possível porque houve um conjunto de pessoas da área técnica em esquistossomose da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS) em conjunto com especialistas que, após debaterem e chegarem a um consenso, produziram o documento com as novas diretrizes. “Para nós é uma alegria muito grande trazer esse produto, uma contribuição fundamental para o programa Brasil Saudável, e vai ser uma ferramenta a ser utilizada para as estratégias de eliminação da esquistossomose no país”.

Outro marco importante foi a fundação da Sociedade Brasileira de Esquistossomose e Geo-Helmintíases (SBEG), durante o evento, no dia 12 de novembro. “A SBEG surge para somar esforços com outras sociedades semelhantes e consolidar a luta contra as helmintíases no Brasil, promovendo sinergias no enfrentamento dessas doenças negligenciadas”, comentou Ricardo Riccio, pesquisador da Fiocruz Bahia, coordenador geral do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose da Fiocruz (Fio-Schisto) e presidente do simpósio.

Leonardo Farias Paiva, vice-presidente do evento, agradeceu às pessoas que contribuíram para realização do encontro e disse que as discussões foram ricas e proveitosas. “A gente precisa se conectar, não só falar para a comunidade acadêmica, como normalmente acontece. Tivemos tanto palestras sobre temas avançados como ouvimos também a população de um modo geral”, declarou.

“Há cerca de um mês, foram anunciados os ganhadores dos Prêmios Nobel de 2024, entre os ganhadores tivemos o uso da Inteligência Artificial aplicada ao estudo de proteínas, ou o papel chave dos microRNAs na regulação gênica, temas estes que estiveram presentes em nosso evento. Porém o desafio acho é conseguir fazer uma discussão mais integrada com outras áreas. Por exemplo, o Prêmio Nobel de Economia deste ano, explica as razões por trás da desigualdade entre as nações e porque algumas prosperaram mais do que outras ao adotaram um modelo de estrutura social mais inclusivo. Acho que precisamos considerar vários saberes para avançarmos”, concluiu.

No encerramento, foram entregues os prêmios “Pirajá da Silva”, concedido ao autor(a) do melhor trabalho apresentado durante as sessões orais do evento; “José Pellegrino” e “Amaury Coutinho”, entregue para o autor(a) da melhor tese de doutorado, para o autor(a) da melhor dissertação de mestrado ambos em esquistossomose, respectivamente. Também tivemos o lançamento do Prêmio “Rodrigo Corrêa-Oliveira” concedido ao apresentador do melhor Poster.

Clique aqui para conferir a matéria da cerimônia de abertura do simpósio.

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Seminário marca encerramento da segunda turma da PGPCT

A Fiocruz Bahia realizou o II Seminário do Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional, no dia 01 de novembro, no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia), marcando o fim das atividades acadêmicas da segunda turma da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PgPCT). O evento teve cerca de 70 participantes, entre estudantes, professores e pesquisadores das quatro instituições envolvidas no acordo de cooperação técnica com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

O objetivo do seminário foi difundir o conhecimento por meio da apresentação de trabalhos que estão sendo desenvolvidos nos cursos da Fiocruz Bahia, do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA), da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Botucatu), e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI-FIOCRUZ/RJ). A mesa de abertura teve a presença do vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio, representando a diretora Marilda Gonçalves; vice-diretora de Ensino, Claudia Brodskyn; Maria da Conceição Chagas de Almeida, coordenadora da PGPCT; e Julio Siqueira, coordenador-geral de Programas Estratégicos da CAPES.

Conceição Almeida avaliou o seminário de forma positiva. “Tivemos uma participação expressiva dos alunos do curso, assim como de professores, pesquisadores e alunos de outros programas de pós-graduação. Esse ano tivemos um seminário em cada uma das quatro instituições, o nosso foi o último do ano. Pretendemos no próximo ano fazer um evento conjunto”, afirmou.

Julio Siqueira destacou que a iniciativa reflete a dedicação e o compromisso da Fiocruz Bahia em promover avanços significativos na pesquisa clínica e na formação de profissionais altamente capacitados na área de pesquisa translacional. “A CAPES reconhece a importância de iniciativas como essa, que contribuem para o desenvolvimento do conhecimento científico e para a qualificação de profissionais dedicados à saúde pública”, pontuou.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, contou que foi muito interessante conhecer os outros programas, verificar os pontos de convergência e especificidades de cada um deles. “Considero interessante especialmente constatar a tendência de crescimento e a elevada qualidade dos trabalhos desenvolvidos, que demonstram o quanto acertada é a estratégia de fomentar a pesquisa entre os profissionais que atuam na assistência”, concluiu.

A programação também contou com a sessão científica intitulada “Ecossistema da Pesquisa Clínica e Possibilidades de Carreira”, ministrada por Eduardo Motti; apresentações dos mestrados profissionais envolvendo pesquisa clínica no Brasil, com participação de especialistas de outras instituições. Houve ainda, apresentação da “Rede de Pesquisa Clínica da Fiocruz”, realizada por André Daher e Marcela Gama; bem como dos projetos dos mestrandos e pós-doutorandos.

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Fiocruz Bahia apresenta resultados do estudo multicêntrico com populações indígenas

A Fiocruz Bahia participou do encontro entre o Núcleo de Estudos em Saúde Indígena – Nesi e representações da Secretaria de Saúde Indígena – SESAI, no Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI Bahia, no dia 08 de novembro. 

Durante o encontro foram apresentados os resultados do Estudo Multicêntrico de Doenças Infecciosas na População Indígena, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira. O estudo tem como principal objetivo identificar a soroprevalência de doenças como a dengue, zika e chikungunya, além da sífilis e a doença de Chagas. Na oportunidade, também foram distribuídas as cartilhas educativas produzidas pela equipe do projeto. 

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, falou sobre o compromisso da instituição com as comunidades indígenas do estado, ressaltando a importância da continuidade do projeto. “Eu fiquei entusiasmada com os resultados que foram apresentados e com a aderência dos indígenas. Temos perspectiva de ampliar o projeto para outros povos indígenas e de trabalhar na melhoria da saúde desta população”, afirmou. 

A coordenadora do projeto, Isadora Siqueira, falou sobre a parceria e os planos para o próximo ano. “Após a finalização da primeira etapa do projeto,  que ocorreu nos territórios indígenas dos povos Pataxós, Tupinambás, Kiriri e Kaimbé, estamos apresentando nossos resultados ao DSEI- BA, que foi um grande parceiro em todas as etapas do projeto. Aproveitamos a oportunidade de reforçar a parceria com o DSEI-BA para as atividades do projeto no próximo ano”, disse. 

Para o coordenador do DSEI Bahia, Cacique Flávio Kaimbé, essa foi uma oportunidade de unir esforços em prol da saúde dos povos indígenas. “Esperamos continuar com essa parceria, atendendo outras comunidades, garantindo um trabalho seguro e eficiente. Os povos indígenas da Bahia precisam desse trabalho que a Fiocruz presta com tanta eficiência e qualidade”, disse.

Távila Guimarães, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena, também falou sobre a relevância do projeto e a importância da apresentação dos dados coletados pela iniciativa. “Esses dados irão nos ajudar a qualificar o processo de atenção à saúde que é realizado junto à comunidade indígena nos territórios da Bahia. Esses dados nos ajudam a repensar e planejar as nossas ações futuras em territórios indígenas”, destacou. 

O estudo contou com um corpo de pesquisadores da Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Universidade Federal Grande Dourados (UFGD). Para o desenvolvimento do NESI, a unidade tem o apoio do Distrito Sanitário Indígena da Bahia (DSEI-BA) e do Mato Grosso do Sul (DSEI-MS).

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PGPCT divulga resultado das solicitações dos recursos e lista final das inscrições homologadas

A Coordenação da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT) torna público o resultado das solicitações dos recursos contra a homologação das inscrições para participação no processo seletivo referente a Chamada Pública 2025, para seleção de discentes do Mestrado Profissional.

Divulga também a lista final das inscrições homologadas, após a análise dos recursos, para participação no processo seletivo.

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Estudo compara desempenho diagnóstico de lipídios de diferentes cepas de M. tuberculosis

Um estudo avaliou o uso de lipídios apolares em testes de ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay), um tipo de exame laboratorial, para ajudar no diagnóstico da tuberculose. O trabalho teve a participação dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, Sérgio Arruda e Adriano Queiroz, e foi publicado no periódico Diagnostic Microbiology and Infectious Disease.

Os pesquisadores usaram lipídios apolares extraídos de duas cepas da bactéria Mycobacterium tuberculosis, uma normal (selvagem) e outra modificada geneticamente (knockout), para testar se essas substâncias poderiam ser usadas para identificar a doença. Eles analisaram amostras de sangue de 45 pacientes com tuberculose, bem como de pessoas saudáveis com resultados positivos e negativos para a doença em outro teste chamado IGRA (Interferon Gamma Release Assay), um teste sorológico que mede a resposta do sistema imunológico à bactéria da tuberculose. Além disso, o estudo avaliou indivíduos com sintomas respiratórios, mas sem a enfermidade.

Os resultados mostraram que os anticorpos IgG contra os lipídios da cepa selvagem conseguiram diferenciar os pacientes com tuberculose dos indivíduos saudáveis positivos no IGRA, mas com uma precisão moderada. Já os lipídios da cepa modificada não apresentaram grandes diferenças entre os grupos. Os pesquisadores destacaram que pessoas com sintomas respiratórios, mas sem tuberculose, tiveram níveis elevados desses anticorpos, o que chamou a atenção. Apesar disso, os lipídios apolares de Mycobacterium tuberculosis, de modo geral, não se mostraram muito eficazes como ferramenta diagnóstica.

No entanto, os resultados sugerem que certos lipídios que faltam na cepa modificada podem ter importância na resposta imunológica em pacientes com a doença. A investigação aponta para a necessidade da realização de mais estudos de triagem de antígenos baseados em classes lipídicas que possam identificar alvos promissores para o desenvolvimento de um novo teste de diagnóstico de tuberculose baseado em ELISA.

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