Encontro celebra culminância do projeto Bora Checar

No dia 22/11, sexta-feira, foi realizado o encontro de culminância do Bora Checar, projeto da Fiocruz Bahia desenvolvido com o apoio da Embaixada dos Estados Unidos e da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (SECTI). O objetivo do projeto foi estimular o desenvolvimento de competências informacionais e midiáticas por meio de oficinas de combate à desinformação voltadas para jovens estudantes de escolas públicas do estado da Bahia.

O evento, que contou com palestras e apresentações culturais, ocorreu no Colégio Estadual da Bahia (Central), uma das escolas participantes da iniciativa. Estiveram presentes também estudantes e professores do Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, localizado no município de Catu (BA), e o Colégio Estadual Quilombola da Bacia do Iguape, da comunidade quilombola Santiago do Iguape, distrito de Cachoeira (BA).

Durante a abertura, Antonio Brotas, coordenador da Gestão e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia e do projeto, agradeceu à comunidade escolar pela adesão, além de parabenizar estudantes e professores pela dedicação durante as oficinas. “O evento de hoje simboliza o encerramento do ciclo inicial de um processo construído de forma extremamente cuidadosa, desde a elaboração dos materiais didáticos até a relação de confiança entre a instituição e a escola, em prol do combate à desinformação entre os estudantes, especialmente sobre saúde, ciência e meio ambiente”, destacou.

Emmeline Bezerra de Oliveira, superintendente de Inovação da SECTI, também esteve presente e ressaltou a importância de iniciativas como o Bora Checar para aproximar estudantes da rede pública do conhecimento científico. “É fundamental para a SECTI apoiar ações que fomentem a ciência dentro das escolas. Mesmo com o encerramento deste ciclo do projeto, sabemos que o aprendizado levado às escolas será mantido”, afirmou.

Em mensagem de vídeo, Kaitlin Turck, diretora da seção de Educação e Cultura da Embaixada dos EUA, reforçou a relevância de iniciativas que incentivam os jovens a verificarem a veracidade das informações disseminadas nas mídias digitais. “Atividades como o Bora Checar representam um esforço conjunto entre o Brasil e os EUA para fortalecer a promoção da educação, a ciência e a cultura entre os jovens, capacitando-os como agentes multiplicadores em suas comunidades”, pontuou.

Fernanda Brito, professora do Colégio Central, destacou o impacto do projeto na formação crítica dos estudantes sobre o conteúdo compartilhado nas redes sociais. “O evento de culminância não apenas celebrou o projeto, mas também criou um espaço de diálogo entre as escolas participantes sobre as aprendizagens adquiridas”, observou.

Além das palestras, os estudantes acompanharam apresentações culturais realizadas por colegas que representaram cada escola, além de atividades como a criação de mensagens em murais, cartas e memes, relacionadas ao conhecimento adquirido durante o projeto. Para Ian Santos, estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, o Bora Checar foi uma oportunidade de aprendizado e de conscientização sobre o consumo de informações nas redes sociais. “Agradeço a todos que tornaram o projeto possível e espero que futuras edições sejam realizadas”, comentou.

Daniela Silva, pesquisadora de pós-doutorado em Ciência da Informação (PPGCIN/UFRGS) e parceira pedagógica do projeto, afirmou que o Bora Checar demonstra como os estudantes se interessam por fenômenos como a desinformação, pois vivenciam seus impactos no cotidiano. “Para além de vítimas, as juventudes precisam ser reconhecidas como agentes capazes de transformar os ambientes digitais em espaços mais saudáveis, éticos e democráticos. A educação midiática é uma estratégia essencial para fortalecer a formação cidadã, a democracia, a ciência, a saúde e o meio ambiente”, afirmou.

Esteve presente também Ana Mascarenhas, professora do Colégio Estadual Quilombola da Bacia do Iguape, que classificou o evento de encerramento como um momento lúdico e crucial para a consolidação dos conteúdos abordados nas oficinas, assim como a Izabel Silva Bomfim, vice-diretora do Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, que agradeceu à Fiocruz Bahia e à Embaixada dos EUA pela realização do projeto.

Realizado entre abril e novembro deste ano, o Bora Checar integra os esforços da Fiocruz Bahia para aproximar os jovens da ciência, saúde e cultura, além de disseminar o conhecimento produzido pela instituição em diversas regiões do estado.

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Fiocruz Bahia vai realizar ensaio clínico com células-tronco para tratamento de paraplegia

Milena Soares, pesquisadora da Fiocruz Bahia, coordena o estudo.

A Fiocruz Bahia vai realizar o primeiro estudo clínico da Fiocruz de terapias avançadas (com células-tronco do próprio indivíduo) aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de testar um tratamento para pacientes paraplégicos que sofreram trauma raquimedular. 

Terapias avançadas são as terapias celulares, gênicas e de bioengenharia de tecido, e são consideradas uma nova categoria de medicamentos pela Anvisa. O ensaio, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, foi aprovado em novembro, após análise dos dossiês encaminhados. 

“Para a realização de qualquer estudo clínico envolvendo terapias avançadas, é necessário primeiramente a aprovação da Anvisa, e essa é uma notícia importante neste momento em que a Fiocruz está ampliando o programa de desenvolvimento de terapias avançadas. O Brasil é um país fortemente regulado quando se trata de terapias com uso de células, o que é importante para proteção e cuidado com a população brasileira”, afirma Milena.

A aprovação do estudo é fruto da parceria da Fiocruz com o Senai Cimatec, instituição na qual as células-tronco dos pacientes serão produzidas em laboratório certificado. Com a participação de 40 pacientes e duração prevista de três anos, o ensaio vai avaliar o tratamento com células-tronco da medula óssea do próprio paciente. 

“É uma linha de pesquisa que desenvolvemos há mais de 15 anos e que pretendemos validar, avaliando a eficácia e a segurança do tratamento. Caso seja demonstrado que a terapia é eficaz e segura, esperamos que ela possa ser, futuramente, oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) para ajudar a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”, explica a coordenadora.

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Seminário Novembro Negro discute caminhos para a educação antirracista

A Fiocruz Bahia participou do ‘Seminário Novembro Negro: Caminhos para uma Educação Antirracista’. Realizado na segunda-feira, 25/11, o evento tem como objetivo contribuir para tornar a escola um espaço de formação permanente para os professores no âmbito da educação antirracista, reconhecendo e reforçando a contribuição dos povos africanos e afro-brasileiros na construção do país. A ação é uma iniciativa da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, através do Instituto Anísio Teixeira (IAT), e conta com o apoio da Fiocruz Bahia.

A atividade contou com um público de 200 participantes no formato presencial, dentre eles professores, pesquisadores e estudantes da rede estadual de ensino que participaram ativamente das discussões durante toda a programação. O Seminário também foi transmitido pelo canal do IAT no Youtube para os mais de 430 inscritos no evento.

A atividade teve início com a apresentação cultural do Coletivo MUSA, sob orientação do professor Leonardo Gomes, do Colégio Duque de Caxias. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, participou da mesa institucional ao lado do diretor geral do Instituto Anísio Teixeira (IAT), Iuri Rubim; mediada pelo professor da rede estadual, Adelmo dos Santos; da Deputada Estadual e presidente da Comissão de Educação na Assembleia Legislativa da Bahia, Olívia Santana; da escritora, pedagoga e arte educadora, Madu Costa; da representante da Secretaria de Políticas para Mulheres do Estado da Bahia (SPM), Candida Silva e da diretora de Cultura, Direitos Humanos e Diversidade de Camaçari, Ana Paula Phiton. 

Durante a sua fala, Marilda Gonçalves destacou a importância de combater o racismo no campo da educação, da saúde e das relações sociais. “Nós temos que resistir e não podemos esmorecer porque a luta é de todos. Eu fico muito feliz em ver esse auditório superlotado e saber que estamos comungando com a ideia desse seminário pela educação antirracista”, afirmou.

O professor do IAT e idealizador do evento, Adelmo dos Santos, falou sobre a iniciativa de promover a atividade e da colaboração da equipe de educadores comprometidos com a educação antirracista. “Para mim é motivo de grande alegria estar aqui, não é fácil elaborar uma atividade como essa e por isso eu quero agradecer a toda a nossa equipe” disse.

Para Iuri Rubim, professor e diretor do IAT, a atividade marca a necessidade de entender como a questão racial afeta todos os  processos sociais e educacionais. “O Seminário Caminhos para a uma Educação Antirracista é profundamente importante. Nós enfrentamos um cenário de racismo estrutural muito impactante no nosso estado e isso influencia todas as relações sociais existentes. A educação só consegue chegar no seu objetivo se ela enfrentar e entender profundamente como a questão racial afeta os processos educacionais”, ponderou. 

A programação teve sequência com a conferência de abertura ‘O empoderamento da mulher negra na sociedade racista’, ministrada por Madu Costa. Durante a sua fala, a palestrante, que é escritora, pedagoga, arte educadora, cordelista, narradora de histórias, compositora, cantora e assessora pedagógica, defendeu o papel da educação como uma importante ferramenta de empoderamento. “A cabeça sempre erguida e olhar no horizonte. Saiba aonde você quer chegar”, incentivou. 

A manhã foi encerrada com a mesa ‘O processo de descolonização do negro na sociedade racista’, mediada pelo administrador e tesoureiro da Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEBE, Rosaldo Alves. A mesa foi formada pela Deputada Estadual, Olívia Santana; pela teóloga, historiadora e professora, Gicélia Cruz e pelo presidente da Associação de Pesquisadores Negros da Bahia – APUB, Romilson da Silva Sousa. 

No turno vespertino, a programação foi aberta com a exibição do vídeo ’Vozes e presenças negras’. Em seguida, a mesa ‘Afrobetizar: uma Educação Antirracista’, foi ministrada por Bianca Barreto, professora, mestra em Educação; Doutoranda em dança e finalista do Prêmio Educador Transformador(SEBRAE), com o projeto “Educação Física e Letramento: construindo um Afrobeto voltado para a Educação Antirracista.  

‘Educação e Saúde da população negra’ foi o tema da mesa mediada por Marlene França Braga, contando com a participação da professora e escritora, Selma Santos e do professor Henrique Santiago, ambos professores da Educação Básica da Rede Estadual,  e da assessora da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Ubiraci Matildes. O evento contou ainda com a apresentação musical de Rap do Colégio Estadual Eraldo Tinoco. 

A programação foi encerrada com a mesa ‘Violência e Vulnerabilização contra a população negra’, mediada por Liane Amorim. Participaram da discussão o delegado da Polícia Civil, Ricardo Amorim; a co-vereadora da Mandata Coletiva Pretas Por Salvador, Laina Crisóstomo e a gerente de Projetos na Plan International Brasil / Escritório Salvador, Elaine Amazonas. 

O seminário é mais um fruto da parceria entre Fiocruz Bahia e o IAT/SEC Bahia com o objetivo de contribuir para a discussão da temática antirracista, buscando fortalecer a intersetorialidade entre saúde e educação em torno do tema.

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Curso de vigilância malacológica apresentado em simpósio sobre esquistossomose está com inscrições abertas

No 17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose, realizado em novembro em Salvador, foi ministrada uma apresentação sobre o curso “Vigilância Malacológica para o Controle da Esquistossomose”, pela pesquisadora Elainne Gomes. A vigilância malacológica abordada neste curso tem como alvo o monitoramento caramujos de água doce, envolvidos na transmissão da esquistossomose, que atinge uma parcela representativa da população brasileira. A capacitação, oferecida pela Fiocruz Pernambuco, está disponível através do Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). As inscrições são gratuitas e estão abertas até 24 de fevereiro de 2025.

A pesquisadora Elainne Gomes explicou sobre a importância do tema e as mudanças do modo tradicional de transmissão. “Nas últimas duas décadas a doença vem se expandindo para as áreas urbanas e litorâneas. Nas quais, os processos de inundação nos períodos de chuva acabam fazendo com que as ruas fiquem alagadas, dificultando o as ações de controle, porque as pessoas ao saírem de casa entram em contato focos de transmissão da doença de forma involuntária, o que é mais fácil de controlar na zona rural”, pontuou.

O curso tem carga horária de 30 horas e tem como público-alvo profissionais da área da saúde, incluindo vigilância, agentes comunitários, agentes de endemias, equipes de saúde da família e de atenção especializada, que atuem direta ou indiretamente no Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose; e estudantes da área de saúde.

Na ementa, são abordadas questões relacionadas à identificação dos moluscos hospedeiros intermediários de Schistosoma mansoni e sua importância epidemiológica dentro do território nacional. Além de técnicas de coleta e exame dos moluscos e abordagem das formas de transmissão e como podemos atuar para reduzir seu impacto.

Acesse o curso aqui.

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Projeto Oxente Chagas inicia testagens nos municípios de Tremedal e Novo Horizonte

O projeto Oxente Chagas, que propõe validar o uso de um teste rápido para detectar a doença de Chagas, foi iniciado no município de Tremedal, a 588 km de Salvador, testando 1020 moradores do município. O projeto encontra-se também em andamento no município de Novo Horizonte, a 561 km da capital baiana. Ambas as regiões tiveram a permanência identificada do Triatoma infestans, umas das espécies do inseto conhecido como barbeiro, transmissor da enfermidade, até 2001 e 2015, respectivamente.

O pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do projeto, Fred Luciano Neves Santos, explicou que a primeira ação superou as expectativas da equipe, pois era esperado um público de 600 a 700 pessoas, mas foram mais de 1000 pessoas beneficiadas no mutirão. “Além dos habitantes da zona urbana do distrito, também conseguimos levar as testagens para as casas das pessoas, contemplando indivíduos acamados ou com dificuldade de locomoção”.

A primeira ação foi realizada nas localidades contempladas pela Unidade Básica de Saúde (UBS) de São Felipe, comunidade de Tremedal. Os indivíduos que fizeram o teste, independentemente do resultado positivo ou negativo, tiveram o sangue coletado, e enviado para o Laboratório Central (LACEN) de Vitória da Conquista para a confirmação diagnóstica, e, em até 30 dias, os resultados estarão disponíveis na Secretaria Municipal de Saúde de Tremedal.

Na oportunidade, Elisabeth Almeida, moradora da Fazenda Marreca, avaliou que é muito importante ter conhecimento sobre a doença. “É uma doença grave, que se a gente descobrir enquanto é tempo, podemos ter uma cura total. Mas se descobrir tarde, a pessoa pode acabar morrendo. Inclusive eu já perdi um cunhado com 42 anos por causa dessa doença”.

Almeida destacou que ficou feliz pelo trabalho realizado na comunidade e pela oportunidade de realizar o teste. “É muito difícil para todos se deslocarem e fazer esse exame. E fiquei mais feliz ainda por não ter o problema. Espero que a maioria das pessoas também não tenha, mas caso dê positivo, que tenha tempo de tratar, para ter uma vida mais longa”, ressaltou.

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) de Boi Velho, Matheus Rocha, compartilhou que receber o projeto é um passo para melhoria da saúde das pessoas em relação à doença de Chagas. “Na medida em que desenvolvemos aqui um trabalho pioneiro, podemos ser exemplo para outros municípios”, comentou.

Joelia Rocha, que também é agente de saúde de São Felipe, acredita que é uma conquista para a população ter acesso, por se tratar de uma região distante da cidade. “Quando é possível acessar uma iniciativa como essa, nos sentimos felizes em poder ajudar a população”, observou.

A recrutadora e estudante de doutorado da Fiocruz Bahia, Emily Ferreira, biomédica e membro da equipe do projeto, relatou que o trabalho de campo foi uma experiência totalmente diferente. “Já trabalhei em laboratório, sou professora atualmente. Mas ter o contato direto com a população, conversar sobre as suas dificuldades, muda totalmente tudo que a gente entende por realidade. O projeto me deu um novo olhar para o mundo”, pontuou.

Para João Victor França, médico veterinário, estudante de mestrado da Fiocruz Bahia, e recrutador do projeto, a iniciativa é crucial para o avanço da saúde pública e da qualidade de vida da população. “Vou sair desse projeto bastante humanizado, após visitar comunidades que são bastante humildes, que não têm o mesmo acesso que nós temos em áreas mais centrais”, concluiu.

Em Novo Horizonte o Oxente Chagas atua numa UBS rural, a Vila dos Remédios, área que tem cerca de 1200 pessoas que são assistidas, onde pretendem atender cerca de 1000 pacientes para realizar o teste.

O teste

O teste rápido é uma ferramenta inovadora que permitirá identificar casos de Chagas de forma precoce e eficiente na Atenção Primária, buscando reduzir significativamente o impacto da doença na vida das pessoas e de suas famílias. Além disso, busca facilitar o acesso ao tratamento e evitar complicações decorrentes da enfermidade.

A validação do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos em campo auxiliará na sua incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que já tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), mas ainda requer uma série de estudos prévios para que seja possível dar entrada na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – Conitec, órgão que regulamenta a entrada de toda e qualquer tecnologia no sistema.

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Mortalidade por doença de Chagas na Bahia é superior à média nacional, aponta estudo

Uma pesquisa foi realizada para analisar as tendências temporais e as diferenças regionais na taxa de mortalidade da doença de Chagas no estado da Bahia, no período de 2008 a 2018. O estudo, publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, foi coordenado pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e contou com a participação do pesquisador da Fiocruz Bahia, Gilmar Ribeiro-Jr, além de especialistas da Universidade de Brasília, Universidade Federal de Goiás e Secretaria da Saúde do Estado da Bahia.

A doença de Chagas tem alta carga de mortalidade em muitos países da América Latina, como o Brasil. O trabalho revelou que, no período estudado, a mortalidade pela doença no estado foi superior à média nacional, especialmente nas regiões de saúde de Barreiras, Guanambi, Irecê, Itaberaba, Santa Maria da Vitória e Santo Antônio de Jesus, destacadas como hotspots de mortalidade. A Bahia tem a quarta maior taxa de mortalidade do país.

O trabalho analisou séries temporais de óbitos relacionados à enfermidade usando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Brasil. Os pesquisadores compararam a taxa de mortalidade por doença de Chagas como causa primária e a menção da doença na declaração de óbito, padronizada por idade e macrorregião de saúde/município de residência.

No estudo, a taxa de mortalidade por doença de Chagas na Bahia revelou tendência estacionária, variando de 5,34 (2008) a 5,33 (2018) óbitos por 100 mil habitantes. Entretanto, as quatro macrorregiões de saúde apresentaram tendência ascendente nas taxas. Também foi observada uma tendência ascendente na taxa de mortalidade entre indivíduos com idade maior ou igual a 70 anos e maior incidência de óbito entre homens do que entre mulheres. Do total de óbitos, quase 80% tiveram a enfermidade como causa básica. Complicações cardíacas foram relatadas em cerca de 85% destes óbitos.

Apesar de uma queda na mortalidade desde 2012, houve um aumento nos últimos três anos do período analisado. Além disso, a investigação recomenda políticas públicas para monitoramento e controle da doença, com foco em regiões vulneráveis e integração de vigilância epidemiológica e entomológica, visando uma resposta regionalizada e melhoria na atenção à saúde, e subsidiando um planejamento em saúde que considere as peculiaridades do território.

A doença

A doença de Chagas é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, e transmitida por insetos triatomíneos hematófagos (conhecidos como barbeiros), por meio de alimentos ou bebidas contaminados com o parasita, além da transmissão vertical e pelo sangue. Essa condição afeta principalmente populações socialmente vulneráveis e pode levar a casos graves da doença e morte. Isso impacta os sistemas de saúde e previdência social do país.

Devido aos recursos limitados disponíveis para pesquisa, gestão, diagnóstico e tratamento, a doença de Chagas é classificada como uma doença tropical negligenciada. A taxa de mortalidade pela enfermidade é alta no Brasil, respondendo por 74,9% das mortes atribuídas a doenças tropicais negligenciadas entre 2000 e 2019

Por Jamile Araújo, com supervisão de Júlia Lins.

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Pesquisadora é eleita para a Academia Mundial de Ciências

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, foi eleita membro da Academia Mundial de Ciências para o Avanço da Ciência nos Países em Desenvolvimento (TWAS, na sigla em inglês) pela área de Ciências Médicas e da Saúde. A cerimônia de posse, durante a qual os membros recém-eleitos são apresentados à Academia, será realizada na próxima Conferência Geral da TWAS.

“É uma honra fazer parte de uma academia que congrega pesquisadores que se dedicam a pesquisas com enfoque em países em desenvolvimento. A minha eleição reflete o reconhecimento da comunidade científica por todo o meu trabalho como pesquisadora e formadora de jovens cientistas”, destacou a pesquisadora. 

Conforme a Academia Brasileira de Ciências, o grupo eleito para a TWAS, que tomará posse em 2025, conta com o maior número de novos membros da história. Ao todo, são 74, sendo 50 homens e 24 mulheres (32,4% de mulheres); desses, dez são brasileiros. A eleição dos novos membros entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025, elevando o total de membros para 1.444. 

 A pesquisadora, recentemente destacada na lista dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo, também atua no CIMATEC Saúde, onde coordena pesquisas nas áreas de terapias avançadas, como terapia celular e gênica, imunologia e farmacologia. Milena Soares é graduada em Ciências Biológicas (bacharelado em Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora em Ciências Biológicas (Biofísica) pela mesma instituição. Além disso, realizou doutorado sanduíche na Harvard University (EUA). É também membro titular da Academia de Ciências da Bahia, e da Academia Brasileira de Ciências.
 
Sobre a TWAS 

 A TWAS foi fundada em 1983 por um grupo distinto de cientistas do mundo em desenvolvimento, sob a liderança de Abdus Salam, físico paquistanês e ganhador do Nobel. A organização tem membros de mais de 100 países, sendo a grande maioria provenientes de nações em desenvolvimento. 

Para se tornar membro permanente da TWAS, os candidatos devem ser indicados por membros da Academia e seus currículos são avaliados, juntamente com cartas de recomendação externas. Apenas cientistas que fizeram contribuições significativas para o avanço da ciência no mundo em desenvolvimento podem ser nomeados como TWAS Fellows.

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Maurício Barreto é homenageado pela American Society of Tropical Medicine and Hygiene (ASTMH)

A Sociedade Americana de Higiene e Medicina Tropical (American Society of Tropical Medicine and Hygiene – ASTMH, na sigla em inglês) concedeu a Maurício Barreto, especialista em saúde pública e cofundador do Cidacs da Fiocruz Bahia, a homenagem de destaque por ser um dos pesquisadores internacionais distintos da associação.

Barreto foi reconhecido com o prêmio através de suas contribuições transformadoras para a saúde pública global, que têm impactado comunidades em todo o mundo. A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu na última semana, em New Orleans, nos Estados Unidos.

Durante o evento, Barreto apresentou suas pesquisas inovadoras na área de saúde tropical, destacando-se por sua dedicação no enfrentamento de desafios críticos, como o combate à doenças tropicais e à promoção da equidade em saúde. A homenagem faz parte de um reconhecimento exclusivo da ASTMH, dedicado a personalidades não cidadãs norte-americanas que realizaram “feitos eminentes em alguma área da medicina e higiene tropical global”.

Segundo a ASTMH, a honraria é evidenciada por meio de publicações, políticas de saúde pública e trabalho educacional que mudaram a compreensão de certa doença, mudaram os resultados de saúde ou desenvolveram capacidade para o trabalho de medicina e higiene tropical no mundo.

Conquista que reafirma o impacto duradouro do trabalho de Maurício Barreto na melhoria da saúde global e sua liderança como referência internacional na área.

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17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose reuniu pesquisadores e profissionais de saúde

O 17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose aconteceu entre os dias 10 e 13 de novembro, em Salvador. O encontro, que contou com a participação de cerca de 500 inscritos, foi organizado pela Fiocruz Bahia, a Rede Fio-Schisto e o Programa de Pesquisa Translacional, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas. Com o tema “Perspectivas para eliminação da esquistossomose”, a programação foi composta de mesas redondas, conferências e sessão de pôsteres, com a presença de pesquisadores da área, profissionais de saúde e representantes da sociedade civil.

Os quatro dias do simpósio envolveram cerca de 50 palestrantes, que abordaram temas como saneamento e higiene, aspectos clínicos e patológicos da doença, desenvolvimento e resistência a medicamentos, controle e avanços no tratamento, vacinas, diagnóstico, imunorregulação, interação parasita-hospedeiro, fortalecimento da atenção primária de saúde, educação, comunicação e informação e abordagem de Saúde única.

Um dos destaques do encontro foi o lançamento da nova edição das diretrizes técnicas para vigilância da esquistossomose. Na ocasião, Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde, explicou que o documento é um “produto importante porque traz as atualizações que aconteceram nos últimos dez anos acerca das abordagens para a doença. Aborda vigilância, mas também atualização da clínica, abordagem terapêutica e o próprio sistema de controle dos caramujos”, afirmou.

Cruz ressaltou que a nova edição foi possível porque houve um conjunto de pessoas da área técnica em esquistossomose da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS) em conjunto com especialistas que, após debaterem e chegarem a um consenso, produziram o documento com as novas diretrizes. “Para nós é uma alegria muito grande trazer esse produto, uma contribuição fundamental para o programa Brasil Saudável, e vai ser uma ferramenta a ser utilizada para as estratégias de eliminação da esquistossomose no país”.

Outro marco importante foi a fundação da Sociedade Brasileira de Esquistossomose e Geo-Helmintíases (SBEG), durante o evento, no dia 12 de novembro. “A SBEG surge para somar esforços com outras sociedades semelhantes e consolidar a luta contra as helmintíases no Brasil, promovendo sinergias no enfrentamento dessas doenças negligenciadas”, comentou Ricardo Riccio, pesquisador da Fiocruz Bahia, coordenador geral do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose da Fiocruz (Fio-Schisto) e presidente do simpósio.

Leonardo Farias Paiva, vice-presidente do evento, agradeceu às pessoas que contribuíram para realização do encontro e disse que as discussões foram ricas e proveitosas. “A gente precisa se conectar, não só falar para a comunidade acadêmica, como normalmente acontece. Tivemos tanto palestras sobre temas avançados como ouvimos também a população de um modo geral”, declarou.

“Há cerca de um mês, foram anunciados os ganhadores dos Prêmios Nobel de 2024, entre os ganhadores tivemos o uso da Inteligência Artificial aplicada ao estudo de proteínas, ou o papel chave dos microRNAs na regulação gênica, temas estes que estiveram presentes em nosso evento. Porém o desafio acho é conseguir fazer uma discussão mais integrada com outras áreas. Por exemplo, o Prêmio Nobel de Economia deste ano, explica as razões por trás da desigualdade entre as nações e porque algumas prosperaram mais do que outras ao adotaram um modelo de estrutura social mais inclusivo. Acho que precisamos considerar vários saberes para avançarmos”, concluiu.

No encerramento, foram entregues os prêmios “Pirajá da Silva”, concedido ao autor(a) do melhor trabalho apresentado durante as sessões orais do evento; “José Pellegrino” e “Amaury Coutinho”, entregue para o autor(a) da melhor tese de doutorado, para o autor(a) da melhor dissertação de mestrado ambos em esquistossomose, respectivamente. Também tivemos o lançamento do Prêmio “Rodrigo Corrêa-Oliveira” concedido ao apresentador do melhor Poster.

Clique aqui para conferir a matéria da cerimônia de abertura do simpósio.

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Seminário marca encerramento da segunda turma da PGPCT

A Fiocruz Bahia realizou o II Seminário do Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional, no dia 01 de novembro, no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia), marcando o fim das atividades acadêmicas da segunda turma da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PgPCT). O evento teve cerca de 70 participantes, entre estudantes, professores e pesquisadores das quatro instituições envolvidas no acordo de cooperação técnica com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

O objetivo do seminário foi difundir o conhecimento por meio da apresentação de trabalhos que estão sendo desenvolvidos nos cursos da Fiocruz Bahia, do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA), da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Botucatu), e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI-FIOCRUZ/RJ). A mesa de abertura teve a presença do vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio, representando a diretora Marilda Gonçalves; vice-diretora de Ensino, Claudia Brodskyn; Maria da Conceição Chagas de Almeida, coordenadora da PGPCT; e Julio Siqueira, coordenador-geral de Programas Estratégicos da CAPES.

Conceição Almeida avaliou o seminário de forma positiva. “Tivemos uma participação expressiva dos alunos do curso, assim como de professores, pesquisadores e alunos de outros programas de pós-graduação. Esse ano tivemos um seminário em cada uma das quatro instituições, o nosso foi o último do ano. Pretendemos no próximo ano fazer um evento conjunto”, afirmou.

Julio Siqueira destacou que a iniciativa reflete a dedicação e o compromisso da Fiocruz Bahia em promover avanços significativos na pesquisa clínica e na formação de profissionais altamente capacitados na área de pesquisa translacional. “A CAPES reconhece a importância de iniciativas como essa, que contribuem para o desenvolvimento do conhecimento científico e para a qualificação de profissionais dedicados à saúde pública”, pontuou.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, contou que foi muito interessante conhecer os outros programas, verificar os pontos de convergência e especificidades de cada um deles. “Considero interessante especialmente constatar a tendência de crescimento e a elevada qualidade dos trabalhos desenvolvidos, que demonstram o quanto acertada é a estratégia de fomentar a pesquisa entre os profissionais que atuam na assistência”, concluiu.

A programação também contou com a sessão científica intitulada “Ecossistema da Pesquisa Clínica e Possibilidades de Carreira”, ministrada por Eduardo Motti; apresentações dos mestrados profissionais envolvendo pesquisa clínica no Brasil, com participação de especialistas de outras instituições. Houve ainda, apresentação da “Rede de Pesquisa Clínica da Fiocruz”, realizada por André Daher e Marcela Gama; bem como dos projetos dos mestrandos e pós-doutorandos.

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Fiocruz Bahia apresenta resultados do estudo multicêntrico com populações indígenas

A Fiocruz Bahia participou do encontro entre o Núcleo de Estudos em Saúde Indígena – Nesi e representações da Secretaria de Saúde Indígena – SESAI, no Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI Bahia, no dia 08 de novembro. 

Durante o encontro foram apresentados os resultados do Estudo Multicêntrico de Doenças Infecciosas na População Indígena, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira. O estudo tem como principal objetivo identificar a soroprevalência de doenças como a dengue, zika e chikungunya, além da sífilis e a doença de Chagas. Na oportunidade, também foram distribuídas as cartilhas educativas produzidas pela equipe do projeto. 

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, falou sobre o compromisso da instituição com as comunidades indígenas do estado, ressaltando a importância da continuidade do projeto. “Eu fiquei entusiasmada com os resultados que foram apresentados e com a aderência dos indígenas. Temos perspectiva de ampliar o projeto para outros povos indígenas e de trabalhar na melhoria da saúde desta população”, afirmou. 

A coordenadora do projeto, Isadora Siqueira, falou sobre a parceria e os planos para o próximo ano. “Após a finalização da primeira etapa do projeto,  que ocorreu nos territórios indígenas dos povos Pataxós, Tupinambás, Kiriri e Kaimbé, estamos apresentando nossos resultados ao DSEI- BA, que foi um grande parceiro em todas as etapas do projeto. Aproveitamos a oportunidade de reforçar a parceria com o DSEI-BA para as atividades do projeto no próximo ano”, disse. 

Para o coordenador do DSEI Bahia, Cacique Flávio Kaimbé, essa foi uma oportunidade de unir esforços em prol da saúde dos povos indígenas. “Esperamos continuar com essa parceria, atendendo outras comunidades, garantindo um trabalho seguro e eficiente. Os povos indígenas da Bahia precisam desse trabalho que a Fiocruz presta com tanta eficiência e qualidade”, disse.

Távila Guimarães, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena, também falou sobre a relevância do projeto e a importância da apresentação dos dados coletados pela iniciativa. “Esses dados irão nos ajudar a qualificar o processo de atenção à saúde que é realizado junto à comunidade indígena nos territórios da Bahia. Esses dados nos ajudam a repensar e planejar as nossas ações futuras em territórios indígenas”, destacou. 

O estudo contou com um corpo de pesquisadores da Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Universidade Federal Grande Dourados (UFGD). Para o desenvolvimento do NESI, a unidade tem o apoio do Distrito Sanitário Indígena da Bahia (DSEI-BA) e do Mato Grosso do Sul (DSEI-MS).

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PGPCT divulga resultado das solicitações dos recursos e lista final das inscrições homologadas

A Coordenação da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT) torna público o resultado das solicitações dos recursos contra a homologação das inscrições para participação no processo seletivo referente a Chamada Pública 2025, para seleção de discentes do Mestrado Profissional.

Divulga também a lista final das inscrições homologadas, após a análise dos recursos, para participação no processo seletivo.

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Estudo compara desempenho diagnóstico de lipídios de diferentes cepas de M. tuberculosis

Um estudo avaliou o uso de lipídios apolares em testes de ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay), um tipo de exame laboratorial, para ajudar no diagnóstico da tuberculose. O trabalho teve a participação dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, Sérgio Arruda e Adriano Queiroz, e foi publicado no periódico Diagnostic Microbiology and Infectious Disease.

Os pesquisadores usaram lipídios apolares extraídos de duas cepas da bactéria Mycobacterium tuberculosis, uma normal (selvagem) e outra modificada geneticamente (knockout), para testar se essas substâncias poderiam ser usadas para identificar a doença. Eles analisaram amostras de sangue de 45 pacientes com tuberculose, bem como de pessoas saudáveis com resultados positivos e negativos para a doença em outro teste chamado IGRA (Interferon Gamma Release Assay), um teste sorológico que mede a resposta do sistema imunológico à bactéria da tuberculose. Além disso, o estudo avaliou indivíduos com sintomas respiratórios, mas sem a enfermidade.

Os resultados mostraram que os anticorpos IgG contra os lipídios da cepa selvagem conseguiram diferenciar os pacientes com tuberculose dos indivíduos saudáveis positivos no IGRA, mas com uma precisão moderada. Já os lipídios da cepa modificada não apresentaram grandes diferenças entre os grupos. Os pesquisadores destacaram que pessoas com sintomas respiratórios, mas sem tuberculose, tiveram níveis elevados desses anticorpos, o que chamou a atenção. Apesar disso, os lipídios apolares de Mycobacterium tuberculosis, de modo geral, não se mostraram muito eficazes como ferramenta diagnóstica.

No entanto, os resultados sugerem que certos lipídios que faltam na cepa modificada podem ter importância na resposta imunológica em pacientes com a doença. A investigação aponta para a necessidade da realização de mais estudos de triagem de antígenos baseados em classes lipídicas que possam identificar alvos promissores para o desenvolvimento de um novo teste de diagnóstico de tuberculose baseado em ELISA.

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Seminário Novembro Negro abordará reflexões e ações para a igualdade racial

O Seminário Novembro Negro: Reflexões e Ações para a Igualdade Racial será realizado no dia 29 de novembro, das 9h às 17h, no auditório Sonia Andrade, na Fiocruz Bahia. O evento, que integra as celebrações do Novembro Negro, é organizado pelo Núcleo Pró-equidade e Gênero e Raça da Fiocruz Bahia, em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-Bahia).

As inscrições podem ser realizadas através do link e contará com certificado com carga horária de 8h. O evento também terá transmissão online pelo Canal no Youtube da Fiocruz Bahia.

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Simpósio REDE-TB Bahia será realizado nos dias 17 e 24 de julho

O Simpósio REDE-TB Bahia será realizado nos dias 17 e 24 de julho, presencialmente, no Auditório do Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia. As inscrições para o evento, que é uma atividade pré-congresso do X Workshop da REDE-TB, estão abertas até 24/07 através do link. A participação é gratuita. 

São oferecidas 100 vagas, sendo 50% preferenciais para profissionais da área. Para concorrer às vagas reservadas é preciso apresentar comprovação na inscrição.

O Simpósio REDE-TB Bahia é um evento de atualização com palestras de pesquisadores locais que atuam em diferentes temas, com impacto no manejo, tratamento e vigilância da tuberculose. Com este evento, pretendemos criar uma oportunidade de interlocução com pessoas que trabalham na assistência à saúde da nossa população e que são afeitas ao problema da tuberculose, uma das principais causas de morte por doenças infecciosas em nosso país e em todo o mundo. Os participantes terão também a oportunidade de conhecer melhor a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose.

Confira a programação completa: 

17 de julho de 2023

12h30 – Credenciamento e recepção

13h30 – Apresentação do evento

13h40 – Layana Alves – Cenário epidemiológico atual da tuberculose na Bahia

14h00 – Luciana Sobral – Tratamento da infecção tuberculosa latente (ILTB) em contatos de pacientes com tuberculose

14h20 – Tarcísio Silva – Tuberculose na população em situação de rua

14:40 – intervalo

15h00 – Erica Chimara – Vigilância da tuberculose multirresistente a fármacos

15h20 – Theolis Bessa – Candidatos a novas vacinas para o controle da tuberculose

15h40 – Debate com os palestrantes

16h20 – Encerramento

24 de julho de 2023

13h00 – Credenciamento e recepção

14h00 – Apresentação do evento

14h10 – Ramon Andrade – Resposta às cepas vacinais utilizadas no Brasil (BCG Moreau-RJ e BCG Russia)

14h30 – Joilda Nery – Tuberculose na população negra

14h50 – Ações do Comitê Baiano de Tuberculose

15h10 – Eliana Matos – Novo esquema terapêutico reduzido para TB-DR

15h40 – Debate com os palestrantes

16h10 – Encerramento

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Presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, participa de live promovida pela Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, participou de uma live intitulada ‘A pandemia e as mulheres nas ciências’, promovida pela Secretaria Estadual de Política para as Mulheres da Bahia, no dia 30 de março. O encontro, mediado pela secretária Julieta Palmeira, compõe a programação do Março Mulheres 2021.

 

A convidada iniciou a apresentação falando sobre a sua relação com o estado e da admiração por mulheres baianas que têm contribuído para a ciência ao longo dos anos, dentre as quais destacou a secretária Julieta Palmeira e a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.

 

Primeira mulher a presidir a instituição em 120 anos, Nísia destacou a importância de desempenhar diferentes papéis na ciência e apresentou a experiência da Fiocruz, onde 56% dos funcionários são do gênero feminino. Segundo Nísia, a pandemia tem permitido dar visibilidade ao papel de muitas mulheres que hoje são lideranças na pesquisa frente à Covid-19, atuando em várias posições, ainda que em menor número.

 

A convidada também destacou o esforço dedicado à criação de políticas que promovam maior equidade, apoiadas pelo Comitê de Equidade de Gênero e Raça. “Do ponto de vista de liderança em áreas de tecnologia e de atenção especializada é crescente o número de mulheres. As mulheres são maioria entre pesquisadores, tecnologistas e analistas. Mas ainda temos muitas barreiras a transpor”, informou.

 

Ainda sobre o  destaque das cientistas no contexto da pandemia, a presidente falou sobre o processo de produção da vacina em parceria com a Oxford/Astrazeneca e do importante trabalho de mulheres que estão na linha de frente no controle de qualidade do imunizante e nas etapas para registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Nísia também falou sobre os impactos da pandemia na rotina de mulheres que, em grande parte, precisam conciliar demandas profissionais e familiares. “A primeira questão é dar visibilidade ao problema. Muitas vezes eles não aparecem como algo tão concreto, então nós precisamos demonstrar isso”, afirmou a convidada reforçando que a pandemia acaba por revelar novas desigualdades para as mulheres, especialmente as mulheres negras.

A presidente falou ainda sobre o incentivo à carreira de mulheres através de iniciativas que despertem o interesse em jovens e adolescentes, como o projeto Meninas na Ciência, e das políticas internas para promoção da equidade de gênero, destacando a atenção às especificidades de mulheres em período gestacional ou de amamentação, especialmente durante os processos seletivos. “Nós temos uma política que eu acho que deveria ser de todas as instituições de pesquisa, que é analisar o currículo de mulheres considerando períodos de gestação e amamentação, sem isso é impossível cobrar de uma mulher o mesmo desenvolvimento acadêmico de um homem. Mas temos consciência de que precisamos avançar muito mais”, completou a convidada que chamou atenção para as condições sociais que atravessam a vida de grande parte das profissionais nas mais variadas áreas.

 

Nísia também falou sobre a produção da vacina que, segundo ela, já entrou numa faixa de 900 mil doses produzidas por dia. “Nosso cronograma prevê em torno de 120 milhões de doses por mês. Cada lote produzido leva, em média, 20 dias para ser liberado após a realização de todo o processo de segurança”.

A presidente encerrou falando sobre a necessidade de investir em políticas públicas que ajudem a superar a crise sanitária. “Vamos superar a pandemia, mas é uma doença que permanecerá com uma necessidade de imunização das suas variantes. Precisamos investir cada vez mais em tecnologia. A população precisa mudar seus hábitos”, finalizou.

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Prorrogadas as inscrições para bolsas PIBIC e PIBITI do CNPq – 2017

pibic-peq-OK-300x204As inscrições para concorrer a bolsas de PIBIC e PIBITI/COTAS – 2017 do CNPq foram prorrogadas para o dia 28 de abril, para bolsas novas, renovação e para os bolsistas que ingressaram nos programas por substituição/banco de reserva no mês de março. Desta forma, o orientador deverá encaminhar à Coordenação do PROIIC, até o dia 03 de maio, a documentação referente à solicitação de Bolsa (nova e de renovação).

O objetivo do Programa Pibic é estimular o envolvimento de estudantes de graduação nas atividades científica, tecnológica, profissional, artística e cultural, proporcionando ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa. O Programa Pibiti tem como objetivo estimular os jovens do ensino superior nas atividades de pesquisa e aprendizagem de metodologias, conhecimentos e práticas próprias ao desenvolvimento tecnológico e processos de inovação.

Poderão solicitar bolsas, pesquisadores com doutorado exercendo atividade de pesquisa, com vínculo comprovado com a Fiocruz em tempo integral (2 cotas), pesquisadores visitantes e pós-doutorandos da Fiocruz, que se dedicam exclusivamente a atividades de pesquisas na Fiocruz Bahia (1 cota). A coordenação do PROIIC ressalta que não será permitido ao mesmo candidato concorrer simultaneamente às bolsas FAPESB e CNPq.

Clique nos links para baixar os formulários para inscrição online e outros documentos:  PIBIC e PIBITI.

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Especial Fiocruz sobre Febre Amarela

O aumento do número de casos de febre amarela em 2017 despertou a atenção das autoridades em Saúde do país. Combatida por Oswaldo Cruz no início do século 20 e erradicada dos grandes centros urbanos desde 1942, a doença voltou a assustar os brasileiros, com a proliferação de casos de febre amarela silvestre nos últimos meses. Até quarta-feira (5/4), são 1.987 casos suspeitos de febre amarela silvestre notificados. Desses, 450 continuam em investigação, 586 foram confirmados e 951 descartados. Do total, 282 evoluíram para óbito, sendo 190 confirmados, 49 em investigação e 43 descartados. Os últimos casos de febre amarela urbana ocorreram em 1942, no Acre.

A vacinação de rotina para febre amarela é ofertada em 19 estados (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) com recomendação para imunização. Vale destacar que na Bahia, Piauí, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a vacinação não ocorre em todos os municípios. Além das áreas com recomendação, neste momento, também está sendo vacinada, de forma escalonada, a população do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Todas as pessoas que vivem nesses locais devem tomar uma dose da vacina ao longo da vida.

Foto: Bernardo Portella / Arca Fiocruz

Desde o início deste ano, o Ministério da Saúde tem enviado doses extras da vacina contra a febre amarela aos estados que estão registrando casos suspeitos da doença, além de outros localizados na divisa com áreas que tenham notificado casos. No total, 21,6 milhões de doses extras foram enviadas para cinco estados: Minas Gerais (7,5 milhões), São Paulo (4,78 milhões), Espírito Santo (3,65 milhões), Rio de Janeiro (3,8 milhão) e Bahia (1,9 milhão). Além disso, foram distribuídas, desde janeiro deste ano, 4,1 milhões doses da vacina de rotina para todas as unidades da federação.

Além disso, foram distribuídas, desde janeiro deste ano, 3 milhões doses da vacina de rotina para todas as unidades da federação. Outras 324 mil doses foram enviadas para intensificar ações nos estados do Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul, Piauí, Pará, Paraíba e DF.

Diante da gravidade do quadro, profissionais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) das mais diversas especialidades estão mobilizados e atuantes na prevenção e no combate à febre amarela. A principal arma contra a doença continua sendo a vacinação, prevista no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e oferecida em postos do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta área, destaca-se a atuação do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), reconhecido internacionalmente como fabricante da vacina antiamarílica.

Outra preocupação do Ministério da Saúde e da Fiocruz é a disseminação de informação de qualidade em saúde, para evitar o sensacionalismo e a propagação de boatos, tão comuns em épocas de crise. Com essa missão, a Agência Fiocruz de Notícias (AFN) reúne neste especial as principais reportagens produzidas pela Fundação, esclarecendo dúvidas da população e orientando a imprensa no tratamento dos casos. As ações da AFN também estão articuladas com iniciativas nas redes sociais oficiais da Fiocruz, sobretudo em relação à imunização.

Clique aqui e confira os destaques da Fundação sobre o tema.

Mais Notícias:

10/04/2017 Saúde orienta sobre dose única da vacina da febre amarela

07/04/2017 Febre Amarela: Brasil adota dose única da vacina

31/03/2017 Fiocruz produz até 9 milhões de doses da vacina por mês

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Inscrições abertas para o segundo módulo de Metodologias Ativas de Ensino

formativas-2017O curso de Metodologias Ativas de Ensino está com as inscrições abertas para o módulo 2, que visa apresentar diferentes abordagens das Metodologias Ativas e Participativas de Ensino em Biociências, Medicina e Saúde. O público alvo são docentes e estudantes dos Programas de Pós-graduação da Fiocruz Bahia e docentes do Senai/Cimatec. Interessados em participar do curso devem acessar o hotsite do evento e preencher o formulário de inscrição, até o dia 27 de abril.

A carga horária do novo módulo é de 7 horas e as atividades estão programadas para acontecer nos dias 02 e 09 de maio. Em conjunto com os docentes que participaram de Módulo 1, foi definido um módulo com palestras de especialistas para apresentação de diferentes modalidades divididos em dois turnos. Para outras informações como programação e horários, clique aqui.

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Dissertação avalia os efeitos da saliva do vetor da Leishmaniose na infecção

AUTOR: Paulo Sérgio de Morais da Silveira Mattos
ORIENTADORA: Camila Indiani de Oliveira
TÍTULO DA TESE: “Efeitos da Saliva de Lutzomyia intermedia sobre o recrutamento celular induzido por Leishmania Braziliensis
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana- Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 20/04/2017

 

RESUMO

 

A saliva de flebotomíneos tem uma série de componentes farmacológicos e imunomoduladores e há trabalhos que mostram que a imunidade à saliva protege contra a infecção por Leishmania. Neste trabalho, nós estudamos os efeitos da saliva de Lutzomyia intermedia, o principal vetor da Leishmania braziliensis no Brasil, no recrutamento celular induzido pela presença do parasita. Camundongos BALB/c foram inoculados com formas metacíclicas de L. braziliensis na presença ou não de sonicado de glândula salivar (SGS) de Lu. intermedia. Observamos que há um rápido recrutamento celular para o local da infecção, consistindo de diversos tipos celulares: macrófagos, monócitos, células dendríticas, neutrófilos e células NK. Apesar de observarmos flutuações nas frequências celulares ao longo dos tempos avaliados (2,12, 24 e 72h), o tempo de 24h após a inoculação foi aquele no qual observamos um maior efeito do SGS. Nesse tempo, a frequência de macrófagos e de neutrófilos presentes na orelha foi significativamente maior na presença da saliva. Não observamos mudanças significativas na frequência das populações estudadas ao avaliarmos o linfonodo de drenagem. Em seguida, avaliamos o efeito da saliva de Lu. intermedia sobre os neutrófilos, especificamente. Por meio de ensaios in vitro, não observamos uma modulação positiva na taxa de infecção, na produção de superóxido ou na taxa de apoptose de neutrófilos quando os mesmos foram expostos a L. braziliensis + saliva de Lu. intermedia. Por fim, avaliamos os efeitos da saliva sobre o desenvolvimento da leishmaniose experimental. Animais co-inoculados com formas metacíclicas de L. braziliensis + SGS de Lu. intermedia apresentaram lesões similares aos animais controle. Também não observamos aumento na carga parasitária na orelha ou no linfonodo de drenagem na presença da saliva. Esses resultados sugerem que a saliva de Lu. intermedia modula o recrutamento inicial de leucócitos no sítio da infecção mas não altera o curso do desenvolvimento da doença, em modelo experimental de infecção por L. braziliensis.

 

Palavras-chave:   flebótomo, saliva, leishmaniose, L.   braziliensis,   Lu.  Intermedia, recrutamento.

 

 

 

 

 

 

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Estudo discute feito antitumoral da planta Remirea maritima

in vivo antitumor copyO artigo In vivo antitumor effect, induction of apoptosis and safety of Remirea maritima Aubl. (Cyperaceae) extracts, publicado no periódico científico Phytomedicine, vinculado a editora Elsevier, conta com assinatura de Daniel Bezerra, pesquisador da Fiocruz Bahia. Na publicação, avaliou-se as propriedades antitumorais da planta Remirea maritima.

A planta R. maritima, além de suas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, tem sido utilizada com sucesso no tratamento de doenças renais, febre e disenteria. Contudo, poucos estudos e pesquisas científicas reportando suas propriedades medicinais são encontrados, e muitas questões acerca de suas propriedades farmacológicas permanecem desconhecidas.

Através da análise in vitro de um extrato hidroalcoólico de R. maritima, os pesquisadores investigaram o potencial antitumoral da planta, com o intuito de aprofundar e expandir os conhecimentos relacionados a suas propriedades medicinais.

O potencial citotóxico e antitumoral do extrato foi testada em células de tumor NCI – H385N (carcinoma bronco alveolar), OVCAR – 8 (carcinoma do ovário) e PC – 3M (carcinoma da próstata) e através de um ensaio experimental em camundongos inoculados com o tumor Sarcoma 180. A composição química foi avaliada por HPLC-DAD e ESI – TI – MS. Além disso, parâmetros toxicológicos foram avaliados, assim como as respostas imune.

O estudo mostrou que o extrato utilizado apresenta propriedades anticancerígenas, sem observar toxicidade severa, e essa atividade foi associada às suas propriedades imunoestimulantes.

A pesquisa foi realizada em parceria entre a Fiocruz Bahia, a Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Tiradentes (UNIT).

Clique aqui e acesse o texto publicado em maio de 2016.

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Planta conhecida como “café silvestre” tem eficácia anticancerígena, aponta estudo

Preclinical anticancer effectiveness copyO artigo Preclinical anticancer effectiveness of a fraction from Casearia sylvestris and its component Casearin X: in vivo and ex vivo methods and microscopy examinations, publicado no Journal of Ethnopharmacology, traz os resultados de uma pesquisa que avalia a ação antitumoral in vivo e ex vivo da fração casearina (FC) e o seu componente principal, a casearina X (Cas X), isolada a partir de folhas de Casearia sylvestris.

O pesquisador da Fiocruz Bahia Daniel Bezerra participou do estudo realizado em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Fiocruz Ceará.

A Casearia sylvestris é uma planta amplamente encontrada no Brasil, conhecida, dentre vários nomes, como “guaçatonga”, “café silvestre” e “erva-de-bugre”. O extrato etanólico e o óleo essencial de suas folhas são utilizados contra úlcera, dores e é considerada protetora do estômago. Além disso, o potencial antioxidante das diferentes espécies desta planta também foi mostrado por eliminação de radicais in vitro e ensaios in vivo.

De acordo com os pesquisadores, este estudo corrobora com os usos populares de C. sylvestris contra diferentes tipos de câncer e destacam o potencial anticancerígeno das moléculas de diterpenos clerodano (Cas X), presentes na planta.

A pesquisa – Os cientistas utilizaram camundongos inoculados com o tumor murino sarcoma 180, que foram tratados com FC e Cas X, durante 7 dias. Em outro experimento usando camundongos imunodeficientes, fibras ocas com células de carcinoma de colón ou glioblastoma humanos foram inoculados nos camundongos e tratados com FC durante 4 dias. No quinto dia de tratamento, os pesquisadores determinaram a condição da proliferação.

Diante desses achados, a equipe percebeu que a fração casearina (FC) e a Cas X apresentaram potencial antitumorais in vivo contra células cancerosas por administração intraperitoneal e via oral. Além disso, estudos ex vivo indicaram que a apoptose é a principal forma de morte celular.

Confira aqui para ler na íntegra o artigo publicado em abril de 2016.

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Abertas as inscrições para a 25ª Reunião Anual de Iniciação Científica

quadrado 25 raicA Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia divulgou o regulamento e o formulário de inscrição da 25ª Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC). As inscrições e submissão de trabalhos, que serão realizadas online, estão abertas até 28 de abril de 2017 e podem ser feitas clicando aqui. O evento acontece entre os dias 31 de maio a 02 de junho.

A 25ª RAIC tem como objetivo proporcionar avaliação de desempenho do bolsista no período em curso através da exposição e discussão dos trabalhos de Iniciação Científica (IC) e Iniciação Tecnológica (IT), com vistas à avaliação do desenvolvimento dos projetos e ao intercâmbio de experiências entre estudantes, pesquisadores e demais profissionais da Fiocruz. A RAIC da Fiocruz ocorre, anualmente, com apresentação de trabalhos de bolsistas em sessões de comunicação oral ou pôster, avaliados por Comissões de pesquisadores.

Destaca-se que a participação na RAIC é obrigatória a todos os alunos de Iniciação Científica do PROIIC (Cotas FAPESB e Cotas PIBIC/PIBITI – Fiocruz/CNPq e Cotas Fiocruz) e aos alunos Iniciação Científica do CNPQ. A aprovação do bolsista pela Comissão Avaliadora é aspecto decisivo para a renovação da cota.

Para outras informações acesse o Regulamento.

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Diferentes testes na urina para diagnóstico de lesão renal aguda são analisados em tese

AUTORA: Maria Brandão Tavares
ORIENTADOR: Washington Luiz Conrado dos Santos
TÍTULO DA TESE: “Marcadores Biológicos para necrose tubular aguda em pacientes com doença glomerular”
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana- Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 07/04/2017

 

RESUMO

 

A lesão renal aguda (LRA) é uma complicação frequente em pacientes com glomerulopatias, acometendo até 34% dos adultos com síndrome nefrótica (SNO) idiopática. O diagnóstico diferencial de necrose tubular aguda (NTA) de glomeulonefrite proliferativa ou crescêntica em pacientes com SNO e LRA é fundamental, visto que a NTA pode mimetizar quadro de glomerulonefrite rapidamente progressiva. Dados clínicos e laboratoriais podem ser úteis no diagnóstico diferencial da LRA na SNO, entretanto a distinção entre NTA e glomerulonefrite proliferativa ou crescêntica é feito pela biópsia renal, procedimento invasivo e que não está disponível amplamente. Novos  biomarcadores para diagnóstico precoce e preditores diagnósticos na LRA têm sido identificados. Neste trabalho nós avaliamos o uso de testes baseados nas concentrações urinárias de kidney injury molecule-1 (KIM-1), neutrophil gelatinase-associated lipocalin NGAL, interleukin-18 (IL-18) e β2-microglobulin (β2M) para diagnóstico diferencial de LRA em pacientes com síndrome nefrótica e examinamos a associação das concentrações urinárias destes marcadores com lesão histológica consistente com NTA ou lesões glomerulares proliferativas. Adicionalmente, estudamos as diferenças na expressão de proteínas na urina de pacientes com síndrome nefrótica, com e sem necrose tubular aguda estabelecida histologicamente, por meio de eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) que poderia ser útil na identificação de novos marcadores para LRA. Foram coletadas amostras de urina de 40 pacientes submetidos à biópsia renal para fins de diagnósticos e encaminhadas para o CPQGM-FIOCRUZ. Os pacientes foram divididos em 3 grupos de acordo com a presença ou ausência de NTA histologicamente definida; e presença de glomerulonefrite proliferativa: grupo CON sem necrose tubular ou lesão prolifertiva glomerular (n=17), grupo GNTA com necrose tubular e sem proliferacao glomerular (n=14), e grupo GNP com lesão proliferativa glomerular incluindo crescentes (n=9). LRA foi definida utilizando os critérios KDIGO. Foi coletada amostra de urina previamente à realização da biópsia renal, centrifugada a 2000 xg a 4°C e o sobrenadante armazenado a -80°C em alíquotas de 1 ml. As mensurações das concentrações dos biomarcadores foram realizadas utilizando imunoensaio enzimático (ELISA). A extração de proteína urinária foi realizada pelo método de precipitação da acetona. As concentrações proteínas das amostras foram dosadas pelo método do ácido bicicrônico (Micro BCA) e Bradford. As amostras de proteína (50μg) foram analisadas em SDS-PAGE  a 15% na presença de dodecil sulfato de sódio. Resultados: A média de idade foi de 35 ± 16 anos,  22 (55%) eram mulheres, os  principiais diagnósticos foram  GESF (10, 25%), glemorulonefrite membranosa (10, 25%), Lesão Mínima (LM) (7, 18%), nefrite lúpica (6, 15%) e glomerulonefrite proliferativa (3, 8%). Os pacientes com NTA tiveram maiores concentrações urinárias de KIM-1 (P = 0.016), NGAL (P = 0.023) e β2M (P = 0.017) em comparação aos pacientes sem NTA. As concentrações urinárias de KIM-1 (P= 0.009) e NGAL (P= 0.002) também foram maiores nos pacientes com LRA comparado aos paciente sem LRA. As dosagens de NGAL (P= 0.034) e KIM-1 (P=0.024) urinários foram significamente maiores nos pacientes com NTA sem lesão glomerular proliferativa em comparaçao aos pacientes com glomerulonefrites proliferativas. Na análise das proteínas em SDS-PAGE, observamos a expressão de banda proteica com peso molecular 35 KDa apenas  nos pacientes do grupo 1 (pacientes sem proliferacao glomerular ou lesao tubular). Conclusão: As concentrações urinárias de KIM-1 e NGAL foram capazes de distinguir pacientes com e sem LRA, mesmo na presença de síndrome nefrótica; e as dosagens de NGAL e KIM-1 urinárias podem ser úteis no diagnóstico diferencial entre NTA e glomerulonefrite proliferativa em pacientes com síndrome nefrótica. A presença de lesão proliferativa glomerular ou necrose tubular aguda resulta no desaparecimento de uma fração protéica de 35 kDa, e a lesão proliferativa, em redução na expressão protéica de fração de 28 kDa da urina de pacientes com síndrome nefrótica. O estudo dessas frações protéicas pode contribuir para novas estratégias no diagnóstico diferencial da LRA em pacientes com síndrome nefrótica.

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Abertas as inscrições para o XVII Epimol

epimol 2017O XVII Curso Internacional de Epidemiologia Molecular em Doenças Infecciosas e Parasitárias Emergentes é especialmente elaborado para apresentar os princípios e práticas desta nova disciplina em epidemiologia, a profissionais de laboratório e epidemiologistas de instituições regionais representativas, envolvidos com doenças infecciosas de relevância para a saúde pública. Os interessados em participar do evento devem preencher a ficha de inscrição disponível no hotsite do curso e entregar os documentos até o dia 30 de abril.

Serão oferecidas 40 vagas para participantes, sendo 25 destinadas a estudantes de pós-graduação e pessoal de serviços de saúde de todo o Brasil e 15 vagas para profissionais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS). Outras 40 vagas serão para a ouvintes, sendo elas destinadas a alunos de graduação e candidatos à participação não selecionados. A seleção dos participantes e os resultados serão divulgados até 07 de maio. As aulas acontecem nos dias 30 de julho a 04 de agosto, na Fiocruz Bahia.

O curso foi desenhado para oferecer, aos profissionais, novas abordagens e estratégias primeiramente para doenças infecciosas. Está dentre os objetivos estabelecer a Fiocruz Bahia como um centro de referência em treinamento de pesquisas e técnicas de epidemiologia molecular no Brasil.

Para saber sobre documentos de inscrição, programação e outras informações clique aqui.

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Curso de Patente como Fonte de Informação Tecnológica abre as inscrições

curso nitEntre os dias 25 e 27 de abril, será realizado, na Fiocruz Bahia, o curso Patente como Fonte de Informação Tecnológica, uma ferramenta indispensável à atuação de pesquisadores, coordenadores e gestores de projetos e programas em Propriedade Industrial, com ênfase em patente e em busca online. As inscrições estão abertas e encerram no dia 19 de abril, devendo ser realizadas através de formulário disponível no hotsite do evento.

O curso será ministrado em um total de 20 horas, organizado em três dias. Serão oferecidas 50 vagas para a aula teórica e 20 para as aulas práticas, podendo esta última ser ampliada o número de vagas, caso o participante disponha de notebook para uso durante as atividades.

Este curso é uma das ações da GESTEC na implementação da Política Institucional de Gestão Tecnológica e da Inovação na Fiocruz, ao viabilizar o uso sistemático de base de dados de patentes para a preparação, aprovação, execução e finalização de projetos e prosseguimento de programas de pesquisa pelas unidades técnico-científicas da Instituição. O evento contribui para o cumprimento das diretrizes da Política Institucional Tecnológica da Fiocruz e atende às chamadas do CNPq, que incluem a Pesquisa em Bases de Propriedade Intelectual no roteiro das propostas a serem apresentadas.

Para mais informações acesse o site do curso.

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Divulgado editais para bolsas PIBIC e PIBITI 2017 do CNPq

pibic peq OKA Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia lançou, hoje (21/3), pela Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/ Fiocruz), os Editais para concorrer a bolsas de PIBIC e PIBITI/COTAS – 2017 do CNPq. As inscrições deverão ser feitas online até o dia 23 de abril para bolsas novas, renovação e para os bolsistas que ingressaram nos programas por substituição/banco de reserva no mês de março. O orientador deverá encaminhar à Coordenação do PROIIC, até o dia 25 de abril, a documentação referente à solicitação de Bolsa (nova e de renovação).

O objetivo do Programa Pibic é estimular o envolvimento de estudantes de graduação nas atividades científica, tecnológica, profissional, artística e cultural, proporcionando ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa. O Programa Pibiti tem como objetivo estimular os jovens do ensino superior nas atividades de pesquisa e aprendizagem de metodologias, conhecimentos e práticas próprias ao desenvolvimento tecnológico e processos de inovação.

Poderão solicitar bolsas, pesquisadores com doutorado exercendo atividade de pesquisa, com vínculo comprovado com a Fiocruz em tempo integral (2 cotas), pesquisadores visitantes e pós-doutorandos da Fiocruz, que se dedicam exclusivamente a atividades de pesquisas na Fiocruz Bahia (1 cota). A coordenação do PROIIC ressalta que não será permitido ao mesmo candidato concorrer simultaneamente às bolsas FAPESB e CNPq.

Clique nos links para baixar os formulários para inscrição online e outros documentos:  PIBIC PIBIT

 

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“Marcadores moleculares prognósticos em melanoma de coróide”

24 03 sarah coupland

 

Sarah Coupland, as Lead of the Liverpool Ocular Oncology Research Group (LOORG), is a Consultant Histopathologist and the George Holt Chair of Pathology, University of Liverpool. She is also the Director of the North West Cancer Research Centre-University of Liverpool. Sarah’s clinical and scientific research focuses on molecular genetics of cancers with particular interests in uveal melanoma; conjunctival melanoma; intraocular and ocular adnexal lymphomas; and CNS lymphoma.

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