A comemoração em homenagem aos 68 anos da Fiocruz Bahia será realizada no dia 26 de maio, às 10 horas, na instituição. O evento é gratuito e aberto ao público. Na ocasião a diretora Marilda de Souza Gonçalves vai realizar uma apresentação sobre o histórico e as atividades da instituição, ressaltando sua importância para a geração e difusão de conhecimento científico e tecnológico no estado da Bahia e no Brasil. Além disso, serão lançados produtos de memória institucional.
Fundado em 1957, como Núcleo de Pesquisa da Bahia (NEB), por meio de um convênio com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a unidade técnico científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no estado completa 68 anos de história e contribuições para a ciência e a saúde. São quase sete décadas atuando, principalmente, na produção de conhecimento em doenças infecciosas e parasitárias, crônicas e degenerativas, buscando novas formas de diagnósticos e tratamentos mais eficazes, além do enfrentamento de epidemias, sendo as mais recentes, o surto de zika, em 2016, e a pandemia de Covid-19.
O pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis, tomou posse no dia 08 de maio, como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na categoria Ciências da Saúde. Além do cientista, mais 16 membros titulares, 6 correspondentes e 30 afiliados receberam seus diplomas. O evento foi realizado durante a Reunião Magna da ABC, no Rio de Janeiro.
Mitermayer Reis é doutor em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia, realizou pós-doutorado na Escola de Saúde Pública de Harvard, nos EUA, e outro na Case Western Reserve University, também nos EUA. Destaca-se em pesquisas na área de epidemiologia clínica e molecular, e imunopatogênese de doenças infecciosas e parasitárias, com foco em arboviroses, câncer, doença de Chagas, esquistossomose, hepatites virais, leptospirose, meningites bacterianas e viroses respiratórias.
A Fiocruz Bahia realizou no dia 30 de abril, o evento “Olhares sobre a Saúde Indígena: imagens que integram pesquisa e território”. Promovido pelo Núcleo de Estudos da Saúde Indígena (NESI), no contexto do Abril Indígena, o encontro teve apresentação de projetos de pesquisa sobre a saúde da população indígena, rodas de conversa, apresentação de documentário e exposição.
A mesa de abertura contou com representantes da Fiocruz Bahia, Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (DSEI-BA), NESI, Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) e Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI).
A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, destacou que a divulgação dos resultados de pesquisas relacionadas à saúde indígena é importante para que possam ser transformados em políticas públicas de saúde. “É muito importante estarmos aqui recebendo as lideranças, a população indígena, e discutindo esses resultados. Espero que possamos aumentar o número de aldeias visitadas, e ampliar o número de pesquisadores atuando nessa área”, afirmou.
Para a pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do NESI, Isadora Siqueira, o evento foi um momento importante de socialização dos resultados das pesquisas desenvolvidas pelo núcleo, além de constituir um espaço de diálogo entre ciência e territórios. “Tivemos a honra de contar com a presença de profissionais da saúde indígena e lideranças indígenas, que participaram ativamente das mesas de conversa, enriquecendo as discussões com suas experiências e perspectivas. A atividade reafirmou o compromisso da Fiocruz com a promoção de uma ciência comprometida com os direitos dos povos indígenas e com a construção de políticas públicas de saúde baseadas no respeito, na escuta e na interculturalidade”, declarou.
No evento foram apresentados os projetos “Estudo Multicêntrico de Doenças Infecciosas em populações Indígenas” e “Instituto de Pesquisa em Populações Prioritárias: o que somos e o que propomos fazer”. Houve ainda a exibição do documentário e exposição “Olhares sobre a Saúde Indígena – Imagens que integram pesquisa e território”. Para finalizar, as rodas de conversa “Diálogos Indígenas sobre Saúde: Fiocruz nos Territórios Indígenas” e “Conexões entre Fiocruz e DSEI-BA pela Saúde Indígena” contaram com a participação de lideranças indígenas, representantes dos Polo Base Ribeira do Pombal, Euclides da Cunha e Paulo Afonso, além do cacique da Aldeia Nova Pankararé, Elismar Lima, de Rodelas.
Agnaldo Pataxó Hã Hã Hã, coordenador do MUPOIBA, comentou sobre a importância da atividade e do retorno do trabalho realizado nos territórios para a comunidade. “Pudemos comprovar com a apresentação do trabalho, a partir do diálogo com os pesquisadores e nossas lideranças, que a pesquisa é importante para diagnosticar doenças e para fazer o tratamento. Até porque na nossa comunidade há uma certa dificuldade de diagnóstico, temos sofrido muito com diagnóstico tardio ou errado, aí entra a importância da Fiocruz”, pontuou.
De acordo com o coordenador da DSEI-BA, Cacique Flávio Kaimbé, o evento demonstra a parceria e trabalho da Fiocruz junto ao DSEI. “Essa parceria tem se fortalecido a cada dia, levando mais saúde para a população indígena do estado. O evento é de uma importância grandiosa para que a gente possa dialogar, alinhar e buscar fazer um trabalho conjunto DSEI, Fiocruz, NESI, que possa trazer mais saúde para a população indígena do nosso estado”.
Sirlene Pataxó, responsável técnico Polo Base Porto Seguro do DSEI, observou a importância de estreitar o diálogo para promover uma melhor saúde para a comunidade. “Estamos muito felizes de estar aqui hoje, participar da roda de conversa, e foi muito gratificante poder falar dos nossos desafios diários na nossa comunidade, e assim poder falar o quão relevante é esse tema da saúde indígena”.
Chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI) do DSEI – BA, Tavila Guimarães, reforçou a importância do evento que se soma a luta dos povos indígenas, no abril indígena, um cotidiano de resistência dessa população. “Tivemos a oportunidade de sentar-se com outros parceiros para dialogar sobre esses dados, e pensar a partir deles as intervenções que serão propostas. Foi um momento de grande importância, que soma esse olhar que nós temos com relação à saúde, formada por várias mãos e vários atores”.
Para a liderança indígena da Aldeia Acuipe do Meio I, Nicinha Tupinambá, a atividade fortaleceu a luta dos povos indígenas. “Estar aqui é a certeza de que temos parceiros competentes, capazes de fazer com que tenhamos visibilidade. Não estamos invisíveis para a sociedade, temos pessoas doentes e carentes, mas nesse espaço tem pessoas capazes de fazer a diferença. Assim como na comunidade, tivemos aqui uma experiência de troca de conhecimento importante”, concluiu.
O 29º Congresso Brasileiro de Parasitologia – PARASITO 2025 reuniu 632 pessoas, entre os dias 22 e 25 de abril, em Salvador. A atividade contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais, gestores e estudantes para debater os últimos avanços científicos em parasitologia, compartilhar experiências e promover a integração entre diferentes áreas do conhecimento.
Organizado pela Sociedade Brasileira de Parasitologia (SBP) e pela Fiocruz Bahia, a edição do evento teve como tema “Revisitando o Passado para Revolucionar o Futuro na Era da Transformação Digital”. Além do Brasil, participaram palestrantes e estudantes de países como Israel, Holanda, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos da América, Argentina, Bolívia e Alemanha.
Os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Augusto Carvalho, Washington dos Santos, Cláudia Brodskyn, Ricardo Riccio, Edgar Carvalho, Deborah Mothé, Milena Soares, Mitermayer Reis, Camila Indiani, Antônio Brotas, Valéria Borges, Lucas Carvalho e Vinícius Araújo, apresentaram conferências e participaram de mesas redondas. No final do evento, Camila Indiani recebeu o prêmio de pela Sociedade Brasileira de Parasitologia, de Dintinguished Sientist: Women in Science.
Os cientistas abordaram temas como imunopatologia na parasitologia, obesidade e leishmaniose cutânea, estratégias para a modulação da inflamação na cardiomiopatia chagásica crônica, esquistossomose urbana, estratégias de comunicação científica em parasitologia, iniciativas de extensão científica em parasitologia da Fiocruz Bahia, entre outros. Houve ainda, apresentações orais de pós-doutoranda e estudantes da instituição Thamires Quadros Froes, Yasmin da Silva Luz, Ronald Alves dos Santos e Pedro Brito Borba.
Além da participação de pesquisadores e estudantes no evento, a Fiocruz Bahia contou com um estande com materiais e jogos de divulgação científica e apresentação de atividades de pesquisa, da Olimpíada de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz, do projeto Mulheres e Meninas na Ciência e com uma exposição de coleção entomológica.
A mesa de abertura foi composta pela pesquisadora da Fiocruz Bahia Patrícia Veras, presidente do evento; Arabela Leal, diretora do Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (LACEN Bahia), representando o Governo do Estado da Bahia, Alda Cruz, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, representando o presidente Mário Moreira; Lucimar Rocha, Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, representando a Prefeitura de Salvador, Claudia Brodskyn, vice-diretora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, representando a diretora Marilda Gonçalves; Jadel Kratz, líder da América Latina – Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi); e Ricardo Fujiwara, presidente da Sociedade Brasileira de Parasitologia.
Patricia Veras observou que o tema da edição incentiva os pesquisadores a honrarem o legado da parasitologia enquanto são exploradas novas fronteiras impulsionadas pelos avanços tecnológicos. “É um chamado para unir tradição e inovação, garantindo que nossa área continue a avaliar e a contribuir de forma impactante para a saúde pública”, afirmou. Na oportunidade, a pesquisadora homenageou as mulheres pioneiras que superaram desafios sociais e institucionais para alcançar descobertas significativas em um campo com predominância masculina.
O presidente da SBP, Ricardo Fujiwara, disse que se sente muito feliz pela realização de mais um congresso com os associados e futuros associados em parasitologia. “A sociedade está completando 60 anos, graças aos esforços de quem acredita na parasitologia, de quem vem aos congressos, quem discute, quem aprende um pouco mais. Fico muito feliz de tê-los aqui, a sociedade estará aberta para todos”.
Jadel Kratz, destacou a importância de construir novas parcerias para avançar no conhecimento que será a base para o desenvolvimento de novas ferramentas e tratamentos para todas essas doenças que são relevantes tanto para a saúde animal quanto para a saúde humana. “A DNDi é uma organização que desenvolve medicamentos e se beneficia imensamente do conhecimento adquirido pelos cientistas que fazem parte da Sociedade Brasileira de Parasitologia”, comentou.
A diretora da atenção especializada da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Lucimar Rocha, disse que a parasitologia é um campo da ciência que a SMS cuida com muito carinho. “As parasitoses ainda acometem a nossa população em torno de 15 a 80%, sejam elas por questões socioeconômicas ou por falta de educação sanitária”, considerou. Para Alda Cruz, o congresso ser ministrado majoritariamente em inglês, demonstra a importância da internacionalização e das interações entre os colegas.
Arabela Leal relatou que estavam presentes na atividade alguns profissionais das unidades do LACEN descentralizadas no estado. “Isso mostra a força de uma rede capilarizada onde a gente consegue rapidamente detectar em qualquer ponto do estado um agravo e tentar sanar e controlar a doença em nome da saúde pública”, pontuou.
Ricardo Lustosa, professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), avaliou que o congresso é um ambiente rico na produção do conhecimento com estudantes e pesquisadores. “Essa atividade é muito relevante, pois recebe a comunidade acadêmica para discutir o que há de inovação e o que há de mais recente nas pesquisas relacionadas à parasitologia, às doenças negligenciadas, e o que há de tecnologia para multiplicar o conhecimento, com outros entes e parceiros acadêmicos, com diferentes níveis de formação”, concluiu.
O evento finalizou no dia 25/04, com a palestra de Walderez Dutra, professora da UFMG, com o relevante tema “How can you mend a broken heart? Insights from Chagas disease cardiomyopathy”.
Curso sobre identificação e vigilância de maruins vetores da febre oropouche foi realizado entre os dias 28 e 30 de abril, em Salvador. Organizada pela Fiocruz Bahia e Fiocruz Amazonas, em colaboração com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a formação teve como objetivo capacitar profissionais de saúde, estudantes e agentes na tarefa de identificar os maruins vetores e fortalecer as estratégias de vigilância epidemiológica e ambiental.
A mesa de abertura do evento foi composta por Alina Lins, diretora do Departamento de Ciências da Vida (DCV), da UNEB; Isadora Siqueira, pesquisadora da Fiocruz Bahia; Artur Dias Lima, professor da UNEB; e Felipe Pessoa, pesquisador da Fiocruz Amazônia. A programação contou com um ciclo de palestras teóricas com breve história do vírus Oropouche; aspectos epidemiológicos e clínicos; complicações neurológicas da febre oropouche; taxonomia e conservação de vetores; já a parte prática, abrangeu o tema da taxonomia e coleta relacionadas à conservação de vetores.
De acordo com Isadora Siqueira, esse é o primeiro curso com a perspectiva da análise entomológica, ou seja, estudo dos insetos vetores do Oropouche, realizado no estado. “É um curso de extrema importância para a questão das arboviroses e relacionado às epidemias recentes do vírus Oropouche em vários estados do Brasil e na Bahia”. A pesquisadora disse ainda que espera que seja o primeiro de muitas edições.
A febre oropouche é uma doença viral transmitida principalmente por maruins (Culicoides paraensis) e causada pelo vírus Oropouche. A doença, identificada em 1955 em Trinidad e Tobago e na Amazônia, tem avançado no país, gerando um alerta na saúde pública devido aos sintomas semelhantes aos da dengue, bem como ao potencial para surtos urbanos e quadros graves.
Felipe Pessoa, pesquisador da Fiocruz Amazônia, explicou que a febre oropouche era uma situação basicamente amazônica que está se espalhando em toda a América Latina e traz consequências no que se conhecia sobre os vetores, reservatórios e surtos. “Aparentemente temos uma situação um pouco diferente da situação amazônica no resto do Brasil. Estamos tentando compreender a dinâmica de quem está transmitindo, as áreas que estão tendo a ocorrência desses surtos, para formar um link de trabalho e troca de experiências no estado, para que em um futuro muito próximo, possamos dar ideias e conselhos para medidas de controle, ou pelo menos de diminuição do número de casos em humanos, e assim podermos ter predições e prevenção da doença”, pontuou.
Pessoa compartilhou que a proposta do curso é conversar sobre a ecologia mais voltada ao Culicoides, chamado popularmente de maruim ou mosquito-pólvora, para aprender a identificar especificidades da espécie e assim avançar nas pesquisas. “A identificação dos Culicoides é um pouco complexa, pois é preciso verificar várias estruturas morfológicas e identificar a espécie. É um inseto diminuto, pode variar de um até dois milímetros e meio, e nós temos pouquíssimos taxonomistas desses insetos na América Latina. A ideia é as pessoas saberem reconhecer o que é um Culicoides, aprender a manejar as chaves de identificação para podermos conhecer um pouquinho da fauna daqui da Bahia”, afirmou.
Artur Dias Lima, professor do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da UNEB e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, comentou que nos últimos períodos o vírus tem chamado a atenção de diversos segmentos, seja dentro dos setores da epidemiologia, do governo federal, das secretarias de saúde estaduais ou municipais.
“Nesse processo, a universidade entra exatamente na formação das pessoas que vão trabalhar no controle dessa doença. Então é importante esse encontro, de onde vão surgir bons projetos de trabalho para investigar mais a fundo o Oropouche e os seus vetores, bem como trabalhar perspectivas de profilaxia e controle”, concluiu. A parte prática do curso, também contou com a presença da Dra. Claudia Rios Velasquez, e Jhonata Santiago, da Fiocruz Amazônia, e pela taxonomista Sâmia Luzia Sena da Silva, do Instituto Evandro Chagas, Pará.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) realizam, de 29 a 31 de julho, em Salvador, Bahia, o seminário “Educação, Informação, Comunicação e Saúde: Proteções Contra a Desinformação”. O evento tem como objetivo promover debates sobre o enfrentamento à desinformação em ciência e saúde a partir dos saberes de povos e comunidades tradicionais e das contribuições dos diversos campos do conhecimento.
As discussões irão abordar os principais desafios frente ao avanço das informações fraudulentas ou enganosas em circulação, especialmente nas mídias sociais, destacando as estratégias de governos, universidades, institutos de pesquisas e sociedade civil organizada para produção, distribuição e promoção do acesso a informações qualificadas sobre ciência e saúde.
A iniciativa é destinada a estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores, profissionais de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Na programação também está prevista uma série de oficinas formativas e mostras de ciências e saúde voltadas para estudantes do ensino médio.
De âmbito nacional, o Seminário está ancorado na lógica das metodologias participativas da inclusão, da diversidade e da equidade de gênero e raça. O formato inclui conferências, mesas-redondas, rodas de conversa e apresentação de pesquisas e relatos de experiências nos Grupos de Trabalhos (GTs).
Os trabalhos podem ser submetidos até o dia 30 de maio. Já as inscrições podem ser realizadas até o dia 30 de maio, no primeiro lote, e de 1 a 15 de junho no segundo lote.
A atividade conta com o patrocínio da Fundação de apoio à Fiocruz – Fiotec e do Ministério da Saúde. O apoio é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
As inscrições podem ser realizadas através do site oficial do evento . Outras atualizações podem ser acompanhadas através do instagram .
A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia divulga o resultado da 1ª Etapa do Edital PIBIC FAPESB – 2025 do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) através do sistema de cotas institucionais.
Todos os orientadores aprovados deverão proceder com a indicação do estudante bolsista conforme descrito no Edital, entre os dias 29/04 a 12/05/2025. Para a implementação da bolsa na FAPESB é necessário encaminhar os documentos solicitados para o e-mail proiic@fiocruz.br. Os documentos devem ser encaminhados em formato PDF, sendo cada documento um arquivo, nomeados conforme descrito no Edital.
O Núcleo de Estudos da Saúde Indígena (NESI) está promovendo, no contexto do Abril Indígena, o evento “Olhares sobre a Saúde Indígena: imagens que integram pesquisa e território”. O encontro será realizado no dia 30 de abril, das 09h às 17h, no auditório Sonia Andrade, na Fiocruz Bahia.
Entre os dias 28 e 30 de abril, será realizado o “I Curso de Identificação e Vigilância de Maruins Vetores e da Febre Oropouche do Estado da Bahia”. O curso é uma realização da Fiocruz Bahia e Fiocruz Amazonas, em colaboração com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), e tem como objetivo fornecer um panorama completo e atualizado sobre a febre oropouche, explorando seus aspectos históricos, clínicos e epidemiológicos. As vagas são limitadas.
A formação visa capacitar profissionais de saúde, estudantes e agentes na tarefa de identificar os maruins vetores e fortalecer as estratégias de vigilância epidemiológica e ambiental. Ao longo de três dias de atividades teórico-práticas, que irão ocorrer na Fiocruz Bahia e na UNEB, os participantes do curso terão a oportunidade de aprender com especialistas renomados na área e aprofundar seus conhecimentos sobre esta importante questão de saúde pública.
A iniciativa resulta da preocupação com a febre oropouche, doença viral transmitida principalmente por maruins (Culicoides paraensis) e causada pelo vírus Oropouche. A doença, identificada em 1955 em Trinidad e Tobago e na Amazônia, tem avançado no Brasil e na Bahia, gerando um alerta na saúde pública devido aos sintomas semelhantes aos da dengue, bem como ao potencial para surtos urbanos e quadros graves. A identificação precisa dos vetores, o controle eficaz de sua população e a vigilância contínua são considerados pilares para a prevenção.
O ciclo de palestras teóricas é aberto ao público geral e não necessita de inscrição. A programação será realizada na Sala de Reuniões da Biblioteca da Fiocruz Bahia, no dia 28 de abril, a partir das 09 horas, com mesa de abertura, breve história do vírus Oropouche e aspectos epidemiológicos.
Uma pesquisa investigou a prevalência de anticorpos relacionados à doença de Chagas e à leishmaniose visceral em cães domésticos no município de Tremedal, área endêmica, localizada no sudoeste da Bahia. Parte do projeto Oxente Chagas, o estudo teve o objetivo de aprofundar a compreensão do papel que os cães desempenham na transmissão desses patógenos e informar estratégias mais eficazes de controle da doença. O trabalho foi coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, e publicado no periódico Parasites & Vectors.
A doença de Chagas e a leishmaniose visceral são doenças zoonóticas negligenciadas e potencialmente fatais, causadas pelos protozoários hemoflagelados Trypanosoma cruzi e Leishmania infantum, respectivamente. O controle dessas doenças representa desafios significativos para a saúde pública na América Latina. Os cães domésticos, devido ao contato próximo com humanos, servem como reservatórios-chave tanto para o T. cruzi quanto para a L. infantum, tornando-os importantes sentinelas na vigilância de doenças.
Foram analisadas amostras de soro de 17 cães por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), usando antígenos recombinantes (IBMP-8.1, IBMP-8.2, IBMP-8.3, IBMP-8.4) para T. cruzi e o teste rápido TR DPP® Leishmaniose Visceral Canina Bio-Manguinhos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e ELISA para L. infantum. Os resultados mostraram que 5,9% (1/17) dos cães testados foram soropositivos para T. cruzi, indicando a presença do parasita na região. Da mesma forma, 5,9% (1/17) dos cães foram confirmados como positivos para L. infantum por ELISA, embora os resultados do teste TR DPP® tenham sugerido inicialmente uma prevalência maior (41,2%), evidenciando o risco de falso-positivos.
Os resultados obtidos ressaltam o papel crucial dos cães na vigilância da doença de Chagas e da leishmaniose visceral, dado seu envolvimento nos ciclos de transmissão domésticos e peridomiciliares. Enfatizam também a necessidade de testes confirmatórios para garantir a precisão diagnóstica, o que contribuirá para estratégias de controle de doenças mais eficazes em áreas endêmicas.
Os pesquisadores observaram que a presença persistente de vetores triatomíneos em Tremedal exige esforços contínuos de vigilância e controle. Apontam também, que pesquisas futuras devem expandir o tamanho da amostra e o escopo geográfico para melhor compreender a epidemiologia das infecções por Leishmania spp. e T. cruzi. Destacam ainda, a importância de uma abordagem de One Health (Saúde Única), na qual a saúde humana e animal são monitoradas de perto para amenizar a transmissão de doenças zoonóticas.
O Meninas Baianas na Ciência participou do evento “Diversidade e Extensão Acadêmica: Rede de Mulheres em STEM”, no SENAI CIMATEC, no dia 10 de abril. O projeto foi apresentado, por uma das coordenadoras, Karine Damasceno, pesquisadora da Fiocruz Bahia, junto com outras iniciativas. Na ocasião, estiveram presentes as pesquisadoras Natalia Machado, que também coordena o projeto, e Valéria Borges.
A Rede de Mulheres STEM tem como objetivo promover a conexão e integração entre projetos e iniciativas que incentivam a inclusão de meninas e mulheres nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). A programação do evento incluiu palestras e rodas de conversa com a participação de instituições como UESC, UFBA, UFRB, UNEB, SENAI CIMATEC e UNESCO. Um dos destaques foi a palestra “Panorama atual da Presença Feminina nas áreas de STEM”, ministrada por Julieta Palmeira, assessora da Diretoria Financeira, de Crédito e Captação (DRFC) da FINEP (MCTI) e ex-secretária de Estado de Políticas para Mulheres da Bahia.
A vice-reitora da Universidade SENAI CIMATEC, Josiane Dantas, abriu o encontro e deu as boas-vindas aos participantes. “Importante que a gente tenha mais momentos como esse de hoje, para trocar experiências que deram certo, lições aprendidas de experiências que não deram certo, mas que são possíveis. Como somos resilientes, a gente vai sempre buscando como melhorar e como avançar enquanto sociedade”, afirmou.
Karine Damasceno contou o histórico do Meninas Baianas na Ciência e as ações desenvolvidas pelo projeto, que tem como grande objetivo motivar meninas e estudantes do ensino médio das escolas públicas para seguirem as carreiras de ciência e de tecnologia, promovendo visitas e palestras com cientistas da Fiocruz Bahia. “Ao longo desses 5 anos nós já já realizamos cinco edições, em todas elas nós podemos envolver outras pesquisadoras da instituição que puderam contribuir contando suas trajetórias, tanto na carreira de ciências, quanto na sua formação”, declarou.
O Projeto Oxente Chagas promoveu, entre os dias 24 e 28 de março, um mutirão de testagem rápida para doença de Chagas, em 470 moradores da comunidade de São João dos Britos, no município de Tremedal, no Sudoeste baiano. Coordenada por Fred Santos, pesquisador da Fiocruz Bahia, a iniciativa tem como principal objetivo validar o uso do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos em campo, contribuindo para sua futura incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Os primeiros mutirões do projeto foram realizados em 2024, nas comunidades de São Felipe (Tremedal) e Vila dos Remédios (Novo Horizonte). De acordo com Fred Santos, os casos positivos identificados no primeiro mutirão já foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN), e os próximos passos incluem início do tratamento e acompanhamento dos indivíduos diagnosticados. “Nossa equipe médica irá até a comunidade para realizar os primeiros atendimentos, e em seguida os casos serão acompanhados pela rede municipal de saúde, sob nossa supervisão”, explicou.
A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, continua sendo um grave problema de saúde pública na Bahia e em diversas regiões do mundo, afetando milhares de pessoas. O TR Chagas Bio-Manguinhos é um teste de tecnologia 100% nacional e permite identificar rapidamente a infecção, facilitando o acesso precoce ao tratamento e prevenindo complicações da doença.
Para João Victor França, mestrando e integrante da equipe do projeto, o mutirão foi marcado por intensa dedicação e aprendizado. “Foi uma experiência enriquecedora. Conhecemos diferentes realidades e histórias, e fomos muito bem acolhidos pelas pessoas da comunidade, o que tornou nosso trabalho mais leve e significativo”, pontuou. França também destacou a mobilização e o acolhimento dos agentes comunitários de saúde e de outros colaboradores locais. “Todos esses fatores nos impulsionaram e continuam nos dando energia para que os próximos mutirões do Oxente Chagas sejam exitosos e que também gerem bons resultados”, observou.
Moradora da comunidade, Edinalva Trindade participou da ação com a família e ressaltou a importância da testagem. “Acho muito importante porque é um teste que em 15 minutos você sabe se tem a doença ou não. É um teste que também conscientiza a população, faz com que a gente tenha mais cuidado em nossas casas, com a limpeza e higienização”, declarou. Ela contou que, a partir do mutirão, ficará mais atenta: “Vou observar mais, primeiro se tem o besouro (barbeiro), observar o galinheiro, e dentro de casa também, os barbeiros diferentes que aparecem”, sinalizou.
A moradora ainda ressaltou a importância de tomar cuidado. “Em caso de aparecer o barbeiro, procure os agentes de saúde da região. Não tenham medo de fazer esses testes rápidos, eu já fiz outros testes rápidos de outras doenças, e é bom porque você fica sabendo ali na hora o resultado”, explicou Trindade. Também participante da ação, Delmin Ferraz comemorou o resultado negativo do teste e elogiou o atendimento: “Eu vim com minha esposa para fazer o teste e achei ótimo, foi um atendimento muito bom”, concluiu.
Projeto busca validar teste rápido para incorporação no SUS
O Projeto Oxente Chagas aposta em uma abordagem inovadora para a detecção precoce da doença de Chagas na Atenção Primária, com o objetivo de reduzir o impacto da doença na vida das pessoas e de suas famílias. A validação em campo do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos, já registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é um passo essencial para sua inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para isso, ainda são necessários estudos adicionais que subsidiem a solicitação junto à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), órgão responsável por avaliar e recomendar novas tecnologias para o sistema público de saúde. A expectativa é que, uma vez incorporado, o teste facilite o diagnóstico precoce, o início rápido do tratamento e a melhoria do cuidado às populações afetadas pela doença.
As inscrições para submissão de trabalhos do Seminário Educação, Informação, Comunicação e Saúde: Proteções Contra a Desinformação estão abertas até 14 de maio. O evento será realizado de 29 a 31 de julho de 2025, no Wish Hotel da Bahia, em Salvador. Acesse o site do evento para consultar as diretrizes, os formatos dos trabalhos e realizar a submissão.
O evento tem o propósito de debater as contribuições da divulgação científica e da educação midiática no enfrentamento à desinformação em ciência e saúde. Um dos objetivos é apontar os principais desafios frente ao espalhamento de informações falsas e enganosas nas mídias sociais, destacando as estratégias de governos, universidades, institutos de pesquisas e sociedade civil organizada, que buscam a produção, distribuição e acesso à informação íntegra.
Buscando inserir os estudantes do ensino médio, de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores, profissionais de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no debate, o Seminário também será realizado com as escolas, através de oficinas formativas e/ou feiras de ciências e saúde. Promovido pela Fiocruz Bahia, em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), o evento tem dimensão nacional e está ancorado na lógica das metodologias participativas da inclusão, da diversidade e da equidade de gênero e raça.
O Seminário Educação, Informação, Comunicação e Saúde: Proteções Contra a Desinformação será realizado de 29 a 31 de julho de 2025, no Wish Hotel da Bahia, em Salvador. As inscrições podem ser realizadas neste link, até 30 de maio, para o primeiro lote, e até 26 de julho, para o segundo lote. Estão previstas na programação conferências, mesas-redondas, rodas de conversa e apresentação de pesquisas e relatos de experiências nos Grupos de Trabalhos (GTs).
O evento tem o propósito de debater as contribuições da divulgação científica e da educação midiática no enfrentamento à desinformação em ciência e saúde. Um dos objetivos é apontar os principais desafios frente ao espalhamento de informações falsas e enganosas nas mídias sociais, destacando as estratégias de governos, universidades, institutos de pesquisas e sociedade civil organizada, que buscam a produção, distribuição e acesso à informação íntegra.
Buscando inserir os estudantes do ensino médio, de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores, profissionais de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no debate, o Seminário também será realizado com as escolas, através de oficinas formativas e/ou feiras de ciências e saúde. Promovido pela Fiocruz Bahia, em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), o evento tem dimensão nacional e está ancorado na lógica das metodologias participativas da inclusão, da diversidade e da equidade de gênero e raça.
Entre os dias 22 e 25 de abril, acontece o 29º Congresso Brasileiro de Parasitologia – PARASITO 2025, em Salvador. Organizado pela Sociedade Brasileira de Parasitologia (SBP) e pela Fiocruz, a edição do evento tem como tema “Revisitando o Passado para Revolucionar o Futuro na Era da Transformação Digital”. As inscrições para participantes estão abertas.
O congresso reunirá pesquisadores, professores, estudantes e profissionais para discutir os últimos avanços científicos em parasitologia, compartilhar experiências e promover a integração entre diferentes áreas do conhecimento e marca os 60 anos de fundação da SBP. A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Patrícia Sampaio Tavares Veras, é a presidente do PARASITO 2025, e os pesquisadores Camila Indiani, Deborah Bitencourt Mothé Fraga, Edgar Carvalho e Valéria de Matos Borges foram confirmados como palestrantes.
Patrícia Veras ressaltou que o congresso acontece em um momento crucial para o campo da parasitologia, pois os pesquisadores da área enfrentam novos desafios e avanços empolgantes em pesquisa, educação e aplicação prática do conhecimento para o benefício da sociedade. “Nosso objetivo para este congresso é criar um fórum vibrante para a troca de conhecimento, ideias e experiências entre parasitologistas de todo o mundo. Organizamos um programa científico que contará com especialistas de renome mundial, apresentações de pesquisas de ponta e discussões interativas que inspiram inovação e colaboração”, destacou.
O programa do congresso inclui sessões plenárias e palestras com líderes globais em seus respectivos campos, mesas redondas e fóruns de discussão sobre tópicos transversais em parasitologia, bem como cursos, workshops e uma seção de expositores, proporcionando inúmeras oportunidades de networking com diferentes setores.
Para informações sobre inscrições, programação e detalhes sobre envio de resumos, acesse www.parasito2025.com.
Realizado na terça-feira, 18/03, o evento Trajetórias Negras na Fiocruz teve a sua primeira edição em uma unidade regional. Promovido pelo Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz e pelo Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia, o evento foi mediado por Luciana Lindenmeyer (Fiocruz Ceará) e contou com a participação das trabalhadoras da Fiocruz Bahia, Lorena Magalhães, Karina Ferreira dos Santos Soares, Marcela Maiana Ramos da Silva e Carine Machado Azevedo. A ação reuniu funcionários, familiares das convidadas e membros da comunidade interna.
Durante a abertura, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, ressaltou o comprometimento da instituição em contribuir para uma sociedade mais diversa. “Esse é um momento especial. Desejo a todos um evento profícuo, que nós possamos ter discussões importantes porque é muito bom ver a trajetória dessas mulheres maravilhosas.” pontuou.
A coordenadora da Fiocruz Ceará, Carla Celedonio, elogiou a organização do evento e falou sobre a importância de ver mulheres ocupando diferentes espaços, especialmente nas unidades da Fiocruz. “Esse é um espaço que garante não só a visibilidade, mas a escuta, a fala e o respeito a cada uma. Que a gente utilize esse espaço para refletir e pensar em ações concretas que possam ajudar no enfrentamento ao racismo estrutural, contribuir para a garantia da representatividade, da diversidade e da equidade”, ponderou.
Luciana Lindenmeyer, mediadora do evento, falou sobre a importância de realizar a atividade nas unidades regionais “Nós temos muitas pessoas negras na instituição, então é importante ampliar esse olhar. Fazer o primeiro Trajetórias Negras fora do Rio de Janeiro, e no estado mais negro do país, é muito simbólico”, destacou.
A primeira convidada a se apresentar foi Lorena Magalhães, servidora da Fiocruz Bahia. Durante a sua fala, ela destacou a sua formação no ensino público, a relação familiar e o seu trabalho como integrante do Comitê Pró-equidade de Gênero e Raça da Fiocruz e como coordenadora do Núcleo Pró-equidade da Fiocruz Bahia. “Acho que todos nós temos o mesmo propósito de tornar a Fiocruz mais diversa, com menos racismo para que possamos viver em um ambiente mais igualitário”. Lorena finalizou a sua participação citando a escritora Conceição Evaristo, dizendo que “mais importante do que ser a primeira ou a única, é abrir caminhos”.
Segunda a se apresentar, Marcela Maiana, falou sobre a sua trajetória de vida, destacando as suas primeiras experiências na Fiocruz Bahia, ainda como bolsista do Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (Profortec-Saúde), até a sua chegada ao Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/Fiocruz Bahia). A convidada também falou sobre a necessidade de ser protagonista da sua própria história. “Vamos ser autores da nossa própria história, seja de vida, de pesquisa ou de trabalho”, finalizou.
Carine Azevedo, servidora da Fiocruz Bahia, também compartilhou a sua história, passando pelas relações familiares e pela sua trajetória acadêmica e profissional, destacando as experiências vividas na Fiocruz Bahia, a passagem pelo Laboratório de Patologia Experimental (LAPEX/Fiocruz Bahia) e pelo Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI / Fiocruz Bahia), destacando os laços que criou ao longo dos anos. “Também é importante que tenhamos momentos de confraternização e interação com os colegas porque é o que torna a nossa caminhada mais leve e agradável, construindo amizades importantes na nossa trajetória”, disse.
A última convidada a se apresentar foi Karina Ferreira, secretária executiva da diretoria da Fiocruz Bahia. Durante a sua fala, Karina falou sobre a importância da família na sua formação e dos ensinamentos deixados por seus avós. A participante falou sobre os desafios de ser uma mulher negra no mercado de trabalho e sobre o orgulho de fazer parte da comunidade da Fiocruz Bahia. “A Fiocruz é alinhada a um dos princípios básicos que é a saúde e eu acho que saúde, educação e moradia têm que ser direito de todos, sem distinção de raça, cor ou credo. Então eu fico muito feliz de estar nessa instituição…é gratificante trabalhar aqui”, declarou.
A iniciativa Trajetórias Negras na Fiocruz tem como objetivo reunir trabalhadores negros da instituição para compartilharem suas vivências profissionais e pessoais, e refletirem sobre o racismo estrutural e as desigualdades raciais enfrentadas no cotidiano. A ação tem o apoio da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa), ligada à Presidência da Fiocruz para fortalecer o enfrentamento às desigualdades na instituição.
Ao longo dos anos, pesquisadoras de diferentes áreas foram fundamentais para a construção da trajetória da Fiocruz Bahia. A presença feminina na instituição contribui para avanços na saúde pública e para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), mas também para uma comunidade científica maisequânime e diversa.
Por isso, nesta data especial, a Fiocruz Bahia parabeniza a todas as mulheres que, com responsabilidade e dedicação, ajudam a construir um futuro melhor para toda a sociedade.
A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Nelzair Vianna, está coordenando o monitoramento da qualidade do ar, do Observatório do Clima, nos principais circuitos da folia, Osmar (Centro) e Dodô (Barra/Ondina). A iniciativa faz parte do projeto Carnaval Sustentável, da Prefeitura de Salvador. Dois equipamentos foram instalados, um deles no Campo Grande e o outro na Barra.
Trata-se de um projeto que está contando pela primeira vez com equipamentos mais completos que conseguem medir todos os parâmetros previstos pela legislação brasileira do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Esta também é uma iniciativa do Grupo de Trabalho C40 para Qualidade do Ar em Salvador, que integra a rede C40 de Cidades para liderança do Clima, na qual Salvador é signatária de Ar Limpo.
Ivan Euler, titular da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis), diz que a ideia é usar os resultados deste monitoramento para, cada vez mais, tomar decisões informadas e criar uma festa que, além de ser alegre e vibrante, também seja responsável e sustentável. “O Observatório do Clima é mais um passo em nossa busca por soluções que promovam um futuro mais saudável para Salvador e seus cidadãos”, afirma.
Monitoramento – Os equipamentos do Observatório do Clima irão medir tanto os gases como as partículas presentes no ar. O grupo de pesquisa responsável pelas observações registrará os dados numéricos coletados, de maneira isolada, e também fará uma interpretação desses dados com base nos Índices de Qualidade do Ar estabelecidos pela legislação, indicando se o ar está bom, regular, moderado ou em alerta para a saúde das pessoas. Essa indicação será ilustrada por cores.
Nelzair Vianna, que também é representante da capital baiana no GT do C40, além de fiscal da Vigilância Sanitária de Salvador, conta que o estatuto de festas populares em Salvador estabelece algumas regras e uma delas refere-se ao monitoramento das fontes emissoras de poluição do ar durante esses eventos, sendo esse item no decreto fruto do seu grupo de estudos. O projeto já está atendendo ao estatuto de festas populares.
“É importante monitorar o ar, especialmente para poder controlar riscos para a saúde e o ambiente, além de fornecer dados que possam ser usados futuramente no planejamento dessa festa no sentido mais sustentável possível. A partir do momento em que conhecemos o tipo de poluição e como ela está sendo gerada, podemos propor políticas para a mitigação, reduzindo a exposição direta aos poluentes e também a redução dos gases de efeito estufa”, explica a coordenadora.
Ventilação adequada – Segundo a pesquisadora, a partir das informações coletadas será possível pensar, por exemplo, em como melhorar a ventilação do circuito, reduzindo a concentração de poluição; sugerir que nos próximos carnavais os trios elétricos possam utilizar uma matriz energética mais limpa, a exemplo do biodiesel que, para os pesquisadores, representa um começo, pois o desejo é que os trios sejam literalmente elétricos; além de fazer um melhor planejamento sobre onde instalar os geradores na avenida, considerando a ventilação e o fluxo dos ventos. E sobretudo informar a população sobre medidas de proteção da sua saúde evitando a exposição aos locais de maior concentração desses poluentes.
“Veremos também com esse monitoramento a direção da poluição. A análise dos dados permitirá, por exemplo, verificar pela rosa dos ventos de onde está vindo a poluição. Isso pode ser importante para planejar a ventilação adequada da festa, para que essa poluição seja dissipada e cada vez mais reduzida”, complementa.
A iniciativa conta com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Defesa Civil de Salvador (Codesal) e das secretarias de Articulação Comunitária e Prefeituras-Bairro (SACPB), de Mobilidade (Semob), de Ordem Pública (Semop), de Cultura e Turismo (Secult), de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e da Saúde (SMS) e da ACOEM Brasil com apoio técnico.
O Núcleo de Estudos em Saúde Indígena (NESI) realizou testagens para dengue, chikungunya, sífilis e doença de Chagas, em território indígena dos municípios de Rodelas, Glória e Paulo Afonso, na Bahia, entre 08 e 15 de fevereiro. As ações contemplaram as etnias Tuxá, Pankararé, Atikun, Kantaruré, Xucuru-Kariri, Kariri-Xocó e Truká.
No total foram recrutadas 1197 pessoas para participarem dos estudos que têm como objetivo principal identificar a soroprevalência de diversas doenças infecciosas que podem afetar a população indígena, incluindo dengue, zika, chikungunya, sífilis e doença de Chagas, além de desenvolver estratégias de educação em saúde e na prevenção de enfermidades.
“Nossa equipe foi muito bem recebida pelos profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (DSEI-BA), pelas lideranças indígenas e pelas comunidades. O trabalho foi muito rico, pois os povos indígenas do norte da Bahia são muito diversos. Também tivemos a oportunidade de conhecer e trabalhar em diferentes territórios e com diferentes etnias”, avalia Isadora Siqueira, pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do NESI.
Ricardo Almeida, coordenador do DSEI-BA Polo Paulo Afonso reforça como as testagens ajudam a identificar doenças silenciosas na região. “Como enfermeiro e indígena Tuxá, é muito gratificante a gente ver esses projetos em nossas comunidades, pois sabemos da dificuldade de acesso. Essas ações fortalecem as políticas de saúde de prevenção, controle e tratamento dessas patologias em prol das comunidades indígenas”, declara.
Heliana Sandi, Secretária Municipal de Saúde de Glória, considera o projeto relevante para detectar rapidamente as doenças infecciosas dos povos indígenas da região. “O município irá apoiar no tratamento para o que for necessário. Espero que possamos estender o projeto para os nossos povos, para os nossos munícipes de Glória, para abranger a área um todo, conseguir diagnosticar o mais breve possível e tratar. Nossa população precisa e merece esse acolhimento”.
A diretora da Escola Estadual Indígena Xucuru Kariri e liderança da Aldeia Xucuru Kariri, Magda Xucuru, ressalta a importância do programa na comunidade. “Hoje fizemos a mobilização com a escola, alunos e pais para que todos estivessem presente e fizessem as testagens, para ter uma qualidade na saúde”, afirmou.
O Cacique Elismar Lima, da Aldeia Nova Pankararé, também expressou sua gratidão: “Venho agradecer a esse projeto que é maravilhoso para as comunidades indígenas e que vem agregando muito, realizando esses exames pela primeira vez. Quem não pode fazer um exame desse pela rede particular, e sabemos que demora muito pela rede pública, com esse projeto chega e já faz o exame. Muito obrigado a cada um que está envolvido nesse projeto”.
As atividades foram lideradas pela pesquisadora Isadora Siqueira e pelo pesquisador Fred Luciano Neves, da Fiocruz Bahia, em colaboração com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e com o Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (DSEI-BA). Para a realização das atividades, a equipe do NESI contou com o apoio de profissionais de saúde locais das Unidades Básicas de Saúde Indígena, além de estudantes e conveniados da Fiocruz Bahia.
O Colegiado do Curso de Pós-Graduação em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PgBSMI) informa que foram prorrogadas, até dia 26 de fevereiro, as inscrições do processo de credenciamento e recredenciamento para docentes do PgBSMI.
Clique aqui para consultar a Resolução Nº 002/2025.
Para facilitar o envio das informações, o PgBSMI preparou um formulário online. Basta acessar este link e preencher os campos.
Equipe do projeto administrou a primeira dose do medicamento em janeiro.
Pesquisadores da Fiocruz Bahia iniciaram um ensaio clínico com o medicamento arpraziquantel para tratamento da esquistossomose em crianças com idade entre três meses e seis anos. O objetivo é avaliar a eficácia, segurança e possíveis eventos adversos nesse público. A primeira dose foi administrada em um paciente em janeiro de 2025, no município de Conde, na Bahia, área endêmica da doença.
A pesquisa será realizada ao longo de um ano, em seis municípios, três da Bahia e três de Sergipe, e pretende avaliar um grupo de 403 crianças, um que abrange 163 na faixa etária de três meses a três anos e outro de 240 com idade entre quatro e seis anos. Neste último, metade receberá arpraziquantel e outra metade praziquantel, medicamento já utilizado para tratamento de esquistossomose em adultos e crianças acima de quatro anos, para comparação.
Cada participante receberá o arpraziquantel, de dose única, e será acompanhado por três semanas. O comprimido é dissolvido em água e possui gosto agradável, característica que contribui para a ingestão pelas crianças, diferente do praziquantel que é um comprimido comum. Além disso, a nova formulação possui características para resistir aos desafios de calor e umidade dos países tropicais, onde a doença é mais prevalente.
A esquistossomose, causada pelo parasito Schistosoma mansoni no Brasil, afeta o trato intestinal e outros órgãos, como fígado e baço. Em crianças, pode causar anemia e sequelas mais graves. A enfermidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das 20 doenças mais negligenciadas e atinge, principalmente, populações vulnerabilizadas.
“Não há tratamento contra esquistossomose para crianças abaixo de quatro anos. Esse medicamento, que é produzido por Farmaguinhos/Fiocruz, vem para cobrir essa lacuna da assistência aos portadores da doença. Também pode trazer o benefício de auxiliar na adesão ao tratamento de crianças acima de quatro anos, já que é mais fácil de ser administrado e apresenta melhor palatabilidade”, comenta o pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do estudo, Ricardo Riccio.
O projeto tem como vice-coordenadora a pesquisadora Isadora Siqueira, além da participação dos pesquisadores Mitermayer Galvão Reis e Luciano Kalabric, da Fiocruz Bahia, e é realizado em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Universidade Federal do Ceará (UFC). A nova formulação foi desenvolvida por um consórcio que conta com a participação do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), produtor do medicamento utilizado no estudo.
O diretor do Instituto conta sobre a importância do medicamento para a erradicação da esquistossomose. “O desenvolvimento da formulação pediátrica pelo Consórcio foi essencial para cobrir este público que era negligenciado. Foram anos de dedicação, com um trabalho conjunto entre instituições públicas e privadas, que resultaram neste medicamento inovador e essencial para o tratamento da doença em crianças. Acompanharmos agora este estudo com mais de 400 pacientes é gratificante. Esperamos, em breve, fornecer o arpraziquantel para países africanos e regiões endêmicas de todo o Brasil”, afirma Jorge Mendonça.
André Daher, coordenador da Plataforma de Pesquisa Clínica da Fiocruz, que patrocina e oferece suporte ao projeto, explica que a iniciativa é realizada dentro do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose da Fiocruz (Fio-Schisto), fazendo uma integração inédita com três projetos de diferentes unidades da Fundação, que envolvem diagnóstico, tratamento e indicadores em esquistossomose. “Se trata de um plano de desenvolvimento que envolve um consórcio internacional, um produtor e uma fábrica públicos, que vão gerar informações sobre esse tratamento e diagnóstico. Além disso, serão geradas amostras que ficarão armazenadas no biobanco da Fiocruz Bahia, que podem responder a perguntas futuras”, declara.
Comprimidos de arpraziquantel que podem ser diluídos em água.
Daher também destaca o caráter inovador. “Desenvolver um produto pediátrico já é uma inovação, mas o arpraziquantel é a formulação pediátrica de um isômero, molécula que tem mais atividade do que o praziquantel, mas com menos gosto, um processo químico bastante refinado. É a produção de conhecimento sendo conduzida nos mais rigorosos padrões de qualidade”, pontua.
A pesquisadora do projeto, Camilla Almeida, ressalta que o estudo clínico de fase três possui a peculiaridade de ser realizado em campo, o que traz oportunidades e desafios. “Como essa é a especialidade da nossa equipe, conseguimos estruturar um bom plano de monitoramento de segurança para os participantes. Esse estudo é de suma importância e vai somar aos esforços para a eliminação da esquistossomose nas nossas crianças”, conclui.
Desenvolvimento pediátrico – O medicamento foi fruto do projeto de desenvolvimento do Consórcio Praziquantel Pediátrico, do qual Merck Healthcare KGaA e Farmanguinhos fazem parte e tem o importante papel finalístico de serem o detentor do registro internacional e o primeiro local de fabricação do produto, respectivamente.
Em 2024, Farmanguinhos submeteu o medicamento para registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e aguarda a aprovação. A produção em Farmanguinhos/Fiocruz abastecerá o Sistema Único de Saúde (SUS) e regiões onde a doença é mais endêmica, especialmente no continente africano. Com reconhecimento internacional, o arpraziquantel recebeu parecer científico favorável da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e foi incluído na Lista de Medicamentos Pré-qualificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023 e 2024, respectivamente.
Ao desenvolver, registrar e fornecer acesso ao medicamento voltado para o público pediátrico, o Consórcio contribui para a eliminação da esquistossomose como um problema de saúde pública no Brasil e no mundo.
O curso “Correlação Clinicopatológica” será realizado entre os dias 17 e 22 de março, na Fiocruz Bahia, com carga horária de 30h. As inscrições podem ser realizadas até o dia 08 de março, neste link. Estão disponíveis 20 vagas para estudantes de medicina, com vagas preferenciais para alunos da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
A capacitação tem como objetivo aprimorar o raciocínio clínico e patológico e colaborar para definição das melhores condutas, através de discussões interativas de casos clínicos com especialistas. Um dos pré-requisitos para participar é ter cursado as disciplinas Semiologia 1, 2 e 3. As aulas acontecem segunda, terça, sexta e sábado, das 08h às 12h, e quarta e quinta, das 14h às 18h.
Em caso de dúvidas, entre em contato pelo e-mail correalacaoclinicopatologico@gmail.com.
O Colegiado do Curso de Pós-Graduação em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PgBSMI) divulga a Resolução Nº 002/2025 e informa que está aberto o processo de credenciamento e recredenciamento para docentes do PgBSMI. As submissões devem ser realizadas até 24 de fevereiro de 2025.
Pesquisadores identificaram os principais preditores da incidência da tuberculose no Brasil, analisando os registros da doença no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2023, e realizaram projeções para o período de 2024 a 2030. Os resultados sugerem que as políticas públicas atuais, embora valiosas, não estão sendo suficientes para reduzir a carga da tuberculose, de acordo com o plano de eliminação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O trabalho, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, foi publicado no The Lancet Regional Health – Americas, com o objetivo de avaliar possíveis impactos de intervenções estratégicas de saúde pública para redução da incidência da doença no país. Em 2023, a incidência da tuberculose no Brasil foi de 39,8 casos por 100.000 habitantes, muito acima da meta da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 6,7 casos por 100.000. O estudo prevê que a incidência da doença no Brasil até 2030 será ainda maior: 42,1 por 100.000 pessoas por ano.
A pesquisa identificou como principais preditores o encarceramento e a comorbidade da tuberculose com HIV e diabetes mellitus, além de coberturas de terapia diretamente observada (DOT), contato e a conclusão de tratamento preventivo (TPT). Os desafios apontados para atingir as metas globais de eliminação da doença foram o acesso limitado à saúde, a não adesão ao tratamento, o impacto da pandemia da Covid-19 e a limitação de recursos para ações inovadoras no controle da doença na última década.
Os especialistas avaliaram que, caso houvesse aumento da cobertura de DOT, de adesão ao TPT e da investigação de contato, combinado com esforços para reduzir casos de tuberculose entre populações vulneráveis, a incidência poderia ser reduzida a 18,5 casos por 100.000, embora ainda seja um número acima das metas da OMS. Com essas intervenções, foram observadas reduções de 25,1% na incidência projetada até 2025 e 56,1% até 2030, destacando o potencial de estratégias integradas.
O artigo também ressaltou a necessidade de aprimorar os programas de controle da tuberculose em ambientes prisionais, por meio da melhoria da triagem, acesso ao TPT e conclusão do tratamento, bem como melhor cogestão de casos de coinfecção com HIV e diabetes, com aumento de testes e início do tratamento, para redução significativa das taxas nacionais de incidência da enfermidade.
Os dados utilizados no estudo foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-TB), no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (Site-TB) e no Sistema de Informação para Notificação das Pessoas em Tratamento de ILTB (IL-TB).
Um estudo concluiu que a elevada transmissão do vírus chikungunya em Salvador em 2019 e 2020, gerando o que parecia ser uma grande epidemia em toda a cidade, foi na verdade constituída por vários surtos comunitários, sincronizados ou sequenciais. Os resultados do trabalho, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia e professor da UFBA, Guilherme Ribeiro, e que tem como primeiro autor, Hernan Argibay, pós-doutorando da Fiocruz Bahia e do Instituto de Saúde Coletiva (ISC-UFBA), foram publicados na Lancet Regional Health – Americas.
Os autores combinaram análises epidemiológicas e espaço-temporais para avaliar o padrão de distribuição dos casos notificados de chikungunya em Salvador ao longo da epidemia de 2019-2020, buscando compreender o modo de a disseminação desse vírus na cidade e os fatores sociais e ambientais associados à incidência da doença.
Mais de 19.000 casos de chikungunya foram registrados em Salvador entre 2016 e 2020, com aumento significativo nos anos de 2019 e 2020, que tiveram 4.549 e 13.071 casos notificados, respectivamente. Em 2016, foram notificados 977 casos, em 2017 foram 349 e em 2018 notificou-se 183.
O estudo identificou dezesseis clusters (aglomerados espaço-temporais) estatisticamente significantes durante as epidemias de 2019 e 2020, sendo nove em 2019 e sete em 2020, indicando que o vírus chikungunya exibe um padrão localizado de transmissão. Este achado sugere que, mesmo em cidades altamente afetadas por epidemias de chikungunya, pode haver bairros onde a transmissão viral foi baixa, formando bolsões populacionais que são potencialmente suscetíveis a futuros surtos.
Os resultados também demonstraram que a distribuição heterogênea dos casos na cidade foi relacionada a determinadas características dos setores censitários. Aqueles setores com maior renda média, densidade populacional humana e cobertura vegetal tiveram menor risco de chikungunya, enquanto os setores censitários com temperaturas mais altas tiveram maior risco de chikungunya.
No artigo, também é discutido o possível impacto da pandemia de Covid-19 na epidemia de chikungunya em 2020, em Salvador. Segundo os autores, a restrição ao deslocamento de pessoas pode ter contribuído para o aumento significativo de casos nesse período, levando em conta que a transmissão desta arbovirose ocorre principalmente no ambiente peridomiciliar. Além disso, houve redução nas ações de controle de vetores, uma vez que todos os esforços do setor de saúde foram direcionados para enfrentamento da pandemia. Por outro lado, se a menor mobilidade pode ter favorecido a disseminação local do vírus em certas comunidades, pode ter dificultado que o vírus alcançasse e estabelecesse transmissão em outras áreas.