Fiocruz Bahia realiza Cerimônia de Transmissão de Cargo para o novo diretor eleito

Será realizada na terça-feira, 17/06, a cerimônia de Transmissão de Cargo de diretor da Fiocruz Bahia. O evento acontecerá às 9h30, no auditório Sonia Andrade, na Fiocruz Bahia. A cerimônia marca o encerramento do mandado de Marilda Gonçalves, primeira mulher diretora da unidade, que exerceu dois mandatos e esteve à frente da instituição entre os anos de 2017 e 2025, e o início do mandato do novo diretor eleito, Valdeyer Galvão dos Reis, que irá dirigir a instituição no período de 2025 a 2029. 


Eleito com 64,1% dos votos válidos, Valdeyer Galvão dos Reis atua na instituição há quase trinta anos e já participou ativamente de sete gestões da diretoria. Graduado em ciências econômicas, sua formação acadêmica inclui especialização em gestão organizacional e desenvolvimento humano, mestrado em saúde pública com área de concentração em gestão de instituições de ciência e tecnologia em saúde e doutorado em gestão e tecnologia industrial. Paralelamente à formação acadêmica, fez diversos cursos de capacitação, dentre os quais o Programa de Desenvolvimento Gerencial (para altos gestores da FIOCRUZ) e o de desenvolvimento gerencial da Escola Nacional de Administração Pública.

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Estudo aponta que lipídios não polares micobacterianos imunorregulam prostaglandinas em macrofágos

Pesquisa revelou como os lipídios da bactéria Mycobacterium tuberculosis (Mtb) modulam a resposta imune. O estudo, de autoria de Jéssica Dias Petrilli, bolsista de pós-doutorado, com a participação de estudantes de doutorado e mestrado do IGM-LASP, com a coordenação do pesquisador da Fiocruz Bahia, Sérgio Arruda e Adriano Queiroz, da University of Texas Southwestern Medical Center, foi publicado no periódico The Journal of Immunology.

O objetivo da investigação foi caracterizar como os lipídios apolares do Mtb modulam o comportamento dos macrófagos (células de defesa), levando a um estado imunológico que poderia favorecer a persistência da bactéria no organismo.

O Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, agente causador da tuberculose, infectou aproximadamente um quarto da população mundial e causou mais de 1,3 milhão de mortes em 2020. Na maioria dos indivíduos infectados, a bactéria não causa tuberculose sintomática, e os bacilos podem permanecer no hospedeiro por toda a vida (infecção latente). O sucesso do patógeno em estabelecer sobrevivência a longo prazo no hospedeiro se deve à sua capacidade de escapar dos mecanismos de defesa. Em particular, o Mtb tem uma capacidade notável de sobreviver em macrófagos.

Os pesquisadores estimularam macrófagos murinos (de camundongos) com extratos lipídicos apolares (não polares) extraídos de duas cepas do Mycobacterium tuberculosis: uma cepa comum (tipo selvagem – WT) e uma cepa modificada com o operon mce1 desativado. Eles usaram análises multiômicas para entender, de forma abrangente, como esses lipídios influenciam o comportamento dos macrófagos.

Foi feito o sequenciamento de RNA para saber quais genes foram ativados nos macrófagos; foi realizada a espectrometria de massas para investigar o perfil de eicosanoides, moléculas lipídicas envolvidas na inflamação, como prostaglandinas e leucotrienos; e a lipidômica não direcionada, ou seja, uma análise ampla das alterações no metabolismo de lipídios nos macrófagos.

A partir dos resultados, os pesquisadores concluem que os lipídios não polares do Mtb induzem macrófagos imunorreguladores, ativando marcadores inflamatórios, desequilibrando o metabolismo lipídico do macrofágo e direcionando a síntese de eicosanoides para a via das prostaglandinas. Esses achados apontam um mecanismo complexo que pode favorecer a sobrevivência prolongada do Mtb no hospedeiro.

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Instalado pela Fiocruz, Grupo de Trabalho sobre qualidade do ar e saúde será coordenado por pesquisadora da Fiocruz Bahia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), realizou a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) sobre Qualidade do Ar e Saúde, do Programa de Saúde, Ambiente e Sustentabilidade (FioProsas). Os integrantes se reuniram de forma remota, em maio, para estruturar a atuação do GT que tem o objetivo de analisar os impactos da poluição atmosférica na saúde humana, além de propor ações de prevenção, mitigação de riscos e promoção da saúde ambiental. O GT foi criado por meio da Portaria nº 3/2024.

“O Grupo de Trabalho é um espaço extraordinário, estamos estruturando esse GT, materializamos com a normativa e, agora, com a instalação iniciam-se as atividades. Todos nós estaremos juntos trabalhando nessa dimensão que se relaciona com a agenda climática, agenda da biodiversidade, entre outras pautas relevantes”, ressalta Guilherme Franco Netto, coordenador de Saúde e Ambiente, da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz).

Na reunião de instalação, foi definida a responsável pela coordenação técnica do GT, Nelzair Vianna, do Instituto Gonçalo Moniz (IGM), pesquisadora da Fiocruz Bahia, que possui contribuições importantes sobre o tema e tem passagem pelo serviço de saúde, e, também, foi conversado sobre a necessidade de elaborar o Termo de Referência. O grupo também definiu a periodicidade das reuniões que será toda primeira sexta-feira do mês. O GT sobre Qualidade do Ar e Saúde, associado à Câmara Técnica de Saúde e Ambiente da Fiocruz, contará com pesquisadores e colaboradores especialistas no tema, podendo incluir convidados externos.

“A criação do Grupo de Trabalho sobre Qualidade do Ar e Saúde representa um passo importante no fortalecimento das ações institucionais frente aos impactos da poluição atmosférica sobre a saúde humana, reconhecendo a complexidade e a gravidade deste problema, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e está diretamente associada a muitos desfechos de saúde, como doenças respiratórias, cardiovasculares, neurológicas, câncer, entre outras. Como coordenadora do GT, assumo a responsabilidade de articular conhecimento técnico-científico, ações de formação, produção de evidências e proposições de políticas públicas voltadas à promoção do ar limpo como direito fundamental. Nosso compromisso é transformar conhecimento em ação, conectando saúde, justiça ambiental e sustentabilidade”, comentou Nelzair Vianna, coordenadora do GT.

Os objetivos do grupo estão definidos na Portaria n° 3/2024 e visam as seguintes atividades: assessorar a Fiocruz no conhecimento, análise e avaliação sobre a poluição atmosférica e a saúde humana, nos âmbitos nacional e internacional; propor e induzir processos estratégicos de pesquisa, inovação, educação, formação, extensão, comunicação, informação e cooperação relacionados à qualidade do ar e seus efeitos na saúde; articulação com outras unidades, programas e grupos de trabalho da Fiocruz; desenvolvimento de estudos, notas técnicas, análise de situação de saúde e disseminação de conhecimento; subsidiar o acompanhamento e a implementação de políticas públicas para a saúde das populações expostas à poluição do ar; e, identificar parceiros externos à Fiocruz para o desenvolvimento de projetos, estudos e atividades de ensino sobre a qualidade do ar e saúde, propondo cooperações e alianças estratégicas.

“Atuando de forma transversal, a poluição do ar é um dos principais desafios sanitários e ambientais da atualidade. A Fiocruz, como instituição pública de ciência e tecnologia em saúde, assume com este GT o papel de fortalecer o conhecimento técnico-científico sobre o tema e transformá-lo em ações concretas para proteger a saúde da população, em especial das populações mais vulnerabilizadas. O GT integra diferentes unidades da Fiocruz e dialoga com redes externas, fortalecendo uma abordagem intersetorial e baseada em evidências”, explicou a coordenadora.

“Desde 2001, a gente fala de qualidade do ar em saúde. Essa questão vem de forma orgânica contribuindo para estruturação de políticas públicas junto ao Ministério da Saúde, isso é um histórico formidável, uma construção estratégica. O GT trouxe a possibilidade de sistematizar, organizar e apontar os elementos relevantes, contribuindo para a construção do campo de saúde e ambiente”, ressaltou Juliana Wotzasek Rulli Villardi, assessora de Saúde e Ambiente da VPAAPS/Fiocruz.

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Estudo aponta desempenho promissor do teste DAgS-ELISA com TpN17 no diagnóstico da sífilis

Um estudo recente avaliou o desempenho diagnóstico de um ensaio imunoenzimático de duplo antígeno em sanduíche (DAgS-ELISA) que emprega a proteína recombinante TpN17. O objetivo principal foi verificar a aplicabilidade e a eficácia dessa técnica no diagnóstico da sífilis, comparativamente aos métodos tradicionalmente utilizados. A pesquisa, coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, foi publicada no periódico Frontiers in Microbiology.

A sífilis, uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, apresenta elevadas taxas de incidência em populações adultas, gestantes e recém-nascidos. O diagnóstico laboratorial convencional da doença geralmente envolve uma abordagem em duas etapas: inicialmente, um teste treponêmico (como ELISA, CMIA ou IFI), seguido por um teste não treponêmico (VDRL ou RPR) para monitoramento da atividade da doença.

Para a avaliação, foram selecionadas 712 amostras de soro, consideradas elegíveis e previamente caracterizadas por meio de VDRL, ELISA e FTA-ABS. Destas, 613 amostras foram incluídas na análise: 180 positivas para T. pallidum e 169 negativas e 264 amostras provenientes de indivíduos com outras patologias, visando avaliar a especificidade do teste. O DAgS-ELISA com TpN17 foi padronizado utilizando a metodologia de “checkerboard titration” para otimizar as concentrações dos reagentes. O desempenho diagnóstico do teste foi avaliado por meio de diversas medidas estatísticas, incluindo a Área Sob a Curva ROC (AUC), sensibilidade, especificidade, precisão, índice Kappa, razão de verossimilhança (LR) e Diagnostic Odds Ratio (DOR). Essas métricas são utilizadas para determinar a capacidade do teste em identificar corretamente indivíduos infectados e não infectados, bem como sua confiabilidade.

Os resultados foram divididos em duas fases distintas. Na fase 1, foi demonstrado que a proteína TpN17 foi capaz de distinguir corretamente casos positivos de negativos (p < 0,0001). A curva ROC apresentou uma AUC de 98,7%, indicando um desempenho diagnóstico excelente. O índice Kappa de 0,91 revelou uma alta concordância com os testes de referência. Já na fase 2, o valor de AUC foi de 97,5%. A sensibilidade atingiu 88,9%, indicando uma boa capacidade de detecção de casos positivos, enquanto a especificidade foi de 100%, eliminando a ocorrência de falsos positivos.

Os pesquisadores concluíram que o teste DAgS-ELISA com TpN17 demonstrou um bom desempenho diagnóstico, embora ligeiramente inferior ao ELISA indireto tradicional. Contudo, essa ferramenta é considerada promissora, especialmente por sua capacidade de detectar simultaneamente anticorpos IgG e IgM. Para otimizar sua eficácia e aplicabilidade em diversos contextos clínicos, os autores sugerem a necessidade de validação com um número maior e mais variado de amostras, além da exploração de novos antígenos para aprimoramento contínuo do desempenho diagnóstico da sífilis.

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Festival Pint of Science aproxima ciência e sociedade em Salvador

Realizado entre os dias 19 e 21 de maio, o Festival Internacional de Divulgação Científica Pint of Science levou a ciência para além dos muros acadêmicos reunindo pesquisadores, estudantes e o público em geral em encontros informais que celebram o conhecimento. 

Em Salvador, o evento tem o apoio da Fiocruz Bahia em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). O festival é coordenado pela pesquisadora da Fiocruz, Valéria Borges e conta com a vice-coordenação do professor Denis Soares (UFBA). O evento, que aconteceu na Cervejaria ArtMalte, no Rio Vermelho, contou com cerca de 500 participantes ao longo dos três dias e reafirma seu propósito central: aproximar a ciência da vida cotidiana, promovendo o pensamento crítico, a escuta mútua e o engajamento social em espaços descontraídos. 

A mesa de abertura, realizada em 19/05, abordou o tema “Poderes plurais: Ciência e interseccionalidades”, destacando a presença e as contribuições de mulheres e grupos historicamente minorizados na ciência. A mediação foi feita pela pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do projeto Meninas Baianas nas Ciências, Karine Damasceno, com participação da química e influenciadora Kananda Eller (Deusa Cientista), da psicóloga Juliana Prates (UFBA) e da tradutora e pesquisadora Feibriss Cassilhas (UFBA). A atração musical da noite ficou por conta de Iane Kathleen, estudante do Programa de Vocação Científica da Fiocruz Bahia. 

Com foco na crise ambiental e na desinformação, a segunda mesa, realizada em 20/05, teve como tema “Ciência está em tudo: Crise ecológica, povos originários e desinformação”. A mediação foi feita por Camila Indiani de Oliveira (Fiocruz Bahia e EBMSP), com participações de Manoel Barral Neto (Fiocruz Bahia e presidente da Academia de Ciências da Bahia), Vanessa Pataxó (UFBA) e Charbel El-Hani (INCT em Ecologia). A segunda noite foi animada pelo cantor e  estudante da UFBA, Marcos Oorun. 

O encerramento, no dia 21/05, tratou do tema “Pinceladas da mente: Neurociências e saúde mental”, com mediação do professor emérito Antonio Nery Filho (UFBA). Estiveram no painel os pesquisadores Bruno Solano (Fiocruz Bahia e Instituto D’Or), Marcelo Veras (UFBA) e Milena Pereira Pondé (EBMSP/LABIRINTO). A programação contou ainda com a apresentação musical de Jeferson Bastos, estudante da UFBA. 

Com entrada gratuita e sem necessidade de inscrição prévia, o Pint of Science reforça o papel da divulgação científica como ferramenta estratégica de inclusão, democratização do conhecimento e engajamento social. Para a coordenadora Valéria Borges, o festival exige esforço coletivo, mas tem impacto direto na relação entre ciência e sociedade: “O evento reforça que precisamos criar mais espaços de interação para despertar o interesse da população por temas científicos atuais e urgentes. Nada melhor que um ambiente descontraído para brindar a ciência”, afirmou.

A organização do Pint of Science Salvador contou com uma comissão local formada por Daniel Almeida (CIMATEC/MCTI); Jailson Alves (IQ/Ufba, Apub Sindicato); Jéssica Ferro (UFBA); Laise Graziella Paixão (UFBA); Rafael Short (UFBA); Raphael Akira (CIMATEC); Romero Nazaré (Fiocruz Bahia); Samuel Pita (UFBA); Yasmin Luz (Fiocruz Bahia) e o programador visual: Márcio Santos. O evento mobilizou cerca de 50 voluntários dos programas de graduação e pós-graduação das instituições da UFBA e da Fiocruz Bahia envolvidas: PGFAR, PGPAT, PGBSMI, PGPCT, PROIIC, PROFORTEC. O evento foi apoiado pela Cervejaria ArtMalte; Assessoria de Comunicação: Ascom Fiocruz Bahia e Ascom UFBA; Assessoria de Imprensa: Berradêro Comunicação/Assessoria de imprensa e Mkt Digital; Academia de Ciências da Bahia; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia; Apub UFBA; SENAI CIMATEC e as empresas parceiras: Síntese Biotecnologia e DJ Jonas Som e Iluminação. Esta edição contou ainda com uma cerveja “Pint” exclusiva produzida com malte e lúpulo nacional, produzida por Rubens Soares.

Sobre o festival

Criado em 2013, em Londres, o Pint of Science surgiu da iniciativa de jovens pesquisadores interessados em compartilhar suas descobertas em bares e restaurantes. Atualmente presente em 27 países, o festival celebra em 2025 uma década de atuação no Brasil, o país com maior número de cidades participantes — 169 ao todo.

O festival chegou ao Nordeste em 2017, trazido pelo professor Denis Soares, que coordenou a edição soteropolitana até 2023. Desde o ano passado, o Pint Salvador é conduzido pela pesquisadora Valéria Borges, reafirmando o compromisso da Fiocruz Bahia com a promoção da ciência como bem público. 

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33ª edição da RAIC e premia estudantes da Iniciação Científica da Fiocruz Bahia

Foi realizada na sexta-feira, (30/05) a cerimônia de premiação da 33ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica – RAIC. O evento, promovido pelo Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), foi realizado no auditório Sonia Andrade e teve início com Sessão Científica especial, ministrada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril. Estiveram presentes pesquisadores, estudantes e demais membros da comunidade da Fiocruz Bahia. 

Durante a abertura, o coordenador da RAIC, Jorge Clarêncio, agradeceu à banca avaliadora e a toda equipe organizadora do evento. “Eu tenho uma equipe incrível, sem essa equipe eu não sei o que seria de mim. Então eu queria agradecer a cada membro”, afirmou. 

A Vice-diretora de de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, Claudia Ida Brodskyn, também agradeceu pelo trabalho desenvolvido com a equipe da secretaria de ensino durante os últimos anos. “São pessoas que eu contei sempre que precisei, a qualquer hora e a qualquer momento. Vocês transformam o trabalho em muito mais fácil e prazeroso. Muito obrigada”, disse. 

A cerimônia premiou bolsistas das seguintes modalidades: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do Programa de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) – Fiocruz/CNPq, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Ações Afirmativas e do Edital Iniciação Científica Júnior CNPq – Programa de Vocação Científica (PROVOC).

Ágatha Raissa de Almeida, participou na modalidade PROVOC e foi premiada em primeiro lugar com o projeto orientado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, intitulado “Investigação de Polimorfismos no gene NAT2 em indivíduos com anemia falciforme”. Para a estudante, participar da RAIC foi um misto de sentimentos. “Me senti realizada e agradecida por ter a oportunidade de compartilhar os resultados do meu trabalho. Ganhar como melhor trabalho na minha categoria foi muito emocionante, pois foi um resultado da minha dedicação e esforço. Tudo isso só foi possível porque meus orientadores sempre me ensinaram e me ajudaram. Sou imensamente grata por sua paciência, dedicação e por acreditarem no meu potencial”, disse.

Orientada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Karine Damasceno, Esther dos Santos apresentou o projeto “Relação de miRNA-329 e infiltrado de linfócitos tumorais em modelo de câncer de mama triplo ativo”,  vencedor na modalidade Fapesb. Segundo ela, participar da RAIC é sempre uma experiência desafiadora e prazerosa. “Momentos antes de anunciarem o prêmio, parte de mim se imaginou descendo a rampa do auditório mas a outra sabia que independente do resultado, eu estaria satisfeita por ter dado o melhor de mim. Parece que a ficha ainda não caiu sobre a proporção do prêmio, mas fico extremamente feliz em ter fechado esse ciclo sendo premiada em meio a tantos trabalhos incríveis”, declarou.

Roberto dos Santos, orientando da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel, também está entre os seis vencedores. Ele apresentou o projeto “Estudo de alvos moleculares relacionados ao câncer e à metástase em carcinoma oral de células escamosas”. Para o estudante, a participação na RAIC representa o encerramento de um ciclo de três anos e meio como estudante de Iniciação Científica no IGM. “Agora que estou iniciando o mestrado no PGPAT. Além disso, acredito que meu trabalho contribui para consolidar a presença da pesquisa em oncologia aliada à bioinformática em nossa comunidade acadêmica, destacando o potencial translacional da pesquisa básica para a prática clínica “, concluiu.

Além dos seis vencedores, a 33ª edição da RAIC também concedeu seis títulos de Menção Honrosa, destinados aos trabalhos que ficaram em segundo lugar nas avaliações da banca. 

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Fiocruz Bahia realiza parceria com NUTED/EPSJV sobre jogos para educação em saúde

A Fiocruz Bahia realizou uma parceria com o Núcleo de Tecnologias Educacionais em Saúde (NUTED), da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) para a formação de seus estudantes de pós-graduação no tema jogos para educação em saúde. A atividade é uma iniciativa do Laboratório Transdisciplinar de Ensino, Inovação e Afins (LabTEIA), composto pelos professores da disciplina de Didática Especial Daniel Manzonni, Valéria Borges, Deboraci Prates, Jaqueline França e Clara Mutti, que convidaram as professoras Cynthia Dias e Flávia Carvalho, do NUTED/EPSJV para colaborar na disciplina no semestre 2025.1. 

Com a participação de 30 estudantes do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia, Saúde e Medicina Investigativa e do Programa de Pós-graduação em Patologia, a disciplina teve como proposta educacional a elaboração sequências didáticas que envolvessem temas em saúde e interseccionalidades, utilizando jogos.

De acordo com o professor convidado do  Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT), Daniel Manzoni, a proposta é que a atividade seja um laboratório para construção de conhecimento e tecnologias em ensino. “Nessa área, os ‘produtos’ gerados são sequências e material de ensino que são disponibilizados para o uso em sala de aula. Todos os anos nós temos alinhado as perspectivas metodológicas e pedagógicas inovadoras, que estão sendo propostas na atualidade com temas sociais e políticos, por exemplo, a questão da interseccionalidade”, comentou.

O professor destacou que nos últimos anos a preocupação tem sido como tais temas se articulam com os saberes científicos e se transformam em recursos pedagógicos como instrumentos de alfabetização científica, justiça e transformação social. “Esses objetivos são importantes para formação de cientistas e professores alinhados aos direitos humanos e aos desafios do mundo no século XXI”, pontuou Manzoni.

Oficina e palestra sobre jogos foram realizadas presencialmente

As professoras do NUTED/EPSJV participaram de um encontro com os estudantes durante a realização da disciplina, e promoveram uma oficina presencial nos dias 28 e 29 de abril, proporcionando uma experiência prática com os jogos e monitorias sobre a construção dos jogos de cada equipe.

Flávia Carvalho compartilhou que a oficina foi uma adaptação de um modelo criado e aplicado anteriormente na Fiocruz, pelo próprio Eric Zimmerman, uma das maiores referências em game design do mundo. “A oficina foi super divertida e foi muito gratificante ver os estudantes se engajando e se divertindo enquanto criavam. Eles puderam entender, na prática, o que é essa motivação para jogar e como as próprias regras do jogo comunicam ideias. Além disso, a oficina proporcionou um aprendizado valioso sobre novos formatos e regras de jogo, expandindo a visão deles sobre o que é possível criar”, observou.

Já no dia 30 de abril, foi realizada a palestra “Jogos para a educação em saúde: jogando para conhecer, participar e questionar”, ministrada por Cynthia Dias e aberta à comunidade da Fiocruz Bahia.

Cynthia Dias explicou sobre a importância de disseminar e divulgar a perspectiva dos jogos, por serem uma prática cultural, espaço de interação e interlocução. “Não compreendemos a divulgação científica como algo só para levar a ciência para aquele que não sabe. E sim de uma forma dialógica, considerando públicos diferentes, e os jogos vão nos ajudar também a promover essas experiências”. 

A palestrante também ponderou sobre o potencial dos jogos de tabuleiro e de carta, pois promovem uma dinâmica que coloca as pessoas em contato para raciocinar, conversar e se olhar. “Os jogos promovem encontros, diálogos, e reflexões, bem como o questionamento das regras do mundo real. Muitas vezes o que a gente precisa é se reunir, pensar sobre como as coisas estão acontecendo, e se mobilizar para modificá-las”. 

Outro ponto ressaltado pela pesquisadora, foi que os jogos para educação em saúde ajudam a promover valores. “A Fiocruz é uma instituição que preza muito por determinados valores, ligados diretamente ao SUS e à saúde coletiva. Nesse sentido, temos formas de aproveitar melhor o potencial dos jogos para promover esses valores e para envolver a população na produção de ciência, para que possam se ver como cientistas, tomando decisões, construindo estratégias e experimentando outros papeis”, concluiu Dias.

Astrid Madeleine Calero Goicochea, estudante de mestrado do programa de pós-graduação em Patologia Humana (PGPAT), e monitora da disciplina Didática Especial nesse semestre compartilhou que participar da palestra foi uma experiência enriquecedora, que proporcionou um espaço de troca valioso sobre como os jogos podem tornar o aprendizado em saúde mais acessível, envolvente e reflexivo.

“Vejo nos jogos uma ferramenta muito potente para aproximar o conhecimento científico das pessoas, de forma mais leve e interativa. Eles podem ajudar não só na divulgação científica, mas também na construção de um olhar mais crítico e participativo sobre a saúde, o que tem tudo a ver com a forma como quero desenvolver minha pesquisa”, observou a mestranda.

Já o estudante do Programa de Vocação Científica (PROVOC), Mateus de Lima Souza, comentou que participar do evento foi interessante porque teve contato com o processo de elaboração dos jogos de tabuleiro. “Pude aprender como pensam para conseguir encaixar um contexto em específico num jogo, o que eu acho ser bem complicado”, afirmou.

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Diretor eleito da Fiocruz Bahia, Valdeyer Reis, participou da cerimônia de posse dos diretores das unidades da Fiocruz para o quadriênio 2025-2029

O diretor eleito da Fiocruz Bahia, Valdeyer Galvão dos Reis, participou da cerimônia de posse dos diretores das unidades da Fiocruz para o quadriênio 2025-2029. O evento foi realizado no dia 28 de maio,  no auditório de Bio-Manguinhos, na Fiocruz, no Rio de Janeiro.  A cerimônia integrou as comemorações dos 125 anos da instituição e contou com a presença de autoridades, pesquisadores e representantes de instituições e universidades parceiras.

O presidente da Fiocruz, Mário Moreira, falou sobre a importância de comemorar os 125 anos da Fiocruz.  “A celebração dos 125 anos da Fiocruz nos mostra que nossa história é viva, está em constante transformação, mas se orienta também pela reafirmação do projeto formulado originalmente pelas primeiras gerações de Manguinhos: o de uma instituição que alia pesquisa científica, educação, comunicação, vigilância, inovação tecnológica e produção de bens e serviços, e que fazem da Fiocruz um patrimônio nacional único, reconhecido por todas as brasileiras e brasileiros como o símbolo mais importante da ciência e da saúde pública do país”, disse o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.

Durante a celebração, Valdeyer Reis proferiu o discurso em nome dos novos diretores e falou sobre o orgulho de poder representar os demais profissionais eleitos. “Sinto-me muito honrado e feliz pela oportunidade de tentar traduzir a voz daqueles e daquelas que hoje assumem aqui a nobre missão de conduzir e representar o coletivo de colaboradores de várias unidades da Fundação Oswaldo Cruz em todo o Brasil. Missão esta que se soma ao grande compromisso de integrar o Conselho Deliberativo de uma das instituições mais respeitadas e admiradas do país e do mundo”, disse. 

Ele também falou sobre a importância das contribuições da Fundação Oswaldo Cruz para todo o país, ressaltando a atuação frente a importantes desafios da saúde pública como as epidemias de dengue, Zika, Chikungunya, febre amarela e pandemia da COVID-19. “Mais do que nunca, será essencial defender e promover os princípios democráticos, pois democracia e saúde pública devem sempre caminhar juntas. Defender a democracia é também defender o direito à saúde, o cuidado com o meio ambiente, a noção de que a saúde, é sim, única e que a produção científica é um bem público e, até mesmo por isso, a ciência se firmará mais efetivamente como caminho emancipatório, quando for produzida conjuntamente com aqueles que mais precisam dela. É igualmente necessário estar atento, refletir estrategicamente e enfrentar os efeitos das recentes mudanças na geopolítica mundial, as quais já impactam fortemente na ciência, na tecnologia e na solidariedade entre os povos”, ponderou.

O diretor finalizou desejando um bom trabalho a todos os colegas que, assim como ele, iniciam uma nova trajetória assumindo a diretoria das unidades regionais da Fiocruz. “Sigamos firmes por uma Fiocruz cada vez mais forte, justa, inclusiva, democrática, científica e inovadora e comprometida com a redução das desigualdades sociais em saúde. Parabéns a cada uma das pessoas que compõem e compuseram essa trajetória. Parabéns, Fiocruz, pelos seus 125 anos!”, completou. 

Eleito com 64,1% dos votos válidos, Valdeyer Galvão dos Reis atua na instituição há quase trinta anos e já participou ativamente de sete gestões da diretoria. Graduado em ciências econômicas, sua formação acadêmica inclui especialização em gestão organizacional e desenvolvimento humano, mestrado em saúde pública com área de concentração em gestão de instituições de ciência e tecnologia em saúde e doutorado em gestão e tecnologia industrial. Paralelamente à formação acadêmica, fez diversos cursos de capacitação, dentre os quais o Programa de Desenvolvimento Gerencial (para altos gestores da FIOCRUZ) e o de desenvolvimento gerencial da Escola Nacional de Administração Pública.

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Projeto da Fiocruz Bahia realiza ação de prevenção as arboviroses em territórios indígenas de Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia

O Núcleo de Estudos em Saúde Indígena – NESI / Fiocruz Bahia realizou durante os dias 26 e 27 de maio uma importante ação de atualização e prevenção das arboviroses em territórios indígenas. As atividades aconteceram no Auditório da Secretaria de Cultura de Santa Cruz Cabrália. 

O evento contou com a participação de profissionais de saúde indígena do Polo Base Porto Seguro do DSEI-BA, além de caciques e lideranças da região. A iniciativa, que faz parte do edital Terra 2030 da Fiocruz, teve como principal objetivo fortalecer a capacidade dos profissionais de saúde e líderes indígenas no combate às arboviroses.

No primeiro dia do evento, a equipe do NESI apresentou o projeto e detalhou os resultados dos inquéritos sorológicos realizados com a população indígena local. Em seguida, foi promovida uma oficina sobre dengue, zika e chikungunya, com atualizações sobre a febre oropouche, uma doença que tem sido motivo de preocupação devido à epidemia em curso no país. O segundo dia foi dedicado à apresentação do projeto para as lideranças indígenas, seguida de uma roda de conversa, discutindo e planejando ações para a prevenção das arboviroses nos territórios.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do NESI, Isadora Siqueira, falou sobre a importância da atividade e da participação dos profissionais de saúde da região. “Esse foi um momento muito produtivo, tivemos uma excelente aderência dos profissionais de saúde do território e esperamos que eles sejam agentes multiplicadores das discussões que tivemos”, afirmou. 

A enfermeira da saúde indígena, Juciara Menezes, atua em seis aldeias da região e falou sobre as contribuições para a comunidade. “O NESI veio para colaborar muito com a nossa comunidade. Trouxe diagnóstico para muitos pacientes que até então não sabiam da doença e trouxe muitos benefícios. Agora estaremos multiplicando essas informações para que eles também possam nos ajudar nesse serviço”, afirmou. 

O técnico de enfermagem, Aratimbó Pataxó, reforçou a importância de compartilhar conhecimento em saúde entre os indígenas da localidade. “Esse é um evento maravilhoso, é a segunda vez que eu estou participando com o pessoal da Fiocruz. Vamos procurar semear essa sementinha para as comunidades mais distantes para que possamos ter ainda mais êxito. A equipe está de parabéns por todo o empenho”, ressaltou. 

O agente indígena de saúde, Manoel Txohõ, também falou da importância da informação na prevenção das arboviroses. “Foi muito importante ter esse momento para nos informar porque quanto mais informação, melhor. Sabemos que temos que qualificar a nossa comunidade, qualificar as nossas aldeias sobre a prevenção da dengue, zika e chikungunya”, concluiu. 

A conselheira de saúde da aldeia Nova Coroa, Jussimara Menezes, elogiou a iniciativa e a oportunidade de discutir cuidados para a saúde e as formas de prevenção das arboviroses. “Espero que muitas outras comunidades sejam contempladas com esse projeto porque é uma maravilha”, disse

O Cacique Sinaldo, da aldeia Nova Coroa, participou do evento e falou da importância da ação. “Esse é o momento da gente se cuidar porque a gente não vive sem saúde. Por isso eu agradeço a Fiocruz e toda a sua equipe por trazer orientação para  todos da nossa região”, finalizou. 

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Tese analisa complexos metálicos para o desenvolvimento de metalofármacos para terapia da doença de Chagas

Estudante: Diogo Crispim Nascimento Portella

Orientação: Milena Botelho Pereira Soares

Coorientação: Cássio Santana Meira

Título da Dissertação: Complexos Metálicos: Um terreno emergente para o desenvolvimento de metalofármacos para terapia da doença de Chagas

Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde-IGM

Data da Defesa: 17/06/2025

Horário: Local: 9h

Local: Sala virtual Zoom Educacional 03

ID da reunião: 856 8923 2989

Senha: diogo

Resumo

A doença de Chagas, causada pelo protozoário hemoflagelado Trypanosoma cruzi, é uma doença tropical negligenciada endêmica em vários países da América Latina e acomete aproximadamente 6-7 milhões de indivíduos em todo o mundo. O tratamento farmacológico atual da doença de Chagas é limitado e não foram introduzidas novas drogas nos últimos 40 anos. As opções terapêuticas disponíveis, benzonidazol e nifurtimox, são eficientes apenas na fase aguda da doença, e ambas têm o seu uso associado a uma série de efeitos adversos. Diante disso, faz-se necessário o desenvolvimento de novos fármacos para uma terapia adequada da doença de Chagas. OBJETIVO: Avaliar o potencial anti-T. cruzi in vitro e em modelo experimental de doença de Chagas aguda de complexos metálicos inéditos. MÉTODOS: Foram testados 15 compostos metálicos contendo diferentes ligantes. Inicialmente, a citotoxicidade e a atividade anti-T. cruzi dos complexos metálicos foram avaliadas em testes in vitro utilizando células da linhagem H9c2 e as formas de relevância clínica do T. cruzi (cepa Y): amastigotas e tripomastigotas. Os 15 compostos em teste foram então incubados em triplicatas em diferentes concentrações com o objetivo de calcular os valores de concentração inibitória de 50% (CI50), concentração citotóxica de 50% (CC50) e o índice de seletividade (IS). O mecanismo de ação celular, do complexo mais promissor (FOR0D2) foi investigado inicialmente através de microscopia eletrônica de varredura e transmissão, com o objetivo de identificar alterações estruturais induzidas pelo tratamento. Posteriormente, foram realizadas marcações com MitoSOX e Rodamina123 em formas tripomastigotas, seguidas de análise por citometria de fluxo. A interação dos complexos com a enzima tripanotiona redutase foi avaliada por simulações de ancoragem molecular, utilizando os softwares MetalDock e AutoDock. Por fim, a eficácia do composto FOR0D2 foi analisada em modelo murino de infecção chagásica aguda. RESULTADOS: No ensaio de citotoxicidade, apenas os compostos FGB21 e FGB23 apresentaram citotoxicidade, com valores de CC50 de 18,2 e 18,3 μM, respectivamente. Os demais complexos metálicos testados não apresentaram citotoxicidade nas concentrações avaliadas, tendo valores de CC50 superiores a 50 μM. Em relação a inibição da viabilidade da forma extracelular tripomastigota, os compostos FOR00E e FOR0D2 promoveram lise significativa dos parasitos, apresentando valores de CI50 de 4,1 μM e 1,81 μM respectivamente. Ambos demonstraram maior atividade que o fármaco padrão benzonidazol (CI50 = 12,5 μM). Em relação, as formas intracelulares amastigotas, os complexos FGB21 e FBB23 apresentaram valores de CI50 de 2,56 e 2,74 μM, respectivamente, comparáveis ao benzonidazol (CI₅₀ = 2,72 μM). O complexo metálico de Rutênio(II) cis-[Ru(Hind)2(bpy)2](PF6)2 (FOR0D2) foi selecionado para as etapas subsequentes devido ao seu perfil de potência e seletividade. As análises morfológicas por microscopia eletrônica de varredura e transmissão revelaram que o tratamento com FOR0D2 induziu alterações estruturais nos parasitas, incluindo encolhimento celular, morfologia esférica, presença de blebs, reentrâncias e fragmentações na membrana plasmática, além de alterações no retículo endoplasmático, vacuolização e degeneração mitocondrial. Os ensaios de citometria de fluxo indicam danos oxidativos na mitocôndria, assim como a despolarização da sua membrana. As avaliações in silico mostraram que o complexo FOR0D2 possui alta afinidade pela enzima tripanotiona redutase. A atividade tripanocida do complexo FOR0D2 também foi avaliada in vivo, sendo observada uma redução significativa de 37.9% da parasitemia dos animais tratados com 20 mg/Kg do complexo (via oral). Os animais tratados com BDZ (100 mg/Kg) tiveram redução de 99% da parasitemia. CONCLUSÃO: Os dados obtidos demonstraram uma atividade tripanocida potente e seletiva do complexo FOR0D2 in vitro e em modelo de infecção chagásica aguda. Estudos adicionais são necessários para confirmar seu potencial terapêutico e elucidar completamente seus mecanismos de ação.

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Fiocruz Bahia celebra 68 anos de contribuições para a saúde pública

A Fiocruz Bahia comemorou nesta segunda-feira (26/05), 68 anos de contribuições para a saúde pública, cumprindo a missão de promover a melhoria da qualidade de vida da população através da geração e difusão de conhecimento científico e tecnológico no estado da Bahia e no Brasil.

O evento, realizado no auditório Sonia Andrade, contou com a presença de autoridades, funcionários, estudantes, pesquisadores e demais colaboradores da instituição. A comemoração também contou com a presença do subsecretário da Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Paulo José Bastos Barbosa, representando o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues; da coordenadora da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal da Bahia-UFBA, Renata Meira Veras, representando o reitor Paulo César Miguez de Oliveira; do Pró-Reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Atson Carlos de Souza Fernandes, representando a reitora Maria Luisa Carvalho Soliani e do diretor eleito da Fiocruz Bahia, Valdeyer Galvão dos Reis. 

Durante a abertura do evento, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, agradeceu a parceria de todos que contribuem para o funcionamento da unidade, executando um trabalho de excelência. “Celebrar os 68 anos do Instituto Gonçalo Moniz é muito mais que uma cerimônia, é um reencontro com o passado, uma escuta atenta das memórias e uma afirmação do presente como espaço de síntese, de cultura e de projetos. O nosso muito obrigado a todos que nesses 68 anos ajudaram a construir o IGM de hoje”, afirmou. 

Em seguida, Valdeyer Galvão dos Reis, diretor eleito da Fiocruz Bahia, falou da importância da instituição para toda a sociedade, reforçando o compromisso com a sociedade. “Que esses 68 anos reavivem esse nosso compromisso com a ciência, a tecnologia e a saúde. E que nos faça ter cada vez mais respostas aos desafios, com integridade, rigor científico e compromisso com a equidade”, disse. 

O Pró-Reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Atson Carlos de Souza Fernandes, ressaltou a parceria da Escola Bahiana de Medicina com a Fiocruz Bahia. “A nossa parceria já tem, pelo menos, 24 anos. E o que podemos desejar é que ela se prolongue pelos próximos anos”, afirmou. 

A coordenadora da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFBA, Renata Meira Veras, também destacou a parceria e o apoio mútuo entre a Fiocruz Bahia e a UFBA, desejando que a cooperação continue se prolongando. “É uma alegria estar aqui compartilhando esse momento com vocês. Eu desejo muitos anos de companheirismo entre as duas instituições”, declarou. 

O representante do governador da Bahia, Paulo José Bastos Barbosa, agradeceu a colaboração da Fiocruz Bahia ao longo dos anos, destacando o compromisso com o Sistema Único de Saúde. “Celebrar 68 anos já é um motivo de alegria, mas celebrar os 68 anos de uma instituição pública com a trajetória que tem a Fiocruz Bahia é um motivo especial de alegria. Por isso, em nome do governador e da nossa secretária de Saúde, Roberta Santana, eu trago esse enfático parabéns”, exclamou. 

Durante a cerimônia, os convidados relembraram a atuação do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Aurélio Krieger, que faleceu no dia 28 de abril, aos 60 anos. Durante as falas, os participantes ressaltaram a sua dedicação e comprometimento com a saúde pública. 

Outro momento marcante foi a homenagem à diretora Marilda Gonçalves, que está prestes a encerrar o seu mandato. O discurso de homenagem foi proferido pelo servidor Adilson da Hora Sampaio, membro do Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia, que falou sobre a representatividade da diretora e o seu compromisso com as questões de equidade durante a sua gestão. “Muito obrigado pela sua defesa inconteste dos ideais de equidade que a senhora estabeleceu em seus dois mandatos”, declarou. 

A programação contou ainda com a exibição do primeiro episódio da Websérie Mãos de Mulher, que presta uma homenagem às mulheres cientistas da unidade, e com a exibição do teaser de apresentação de uma série de entrevistas de servidores antigos que ajudaram a construir a memória institucional. 

Por fim, foi realizada a inauguração da galeria de dirigentes e diretores do IGM, com a cerimônia de descerramento da placa.

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Fiocruz Bahia realiza Feira de Ciência, Educação, Saúde e Cultura na cidade de Cachoeira

A Feira de Ciência, Educação, Saúde e Cultura para o Desenvolvimento da Cidadania foi realizada nesta sexta-feira, 23/05, no município de Cachoeira, no Recôncavo baiano. A ação celebrou a culminância do projeto Pontes Científicas, uma iniciativa da Fiocruz Bahia em parceria com a Secretaria de Educação de Cachoeira e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). 

A atividade, que recebeu mais de mil estudantes da rede pública e privada da região, ofereceu diversos serviços de saúde, como vacinação, testagem de ISTs, aferição de pressão e glicose, orientação nutricional e oficina de primeiros socorros, assim como a exposição das pesquisas elaboradas na Fiocruz Bahia.

O evento contou com o apoio da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), da Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeira, da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (SECTI) e da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).

Na ação, estiveram presentes a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga; o secretário municipal de Educação, Fábio Macedo; a secretária municipal de Saúde, Neta Lira; o secretário municipal de Relações Institucionais, Roberto Franco e o coordenador da iniciativa e gestor da Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia, Antonio Brotas. 

Durante a abertura, a prefeita Eliana Gonzaga agradeceu a presença dos participantes e reforçou a importância da parceria com a Fiocruz Bahia, integrando saúde, educação, ciência e cultura. “Queremos agradecer por essa parceria firme e duradoura. Estamos muito felizes com a presença de cada um dos alunos e das pessoas que estão fazendo esse evento acontecer. Essa feira é muito importante para motivar os nossos alunos e despertar o potencial que existe dentro de cada um”, afirmou. 

O coordenador da iniciativa e gestor da Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia, Antonio Brotas, destacou a importância de reunir esforços para ofertar à comunidade escolar e a toda população várias possibilidades de interagir com a ciência e com a saúde. “Estamos aqui com estudantes, servidores públicos municipais, professores, pesquisadores, todos em prol da realização desse evento que marca a nossa parceria e a história da nossa relação com a cidade de Cachoeira”, disse. 

A estudante do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana da Fiocruz Bahia, Raissa Vieira, participou da atividade e destacou a importância da Divulgação Científica como forma de extrapolar os muros do laboratório. “A ciência transforma vidas, mas não faz sentido fazer ciência no laboratório se isso não chegar às pessoas. A Divulgação Científica é exatamente essa ponte entre o que a gente descobre e o que o mundo precisa saber. Eu me sinto muito realizada em estar aqui porque além de divulgar a ciência eu posso inspirar futuros cientistas”, declarou. 

Romero Nazaré, do Laboratório de Patologia e Biologia Molecular da Fiocruz Bahia, também esteve presente abordando algumas das doenças pesquisadas na instituição. “Estamos aqui apresentando alguns insetos que podem ser vetores para doenças de grande importância para a saúde pública, trazendo esse conhecimento em uma linguagem palatável para os estudantes e participantes da cidade. Aqui nós temos observado que muita gente tem se interessado pela temática, com comentários que podem ser importantes para projetos futuros e novas pesquisas na área ”, afirmou.

Lara Martins, estudante do Colégio Estadual de Cachoeira, participou da feira e destacou os novos aprendizados. “Aqui nós aprendemos muitos cuidados como primeiros socorros e a como cuidar melhor da nossa saúde. Depois daqui, em casa, eu vou fazer várias coisas que eu não fazia antes, como lavar bem os alimentos”, destacou a jovem que cursa o 1º ano do ensino médio. 

Já Nádia Carolina, fez questão de acompanhar o filho durante o evento e falou sobre as contribuições da Fiocruz para a educação e a popularização da ciência no município. “Sou mãe de um estudante que participou da Obsma no ano passado e queria destacar a importância da Fiocruz na cidade. Eu espero que os alunos abram a mente e vejam a grandiosidade e a importância da Fiocruz na nossa educação”, ponderou. 

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Fiocruz Bahia realiza III Oficina de Produção Científica

Realizada entre os dias 19 e 22 de maio, a III Oficina de Produção Científica: Escrevendo e Publicando artigos Eficientemente reuniu mais de 430 pesquisadores, estudantes e profissionais de diferentes áreas. O evento, que aconteceu no Auditório Sonia Andrade, foi promovido pela Fiocruz Bahia com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da McGill University.

A programação contou com a presença do professor da McGill University, Eduardo Franco; do pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro; da escritora, jornalista, mestre em Escrita Criativa e colunista, Isabel Clemente; da bibliotecária especializada em informação em saúde e professora permanente no Programa de Pós-graduação em Pesquisa Clínica e Translacional da Fiocruz Bahia, Martha Silveira e do médico infectologista, Eduardo Motti, Coach Executivo pela Universidade Royal Roads, do Canadá.

A atividade teve início com as boas-vindas da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, que falou sobre a importância do evento para a trajetória científica de cada participante. “É um prazer enorme estar aqui fazendo a abertura do nosso curso. Quero parabenizar a equipe que batalhou para que nós mantivéssemos a sua realização e eu espero que tenhamos outras edições”, disse.

O organizador do evento e pesquisador titular da Fiocruz Bahia, Edson Moreira, falou sobre a realização de mais uma edição da atividade, contando com a participação de importantes profissionais. “Mais do que como escrever um artigo, o evento mostra como levar a sua mensagem para o público. Esse é um evento muito importante para pós-graduandos, alunos e pesquisadores de modo geral e nós pretendemos repeti-lo nos próximos anos”, salientou.

Para o mestrando Bruno Vinagre Ribeiro, o evento é uma oportunidade para aumentar a produtividade e entregar bons resultados, contribuindo para o avanço da ciência. “Tem sido muito produtivo participar do evento. As aulas e as palestras são muito produtivas e eu tenho aprendido muito”, afirmou.
Amanda Lago, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana (PGPAT) acredita que a oficina auxilia a melhorar a qualidade da escrita, como escrever de maneira eficiente e a corrigir más práticas de escrita. “Essa formação nos ajuda desde a parte de busca em banco de dados até para melhorar algumas coisas que a gente já faz, porque desde que a gente entra na pós temos esse contato com a escrita, mas nem sempre de uma maneira tão orientada”, pontuou.

A estudante de iniciação científica Mariana Queiroz, relatou que participou do evento porque pretende fazer seleção de mestrado ao terminar a graduação. “Preciso saber como é feita a produção de artigos científicos, e a oficina está sendo maravilhosa porque a gente está aprendendo desde o mais básico até o mais avançado ao longo do curso”, ressaltou.

Já Manoel Neto, estudante de iniciação científica, disse que sempre quis participar de uma atividade como a oficina, principalmente por estar fazendo o trabalho de conclusão de curso (TCC) na faculdade. “No TCC estou usando elementos que estão sendo apresentados e explicados para a gente aqui na oficina, e isso irá me ajudar no meu trabalho”, concluiu.

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Ministra Luciana Santos lança o Programa Mais Ciência na Escola na Bahia

Foi realizado, nesta segunda-feira, 19/05, o lançamento do Programa Mais Ciência na Escola na Bahia (MCE-BA), uma iniciativa da Fiocruz Bahia em parceria com instituições de ciência, tecnologia e inovação, Secretaria Municipal de Educação de Salvador (SMED), Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). Realizado na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Salvador, o evento contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, além de autoridades e lideranças acadêmicas.

Além do MCE-BA, durante o evento, foram lançadas uma série de iniciativas que visam incentivar a disseminação da cultura científica entre jovens estudantes baianos, como o Programa PopCiência Bahia – Trilha da Inovação, uma realização da SEC e da Secti, e o Edital Clubes de Ciências – FAPESB/SEC/SECTI, que tem como objetivo promover a seleção de 400 professores para coordenar clubes de ciências em escolas da rede pública estadual.

No ato, estiveram presentes a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Marly Cruz, representando o presidente da instituição, Mário Moreira, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, e Antonio Brotas, gestor da Comunicação e Divulgação da Fiocruz Bahia e coordenador do MCE-BA.

Durante sua fala, a ministra Luciana Santos ressaltou a importância de políticas que estimulem a formação científica na região do Nordeste. “Durante os últimos anos, as regiões Norte e Nordeste sofreram cortes na educação e no incentivo à educação. Com essas iniciativas, assumimos o compromisso de retomar o incentivo ao interesse pelo conhecimento entre os jovens baianos”, disse a ministra. Por sua vez, o governador Jerônimo Rodrigues pontuou a importância de ações que permitam que os estudantes criem uma visão mais ampla sobre o que é o fazer científico. “Conhecimento ancestral é científico; o saber transmitido de um para o outro faz parte da ciência, desde transformar o conhecimento em um aparato tecnológico a um método de combate à fome”, concluiu o governador.

O Mais Ciência é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Na Bahia, o projeto assume um caráter de promoção da educação científica crítica, inclusiva e com perspectiva antirracista. O MCE-BA integra a Rede Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Inovação em Territórios Escolares (Rede-ICTITE), que conta com 90 escolas públicas localizadas em 51 municípios do estado.

Fernanda Brito, professora do Colégio Estadual da Bahia Central, uma das escolas parceiras da Rede-ICTITE, esteve presente no evento e creditou aos clubes de ciência uma mudança significativa na vida de seus alunos. “Viva a ciência e a possibilidade de transformar vidas através de programas de incentivo científico”, afirmou.

No final da cerimônia, também foi apresentado o projeto Caravana da Ciência, uma das ações de celebração aos 40 anos do MCTI, que tem como objetivo visitar todos os estados do país, promovendo a divulgação de iniciativas de apoio à pesquisa e inovação para empresas e cientistas, além de oferecer oficinas gratuitas ao público em geral.

Inauguração do primeiro laboratório Maker do Mais Ciência na Escola na Bahia

Ainda como parte dos compromissos dos 40 anos do MCTI, foi inaugurado, nesta terça-feira, 20/05, o primeiro laboratório maker do Mais Ciência na Escola Bahia, no Centro Estadual de Educação, Inovação e Formação da Bahia Mãe Stella (CEEINFOR Mãe Stella), localizado no Cabula, em Salvador.

Marilda Gonçalves reforçou a importância da parceria entre o governo, instituições de pesquisa e agências de fomento à pesquisa na elaboração de iniciativas que incentivem a formação científica na educação básica. “Projetos como o Mais Ciência na Escola são importantes porque o impulsionamento para que os jovens construam um interesse na carreira científica começa durante a educação básica”, comentou a diretora da Fiocruz Bahia.

Seguindo o objetivo de promoção do letramento digital e da formação científica, a instalação de laboratórios makers nas unidades de ensino proporciona o acesso a recursos tecnológicos e ferramentas de prototipagem, que possibilitam o desenvolvimento e acompanhamento de projetos educativos. Ana Carolina, estudante do 2º ano do Ensino Médio do CEEINFOR Mãe Stella, expressou animação pela disponibilização de recursos tecnológicos para o corpo estudantil. “Espero que os alunos do colégio possam usufruir das novidades e seja possível que adquiramos mais conhecimento científico no laboratório”, concluiu.

Abrangendo 21 dos 27 territórios de identidade da Bahia, é estimado que a implantação dos laboratórios makers tenha um impacto direto em mais de 1 mil estudantes do estado.


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Tese avalia pausa no comportamento sedentário e marcadores cardiometabólicos nos participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)

Estudante: Philipe Faria Santos

Orientação: Maria da Conceição Chagas de Almeida

Título da dissertação: pausa no comportamento sedentário e marcadores cardiometabólicos nos participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)

Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde

Data da defesa: 13/06/2025

Horário: 9h

Local: Auditório Sonia Andrade – Fiocruz Bahia

Resumo

O comportamento sedentário (CS) é caracterizado por atividades que são realizadas na posição sentadas, reclinadas ou deitadas, que tenham um gasto energético <1,5 equivalentes metabólicas (METs). O CS é considerado um fator de risco para doenças cardiometabólicas e vasculares. As pausas no comportamento sedentário são mudanças de posição de um estado pouco ativo para uma posição mais ativa, como ficar em pé. Estudos tem demonstrado que as pausas no comportamento sedentário podem influenciar positivamente nas variáveis de saúde cardiometabólicas tendo relação nos níveis glicêmicos e perfil lipídico. OBJETIVO: Avaliar a associação entre as pausas no comportamento sedentário e presença de hipertrigliceridemia (HTG) e resistência à insulina (RI) em participantes do ELSA-Brasil. MÉTODOS: Foi realizado um estudo de corte transversal, com dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto-Brasil (2017-2019), a maior coorte da América Latina. Foram obtidos dados socioeconômicos por entrevista com questionário padronizado. O peso e altura foram mensurados para cálculo do IMC. A variável exposição número de pausas no CS e tempo por pausa foi obtida por meio do acelerômetro ActiGraph wGT3X-BT. A pausa no CS foi definida quando o acelerômetro registrou uma contagem ≥ 100 counts/minuto. O tempo de duração de cada pausa corresponde ao período contínuo em que o acelerômetro registrou contagem ≥100 counts/minuto. Exames laboratoriais, com jejum de 12 horas, foram realizados para dosagem de glicemia, insulina e triglicerídeos. HTG foi definida por dosagens de triglicerídeo sérico≥150 mg/dl. A RI foi definida por HOMA-IR>2,35. Regressão Poisson foi realizada para investigar a associação entre pausa no CS e HTG e RI. Foram realizados modelos independentes para homens e mulheres. RESULTADOS: A prevalência de HTG e RI foi 31,0% e 62,0%, respectivamente. Após ajuste por IMC, a presença de HTG foi maior nas mulheres que faziam até 109 pausas no CS e com duração média de até 4min36seg (RP: 1,21 [IC95%:1,01-1,45]). Nos homens a presença de HTG foi maior nos que realizaram pausas com duração média de até 4min36seg, independentemente do número de pausas (RP: 1,19 [IC95%:1,04-1,35] naqueles com mais de 109 pausas diárias e RP:1,19 [IC:1,02-1,38] naqueles com até 109 pausas diárias). Para RI, entres as mulheres, após ajuste para IMC, não foi encontrada associação entre número de pausas no CS, tempo de duração das pausas e o desfecho (RP:1,08 [1,00-1,16]). Já entre os homens, realização de pausas no CS com duração < 4min36seg foi associada a presença de RI, independentemente do número de pausas realizadas (RP:1,29 [1,18-1,41] entre aqueles que realizaram até 109 pausas no CS por dia; RP: 1,21 [1,12-1,31] entre aqueles com mais de 109 pausas). CONCLUSÃO: A chance de ter HTG e RI foi maior entre aqueles com menor tempo de duração das pausas no CS, sugerindo que a realização de pausas com maior tempo de duração é uma recomendação a ser incorporada nas orientações para redução do CS. O papel do número de pausas diferiu entre os sexos, reforçando a importância de considerar as diferenças de gênero nas recomendações para interrupção no comportamento sedentário.

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Dissertação avalia mutações no gene SCN2A e seus efeitos moleculares em neurônios derivados de células-tronco de pacientes com Transtorno do Espectro Autista

Estudante: Adne Vitória Rocha de Lima

Orientação: Dr. Bruno Solano de Freitas Souza

Coorientação: Dr. Erik Aranha Rossi

Título da dissertação: Moleculares em neurônios derivados de células-tronco de pacientes com Transtorno do Espectro Autista

Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde

Data da defesa: 22/05/2025

Horário: 13h

Local: Sala virtual Zoom

ID da reunião: 868 5468 9757

Senha: adne

Resumo:

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um grupo de condições do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e na interação social, acompanhados por padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. A prevalência global do TEA é estimada em cerca de 1 em cada 100 crianças. Os genes da família SCN tem sido frequentemente associados a doenças do neurodesenvolvimento e o SCN2A tem se destacado pela forte associação estatística com o fenótipo de TEA. Esse gene codifica o canal de sódio voltagem-dependente Nav1.2, essencial para a excitabilidade neuronal, embora seus mecanismos específicos de contribuição para a fisiopatologia do TEA ainda não estejam totalmente compreendidos. A elucidação de como variantes genéticas específicas afetam a expressão gênica e proteica desses canais poderá ser fundamental para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas personalizadas, potencialmente direcionadas forma variante-específica. Nesse cenário, as células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) emergem como uma ferramenta promissora para a modelagem de doenças do neurodesenvolvimento, possibilitando a geração de neurônios humanos derivados de pacientes. Isso permite a investigação in vitro da relação genótipo-fenótipo e dos mecanismos celulares e moleculares subjacentes ao TEA. OBJETIVO: Investigar os efeitos moleculares de mutações de perda de função no gene SCN2A em neurônios derivados de iPSCs de pacientes com TEA, com ênfase na expressão gênica e proteica do canal de sódio Nav1.2 e suas implicações na morfologia neuronal. MÉTODOS: Três linhagens de iPSCs de indivíduos neurotípicos (grupo controle) e três linhagens de iPSCs de pacientes com TEA portadores de variantes nonsense no gene SCN2A foram cultivadas, caracterizadas quanto à pluripotência e diferenciadas em neurônios excitatórios por meio da expressão induzível do fator de transcrição Neurogenina-2 (NGN2) ativada por doxiciclina. Os neurônios gerados foram submetidos a análises de expressão gênica por RT-PCR, expressão gênica por RT-PCR, expressão proteica por Western Blot e caracterização morfológica por imunofluorescência, com foco na distribuição da proteína Nav1.2 e nos efeitos das variantes sobre a arborização dendrítica. RESULTADOS: As iPSCs mantiveram suas propriedades de pluripotência e foram eficientemente diferenciadas em neurônios excitatórios por meio do sistema induzível Ngn2/doxiciclina. As análises de expressão gênica e proteica demonstraram que as variantes nonsense resultaram em uma redução significativa da expressão de SCN2A tanto em nível do mRNA quanto na proteína nas linhagens derivadas dos pacientes. A imunofluorescência demonstrou alterações na distribuição subcelular da proteína Nav1.2, associadas a uma diminuição da expressão de canais de sódio voltagem-dependentes e à redução da complexidade da arborização dendrítica. Esses achados indicam que as mutações impactam não apenas a expressão molecular, mas também a morfologia neuronal, sugerindo consequências importantes para a conectividade e funcionalidade dos circuitos neurais.

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Pesquisa aponta que anticorpos produzidos na fase aguda da chikungunya podem persistir por anos em pacientes com artralgia crônica

Um estudo analisou a presença de anticorpos do tipo IgM contra o vírus Chikungunya (CHIKV) em pacientes diagnosticados com a doença na sua fase aguda e acompanhados por um longo período por terem desenvolvido artralgia crônica. Durante infecções virais, anticorpos do tipo IgM costumam estar presentes ao fim da primeira semana de sintomas e permanecem detectáveis por cerca de três meses. Esse padrão também era esperado em infecções pelo CHIKV e por isso um teste laboratorial positivo no IgM contra o CHIKV deveria sugerir uma infecção ainda ativa pelo vírus ou uma infecção recente. No entanto, os resultados da pesquisa mostraram que nem sempre isso ocorre.

O trabalho, fruto da tese de Leile Camila Jacob-Nascimento no Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT) da Fiocruz e UFBA, sob orientação dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro e Mitermayer Reis, foi publicado no periódico Virology Journal.

Os pacientes incluídos na investigação foram diagnosticados entre junho de 2019 e março de 2020, quando grandes epidemias de chikungunya se espalharam por Salvador. No trabalho foi utilizado um teste de ELISA comercial para avaliar a frequência de detecção de anticorpos IgM contra o vírus Chikungunya ao longo do tempo. Foram analisadas 145 amostras de soro, obtidas de 45 pacientes com confirmação laboratorial da doença.

Entre as 21 pessoas que desenvolveram artralgia crônica e tiveram pelo menos uma amostra de sangue coletada mais de dois anos após o início dos sintomas, 7 (33%) ainda tinham IgM contra o vírus Chikungunya detectável. Isso sugere que aproximadamente um terço dos pacientes com artralgia crônica após chikungunya pode manter esses anticorpos detectáveis por mais de dois anos após a doença aguda.

Os pesquisadores apontam que a persistência detectável dos anticorpos IgM contra o CHIKV por um tempo substancialmente maior do que o normalmente observado para infecções agudas por vírus de RNA tem implicações significativas para o diagnóstico e vigilância da chikungunya. Os autores sugerem que mais pesquisas são necessárias para determinar se a persistência de IgM em longo prazo também ocorre em pacientes sem sintomas crônicos da enfermidade.

Chikungunya

A chikungunya é uma doença febril aguda que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. O vírus emergiu durante o século XXI, como uma preocupação significativa de saúde global, espalhando-se para novas regiões tropicais e subtropicais em todo o mundo e causando grandes epidemias. A maioria das infecções é sintomática, com febre, dor de cabeça, erupção cutânea, dor muscular, edema articular e, especialmente, dor nas articulações, que tende a ser grave e pode evoluir cronicamente, podendo durar meses ou anos após a infecção.

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Lançamento do programa Mais Ciência na Escola Bahia

Na próxima segunda-feira, 19 de maio, a partir das 14h, será realizado o lançamento do Programa Mais Ciência na Escola na Bahia (MCE-BA), através do projeto Rede Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Inovação em Territórios Escolares (Rede-ICTITE), uma iniciativa da Fiocruz Bahia em parceria com instituições de ciência, tecnologia e inovação, secretarias municipais e estadual de educação e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). O evento contará com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, além de autoridades e lideranças acadêmicas.

A cerimônia de lançamento será realizada no teatro da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), localizado na Rua Silveira Martins, no bairro do Cabula, em Salvador, e integra a celebração dos 40 anos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que instalará no local uma exposição comemorativa intitulada Caravana da Ciência.

Durante o evento, também será apresentado o Programa PopCiência Bahia – Trilha da Inovação, com destaque para a Lei que institui o Programa de Promoção, Popularização e Difusão da Ciência, Tecnologia e Inovação – PopCiência Bahia, além do lançamento do Edital Clubes de Ciências – FAPESB/SECTI/SEC. Estarão presentes a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Marly Cruz, representando o presidente da instituição, Mário Moreira, e Marilda Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia.

O Programa Mais Ciência na Escola é uma iniciativa do MCTI, do Ministério da Educação (MEC), e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que tem como um de seus principais objetivos disseminar a cultura maker, por meio da implantação de laboratórios maker. A proposta inclui ainda promover o letramento digital e a formação científica de estudantes em escolas públicas. A Rede-ICTITE, por sua vez, vai reunir mais de 50 pesquisadores, 90 professores e 900 estudantes do ensino fundamental e médio, na condição de bolsistas, em 51 municípios da Bahia. O projeto baiano é coordenado por Antonio Brotas, pesquisador e gestor da Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia.

O primeiro Laboratório Maker do projeto no estado será instalado na próxima terça-feira, 20 de maio, às 8h, no Centro Estadual de Educação, Inovação e Formação da Bahia Mãe Stella, localizado no bairro do Cabula, em Salvador. O espaço contará com recursos tecnológicos e ferramentas de prototipagem que irão possibilitar aos estudantes o desenvolvimento e acompanhamento de projetos educativos.

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Fiocruz Bahia completa 68 anos com evento comemorativo

A comemoração em homenagem aos 68 anos da Fiocruz Bahia será realizada no dia 26 de maio, às 10 horas, na instituição. O evento é gratuito e aberto ao público. Na ocasião a diretora Marilda de Souza Gonçalves vai realizar uma apresentação sobre o histórico e as atividades da instituição, ressaltando sua importância para a geração e difusão de conhecimento científico e tecnológico no estado da Bahia e no Brasil. Além disso, serão lançados produtos de memória institucional.

Fundado em 1957, como Núcleo de Pesquisa da Bahia (NEB), por meio de um convênio com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a unidade técnico científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no estado completa 68 anos de história e contribuições para a ciência e a saúde. São quase sete décadas atuando, principalmente, na produção de conhecimento em doenças infecciosas e parasitárias, crônicas e degenerativas, buscando novas formas de diagnósticos e tratamentos mais eficazes, além do enfrentamento de epidemias, sendo as mais recentes, o surto de zika, em 2016, e a pandemia de Covid-19.

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Pesquisador Mitermayer Reis toma posse como membro da Academia Brasileira de Ciências

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis, tomou posse no dia 08 de maio, como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na categoria Ciências da Saúde. Além do cientista, mais 16 membros titulares, 6 correspondentes e 30 afiliados receberam seus diplomas. O evento foi realizado durante a Reunião Magna da ABC, no Rio de Janeiro.

Mitermayer Reis é doutor em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia, realizou pós-doutorado na Escola de Saúde Pública de Harvard, nos EUA, e outro na Case Western Reserve University, também nos EUA. Destaca-se em pesquisas na área de epidemiologia clínica e molecular, e imunopatogênese de doenças infecciosas e parasitárias, com foco em arboviroses, câncer, doença de Chagas, esquistossomose, hepatites virais, leptospirose, meningites bacterianas e viroses respiratórias. 

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Evento sobre saúde indígena reuniu pesquisadores e lideranças na Fiocruz Bahia

A Fiocruz Bahia realizou no dia 30 de abril, o evento “Olhares sobre a Saúde Indígena: imagens que integram pesquisa e território”. Promovido pelo Núcleo de Estudos da Saúde Indígena (NESI), no contexto do Abril Indígena, o encontro teve apresentação de projetos de pesquisa sobre a saúde da população indígena, rodas de conversa, apresentação de documentário e exposição.

A mesa de abertura contou com representantes da Fiocruz Bahia, Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (DSEI-BA), NESI, Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) e Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI).

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, destacou que a divulgação dos resultados de pesquisas relacionadas à saúde indígena é importante para que possam ser transformados em políticas públicas de saúde. “É muito importante estarmos aqui recebendo as lideranças, a população indígena, e discutindo esses resultados. Espero que possamos aumentar o número de aldeias visitadas, e ampliar o número de pesquisadores atuando nessa área”, afirmou.

Para a pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do NESI, Isadora Siqueira, o evento foi um momento importante de socialização dos resultados das pesquisas desenvolvidas pelo núcleo, além de constituir um espaço de diálogo entre ciência e territórios. “Tivemos a honra de contar com a presença de profissionais da saúde indígena e lideranças indígenas, que participaram ativamente das mesas de conversa, enriquecendo as discussões com suas experiências e perspectivas. A atividade reafirmou o compromisso da Fiocruz com a promoção de uma ciência comprometida com os direitos dos povos indígenas e com a construção de políticas públicas de saúde baseadas no respeito, na escuta e na interculturalidade”, declarou.

No evento foram apresentados os projetos “Estudo Multicêntrico de Doenças Infecciosas em populações Indígenas” e “Instituto de Pesquisa em Populações Prioritárias: o que somos e o que propomos fazer”. Houve ainda a exibição do documentário e exposição “Olhares sobre a Saúde Indígena – Imagens que integram pesquisa e território”. Para finalizar, as rodas de conversa “Diálogos Indígenas sobre Saúde: Fiocruz nos Territórios Indígenas” e “Conexões entre Fiocruz e DSEI-BA pela Saúde Indígena” contaram com a participação de lideranças indígenas, representantes dos Polo Base Ribeira do Pombal, Euclides da Cunha e Paulo Afonso, além do cacique da Aldeia Nova Pankararé, Elismar Lima, de Rodelas.

Agnaldo Pataxó Hã Hã Hã, coordenador do MUPOIBA, comentou sobre a importância da atividade e do retorno do trabalho realizado nos territórios para a comunidade. “Pudemos comprovar com a apresentação do trabalho, a partir do diálogo com os pesquisadores e nossas lideranças, que a pesquisa é importante para diagnosticar doenças e para fazer o tratamento. Até porque na nossa comunidade há uma certa dificuldade de diagnóstico, temos sofrido muito com diagnóstico tardio ou errado, aí entra a importância da Fiocruz”, pontuou.

De acordo com o coordenador da DSEI-BA, Cacique Flávio Kaimbé, o evento demonstra a parceria e trabalho da Fiocruz junto ao DSEI. “Essa parceria tem se fortalecido a cada dia, levando mais saúde para a população indígena do estado. O evento é de uma importância grandiosa para que a gente possa dialogar, alinhar e buscar fazer um trabalho conjunto DSEI, Fiocruz, NESI, que possa trazer mais saúde para a população indígena do nosso estado”.

Sirlene Pataxó, responsável técnico Polo Base Porto Seguro do DSEI, observou a importância de estreitar o diálogo para promover uma melhor saúde para a comunidade. “Estamos muito felizes de estar aqui hoje, participar da roda de conversa, e foi muito gratificante poder falar dos nossos desafios diários na nossa comunidade, e assim poder falar o quão relevante é esse tema da saúde indígena”.

Chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI) do DSEI – BA, Tavila Guimarães, reforçou a importância do evento que se soma a luta dos povos indígenas, no abril indígena, um cotidiano de resistência dessa população. “Tivemos a oportunidade de sentar-se com outros parceiros para dialogar sobre esses dados, e pensar a partir deles as intervenções que serão propostas. Foi um momento de grande importância, que soma esse olhar que nós temos com relação à saúde, formada por várias mãos e vários atores”.

Para a liderança indígena da Aldeia Acuipe do Meio I, Nicinha Tupinambá, a atividade fortaleceu a luta dos povos indígenas. “Estar aqui é a certeza de que temos parceiros competentes, capazes de fazer com que tenhamos visibilidade. Não estamos invisíveis para a sociedade, temos pessoas doentes e carentes, mas nesse espaço tem pessoas capazes de fazer a diferença. Assim como na comunidade, tivemos aqui uma experiência de troca de conhecimento importante”, concluiu.

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Resultado da eleição para diretor da Fiocruz Bahia

A Comissão Eleitoral divulga o resultado da votação para diretor do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) para o quadriênio 2025-2029, apurado pela comissão no dia 07 de maio e aprovado pelo Conselho Deliberativo (CD-IGM) no dia 08 de maio.

Resultado em ordem de classificação:

1. Valdeyer Galvão dos Reis (64,1% dos votos válidos)
2. Ricardo Riccio Oliveira (33,33% dos votos válidos)
3. Gilmar José da Silva Ribeiro Júnior (0,85% dos votos válidos)

Os dados da apuração podem ser consultados neste link

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29º Congresso Brasileiro de Parasitologia reuniu mais de 600 pessoas em Salvador

O 29º Congresso Brasileiro de Parasitologia – PARASITO 2025 reuniu 632 pessoas, entre os dias 22 e 25 de abril, em Salvador. A atividade contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais, gestores e estudantes para debater os últimos avanços científicos em parasitologia, compartilhar experiências e promover a integração entre diferentes áreas do conhecimento.

Organizado pela Sociedade Brasileira de Parasitologia (SBP) e pela Fiocruz Bahia, a edição do evento teve como tema “Revisitando o Passado para Revolucionar o Futuro na Era da Transformação Digital”. Além do Brasil, participaram palestrantes e estudantes de países como Israel, Holanda, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos da América, Argentina, Bolívia e Alemanha.

Os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Augusto Carvalho, Washington dos Santos, Cláudia Brodskyn, Ricardo Riccio, Edgar Carvalho, Deborah Mothé, Milena Soares, Mitermayer Reis, Camila Indiani, Antônio Brotas, Valéria Borges, Lucas Carvalho e Vinícius Araújo, apresentaram conferências e participaram de mesas redondas. No final do evento, Camila Indiani recebeu o prêmio de pela Sociedade Brasileira de Parasitologia, de Dintinguished Sientist: Women in Science.

Os cientistas abordaram temas como imunopatologia na parasitologia, obesidade e leishmaniose cutânea, estratégias para a modulação da inflamação na cardiomiopatia chagásica crônica, esquistossomose urbana, estratégias de comunicação científica em parasitologia, iniciativas de extensão científica em parasitologia da Fiocruz Bahia, entre outros. Houve ainda, apresentações orais de pós-doutoranda e estudantes da instituição Thamires Quadros Froes, Yasmin da Silva Luz, Ronald Alves dos Santos e Pedro Brito Borba.

Além da participação de pesquisadores e estudantes no evento, a Fiocruz Bahia contou com um estande com materiais e jogos de divulgação científica e apresentação de atividades de pesquisa, da Olimpíada de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz, do projeto Mulheres e Meninas na Ciência e com uma exposição de coleção entomológica.

A mesa de abertura foi composta pela pesquisadora da Fiocruz Bahia Patrícia Veras, presidente do evento; Arabela Leal, diretora do Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (LACEN Bahia), representando o Governo do Estado da Bahia, Alda Cruz, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, representando o presidente Mário Moreira; Lucimar Rocha, Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, representando a Prefeitura de Salvador, Claudia Brodskyn, vice-diretora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, representando a diretora Marilda Gonçalves; Jadel Kratz, líder da  América Latina – Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi); e Ricardo Fujiwara, presidente da Sociedade Brasileira de Parasitologia.

Patricia Veras observou que o tema da edição incentiva os pesquisadores a honrarem o legado da parasitologia enquanto são exploradas novas fronteiras impulsionadas pelos avanços tecnológicos. “É um chamado para unir tradição e inovação, garantindo que nossa área continue a avaliar e a contribuir de forma impactante para a saúde pública”, afirmou. Na oportunidade, a pesquisadora homenageou as mulheres pioneiras que superaram desafios sociais e institucionais para alcançar descobertas significativas em um campo com predominância masculina.

O presidente da SBP, Ricardo Fujiwara, disse que se sente muito feliz pela realização de mais um congresso com os associados e futuros associados em parasitologia. “A sociedade está completando 60 anos, graças aos esforços de quem acredita na parasitologia, de quem vem aos congressos, quem discute, quem aprende um pouco mais. Fico muito feliz de tê-los aqui, a sociedade estará aberta para todos”.

Jadel Kratz, destacou a importância de construir novas parcerias para avançar no conhecimento que será a base para o desenvolvimento de novas ferramentas e tratamentos para todas essas doenças que são relevantes tanto para a saúde animal quanto para a saúde humana. “A DNDi é uma organização que desenvolve medicamentos e se beneficia imensamente do conhecimento adquirido pelos cientistas que fazem parte da Sociedade Brasileira de Parasitologia”, comentou.

A diretora da atenção especializada da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Lucimar Rocha, disse que a parasitologia é um campo da ciência que a SMS cuida com muito carinho. “As parasitoses ainda acometem a nossa população em torno de 15 a 80%, sejam elas por questões socioeconômicas ou por falta de educação sanitária”, considerou. Para Alda Cruz, o congresso ser ministrado majoritariamente em inglês, demonstra a importância da internacionalização e das interações entre os colegas.

Arabela Leal relatou que estavam presentes na atividade alguns profissionais das unidades do LACEN descentralizadas no estado. “Isso mostra a força de uma rede capilarizada onde a gente consegue rapidamente detectar em qualquer ponto do estado um agravo e tentar sanar e controlar a doença em nome da saúde pública”, pontuou.

Ricardo Lustosa, professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), avaliou que o congresso é um ambiente rico na produção do conhecimento com estudantes e pesquisadores. “Essa atividade é muito relevante, pois recebe a comunidade acadêmica para discutir o que há de inovação e o que há de mais recente nas pesquisas relacionadas à parasitologia, às doenças negligenciadas, e o que há de tecnologia para multiplicar o conhecimento, com outros entes e parceiros acadêmicos, com diferentes níveis de formação”, concluiu.

O evento finalizou no dia 25/04, com a palestra de Walderez Dutra, professora da UFMG, com o relevante tema “How can you mend a broken heart? Insights from Chagas disease cardiomyopathy”.

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