Resposta imune de cães expostos a múltiplas picadas de Lutzomyia longipalpis é tema de tese

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Estudante: Yuri de Jesus Silva
Orientação: Deborah Bittencourt Mothé
Coorientação: Manuela da Silva Solcà
Título da tese: AVALIAÇÃO DA CINÉTICA DA RESPOSTA IMUNE E CARACTERIZAÇÃO DOS EVENTOS CELULARES INICIAIS NA PELE DE CÃES EXPOSTOS AO LUTZOMYIA LONGIPALPIS
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 26/06/2024
Horário: 14h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 850 1204 6629
Senha: yuri

Resumo

INTRODUÇÃO: A transmissão da Leishmaniose Visceral (LV) ocorre quando o vetor Lutzomyia longipalpis alimenta-se do hospedeiro vertebrado infectado por Leishmania infantum. Esses vetores, além do parasita, injetam saliva nos hospedeiros vertebrados durante o repasto sanguíneo. A exposição à saliva induz respostas iniciais locais, como ativação de moléculas, vias de sinalização, recrutamento de células, e respostas sistêmicas como a produção de anticorpos anti-saliva, bem como respostas celulares com diferentes produções de citocinas. OBJETIVO: Avaliar a cinética de evolução da resposta imune de cães expostos a múltiplas picadas de Lutzomyia longipalpis e caracterizar os eventos celulares iniciais na pele destes animais. MÉTODO: Cães foram expostos ao vetor e foram retirados três fragmentos de 3mm de pele na pré-exposição (tempo 0) e pós exposição (4h, 24h e 48h) para investigação dos genes diferentemente expressos. Estas biópsias foram mantidas em RNA later a -80°C para posterior extração do RNA, sequenciamento e análise. Posteriormente, os animais foram expostos semanalmente a picadas de flebótomos e amostras de sangue foram coletadas até os animais alcançarem a produção máxima de anticorpos contra a saliva. Os animais foram acompanhados com coletas de sangue semanais para determinar o tempo de queda da produção de anticorpos anti saliva. Após a detecção da queda dos níveis de anticorpos, os animais foram reexpostos uma única vez para verificar o efeito da reexposição. A técnica ELISA foi utilizada para mensurar a produção de anticorpos anti-saliva nas amostras. Para avaliação da resposta celular, amostras de sangue total foram coletadas na pré-exposição e ao longo da exposição, isolando as células mononucleares de sangue periférico. Uma vez isoladas, estas células foram reestimuladas com SGH (homogenato de glândula salivar). Citocinas e quimiocinas foram dosadas através de ensaio de Luminex nos sobrenadantes obtidos dessas culturas. RESULTADOS: Quanto ao RNAseq, 70% dos genes expressos diferencialmente foram relacionados ao período de 4 horas após a exposição à saliva. Esses genes revelaram 11 vias enriquecidas, 9 das quais, incluindo IL-7 e TNF, que estão relacionadas à avaliação mais inicial de 4h pós-exposição. As células NK apresentaram maior abundância apenas no primeiro momento avaliado e linfócitos citotóxicos foram mais abundantes nas primeiras 24 horas após a exposição à saliva. Em relação à cinética, após 21 dias da primeira exposição, 100% dos cães apresentavam títulos detectáveis de anticorpos anti-LJM11&17. Todos os cães ainda apresentavam títulos de anticorpos anti-LJM11&17 em um ano. Com uma única re-exposição, observamos que a resposta humoral é persistente e a reexposição levou a uma resposta de produção de anticorpos antisaliva. As células mononucleares do sangue periférico responderam especificamente à estimulação com homogeneizado de glândula salivar de Lutzomyia longipalpis (SGH), produzindo GMCS-F, IL-2, IL-7 e MCP-1 em sobrenadantes celulares recuperados 48 horas após a estimulação (p < 0.05). CONCLUSÃO: O presente trabalho mostrou que eventos celulares na pele de cães picados pelo vetor iniciam-se rapidamente, induzindo uma resposta anti saliva persistente e um perfil inflamatório único, caracterizado por expressões variadas de citocinas e quimiocinas circulantes, refletindo a ativação de diferentes tipos de células imunes.

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