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A 32ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) da Fiocruz Bahia foi realizada entre os dias 05 e 07 de junho. Organizada pelo Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), a atividade teve participação dos 89 bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) Fiocruz/CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Ações Afirmativas e do Edital Iniciação Científica Júnior CNPq – Programa de Vocação Científica (PROVOC). O evento contou com a Sessão Científica ministrada pelo pesquisador e professor da UFBA, Wilson Gomes, com o tema “A universidade na era da intolerância”. As premiações dos trabalhos e as menções honrosas marcaram o encerramento.
Jorge Clarêncio, coordenador do PROIIC, declarou que a 32ª edição da RAIC foi um sucesso e toda a comunidade da Fiocruz Bahia ajudou na organização do evento. “Houve uma mobilização grande dos estudantes lotando as salas das apresentações, uma adesão ampla dos alunos em apresentar seus trabalhos na jornada, a adesão dos orientadores e uma delicadeza e respeito muito grande dos avaliadores na hoje de julgar os trabalhos”, avaliou.
Clarêncio falou sobre a importância da reunião como o momento ápice do ciclo de um ano de iniciação científica. “É o momento em que os estudantes e seus orientadores apresentam os resultados colhidos que estavam previstos nos projetos que foram aprovados em editais do ciclo 2023/2024”.
Uma das estudantes premiadas foi Júlia Alves de Santana, de 23 anos, que cursa Farmácia na UFBA, e é aluna de iniciação científica pelo PIBIC na Fiocruz desde setembro de 2023, no Laboratório de Pesquisa Clínica e Translacional – LPCT, orientada pela pesquisadora Valéria de Matos Borges. Ela avalia que a RAIC é uma experiência que impulsiona os estudantes. “Foi muito desafiante e enriquecedor viver tudo isso. Fiquei bastante surpresa e absolutamente chocada sem saber se aquele anúncio era real, mas também fiquei e estou muito feliz, pois significa muito para mim e para todos que se dedicaram para que esse trabalho fosse realizado”, destacou.
Agatha Raissa Silva de Almeida, de 17 anos, estudante do Colégio Estadual Luis Viana, foi premiada pelo trabalho desenvolvido no Provoc, orientado pela pesquisadora Marilda Gonçalves e pelo pós-doutorando Setondji Cocou Modeste Alexandre. “Foi uma experiência incrível, e tenho certeza que ela irá me ajudar muito. Ter o meu trabalho premiado foi extremamente gratificante e fiquei muito feliz por ter tido reconhecimento depois de tanta dedicação. Quero continuar a ter bons resultados”, ressaltou. Para Agatha, fazer parte do Provoc é algo especial. “Por meio do programa vivi experiências incríveis e conheci pessoas maravilhosas. Ele me deu a oportunidade de aprender muitas coisas, uma delas é que sou capaz de realizar meus objetivos, basta eu me esforçar e não desistir”.
O Programa de Vocação Científica (Provoc), na Fiocruz, tem como objetivo principal promover a iniciação científica de alunos do ensino médio que tenham acentuado interesse pelas atividades de pesquisa nas áreas das Ciências Biológicas, Saúde e Ciências Humanas e Sociais em Saúde. Por meio da participação em projetos de pesquisa científica e tecnológica, o Provoc visa proporcionar aos jovens estudantes uma experiência de longa duração em atividades voltadas para a produção de conhecimento.
Para conferir a lista completa dos estudantes premiados e das menções honrosas, clique aqui.
Primeiro indígena estudante de iniciação científica da Fiocruz Bahia apresenta trabalho na RAIC
Rodrigo André Santos Menezes, de 27 anos, primeiro indígena a ingressar em um programa de iniciação científica na Fiocruz Bahia, é estudante do programa pelo edital de Ações Afirmativas, orientado pela pesquisadora Isadora Cristina de Siqueira. Integrante do povo Tuxá, natural de Rodelas, no interior da Bahia, Rodrigo estuda Medicina na UNEB.
O estudante avalia a apresentação de seu trabalho como uma experiência gratificante, principalmente por ser um indígena abordando uma temática relacionada aos povos originários. “Foi uma oportunidade ímpar de compartilhar a diversidade e a profundidade da nossa cultura, tradições e visões de mundo com um público mais abrangente. Além de trazer à tona as questões que impactam nossas comunidades, o evento permitiu ampliar a conscientização sobre as necessidades e desafios enfrentados pelos povos indígenas”, observou.
Além disso, Rodrigo diz que representar sua comunidade em uma instituição com prestígio traz uma grande responsabilidade, mas também oferece uma oportunidade única de destacar as questões e perspectivas indígenas no cenário acadêmico e científico. “Este marco não só abre portas para futuras gerações de indígenas na ciência, mas também sublinha a importância da diversidade e da inclusão na pesquisa e na saúde pública. É um privilégio poder contribuir com meu conhecimento e experiências, promovendo a valorização e a preservação da nossa cultura e identidade dentro da Fiocruz”, pontuou.
O futuro médico pretende continuar sua jornada na pesquisa, se dedicando às questões que afetam diretamente as comunidades indígenas, com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida e a promoção da saúde desses povos. ”Busco engajar-me na preservação da cultura indígena e na defesa de seus direitos, utilizando a produção de conhecimento científico como uma ferramenta para o empoderamento, reconhecimento e visibilidade dessas comunidades indígenas”, concluiu Rodrigo.
Texto: Jamile Araújo com supervisão de Júlia Lins | Foto: Mateus Almeida e Marcio Santana