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Curso de vigilância malacológica apresentado em simpósio sobre esquistossomose está com inscrições abertas

No 17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose, realizado em novembro em Salvador, foi ministrada uma apresentação sobre o curso “Vigilância Malacológica para o Controle da Esquistossomose”, pela pesquisadora Elainne Gomes. A vigilância malacológica abordada neste curso tem como alvo o monitoramento caramujos de água doce, envolvidos na transmissão da esquistossomose, que atinge uma parcela representativa da população brasileira. A capacitação, oferecida pela Fiocruz Pernambuco, está disponível através do Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). As inscrições são gratuitas e estão abertas até 24 de fevereiro de 2025.
A pesquisadora Elainne Gomes explicou sobre a importância do tema e as mudanças do modo tradicional de transmissão. “Nas últimas duas décadas a doença vem se expandindo para as áreas urbanas e litorâneas. Nas quais, os processos de inundação nos períodos de chuva acabam fazendo com que as ruas fiquem alagadas, dificultando o as ações de controle, porque as pessoas ao saírem de casa entram em contato focos de transmissão da doença de forma involuntária, o que é mais fácil de controlar na zona rural”, pontuou.
O curso tem carga horária de 30 horas e tem como público-alvo profissionais da área da saúde, incluindo vigilância, agentes comunitários, agentes de endemias, equipes de saúde da família e de atenção especializada, que atuem direta ou indiretamente no Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose; e estudantes da área de saúde.
Na ementa, são abordadas questões relacionadas à identificação dos moluscos hospedeiros intermediários de Schistosoma mansoni e sua importância epidemiológica dentro do território nacional. Além de técnicas de coleta e exame dos moluscos e abordagem das formas de transmissão e como podemos atuar para reduzir seu impacto.
Acesse o curso aqui.
Projeto Oxente Chagas inicia testagens nos municípios de Tremedal e Novo Horizonte

O projeto Oxente Chagas, que propõe validar o uso de um teste rápido para detectar a doença de Chagas, foi iniciado no município de Tremedal, a 588 km de Salvador, testando 1020 moradores do município. O projeto encontra-se também em andamento no município de Novo Horizonte, a 561 km da capital baiana. Ambas as regiões tiveram a permanência identificada do Triatoma infestans, umas das espécies do inseto conhecido como barbeiro, transmissor da enfermidade, até 2001 e 2015, respectivamente.
O pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do projeto, Fred Luciano Neves Santos, explicou que a primeira ação superou as expectativas da equipe, pois era esperado um público de 600 a 700 pessoas, mas foram mais de 1000 pessoas beneficiadas no mutirão. “Além dos habitantes da zona urbana do distrito, também conseguimos levar as testagens para as casas das pessoas, contemplando indivíduos acamados ou com dificuldade de locomoção”.
A primeira ação foi realizada nas localidades contempladas pela Unidade Básica de Saúde (UBS) de São Felipe, comunidade de Tremedal. Os indivíduos que fizeram o teste, independentemente do resultado positivo ou negativo, tiveram o sangue coletado, e enviado para o Laboratório Central (LACEN) de Vitória da Conquista para a confirmação diagnóstica, e, em até 30 dias, os resultados estarão disponíveis na Secretaria Municipal de Saúde de Tremedal.
Na oportunidade, Elisabeth Almeida, moradora da Fazenda Marreca, avaliou que é muito importante ter conhecimento sobre a doença. “É uma doença grave, que se a gente descobrir enquanto é tempo, podemos ter uma cura total. Mas se descobrir tarde, a pessoa pode acabar morrendo. Inclusive eu já perdi um cunhado com 42 anos por causa dessa doença”.
Almeida destacou que ficou feliz pelo trabalho realizado na comunidade e pela oportunidade de realizar o teste. “É muito difícil para todos se deslocarem e fazer esse exame. E fiquei mais feliz ainda por não ter o problema. Espero que a maioria das pessoas também não tenha, mas caso dê positivo, que tenha tempo de tratar, para ter uma vida mais longa”, ressaltou.
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) de Boi Velho, Matheus Rocha, compartilhou que receber o projeto é um passo para melhoria da saúde das pessoas em relação à doença de Chagas. “Na medida em que desenvolvemos aqui um trabalho pioneiro, podemos ser exemplo para outros municípios”, comentou.
Joelia Rocha, que também é agente de saúde de São Felipe, acredita que é uma conquista para a população ter acesso, por se tratar de uma região distante da cidade. “Quando é possível acessar uma iniciativa como essa, nos sentimos felizes em poder ajudar a população”, observou.
A recrutadora e estudante de doutorado da Fiocruz Bahia, Emily Ferreira, biomédica e membro da equipe do projeto, relatou que o trabalho de campo foi uma experiência totalmente diferente. “Já trabalhei em laboratório, sou professora atualmente. Mas ter o contato direto com a população, conversar sobre as suas dificuldades, muda totalmente tudo que a gente entende por realidade. O projeto me deu um novo olhar para o mundo”, pontuou.
Para João Victor França, médico veterinário, estudante de mestrado da Fiocruz Bahia, e recrutador do projeto, a iniciativa é crucial para o avanço da saúde pública e da qualidade de vida da população. “Vou sair desse projeto bastante humanizado, após visitar comunidades que são bastante humildes, que não têm o mesmo acesso que nós temos em áreas mais centrais”, concluiu.
Em Novo Horizonte o Oxente Chagas atua numa UBS rural, a Vila dos Remédios, área que tem cerca de 1200 pessoas que são assistidas, onde pretendem atender cerca de 1000 pacientes para realizar o teste.
O teste
O teste rápido é uma ferramenta inovadora que permitirá identificar casos de Chagas de forma precoce e eficiente na Atenção Primária, buscando reduzir significativamente o impacto da doença na vida das pessoas e de suas famílias. Além disso, busca facilitar o acesso ao tratamento e evitar complicações decorrentes da enfermidade.
A validação do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos em campo auxiliará na sua incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que já tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), mas ainda requer uma série de estudos prévios para que seja possível dar entrada na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – Conitec, órgão que regulamenta a entrada de toda e qualquer tecnologia no sistema.






















Mortalidade por doença de Chagas na Bahia é superior à média nacional, aponta estudo

Uma pesquisa foi realizada para analisar as tendências temporais e as diferenças regionais na taxa de mortalidade da doença de Chagas no estado da Bahia, no período de 2008 a 2018. O estudo, publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, foi coordenado pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e contou com a participação do pesquisador da Fiocruz Bahia, Gilmar Ribeiro-Jr, além de especialistas da Universidade de Brasília, Universidade Federal de Goiás e Secretaria da Saúde do Estado da Bahia.
A doença de Chagas tem alta carga de mortalidade em muitos países da América Latina, como o Brasil. O trabalho revelou que, no período estudado, a mortalidade pela doença no estado foi superior à média nacional, especialmente nas regiões de saúde de Barreiras, Guanambi, Irecê, Itaberaba, Santa Maria da Vitória e Santo Antônio de Jesus, destacadas como hotspots de mortalidade. A Bahia tem a quarta maior taxa de mortalidade do país.
O trabalho analisou séries temporais de óbitos relacionados à enfermidade usando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Brasil. Os pesquisadores compararam a taxa de mortalidade por doença de Chagas como causa primária e a menção da doença na declaração de óbito, padronizada por idade e macrorregião de saúde/município de residência.
No estudo, a taxa de mortalidade por doença de Chagas na Bahia revelou tendência estacionária, variando de 5,34 (2008) a 5,33 (2018) óbitos por 100 mil habitantes. Entretanto, as quatro macrorregiões de saúde apresentaram tendência ascendente nas taxas. Também foi observada uma tendência ascendente na taxa de mortalidade entre indivíduos com idade maior ou igual a 70 anos e maior incidência de óbito entre homens do que entre mulheres. Do total de óbitos, quase 80% tiveram a enfermidade como causa básica. Complicações cardíacas foram relatadas em cerca de 85% destes óbitos.
Apesar de uma queda na mortalidade desde 2012, houve um aumento nos últimos três anos do período analisado. Além disso, a investigação recomenda políticas públicas para monitoramento e controle da doença, com foco em regiões vulneráveis e integração de vigilância epidemiológica e entomológica, visando uma resposta regionalizada e melhoria na atenção à saúde, e subsidiando um planejamento em saúde que considere as peculiaridades do território.
A doença
A doença de Chagas é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, e transmitida por insetos triatomíneos hematófagos (conhecidos como barbeiros), por meio de alimentos ou bebidas contaminados com o parasita, além da transmissão vertical e pelo sangue. Essa condição afeta principalmente populações socialmente vulneráveis e pode levar a casos graves da doença e morte. Isso impacta os sistemas de saúde e previdência social do país.
Devido aos recursos limitados disponíveis para pesquisa, gestão, diagnóstico e tratamento, a doença de Chagas é classificada como uma doença tropical negligenciada. A taxa de mortalidade pela enfermidade é alta no Brasil, respondendo por 74,9% das mortes atribuídas a doenças tropicais negligenciadas entre 2000 e 2019
Por Jamile Araújo, com supervisão de Júlia Lins.
Pesquisadora é eleita para a Academia Mundial de Ciências

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, foi eleita membro da Academia Mundial de Ciências para o Avanço da Ciência nos Países em Desenvolvimento (TWAS, na sigla em inglês) pela área de Ciências Médicas e da Saúde. A cerimônia de posse, durante a qual os membros recém-eleitos são apresentados à Academia, será realizada na próxima Conferência Geral da TWAS.
“É uma honra fazer parte de uma academia que congrega pesquisadores que se dedicam a pesquisas com enfoque em países em desenvolvimento. A minha eleição reflete o reconhecimento da comunidade científica por todo o meu trabalho como pesquisadora e formadora de jovens cientistas”, destacou a pesquisadora.
Conforme a Academia Brasileira de Ciências, o grupo eleito para a TWAS, que tomará posse em 2025, conta com o maior número de novos membros da história. Ao todo, são 74, sendo 50 homens e 24 mulheres (32,4% de mulheres); desses, dez são brasileiros. A eleição dos novos membros entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025, elevando o total de membros para 1.444.
A pesquisadora, recentemente destacada na lista dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo, também atua no CIMATEC Saúde, onde coordena pesquisas nas áreas de terapias avançadas, como terapia celular e gênica, imunologia e farmacologia. Milena Soares é graduada em Ciências Biológicas (bacharelado em Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora em Ciências Biológicas (Biofísica) pela mesma instituição. Além disso, realizou doutorado sanduíche na Harvard University (EUA). É também membro titular da Academia de Ciências da Bahia, e da Academia Brasileira de Ciências.
Sobre a TWAS
A TWAS foi fundada em 1983 por um grupo distinto de cientistas do mundo em desenvolvimento, sob a liderança de Abdus Salam, físico paquistanês e ganhador do Nobel. A organização tem membros de mais de 100 países, sendo a grande maioria provenientes de nações em desenvolvimento.
Para se tornar membro permanente da TWAS, os candidatos devem ser indicados por membros da Academia e seus currículos são avaliados, juntamente com cartas de recomendação externas. Apenas cientistas que fizeram contribuições significativas para o avanço da ciência no mundo em desenvolvimento podem ser nomeados como TWAS Fellows.
Maurício Barreto é homenageado pela American Society of Tropical Medicine and Hygiene (ASTMH)

A Sociedade Americana de Higiene e Medicina Tropical (American Society of Tropical Medicine and Hygiene – ASTMH, na sigla em inglês) concedeu a Maurício Barreto, especialista em saúde pública e cofundador do Cidacs da Fiocruz Bahia, a homenagem de destaque por ser um dos pesquisadores internacionais distintos da associação.
Barreto foi reconhecido com o prêmio através de suas contribuições transformadoras para a saúde pública global, que têm impactado comunidades em todo o mundo. A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu na última semana, em New Orleans, nos Estados Unidos.
Durante o evento, Barreto apresentou suas pesquisas inovadoras na área de saúde tropical, destacando-se por sua dedicação no enfrentamento de desafios críticos, como o combate à doenças tropicais e à promoção da equidade em saúde. A homenagem faz parte de um reconhecimento exclusivo da ASTMH, dedicado a personalidades não cidadãs norte-americanas que realizaram “feitos eminentes em alguma área da medicina e higiene tropical global”.
Segundo a ASTMH, a honraria é evidenciada por meio de publicações, políticas de saúde pública e trabalho educacional que mudaram a compreensão de certa doença, mudaram os resultados de saúde ou desenvolveram capacidade para o trabalho de medicina e higiene tropical no mundo.
Conquista que reafirma o impacto duradouro do trabalho de Maurício Barreto na melhoria da saúde global e sua liderança como referência internacional na área.
17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose reuniu pesquisadores e profissionais de saúde

O 17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose aconteceu entre os dias 10 e 13 de novembro, em Salvador. O encontro, que contou com a participação de cerca de 500 inscritos, foi organizado pela Fiocruz Bahia, a Rede Fio-Schisto e o Programa de Pesquisa Translacional, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas. Com o tema “Perspectivas para eliminação da esquistossomose”, a programação foi composta de mesas redondas, conferências e sessão de pôsteres, com a presença de pesquisadores da área, profissionais de saúde e representantes da sociedade civil.
Os quatro dias do simpósio envolveram cerca de 50 palestrantes, que abordaram temas como saneamento e higiene, aspectos clínicos e patológicos da doença, desenvolvimento e resistência a medicamentos, controle e avanços no tratamento, vacinas, diagnóstico, imunorregulação, interação parasita-hospedeiro, fortalecimento da atenção primária de saúde, educação, comunicação e informação e abordagem de Saúde única.
Um dos destaques do encontro foi o lançamento da nova edição das diretrizes técnicas para vigilância da esquistossomose. Na ocasião, Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde, explicou que o documento é um “produto importante porque traz as atualizações que aconteceram nos últimos dez anos acerca das abordagens para a doença. Aborda vigilância, mas também atualização da clínica, abordagem terapêutica e o próprio sistema de controle dos caramujos”, afirmou.
Cruz ressaltou que a nova edição foi possível porque houve um conjunto de pessoas da área técnica em esquistossomose da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS) em conjunto com especialistas que, após debaterem e chegarem a um consenso, produziram o documento com as novas diretrizes. “Para nós é uma alegria muito grande trazer esse produto, uma contribuição fundamental para o programa Brasil Saudável, e vai ser uma ferramenta a ser utilizada para as estratégias de eliminação da esquistossomose no país”.
Outro marco importante foi a fundação da Sociedade Brasileira de Esquistossomose e Geo-Helmintíases (SBEG), durante o evento, no dia 12 de novembro. “A SBEG surge para somar esforços com outras sociedades semelhantes e consolidar a luta contra as helmintíases no Brasil, promovendo sinergias no enfrentamento dessas doenças negligenciadas”, comentou Ricardo Riccio, pesquisador da Fiocruz Bahia, coordenador geral do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose da Fiocruz (Fio-Schisto) e presidente do simpósio.
Leonardo Farias Paiva, vice-presidente do evento, agradeceu às pessoas que contribuíram para realização do encontro e disse que as discussões foram ricas e proveitosas. “A gente precisa se conectar, não só falar para a comunidade acadêmica, como normalmente acontece. Tivemos tanto palestras sobre temas avançados como ouvimos também a população de um modo geral”, declarou.
“Há cerca de um mês, foram anunciados os ganhadores dos Prêmios Nobel de 2024, entre os ganhadores tivemos o uso da Inteligência Artificial aplicada ao estudo de proteínas, ou o papel chave dos microRNAs na regulação gênica, temas estes que estiveram presentes em nosso evento. Porém o desafio acho é conseguir fazer uma discussão mais integrada com outras áreas. Por exemplo, o Prêmio Nobel de Economia deste ano, explica as razões por trás da desigualdade entre as nações e porque algumas prosperaram mais do que outras ao adotaram um modelo de estrutura social mais inclusivo. Acho que precisamos considerar vários saberes para avançarmos”, concluiu.
No encerramento, foram entregues os prêmios “Pirajá da Silva”, concedido ao autor(a) do melhor trabalho apresentado durante as sessões orais do evento; “José Pellegrino” e “Amaury Coutinho”, entregue para o autor(a) da melhor tese de doutorado, para o autor(a) da melhor dissertação de mestrado ambos em esquistossomose, respectivamente. Também tivemos o lançamento do Prêmio “Rodrigo Corrêa-Oliveira” concedido ao apresentador do melhor Poster.
Clique aqui para conferir a matéria da cerimônia de abertura do simpósio.













































Seminário marca encerramento da segunda turma da PGPCT

A Fiocruz Bahia realizou o II Seminário do Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional, no dia 01 de novembro, no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia), marcando o fim das atividades acadêmicas da segunda turma da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PgPCT). O evento teve cerca de 70 participantes, entre estudantes, professores e pesquisadores das quatro instituições envolvidas no acordo de cooperação técnica com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
O objetivo do seminário foi difundir o conhecimento por meio da apresentação de trabalhos que estão sendo desenvolvidos nos cursos da Fiocruz Bahia, do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA), da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Botucatu), e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI-FIOCRUZ/RJ). A mesa de abertura teve a presença do vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio, representando a diretora Marilda Gonçalves; vice-diretora de Ensino, Claudia Brodskyn; Maria da Conceição Chagas de Almeida, coordenadora da PGPCT; e Julio Siqueira, coordenador-geral de Programas Estratégicos da CAPES.
Conceição Almeida avaliou o seminário de forma positiva. “Tivemos uma participação expressiva dos alunos do curso, assim como de professores, pesquisadores e alunos de outros programas de pós-graduação. Esse ano tivemos um seminário em cada uma das quatro instituições, o nosso foi o último do ano. Pretendemos no próximo ano fazer um evento conjunto”, afirmou.
Julio Siqueira destacou que a iniciativa reflete a dedicação e o compromisso da Fiocruz Bahia em promover avanços significativos na pesquisa clínica e na formação de profissionais altamente capacitados na área de pesquisa translacional. “A CAPES reconhece a importância de iniciativas como essa, que contribuem para o desenvolvimento do conhecimento científico e para a qualificação de profissionais dedicados à saúde pública”, pontuou.
A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, contou que foi muito interessante conhecer os outros programas, verificar os pontos de convergência e especificidades de cada um deles. “Considero interessante especialmente constatar a tendência de crescimento e a elevada qualidade dos trabalhos desenvolvidos, que demonstram o quanto acertada é a estratégia de fomentar a pesquisa entre os profissionais que atuam na assistência”, concluiu.
A programação também contou com a sessão científica intitulada “Ecossistema da Pesquisa Clínica e Possibilidades de Carreira”, ministrada por Eduardo Motti; apresentações dos mestrados profissionais envolvendo pesquisa clínica no Brasil, com participação de especialistas de outras instituições. Houve ainda, apresentação da “Rede de Pesquisa Clínica da Fiocruz”, realizada por André Daher e Marcela Gama; bem como dos projetos dos mestrandos e pós-doutorandos.









Fiocruz Bahia apresenta resultados do estudo multicêntrico com populações indígenas
A Fiocruz Bahia participou do encontro entre o Núcleo de Estudos em Saúde Indígena – Nesi e representações da Secretaria de Saúde Indígena – SESAI, no Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI Bahia, no dia 08 de novembro.
Durante o encontro foram apresentados os resultados do Estudo Multicêntrico de Doenças Infecciosas na População Indígena, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira. O estudo tem como principal objetivo identificar a soroprevalência de doenças como a dengue, zika e chikungunya, além da sífilis e a doença de Chagas. Na oportunidade, também foram distribuídas as cartilhas educativas produzidas pela equipe do projeto.
A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, falou sobre o compromisso da instituição com as comunidades indígenas do estado, ressaltando a importância da continuidade do projeto. “Eu fiquei entusiasmada com os resultados que foram apresentados e com a aderência dos indígenas. Temos perspectiva de ampliar o projeto para outros povos indígenas e de trabalhar na melhoria da saúde desta população”, afirmou.
A coordenadora do projeto, Isadora Siqueira, falou sobre a parceria e os planos para o próximo ano. “Após a finalização da primeira etapa do projeto, que ocorreu nos territórios indígenas dos povos Pataxós, Tupinambás, Kiriri e Kaimbé, estamos apresentando nossos resultados ao DSEI- BA, que foi um grande parceiro em todas as etapas do projeto. Aproveitamos a oportunidade de reforçar a parceria com o DSEI-BA para as atividades do projeto no próximo ano”, disse.
Para o coordenador do DSEI Bahia, Cacique Flávio Kaimbé, essa foi uma oportunidade de unir esforços em prol da saúde dos povos indígenas. “Esperamos continuar com essa parceria, atendendo outras comunidades, garantindo um trabalho seguro e eficiente. Os povos indígenas da Bahia precisam desse trabalho que a Fiocruz presta com tanta eficiência e qualidade”, disse.
Távila Guimarães, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena, também falou sobre a relevância do projeto e a importância da apresentação dos dados coletados pela iniciativa. “Esses dados irão nos ajudar a qualificar o processo de atenção à saúde que é realizado junto à comunidade indígena nos territórios da Bahia. Esses dados nos ajudam a repensar e planejar as nossas ações futuras em territórios indígenas”, destacou.
O estudo contou com um corpo de pesquisadores da Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Universidade Federal Grande Dourados (UFGD). Para o desenvolvimento do NESI, a unidade tem o apoio do Distrito Sanitário Indígena da Bahia (DSEI-BA) e do Mato Grosso do Sul (DSEI-MS).







PGPCT divulga resultado das solicitações dos recursos e lista final das inscrições homologadas

A Coordenação da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT) torna público o resultado das solicitações dos recursos contra a homologação das inscrições para participação no processo seletivo referente a Chamada Pública 2025, para seleção de discentes do Mestrado Profissional.
Divulga também a lista final das inscrições homologadas, após a análise dos recursos, para participação no processo seletivo.
Estudo compara desempenho diagnóstico de lipídios de diferentes cepas de M. tuberculosis

Um estudo avaliou o uso de lipídios apolares em testes de ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay), um tipo de exame laboratorial, para ajudar no diagnóstico da tuberculose. O trabalho teve a participação dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, Sérgio Arruda e Adriano Queiroz, e foi publicado no periódico Diagnostic Microbiology and Infectious Disease.
Os pesquisadores usaram lipídios apolares extraídos de duas cepas da bactéria Mycobacterium tuberculosis, uma normal (selvagem) e outra modificada geneticamente (knockout), para testar se essas substâncias poderiam ser usadas para identificar a doença. Eles analisaram amostras de sangue de 45 pacientes com tuberculose, bem como de pessoas saudáveis com resultados positivos e negativos para a doença em outro teste chamado IGRA (Interferon Gamma Release Assay), um teste sorológico que mede a resposta do sistema imunológico à bactéria da tuberculose. Além disso, o estudo avaliou indivíduos com sintomas respiratórios, mas sem a enfermidade.
Os resultados mostraram que os anticorpos IgG contra os lipídios da cepa selvagem conseguiram diferenciar os pacientes com tuberculose dos indivíduos saudáveis positivos no IGRA, mas com uma precisão moderada. Já os lipídios da cepa modificada não apresentaram grandes diferenças entre os grupos. Os pesquisadores destacaram que pessoas com sintomas respiratórios, mas sem tuberculose, tiveram níveis elevados desses anticorpos, o que chamou a atenção. Apesar disso, os lipídios apolares de Mycobacterium tuberculosis, de modo geral, não se mostraram muito eficazes como ferramenta diagnóstica.
No entanto, os resultados sugerem que certos lipídios que faltam na cepa modificada podem ter importância na resposta imunológica em pacientes com a doença. A investigação aponta para a necessidade da realização de mais estudos de triagem de antígenos baseados em classes lipídicas que possam identificar alvos promissores para o desenvolvimento de um novo teste de diagnóstico de tuberculose baseado em ELISA.
Seminário Novembro Negro abordará reflexões e ações para a igualdade racial
O Seminário Novembro Negro: Reflexões e Ações para a Igualdade Racial será realizado no dia 29 de novembro, das 9h às 17h, no auditório Sonia Andrade, na Fiocruz Bahia. O evento, que integra as celebrações do Novembro Negro, é organizado pelo Núcleo Pró-equidade e Gênero e Raça da Fiocruz Bahia, em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-Bahia).
As inscrições podem ser realizadas através do link e contará com certificado com carga horária de 8h. O evento também terá transmissão online pelo Canal no Youtube da Fiocruz Bahia.

Emergência de casos de Chikungunya em Salvador não foi imediatamente reconhecida, aponta estudo
Pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo com o objetivo de determinar a intensidade da transmissão do vírus Chikungunya, em Salvador (BA), no período de novembro de 2014 a abril de 2016, quando ocorria simultaneamente um surto do vírus Zika no país. Os resultados da pesquisa estão descritos no artigo Unrecognized Emergence of Chikungunya Virus during a Zika Virus Outbreak in Salvador, Brazil, publicado pelo periódico científico Plos Neglected Tropical Diseases, no dia 23 de janeiro.
Dentre os autores do artigo estão os pesquisadores da Fiocruz Bahia estão os pesquisadores da Fiocruz Bahia Guilherme Ribeiro, Uriel Kitron, Laura Tauro e Mitermayer Reis e os estudantes de doutorado Mariana Kikuti, Igor Paploski e Monaise Silva e de mestrado Perla Santana. O trabalho foi realizado em parceria com as Secretarias de Saúde de Salvador e do Estado da Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Emory University (EUA).
O Chikungunya é um arbovírus transmitido por mosquitos do gênero Aedes aegypti, cuja manifestação clínica é similar à de outras arboviroses, como a dengue. De acordo com o artigo, os primeiros casos do vírus Chikungunya no Brasil foram detectados em 2014, em Feira de Santana (BA), cidade a 100 km da capital baiana, onde houve um surto significativo da doença. Posteriormente, apesar de muitos casos terem sido notificados em Salvador, a intensa circulação do vírus Chikungunya na cidade não foi imediatamente identificada, em contraste com os surtos do Zika.
A pesquisa – Resultados indicaram que, devido à atenção direcionada ao surto do vírus Zika e suas complicações, as autoridades de saúde pública e os profissionais não reconheceram imediatamente o aumento do número de casos do Chikungunya.
Para chegar à essa conclusão, foi obtido o registro de todos os testes laboratoriais para o vírus Chikungunya realizados no setor público, verificando-se a frequência de testes positivos por semana epidemiológica. Dos 2.736 testes laboratoriais, aproximadamente 17% foram positivos. As análises mostraram que houve um aumento na taxa de testes positivos a partir de janeiro de 2015 e o maior pico de confirmações foi em agosto (68%), após o surto da doença exantemática, que é atribuída ao vírus Zika.
De acordo com os pesquisadores, é importante que profissionais de saúde e gestores de regiões do mundo que abrigam o Aedes e que não tenham tido transmissão intensa de Zika e Chikungunya estejam atentos para o co-surgimento potencial desses dois arbovírus.
Confira aqui o artigo na íntegra.
Especialistas sugerem escala de pontuação de sinais clínicos para ajudar no diagnóstico da leishmaniose
Em artigo publicado no periódico “Memórias do Instituto Oswaldo Cruz”, em janeiro de 2017, pesquisadores discutem o desenvolvimento de uma escala de pontos para facilitar o diagnóstico da leishmaniose visceral canina. Intitulada Scoring clinical signs can help diagnose canine visceral leishmaniasis in a highly endemic area in Brazil, a publicação conta com a assinatura dos pesquisadores da Fiocruz Bahia Aldina Maria Prado Barral e Manoel Barral Netto, atual vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz.
A leishmaniose visceral é uma doença causada pela infecção do protozoário Leishmania infantum chagasi, transmitida através da picada do mosquito-palha e disseminada na América Latina. Caracteriza-se por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia. No Brasil, país onde ocorrem 90% dos casos na América Latina, mais de 3.300 pessoas são afetadas todo ano.
A zoonose, a princípio considerada rural, vem se expandindo para o meio urbano. Nas cidades, os cães são os principais reservatórios do parasita e, por essa razão, são considerados a principal fonte de infecção. Contudo, devido a uma limitação de recursos para diagnóstico em áreas endêmicas de leishmaniose visceral, a identificação dos cães infectados é dificultada.
Nesse contexto, em parceria com a Universidade Federal do Piauí, Universidade Federal da Bahia e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, a equipe de especialistas propôs uma escala de pontuação com o potencial de distinguir casos positivos e negativos de infecção da leishmaniose visceral canina, que varia de acordo com sinais clínicos e gravidade das lesões. O trabalho foi desenvolvido com avaliação de 265 cães que apresentaram resultado positivo para leishmaniose visceral no teste diagnóstico ELISA e em testes parasitológicos.
Resultados – Constatou-se que cães infectados tiveram uma maior manifestação da maioria das evidências clínicas, previstos na escala de pontuação, como aumento dos gânglios linfáticos, lesões de focinho e orelha, estado nutricional, mucosa pálida, onicogrifose, lesões cutâneas, hemorragia, despigmentação do focinho, alopecia, blefarite e ceratoconjutivite em relação aos não infectados ou daqueles com erliquiose, que pode ser uma condição confundidora para o diagnóstico de LVC no Brasil.
Concluiu-se que a pontuação baseada nas evidências clínicas pode auxiliar veterinários a identificar de forma mais precisa cães infectados em áreas endêmicas, que contam com recursos limitados para o diagnóstico.
Clique aqui para acessar o artigo na íntegra.
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