A palestra “Disfunção vascular na subnutrição: papel terapêutico da Taurina e do TUDCA” será ministrada por Ana Paula Couto Davel, professora livre docente do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). A atividade será realizada no dia 26 de setembro, às 15 horas, no auditório do LASP, na Fiocruz Bahia.
Na ocasião, haverá a roda de conversa “Mulheres na Ciência: avanços e desafios”, mediada por Darizy Vasconcelos, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento é gratuito e não necessita inscrição.
A Fiocruz Bahia recebeu a visita da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da Fundação Oswaldo Cruz, no dia 16/09. O encontro teve como principal objetivo discutir assuntos referentes ao desenvolvimento de pesquisas na instituição. A equipe, liderada pela Vice-Presidente, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, foi recebida pela Diretora da unidade, Marilda Gonçalves, pelo Vice-Diretor de Pesquisa, Ricardo Riccio e pela Vice-Diretora de Ensino, Cláudia Brodskyn.
A programação teve início pela manhã com uma reunião entre os servidores em atividade de pesquisa. Em seguida, a equipe se reuniu com os coordenadores de projetos apoiados pela VPPCB. Durante a tarde, a programação se estendeu à toda a comunidade interna, abordando questões referentes à gestão, plataformas, programas de iniciação científica, dentre outros temas.
A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves deu as boas-vindas à equipe e falou sobre a importância de receber o apoio da Vice-Presidência de Pesquisa, proporcionando um diálogo ainda mais próximo com pesquisadores e demais servidores de diferentes áreas de atuação. “Essa visita é um passo importante para o fortalecimento das áreas finalísticas da Fiocruz Bahia, tendo em vista a nossa produtividade e desempenho na captação de recursos para o desenvolvimento de projetos importantes em Saúde Pública e para áreas estratégicas do SUS”, pontuou.
Para a Vice-Presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, a visita representa uma oportunidade de unir esforços em prol da melhoria dos serviços e estudos realizados na Fundação Oswaldo Cruz, a partir de uma aproximação entre as unidades. “É juntos que vamos conseguir avançar na pesquisa e atender a um conjunto de desafios super complexos. A cooperação de cada pessoa na atividade de pesquisa é fundamental para que possamos aprimorar todos os nossos processos, fazendo entregas importantes para a sociedade”, ponderou.
O último dia da programação foi realizado na terça-feira, 17/09, com reunião no Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs / Fiocruz Bahia).
O Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça do Instituto Gonçalo Moniz (IGM) tornam público o edital para seleção de bolsistas de Iniciação Científica – Ações Afirmativas IGM/FIOCRUZ – 2024/2025. As inscrições estão abertas até 07/10/2024.
O Projeto Institucional de Iniciação Científica – Ações Afirmativas concederá bolsas com duração de 12 meses, podendo se candidatar estudantes de graduação que se autodeclaram negros e negras ou indígenas, regularmente matriculados em instituições de ensino superior (pública ou privada) localizadas no estado da Bahia.
No dia 24 de setembro, será realizado o Seminário sobre cooperação internacional entre Brasil e Japão: Avanços na detecção de patógenos e estratégias de Saúde Pública, na Fiocruz Bahia, a partir das 09 horas. Aberto ao público e sem necessidade de inscrição, o evento será transmitido pelo canal do YouTube.
Um estudo concluiu que a vacina viva atenuada contra a chikungunya, VLA1553, é segura e induziu títulos soroprotetores em adolescentes em áreas endêmicas. O ensaio clínico, realizado em 10 centros do Brasil, foi conduzido pelo Instituto Butantan, que licenciou a vacina fabricada pelo laboratório europeu Valneva para produção e distribuição na América Latina. O trabalho teve a participação do pesquisador da Fiocruz Bahia, Edson Duarte, e os resultados foram publicados na Lancet Infectious Diseases.
Esse foi o primeiro estudo da vacina VLA1553 a incluir adolescentes e indivíduos soropositivos para chikungunya numa área endêmica. O imunizante foi recentemente licenciado nos EUA para indivíduos com 18 anos ou mais e a pesquisa estende essa faixa de adultos a adolescentes. Para o ensaio, os especialistas acompanharam 754 adolescentes saudáveis, entre fevereiro de 2022 e março de 2023, após 28 dias da vacinação por via intramuscular em dose única. Destes, 502 receberam a vacina e 252 placebo. Quase todos os participantes que receberam o imunizante tiveram resposta imunológica alta e sustentada contra o vírus.
Resultados
Em participantes que não tinham sido expostos ao vírus da chikungunya antes de receber o imunizante, a VLA1553 induziu proteção em 98,8%. Já nos adolescentes que tiveram infecção por chikungunya anteriormente, a taxa de soroproteção inicial de 96,2% aumentou para 100% após a vacinação.
A ocorrência de eventos adversos foi menor em participantes que já tiveram chikungunya em comparação com os que eram soronegativos no início do estudo. Mais de 90% dos eventos foram de intensidade leve ou moderada, como dor de cabeça, dor no corpo, fadiga e febre. Quatro eventos adversos graves foram relatados, três no grupo que recebeu a vacina e um no grupo placebo, sendo um deles possivelmente relacionado à vacina, que foi febre alta.
Entre 20 eventos adversos de interesse especial, que são de sintomas sugerindo doença semelhante à chikungunya, 15 foram relatados no grupo que recebeu a vacina e um no grupo placebo, com sintomas graves relatados em quatro participantes, como febre, dor de cabeça ou dores nas articulações.
O estudo fornece dados tranquilizadores de segurança e tolerabilidade para uso em populações com exposição à chikungunya e infecção, mas ainda é necessário um conjunto maior de dados nesse grupo. Os pesquisadores avaliam que para ampliar o conhecimento quanto à segurança e à capacidade de a vacina gerar proteção, adultos com condições médicas e crianças devem ser as próximas populações do estudo a ser investigadas.
A coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) do Instituto Gonçalo Moniz (IGM) e o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça do Instituto Gonçalo Moniz (IGM) informam à sua comunidade científica e acadêmica o resultado dos projetos aprovados na Chamada Interna – Indicação de projetos para bolsas de Iniciação Científica – Ações Afirmativas IGM/FIOCRUZ – 2024/2025 do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC).
O seminário ‘Formas de enfrentamento à desinformação em ciência e saúde’ será realizado no dia 18 de setembro, quarta-feira, às 14 horas, no auditório da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O encontro, gratuito e sem necessidade de inscrição, é promovido pela Fiocruz Bahia em parceria com o Sindicato APUB, o Instituto de Ciência da Informação e o Laboratório de Tecnologias Informacionais e Inclusão Sociodigital.
As apresentações serão ministradas pelas professoras Thaiane Oliveira, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Janine Bargas, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), e Bárbara Coelho, do Instituto de Ciência da Informação da UFBA, mediadas por Antonio Brotas, coordenador da Gestão de Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia.
O evento integra a terceira fase do projeto Bora Checar, que, de 17 a 19 de setembro, além do seminário, promove uma série de encontros presenciais com 120 estudantes do ensino médio de escolas dos municípios de Salvador, Cachoeira e Catu. A iniciativa tem o objetivo de estimular o desenvolvimento de competências informacionais e midiáticas de jovens estudantes de escolas públicas do estado da Bahia.
O projeto, que tem apoio do Consulado dos EUA, teve início em abril deste ano e já realizou duas rodadas de oficinas presenciais e dois encontros síncronos com as escolas contempladas, com mediadores especializados.
Nos dias 17 a 19 de setembro, o projeto “Bora Checar”, realizado pela Fiocruz Bahia, vai promover uma série de encontros presenciais com 120 estudantes do ensino médio de escolas dos municípios de Salvador, Cachoeira e Catu. A iniciativa tem o objetivo de estimular o desenvolvimento de competências informacionais e midiáticas de jovens estudantes de escolas públicas do estado da Bahia.
Serão desenvolvidas atividades que proporcionem aos estudantes, de forma prática, o conhecimento para que possam compreender, detectar e enfrentar a desinformação sobre saúde, ciência e meio ambiente, como as falsas narrativas que tentam descredibilizar a eficácia da vacina como uma tecnologia fundamental para a manutenção da saúde pública.
Este é o terceiro e último ciclo de oficinas, que contam com a presença de Thaiane Oliveira, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF); Janine Bargas, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); e Lucas Milhomens Fonseca, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Bora Checar
O projeto, apoiado pelo Consulado dos EUA, teve início em abril deste ano e realizou duas rodas de oficinas presenciais e dois encontros síncronos com as escolas contempladas, com mediadores especializados. Durante as ações, foram abordados temas como modelos de produção, divulgação e circulação de informação nas redes sociais, desinformação sobre ciência, saúde e ambiente nas redes sociais, como lidar com a desinformação, checagem de conteúdos criados pela Inteligência Artificial, ferramentas para coleta de dados nas redes sociais e análise de dados de mídia social.
A primeira oficina teve o objetivo de desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas à educação midiática, a partir da criação de produtos de comunicação. Já a segunda, visou orientar os participantes em como contextualizar as informações que lhes chegam através das mídias digitais, para transformá-las em conhecimento significativo, fortalecendo sua resiliência contra a desinformação.
Nesta terça-feira, 10/09, a Fiocruz Bahia recebeu a visita de estudantes da rede pública estadual para uma tarde de atividades voltadas para a memória e a história da instituição. O evento, realizado através do Projeto Memória Institucional do IGM, contou com a participação de alunos e professores do Colégio Estadual Cosme de Farias, do Colégio Estadual Raul Sá, do Colégio Estadual Pinto de Aguiar e do Colégio Estadual Pedro Paulo Marques e Marques.
Durante o evento, os estudantes puderam conhecer as instalações da Fiocruz Bahia, passando por setores como a Plataforma de Citometria de Fluxo, Plataforma de Microscopia Eletrônica e Serviço de Histotecnologia. Em seguida, os visitantes conferiram a Exposição Fotográfica Memória da Fiocruz Bahia, guiada pelo historiador Adroaldo Belens e pela arquivista Leide Mota. Os profissionais integram a equipe da ação que reúne registros fotográficos preservados desde a década de 1940, antes mesmo do marco fundacional do IGM, em 1957.
A principal atividade da programação foi a roda de conversa ‘Memória no contexto escolar’, ministrada pelas professoras do Instituto de Ciência da Informação, da Universidade Federal da Bahia (ICI/UFBA), Gleise Brandão e Maria Teresa Matos. A atividade foi iniciada pelo coordenador do projeto e assessor de comunicação da Fiocruz Bahia, Antonio Brotas, que falou sobre a importância de desenvolver atividades que aproximem a sociedade da comunidade científica. Em seguida, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves deu as boas vindas aos estudantes e professores e falou sobre a necessidade de despertar a curiosidade e o interesse pela ciência ainda na fase escolar. “Estou muito feliz em ver esse auditório repleto de meninos e meninas. Espero que daqui saiam futuros cientistas. Todos vocês podem ser o que quiserem”, afirmou.
Durante a roda de conversa, os participantes puderam interagir com temáticas como a importância da construção da memória, arquivos e documentos históricos. Também foram realizados jogos e dinâmicas com distribuição de brindes e materiais informativos.
Para a professora Daniele Anjos, orientadora do clube de Ciência Exploradores Científicos do Colégio Estadual Pinto de Aguiar, a participação dos alunos é de extrema importância para inserção deles no mundo científico no ensino básico. “A Fiocruz está de parabéns por abrir as portas para receber estudantes do ensino básico”, afirmou.
A estudante Pamela Inácio, que também participou das atividades, elogiou a programação. “Tiveram todos os cuidados possíveis com os alunos, demonstraram que são apaixonados pelo que fazem, tiveram o prazer de estar lá nos ensinando”, expressou.
Para o professor Valdemir Batista essa foi uma importante oportunidade para os estudantes em formação e, principalmente, para os aqueles interessados em ciência, saúde pública e inovação tecnológica. “ Durante a visita, foi possível conhecer laboratórios de ponta, projetos inovadores e interagir com profissionais altamente qualificados que trabalham em questões cruciais para o bem-estar da sociedade. Além disso, foi possível observar o avanço do conhecimento científico e a formação de novos pesquisadores, sendo um espaço de aprendizado e inspiração para estudantes, cientistas e gestores da saúde”, pontuou.
Luis Davi Silva, estudante do 3º ano do ensino médio, falou sobre a oportunidade de conhecer um pouco mais do trabalho desenvolvido na unidade da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia e seus colaboradores. “A visita nos proporcionou uma oportunidade valiosa para conhecer a história dos pesquisadores que contribuíram para o que a Fiocruz representa hoje”, ressaltou.
Para a estudante Gabrielle Santos, o evento foi uma oportunidade para ver na prática alguns dos temas discutidos em sala de aula. “Conhecer de perto coisas que nos ajudam no dia a dia foi incrível. Aprendemos como os exames são feitos, quais máquinas são usadas e percebemos como fazer ciência é caro. Também tivemos uma palestra com as professoras, que ampliaram nossa compreensão sobre o que é um arquivo e para que serve. Achei a visita muito importante, pois, na biologia, estudamos a célula e o DNA, e ver tudo isso de perto foi muito interessante”, disse.
Para a professora Ivana Patrícia a visita foi uma oportunidade de vivenciar o que é a ciência e perceber que todos somos capazes de produzi-la. “A equipe multidisciplinar foi carinhosa e atenciosa. Os alunos ficaram muito felizes”, afirmou.
Formulação com elevada eficácia terapêutica com uso de compostos derivados cumarínicos, para o tratamento da asma e DPOC, por meio do uso da brailina inalatória.
Pesquisadora responsável: Milena Botelho Pereira Soares Laboratório: LETI – Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia
Trypanosoma cruzi, a causa da doença de Chagas, mostra significativa variabilidade genética. Este estudo padroniza a genotipagem usando primers marcados e eletroforese capilar, melhorando a precisão e a confiabilidade na identificação de várias linhagens de T. cruzi.
Pesquisador responsável: Gilmar José da Silva Ribeiro Junior Laboratório: LPBM – Laboratório de Patologia e Biologia Molecular
Novo kit de ELISA direto que utiliza proteína recombinante comparando com o desempenho do EIE-LVC no protocolo de diagnóstico da leishmaniose visceral no Brasil.
Pesquisadora responsável: Deborah Bittencourt Mothé Fraga Laboratório: LAIPHE – Laboratório de Interação Parasito-hospedeiro e Epidemiologia
Formulação tópica inovadora, contendo compostos inibidores encapsulado em nano ou microformulações para o tratamento tópico da leishmaniose tegumentar.
Pesquisadora responsável: Patrícia Sampaio Tavares Veras Laboratório: LAIPHE – Laboratório de Interação Parasito-hospedeiro e Epidemiologia
Desenvolvimento de plataforma integrada com análise aprimorada de dados, modelagem computacional e tecnologia tridimensional de culturas de células para identificar possíveis candidatos a reposicionamento de medicamento para terapias oncológicas.
Pesquisadora responsável: Clarissa Araújo Gurgel Rocha Laboratório: LPBM – Laboratório de Patologia e Biologia Molecular
Desenvolvimento de uma formulação considerada o primeiro fármaco administrado via tópica a ser utilizado no tratamento da leishmaniose tegumentar e psoríase.
Pesquisadora responsável: Milena Botelho Pereira Soares Laboratório: LETI – Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia
Desenvolvimento de um modelo murino xenográfico humanizado derivado de células-tronco hematopoiéticas, para reproduzir o microambiente imune humano para estudo com TNBC.
Pesquisadora responsável: Karine Araújo Damasceno Laboratório: LISD – Laboratório de Investigação em Saúde Global e Doenças
Desenvolvimento de uma plataforma do sistema CRISPR-Cas9 para edição gênica, a fim de desativar e/ou remover o provírus do HTLV-1 e seus efeitos indutores proliferativos e tumorigênicos.
Pesquisador responsável: Antonio Ricardo Khouri Cunha Laboratório: MeSP2 – Medicina e Saúde Pública de Precisão
Trata-se de um sistema computacional que automatiza a identificação e classificação de lesões em lâmina histológicas de biópsias e autópsias e auxilia o patologista na formulação diagnóstica e emissão do laudo. O sistema opera também buscas semântica de lesões de aspectos e semelhantes, possibilitando rapidez na seleção de casos para pesquisa ensino e outros fins acadêmicos.
Pesquisador responsável: Washington Luis Conrado dos Santos Laboratório: LAPEM – Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular
O Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em ampla associação com a Fiocruz Bahia, torna público o processo seletivo 2025 (semestres 2025.1 e 2025.2) para o doutorado e mestrado acadêmicos. As inscrições vão de 01 a 27 de outubro de 2024.
As condições e critérios que regulamentam o processo seletivo estão especificados nos editais abaixo:
A Fiocruz Bahia participou de um mutirão de ecocardiograma e eletrocardiograma realizado em Feira de Santana entre os dias 24 e 27 de agosto, pela Santa Casa de Feira de Santana em parceria com a Edwards Lifescience Foundation e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A ação contemplou mais de 1400 pessoas entre crianças e adultos para o diagnóstico de miocardiopatias e problemas congênitos, além de encaminhamentos diversos para tratamento cardiológico.
O pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos contou que a participação no mutirão ocorreu por meio do Projeto Oxente Chagas Bahia, que recebeu o convite para contribuir com o suporte diagnóstico para a doença de Chagas. “Atuamos na realização de testes sorológicos em indivíduos que apresentavam alterações eletrocardiográficas ou ecocardiográficas sugestivas de Chagas, colaborando com a identificação de casos suspeitos e confirmando o diagnóstico da doença em um ambiente de alta demanda e acesso limitado a exames especializados”, pontuou Santos.
Para ele, a realização de mutirões como esse é importante para a saúde pública, principalmente em áreas onde o acesso a exames especializados, como o ecocardiograma, pode ser limitado. “Esses eventos possibilitam a identificação precoce de alterações cardíacas, que são muitas vezes subdiagnosticadas, especialmente em doenças negligenciadas como a doença de Chagas. A detecção precoce permite uma intervenção mais eficaz, ajudando a evitar complicações graves e melhorando a qualidade de vida dos indivíduos afetados”.
Além disso, Santos acredita que ações como essa têm um impacto significativo ao aumentar a conscientização sobre a doença e promover a integração entre diagnóstico e tratamento, contribuindo para a redução da morbidade e mortalidade na população. “A participação do Oxente Chagas foi de extrema relevância para o sucesso do mutirão”, finalizou.
Entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro a Fiocruz Bahia participou do XVI Festival de Cultura Japonesa de Salvador e XXXI Bon Odori, no Parque de Exposições. O evento, realizado pela Associação Cultural Nippo Brasileira de Salvador (Anisa) e Ministério da Cultura, reuniu milhares de pessoas para celebrar as tradições japonesas. A Fiocruz Bahia recebeu cerca de 8.000 visitantes no estande de aproximadamente noventa metros quadrados.
Diversas atividades de divulgação científica foram realizadas com o público, como jogo de verdadeiro ou falso do projeto contra a desinformação – Bora Checar, óculos de realidade virtual, simulações de experimentos, exposições e materiais sobre diversas doenças e projetos apresentados por pesquisadores e estudantes dos programas de pós-graduação e iniciação científica da Fiocruz Bahia, além de pintura artística na pele, espaço kids e fotos com o Zé Gotinha, que fez sucesso entre crianças, jovens e adultos.
Para a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, o festival tem uma importância grande, porque difunde a cultura japonesa, mas também dá a oportunidade de trabalhar divulgação científica e a popularização da ciência. “O público-alvo é bastante heterogêneo e nós aproveitamos essa oportunidade para expor o que nós estamos fazendo de ciência, de uma maneira lúdica, mais popular, e que possa atingir a população. Agradecemos à coordenação do evento pela oportunidade. Essa parceria já ocorre há vários anos é importantíssima, principalmente devido aos momentos que nós vivemos com a pandemia da Covid-19 e também com todas essas doenças e agravos que tem ocorrido à população”, declarou.
Rita de Cassia Acioli Barbosa relatou que foi a primeira vez que participou do festival e que gostou da programação. “Achei ótimo. Não só para os adultos, como para as crianças, terem contato com equipamentos, com esse mundo da ciência, do laboratório, achei fantástico”. Barbosa estava com seu filho Thiago Acioli, de dez anos, que também compartilhou a alegria em conhecer mais sobre ciência e saúde. “Adorei, pois são várias experiências para olhar e aprender mais. Eu gostei muito”, reforçou.
Visitação de estudantes da rede pública
No primeiro dia participaram do evento cerca de 1000 estudantes de escolas públicas estaduais e municipais. Fernando Lima, diretor do Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos, no Bairro da Paz, em Salvador, disse que a importância da participação dos estudantes no festival é a possibilidade de alinhar o conhecimento teórico em sala de aula ao conhecimento extra sala de aula.
As estudantes Maiara Santana dos Santos, 18 anos, e Amanda Ferreira, de 17, estavam no grupo da escola do Bairro da Paz. Maiara acredita que o Bon Odori seja importante pela relevância da cultura para as pessoas e pelo fato de trazer elementos da ciência. Ela participa de projetos de iniciação científica e de meninas na ciência, no Senai Cimatec, e de um projeto para tratar a água do próprio bairro para uso dos moradores. Amanda foi ao festival pela terceira vez, a estudante participa de um projeto que se chama Metaverso, de iniciação científica júnior, também no Senai Cimatec. “É uma experiência maravilhosa, porque eu sou do tipo de pessoa que gosta tanto do mundo das artes, quanto do mundo da ciência. Então é um mundo amplo que eu posso explorar à vontade”.
Ana Paula Nunes, coordenadora pedagógica das escolas Santa Luzia e Várzea do Santo Antônio, em Camaçari, ressaltou a importância da atividade para as crianças das escolas rurais. “A gente percebe o brilho deles e eles estão encantados com todos os estandes que nós estamos passando. Aqui, onde várias pessoas estão apresentando suas pesquisas, que são dados interessantes para essas crianças, é o primeiro contato deles com uma instituição como a Fiocruz. Essas crianças são o futuro do nosso país, esse tipo de contato ajuda a colocar sonhos, imagens e desejos na cabeça dessas crianças”, concluiu Nunes.
O maestro e professor de música da Escola Ambiental, em Camaçari, Fred Dantas, destacou a importância da presença da Fiocruz no Bon Odori. “A universidade e a pesquisa têm que ir aonde o povo está. Eu acabo de ver ali num microscópio as células alteradas de um tumor, várias crianças não têm essa oportunidade”. Dantas falou sobre a relevância da Fiocruz para contrapor com as campanhas anti vacinação e anti profilaxia. “A Fiocruz está no oposto disso, trazendo a vacina, trazendo a prevenção”, observou.
A estudante de 12 anos, Mariana Nascimento, relatou sua experiência no estande da Fundação. “Foi muito legal, usei óculos de realidade virtual e vi um dinossauro enorme, ele quase cai em cima de mim. Também fui na pintura, a gente passou por vários lugares aqui, vimos uns bichos que pareciam que eram de verdade, só que não eram. Mas foi muito divertido”, finalizou.
Estudante: Joyce Karoline da Silva Orientação: Antônio Ricardo Khouri Cunha Título da dissertação: Análise global do perfil de transcriptoma imune de indivíduos com infecção por arbovírus (CHIKUNGUNYA, DENGUE, ZIKA) Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental Data de defesa: 09/09/2024 Horário: 09h00 Local:Sala Virtual do Zoom ID da reunião: 859 8800 9332 Senha: defesa
Resumo
As infecções pelos vírus da Chikungunya (CHIKV), Dengue (DENV) e Zika (ZIKV) têm a apresentação clínica semelhantes, o que dificulta o diagnóstico clínico presuntivo e laboratorial diferencial durante a fase aguda da doença. Entretanto, a evolução clínica e o risco de complicações diferenciam-se sobremaneira entre os arbovírus ao longo da infecção. A febre Chikungunya apresenta morbidade e tendência a produzir quadro crônico de artralgia e artrite. A Dengue pode causar quadros hemorrágicos potencialmente letais. A infecção pelo Zika é associada ao desenvolvimento de lesões neurológicas em crianças e adultos, como a Síndrome Congênita do Zika e a Síndrome de Guillain-Barré. Com isto este projeto busca revelar alvos terapêuticos e biomarcadores para diagnóstico através de assinaturas gênicas, pela de conjunto de genes, rede gênica e genes hubs. Este estudo analisou as respostas imunológicas nas infecções agudas por CHIKV, DENV e ZIKV usando RNA-Seq de células mononucleares de sangue periférico (PBMC) de indivíduos naturalmente infectados. Aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal da Bahia, foram coletadas amostras de sangue e urina para confirmação de infecção por RT-qPCR. Foram recrutados 37 indivíduos com CHIKV, 8 com DENV, 14 com ZIKV e 6 controles saudáveis. O RNA das PBMCs foi sequenciado na plataforma NextSeq 500 da Illumina. Foi realizada uma análise de expressão diferencial com ferramentas de bioinformática e definido como genes diferencialmente expressos (DEGs) segundo os critérios de pajustado < 0,05 e fold change ≥ 2 ou ≤ -2. Com isso foi feito o enriquecimento biológico foi realizado e a análise de co-expressão gênica. Os resultados mostraram respostas específicas para cada vírus: CHIKV apresentou proliferação celular regulada por citocinas, DENV mostrou regulação do ciclo celular, e ZIKV destacou sinalização de quimiocinas. Biomarcadores potenciais identificados incluem ARG1 e ANGPTL4 para CHIKV, HIST1H2BJ para DENV e MIR6775 para ZIKV. A co-expressão gênica revelou módulos distintos associados a respostas imunológicas e metabólicas específicas para cada vírus. Todos os arbovírus apresentaram módulos relacionados à tradução de proteínas e atividade ribossomal, com genes centrais específicos para cada infecção. Este estudo fornece uma compreensão detalhada das respostas imunológicas nas infecções por CHIKV, DENV e ZIKV, identificando biomarcadores e alvos terapêuticos potenciais, essenciais para o desenvolvimento de estratégias diagnósticas e terapêuticas.