Alterações histopatológicas em cães com leishmaniose são descritas em dissertação

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AUTORA: Munford, Nanci D.
ORIENTADOR: FREITAS, Luiz Antonio Rodrigues de.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Alterações histopatológicas em cães com leishmaniose visceral naturalmente infectados do município de Jequié-Ba (Brasil).
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Experimental – Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz.
DATA DE DEFESA: 03/08/2016

 

RESUMO

 

Leishmaniose visceral é uma zoonose grave que acomete uma gama de animais. O cão é considerado o principal reservatório urbano da Leishmania infanum/chagasi e pode ser clinicamente assintomático ou sintomático na infecção. Poucos estudos abordam os aspectos clínicos e histopatológicos na leishmaniose visceral, sobretudo estudos sistemáticos, que fazem descrição detalhada dos achados de histopatologia e façam a correlação desses aspectos na doença. A hipótese da pesquisa é que cães naturalmente infectados com L. infantum/chagasi apresentam alterações histopatológicas distintas que se relacionam com as manifestações clínicas, tendo significados diagnóstico e prognóstico. O objetivo do trabalho foi descrever sistematicamente as alterações histopatológicas encontradas nos diversos órgãos de cães com leishmaniose visceral, naturalmente infectados, e com diferentes manifestações clínicas, correlacionando-as. Para este estudo foram coletados amostras e dados provenientes de 58 cães do município de Jequié-Ba, área endêmica para leishmaniose. Os cães foram submetidos a exame clínico e coleta de material para PCR, ELISA e cultura, além de fragmentos de fígado, baço, linfonodo, pele, intestino, rins e pulmões. Os animais foram classificados em assintomáticos, quando apresentaram até dois sinais, e sintomáticos, quando exibiram mais de dois sinais. Cães com positividade simultânea nos três testes tiveram cortes dos tecidos submetidos a procedimento imunoistoquímico para avaliação da carga parasitária em linfonodo, baço e fígado. Lâminas dos fragmentos obtidos foram avaliadas sob microscopia óptica para análise das alterações. Ao todo, nove animais foram classificados como assintomáticos e 49 sintomáticos. Os 58 cães da pesquisa foram positivos em pelo menos um dos testes realizados para diagnóstico da infecção: PCR (n=91,38%), ELISA (n= 84,48%) ou cultura esplênica (n= 34,48%). No fígado, a linfocitose intrassinusoidal moderada se mostrou mais frequente no grupo dos sintomáticos (p=0,008). Nos demais parâmetros hepáticos, os grupos não obtiveram diferenças estatisticamente significantes. No baço, linfonodo, intestino, pele, rins e pulmões, as alterações se comportaram de forma semelhante entre as manifestações clínicas. A maior carga parasitária foi encontrada no baço. Com exceção da linfocitose intrassinusoidal, as alterações histopatológicas não mostraram diferenças entre as manifestações clínicas.

Palavras chave: Leishmaniose visceral canina, manifestação clínica, histopatologia, órgãos.

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