Rede de Vigilância Genômica da Tuberculose promove webinar

Webinar “Sim! Podemos Acabar com a Tuberculose: Por que Investir em Genômica no Brasil”, que está sendo realizado como parte das ações globais do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, vai acontecer no dia 31 de março, às 11h, pelo canal do YouTube da Fiocruz Bahia. O evento é gratuito e emitirá certificado mediante inscrição.

Este curso destina-se prioritariamente aos profissionais de saúde e gestores envolvidos na vigilância, diagnóstico e tratamento da tuberculose, em especial da doença resistente aos fármacos utilizados no tratamento, além de pesquisadores e estudantes de pós-graduação envolvidos com o tema. Outros grupos de interesse incluem empresas e organizações da sociedade civil com foco em tuberculose e a comunidade acadêmica da área da saúde atuando em doenças infecciosas.

O webinar vai discutir o tratamento da tuberculose, a necessidade de vigilância da resistência aos fármacos, em particular aqueles que recentemente passaram a compor as opções para o tratamento da tuberculose multirresistente, e a oportunidade de implementar o sequenciamento completo do genoma (WGS) como ferramenta para nos ajudar com o manejo da doença. O evento apresenta a Rede de Vigilância Genômica da Tuberculose (REVIGET) e suas ações em andamento para a capacitação em WGS de tuberculose da rede de LACENs das regiões Norte e Nordeste: Amazonas, Bahia, Ceará e Pará.

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Pesquisa estima que Brasil não alcançará as metas da OMS para controle da tuberculose até 2030

Pesquisadores identificaram os principais preditores da incidência da tuberculose no Brasil, analisando os registros da doença no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2023, e realizaram projeções para o período de 2024 a 2030. Os resultados sugerem que as políticas públicas atuais, embora valiosas, não estão sendo suficientes para reduzir a carga da tuberculose, de acordo com o plano de eliminação da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

O trabalho, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, foi publicado no The Lancet Regional Health – Americas, com o objetivo de avaliar possíveis impactos de intervenções estratégicas de saúde pública para redução da incidência da doença no país. Em 2023, a incidência da tuberculose no Brasil foi de 39,8 casos por 100.000 habitantes, muito acima da meta da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 6,7 casos por 100.000. O estudo prevê que a incidência da doença no Brasil até 2030 será ainda maior: 42,1 por 100.000 pessoas por ano. 

A pesquisa identificou como principais preditores o encarceramento e a comorbidade da tuberculose com HIV e diabetes mellitus, além de coberturas de terapia diretamente observada (DOT), contato e a conclusão de tratamento preventivo (TPT). Os desafios apontados para atingir as metas globais de eliminação da doença foram o acesso limitado à saúde, a não adesão ao tratamento, o impacto da pandemia da Covid-19 e a limitação de recursos para ações inovadoras no controle da doença na última década.

Os especialistas avaliaram que, caso houvesse aumento da cobertura de DOT, de adesão ao TPT e da investigação de contato, combinado com esforços para reduzir casos de tuberculose entre populações vulneráveis, a incidência poderia ser reduzida a 18,5 casos por 100.000, embora ainda seja um número acima das metas da OMS. Com essas intervenções, foram observadas reduções de 25,1% na incidência projetada até 2025 e 56,1% até 2030, destacando o potencial de estratégias integradas. 

O artigo também ressaltou a necessidade de aprimorar os programas de controle da tuberculose em ambientes prisionais, por meio da melhoria da triagem, acesso ao TPT e conclusão do tratamento, bem como melhor cogestão de casos de coinfecção com HIV e diabetes, com aumento de testes e início do tratamento, para redução significativa das taxas nacionais de incidência da enfermidade. 

Os dados utilizados no estudo foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-TB), no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (Site-TB) e no Sistema de Informação para Notificação das Pessoas em Tratamento de ILTB (IL-TB).

Por Júlia Lins.

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Rede de Vigilância Genômica da Tuberculose realizou capacitação na Bahia

A Fiocruz Bahia realizou o I Workshop da Rede de Vigilância Genômica da Tuberculose (REVIGET), no dia 02 de dezembro. A iniciativa tem como objetivo a capacitação para a vigilância genômica da tuberculose nas regiões Norte e Nordeste, desde a condução de experimentos laboratoriais e de bioinformática em sequenciamento completo do genoma, com foco nos Laboratórios Centrais (LACENs) dos estados do Amazonas, Bahia, Ceará e Pará.

A edição local do REVIGET contou com a participação da coordenadora geral do projeto, Karla Valéria de Batista Lima; com a diretora do LACEN Bahia, Arabela Leal e Silva de Mello; o representante da Diretoria de Vigilância Epidemiológica e do Comitê Baiano para o Controle da Tuberculose, Francisco Santana; com a representante da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Andrea Salvador; a médica pneumologista do serviço técnico especializado do Ministério da Saúde, Eliana Matos, e a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves. Foram 80 inscritos, entre estudantes e docentes de pós-graduação, profissionais de saúde do estado e do município de Salvador, além de servidores das plataformas institucionais de vigilância molecular e de sequenciamento.

A coordenadora local do evento e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, explica que a capacitação permitirá um avanço nas ações de vigilância e manejo dos pacientes com resistência aos fármacos, bem como o monitoramento, em especial das mutações que produzirem resistência aos novos fármacos utilizados para a redução do tempo de tratamento da tuberculose droga-resistente. 

“Com isso, esperamos que seja possível agilizar a adoção do esquema de fármacos mais adequado às necessidades desses pacientes, com redução do tempo de tratamento, da transmissão, do número de mortes e do custo com o controle da tuberculose, conduzindo aos objetivos da Agenda 2030 que estabelece como meta a redução da incidência para até 10 casos por 100 mil habitantes”, declarou.

A pesquisadora destacou ainda que o treinamento específico das equipes dos LACENs iniciou agora e continua por um ano, ao final do qual está previsto que os laboratórios adquiram independência para a realização do sequenciamento e para a análise de dados. “Para a equipe, o workshop foi um grande sucesso, com vários retornos positivos e o amplo apoio dos gestores estaduais e municipais”, avaliou Bessa.

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Estudo compara desempenho diagnóstico de lipídios de diferentes cepas de M. tuberculosis

Um estudo avaliou o uso de lipídios apolares em testes de ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay), um tipo de exame laboratorial, para ajudar no diagnóstico da tuberculose. O trabalho teve a participação dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, Sérgio Arruda e Adriano Queiroz, e foi publicado no periódico Diagnostic Microbiology and Infectious Disease.

Os pesquisadores usaram lipídios apolares extraídos de duas cepas da bactéria Mycobacterium tuberculosis, uma normal (selvagem) e outra modificada geneticamente (knockout), para testar se essas substâncias poderiam ser usadas para identificar a doença. Eles analisaram amostras de sangue de 45 pacientes com tuberculose, bem como de pessoas saudáveis com resultados positivos e negativos para a doença em outro teste chamado IGRA (Interferon Gamma Release Assay), um teste sorológico que mede a resposta do sistema imunológico à bactéria da tuberculose. Além disso, o estudo avaliou indivíduos com sintomas respiratórios, mas sem a enfermidade.

Os resultados mostraram que os anticorpos IgG contra os lipídios da cepa selvagem conseguiram diferenciar os pacientes com tuberculose dos indivíduos saudáveis positivos no IGRA, mas com uma precisão moderada. Já os lipídios da cepa modificada não apresentaram grandes diferenças entre os grupos. Os pesquisadores destacaram que pessoas com sintomas respiratórios, mas sem tuberculose, tiveram níveis elevados desses anticorpos, o que chamou a atenção. Apesar disso, os lipídios apolares de Mycobacterium tuberculosis, de modo geral, não se mostraram muito eficazes como ferramenta diagnóstica.

No entanto, os resultados sugerem que certos lipídios que faltam na cepa modificada podem ter importância na resposta imunológica em pacientes com a doença. A investigação aponta para a necessidade da realização de mais estudos de triagem de antígenos baseados em classes lipídicas que possam identificar alvos promissores para o desenvolvimento de um novo teste de diagnóstico de tuberculose baseado em ELISA.

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Confira o especial da Fiocruz na campanha contra a tuberculose

Em 2017, a Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciou o segundo ano da campanha global Unidos para Acabar com a Tuberculose (United to End TB, em inglês), uma das dez maiores causas de morte em todo o mundo, com 10 milhões de novos casos notificados por ano, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. Nos últimos anos, a preocupação com esses números elevados fez com que a OMS redefinisse a classificação de países prioritários para o período de 2016 a 2020. Três são as listas prioritárias, definidas segundo os critérios epidemiológicos: carga de tuberculose; tuberculose multidrogarresistente; e coinfecção TB/HIV. O Brasil, que ainda permanece entre os 20 países que apresentam mais casos da doença, encontra-se em duas dessas listas, ocupando a 20ª posição na classificação de carga da doença e a 19ª quanto à coinfecção TB/HIV.

O último relatório do Ministério da Saúde, divulgado em 2016, aponta que no Brasil, apesar do número de casos ter sido reduzido em cerca de 20% nos últimos 10 anos (passando de 38,7 casos/100 mil habitantes em 2006 para 30,9 casos/100 mil habitantes em 2015), ainda são notificados aproximadamente 70 mil casos novos de tuberculose e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da doença. Diante desses números preocupantes, o Brasil ainda precisa de mais ações de combate à doença para auxiliar a meta da OMS, que é reduzir, no mundo, o número absoluto de mortes por tuberculose em 35% e de contágios em 20% até 2020, com relação aos números de 2015. O objetivo para 2030 é diminuir em 90% a quantidade de mortos por tuberculose e em 80% os infectados.

Castelo Mourisco, em Manguinhos, está iluminado com a cor vermelha, para marcar a semana de combate à tuberculose (Foto: Peter ilicciev – CCS)

A luta contra a doença na Fiocruz não é recente. No último ano, a Fundação participou da campanha Unidos para Acabar com a Tuberculose da OMS e, em 2017, na semana do Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24/3), o Castelo Mourisco estará iluminado novamente para marcar a necessidade de refletir sobre formas de prevenção contra a doença. A cor vermelha, associada à Luta Contra a Tuberculose, remonta a uma decisão da International Union Against Tuberculosis and Lung Diseases (The Union), que padronizou a representação gráfica da cruz dupla em vermelho com fundo amarelo, utilizada desde 1920.

A atual campanha da OMS tem como foco ações para o combater o estigma, a discriminação, a marginalização e as barreiras de acesso aos tratamentos contra a doença. Somada a essa luta, em 2017, a Fundação também está apoiando a campanha Mais alto que a Tuberculose (Louder than TB, em inglês) da Aliança Global de Desenvolvimento de Drogas para Tuberculose – Aliança TB (Global Alliance for TB Drug Development – TB Alliance, em inglês), organização internacional sem fins lucrativos com sede em Nova York. Desde 2010, a Fundação é uma das instituições-membro da Aliança TB, que busca curas mais eficientes, rápidas e acessíveis para a doença. A campanha apoiada reúne as principais organizações dos setores público e privado e da mídia para aumentar o conhecimento sobre a tuberculose e melhorar a conscientização global sobre a doença e dos custos de ignorá-la. Confira o último relatório anual da Aliança TB.

“Não podemos falar de Aids sem mencionar tuberculose”: a frase faz parte da campanha ‘Mais alto que a tuberculose’ da Aliança TB em 2017

Desde 2015, como resposta a necessidade de combate à doença, a Fiocruz criou o Programa Integrado de Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento Tecnológico em Tuberculose e Outras Micobacterioses (Fio-TB) na instituição. A iniciativa visa manter uma ampla rede para o combate à doença. O Fio-TB prevê atuação da Fiocruz em todas as frentes de combate à doença: prevenção, diagnóstico, tratamento, formação de recursos humanos e mobilização social. Na área de diagnóstico, a meta do Programa é ousada: obter autonomia nacional para diagnósticos de tuberculose ativa e latente. Para prevenção, são realizados estudos epidemiológicos e modelagem sobre os determinantes sociais e ambientais da doença, e na formação de recursos, há previsão de novos cursos de pós-graduação lato e stricto senso.

Neste especial, durante a semana do Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24/3), a Agência Fiocruz de Notícias irá divulgar os principais estudos e as ações que têm sido realizados pela Fundação na luta contra a tuberculose. Ao lado, o leitor encontra novidades sobre o tema, indicações de livros da Editora Fiocruz, programas do Canal Saúde, vídeos da VídeoSaúde Distribuidora da Fiocruz, links úteis, além de informações básicas sobre a doença, como sintomas, tratamento e prevenção, no glossário da AFN. A tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Clique aqui e confira o especial da Agência Fiocruz de Notícias.

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Mobilização pelo Dia Mundial da Tuberculose começa dia 20 de março

“Unidos para o Fim da Tuberculose” é o slogan do Dia Mundial da Tuberculose (24 de março), este ano. Em torno desta data, ações de mobilização, que acontecem de 20 a 30 de março, em Salvador, estão sendo coordenadas pela Fiocruz Bahia. Além de palestras e mesas redondas, diversas atividades serão realizadas nos bairros da cidade. Os interessados em participar das ações devem doar de 1 kg de alimento não perecível ou 1 lata de leite em pó, na ocasião do evento. Os alimentos arrecadados serão encaminhados ao Hospital Especializado Octávio Mangabeira (HEOM) e às Obras Sociais Irmã Dulce, pelo Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (CEDAP), e repassados aos pacientes com tuberculose e/ou as famílias afetadas pela doença.

A abertura da Mobilização foi realizada hoje (20/3), no HEOM, com um ato interreligioso, apresentação do coral do Lacen e uma mesa de debate que contemplou o tema Nova estratégia pós-2015: é possível o fim da tuberculose na Bahia?, ministrada pelo Dep. Antônio Brito (Frente Parlamentar para o Enfretamento da Tuberculose) e Waldemar Santos Filho/ Ubiraci Matildes (Coordenador de Equidade em Saúde da SESAB).

As ações do programa estão sendo realizadas em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia e o Comitê Baiano para o Controle da Tuberculose, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, Hospitais Irmã Dulce, São Rafael e Octávio Mangabeira; Fundação José Silveira, Universidade Federal da Bahia, Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização, Escola Estadual de Saúde Pública e o Fórum Parlamentar Contra a Tuberculose.

A tuberculose – Embora 43 milhões de vidas tenham sido salvas, no mundo, por meio de diagnóstico e tratamento efetivo entre 2006 e 2015, epidemiologicamente falando, a tuberculose está entre as doenças infecciosas que mais mata no Brasil. A Bahia ocupa o 3º lugar com maior carga da doença no país. No estado, anualmente, são diagnosticados mais de 4.500 de casos novos de tuberculose, destes, apenas 61,8% são curados e o abandono de tratamento chega a 6,1%.

Destaca-se, no entanto, que mais de 400 mortes pela doença ocorram no estado a cada ano, atingindo principalmente as populações em situação de vulnerabilidade social, entre elas, as pessoas residentes nas áreas mais pobres dos municípios, e especialmente as pessoas em situação de rua, os negros, os indígenas, as pessoas vivendo com HIV/Aids, os quilombolas e as pessoas privadas de liberdade.

Clique na imagem e confira a programação das palestras e debates:

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Fiocruz Bahia mobiliza instituições para o Dia Mundial de Combate à Tuberculose

TB-2016A Fiocruz Bahia está coordenando ações para a mobilização em torno do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, em conjunto com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e o Comitê Baiano para o Controle da Tuberculose. Uma série de atividades estão previstas para os dias 28 e 30 de março de 2016. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os hospitais Irmã Dulce e Octávio Mangabeira, a Fundação José Silveira, a Escola de Enfermagem e o Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia, e a Universidade Católica do Salvador também são parceiras.

No dia 28 de março, será realizada, às 14h no, auditório da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), uma mesa de debate, para discutir os gargalos atuais no controle da tuberculose nos níveis nacional, estadual e municipal. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas no local, a partir de 13h.

No dia 30 de março acontecerá o seminário de atualização “Tuberculose: o que há de novo?”. O evento, que será realizado às 14h, no auditório do Instituto de Saúde Coletiva, abordará temas como: tuberculose e diabetes, tuberculose pediátrica, tuberculose multirresistente e uso de tecnologias da informação como ferramentas auxiliares no controle da tuberculose. As Inscrições são gratuitas e podem ser realizadas no local, a partir de 13h.

Confira aqui a programação completa.

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