PLOS Current Outbreaks destaca epidemiologia do vírus Chikungunya na Bahia

O periódico PLOS Current Outbreaks publicou, no último dia 2 de fevereiro, artigo sobre a epidemiologia do vírus Chikungunya na Bahia, nos anos de 2014 e 2015. Entre os autores, estão o pesquisador da Fiocruz Bahia, Luiz Carlos Júnior Alcântara; Oliver Pybus, Nuno Rodrigues Faria e José Lourenço, da Universidade de Oxford e Maricélia Maia de Lima e Erenilde Marques de Cerqueira, da Universidade Estadual de Feira de Santana.

Chikungunya é um arbovírus emergente, caracterizado em quatro linhagens. Um deles, o genótipo asiático, espalhou-se rapidamente nas Américas após a sua introdução na ilha Saint Martin, em outubro de 2013. Inesperadamente, uma nova linhagem, o genótipo Centro-Leste-Sul-Africano, foi introduzida a partir de Angola, no final de maio 2014, em Feira de Santana, onde já foram notificados mais de 5,5 mil casos.

O estudo revelou a existência de duas ondas de transmissão do vírus. A primeira, ocorreu em junho de 2014 e cessou em dezembro do mesmo ano. A segunda onda começou em janeiro de 2015 e atingiu o pico no mês de maio, oito meses após o primeiro pico da onda. Desta vez, a doença manifestou-se juntamente com os vírus da Dengue e Zika.

PLoS Currents é um grupo de revistas científicas publicadas pela Public Library of Science. Os artigos submetidos são revisados por “moderadores”, que compõem um grupo seleto de pesquisadores para atuar com peer-review. Os artigos são de acesso público e indexados nas plataformas PubMed e Scopus. 

Clique aqui para acessar o artigo publicado em fevereiro de 2016.

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Estudo de coorte sobre leptospirose urbana é publicado no PLOS Neglected Tropical Diseases

coortePesquisadores da Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia, Escola Nacional de Saúde Pública, Yale University e Lancaster University divulgaram, na edição de 15 de janeiro da PLOS Neglected Tropical Diseases, os resultados de uma análise de quatro anos sobre os determinantes espaço-temporais da leptospirose urbana. O estudo, realizado em favelas brasileiras, tem como título Spatiotemporal Determinants of Urban Leptospirosis Transmission: Four-Year Prospective Cohort Study of Slum Residents in Brazil.

De acordo com o artigo, foi realizado um estudo prospectivo com 2,3 mil moradores de favelas localizadas em Salvador, durante os anos de 2003 a 2007. Para tanto, foi usada uma abordagem de modelagem espaço-temporal para delinear a dinâmica de transmissão da leptospirose. Foram realizadas, anualmente, entrevistas domiciliares e pesquisas de sistema de informação geográfica com o objetivo de avaliar as exposições a riscos e fontes de transmissão ambientais.

Fatores de risco – Ainda segundo os autores, o risco de infecção por leptospirose em favelas urbanas é determinado em grande parte pelas características estruturais, sociais e ambientais. “Através destas análises, verificou-se que a transmissão da Leptospiraem favelas urbanas ocorre devido à interação da pobreza, geografia e clima”, afirmam. “Nossa análise de dados prospectiva de longo prazo confirma estudos anteriores que identificaram fatores de risco socioeconômico e ambiental”, concluem.

A seguir, a relação dos autores do trabalho: José E. Hagan, Paula Moraga, Federico Costa, Nicolas Capian, Guilherme S. Ribeiro, Elsio A. Wunder Jr., Ridalva D. M. Felzemburgh, Renato B. Reis, Nivison Nery, Francisco S. Santana, Deborah Fraga, Balbino L. dos Santos, Andréia C. Santos, Adriano Queiroz, Wagner Tassinari, Marilia S. Carvalho, Mitermayer G. Reis, Peter J. Diggle, Albert I. Ko.

Clique aqui para acessar o artigo.

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Artigo sobre escolha e rejeição da especialidade médica é publicado na PloSOne

Plos one

Artigo sobre escolha e rejeição da especialidade médica, sob a orientação do pesquisador Manoel Barral Netto, da Fiocruz Bahia, foi publicado na edição de julho do periódico online PLoS ONE. Intitulado “Medical Specialty Choice and Related Factors of Brazilian Medical Students and Recent Doctors”, o trabalho aborda fatores relacionados à essa opção o que pode orientar a elaboração de estratégias que estimulem o interesse por determinadas especialidades de acordo com as necessidades do sistema de saúde do Brasil.

Além do orientador, os autores do artigo são Ligia Correia Lima de Souza, Gabriela Garcia, Ediele Brandão e Vitor Mendonça, oriundos, respectivamente, da Faculdade de Medicina e Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Fundação Técnico Educacional Souza Marques, do Rio de Janeiro, e Pós-graduação em Patologia da Fiocruz Bahia.
De acordo com Barral Netto, a linha de pensamento que guiou o estudo procurou entender o raciocínio dos futuros médicos. “Uma pergunta frequente ao estudante de medicina desde o primeiro dia do curso é: Qual especialidade seguir? O que realmente os motiva para uma escolha ou outra?”, indagou. Segundo ele, escolher uma especialidade médica é um momento importante, complexo, sendo o processo não compreendido em sua totalidade.

O pesquisador ressaltou que a investigação pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias de intervenção, ou seja, programas informativos e atividades extracurriculares, de acordo com as necessidades do sistema de saúde brasileiro, em que o déficit de profissionais e a distribuição desta força de trabalho são assuntos recorrentes quando se trata de assistência médica.

MÉTODO – O estudo foi realizado nas cidades de Salvador e Rio de Janeiro, no ano de 2012, tendo sido investigados os fatores relacionados à intenção de escolha e de rejeição de especialidades médicas, bem como o momento em que essas decisões foram feitas. Para tanto, foram entrevistados 1.223 estudantes de medicina, que estavam cursando os dois últimos anos da faculdade, e médicos que iriam fazer concurso de residência no ano de 2013, pertencentes a quarenta escolas médicas brasileiras.

Foram aplicados questionários padronizados que investigavam os dados demográficos do participante, as experiências extracurriculares, os possíveis fatores que poderiam influenciar a escolha da especialidade, as especialidades provavelmente mais escolhidas, o momento da primeira escolha e as mais rejeitadas, dentre outros.

Os resultados demonstraram que a intenção da escolha de especialidades médicas ocorre, principalmente, no período final na faculdade de medicina, e, a rejeição, acontece nos primeiros anos de vida universitária. “O aluno, conforme o tempo vai passando na Escola de Medicina, vai definindo coisas que ele não quer fazer. A escolha do que ele vai fazer é mais tardia. Então, isso é muito importante. Ele usa a estratégia da eliminação”, disse Manoel Barral Netto.

O pesquisador explica que, se o Ministério da Saúde achar que precisa aumentar a atenção básica, é salutar um esforço de elaboração de atividades relacionadas a esta área nos primeiros semestres das grades curriculares dos cursos de medicina como, por exemplo, aumentando a exposição do aluno à especialidade, ofertando professores com melhor didática e remuneração mais adequada a estes profissionais. “Os quesitos importantes para uma tomada de decisão são construídos nos primeiros anos do estudante na universidade. Se ele notar que ele vai ter o controle do tempo para uma vida normal, não vai ficar escravo do trabalho”, frisou.

FATORES DE INFLUÊNCIA – Além disso, o pesquisador da Fiocruz Bahia explica que diferentes grupos de especialidades têm distintos fatores de influência. “Por incrível que pareça, a questão da remuneração é um dado que não apareceu muito e nossas conclusões se baseiam numa interpretação que possui um viés cultural”, apontou. “Deduzimos que, por causa dos nossos costumes judaico-cristãos, poucos irão admitir em um questionário de pesquisa que está fazendo uma determinada especialidade por causa das altas remunerações que ela proporciona”.

Além do fator “razão financeira”, o “papel de mentor” foi um resultado muito forte na pesquisa. Ou seja, a exposição de figuras importantes na vida universitária do aluno, como bons professores e exemplos de médicos bem sucedidos podem inspirá-los a seguir uma determinada especialidade. Outras questões que chamaram a atenção foram os índices “controle do tempo pessoal e “autonomia”. Manoel Barral Netto explica que existem algumas especialidades que, mesmo pagando bem, não são muito atrativas, como as ligadas à emergência, ginecologia e obstetrícia e pediatria, dentre outras, onde o médico é exigido com mais frequência, acarretando em inúmeras restrições em sua vida pessoal e familiar.

Ainda de acordo com o estudo, um fator de robusta correlação com a intenção de especialidade foram as experiências extracurriculares dos estudantes de medicina, sendo assim estratégias como aumento de pesquisas, ligas acadêmicas e estágios com ênfase na especialidade de necessidade para o sistema de saúde uma potencial estratégia para a atração de profissionais.
Por exemplo, os participantes que escolhem especialidades com o estilo de vida controlável, avaliam como fatores mais importantes tempo pessoal, razão financeira e autonomia. Já os profissionais que escolhem especialidades de atenção primária avaliam como importante para a escolha compromisso social, experiências durante o internato e atribuem pouco valor a motivo financeiro e tempo pessoal. “Estes fatores são compatíveis com uma maior orientação idealista e a uma menor preocupação por status”, afirmam os autores do artigo.

Para eles, o que falta mesmo no Brasil, principalmente, nas cidades do interior, são os médicos voltados para uma atenção mais primária, ou seja, uma atenção básica para não sobrecarregar o restante do sistema porque os problemas pequenos não foram resolvidos em tempo. De acordo com eles, sabendo isso, é possível para as autoridades intervir de alguma maneira. “Esperamos que nossa pesquisa permita que haja algum tipo de estímulo para as áreas que precisam ser mais expandidas no Brasil”, concluem.

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Trabalho sobre Leishmania é publicado na revista PlosOne

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O trabalho “Encapsulation of Living Leishmania Promastigotes in Artificial Lipid Vacuoles” publicado na revista PlosOne, mostra pela primeira vez a encapsulação de promastigotas vivas de Leishmania em vesículas artificiais. Foi demonstrado que os parasitas podem sobreviver por dias, sendo possível ajustar a composição da vesícula, pH e temperatura. O Estudo, desenvolvido em um parceria entre o Laboratório de Patologia e Biointervenção (Fiocruz Bahia) e o Centre Interdisciplinaire de Nanoscience de Marseille (CINaM-Aix Marseille Université) abre perspectivas para o desenvolvimento de um modelo de vacúolo ex vivo para o estudo da amastigogênese e compreensão da influência do parasita no desenvolvimento do vacúolo parasitóforo.

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