Especial Fiocruz sobre Febre Amarela

O aumento do número de casos de febre amarela em 2017 despertou a atenção das autoridades em Saúde do país. Combatida por Oswaldo Cruz no início do século 20 e erradicada dos grandes centros urbanos desde 1942, a doença voltou a assustar os brasileiros, com a proliferação de casos de febre amarela silvestre nos últimos meses. Até quarta-feira (5/4), são 1.987 casos suspeitos de febre amarela silvestre notificados. Desses, 450 continuam em investigação, 586 foram confirmados e 951 descartados. Do total, 282 evoluíram para óbito, sendo 190 confirmados, 49 em investigação e 43 descartados. Os últimos casos de febre amarela urbana ocorreram em 1942, no Acre.

A vacinação de rotina para febre amarela é ofertada em 19 estados (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) com recomendação para imunização. Vale destacar que na Bahia, Piauí, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a vacinação não ocorre em todos os municípios. Além das áreas com recomendação, neste momento, também está sendo vacinada, de forma escalonada, a população do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Todas as pessoas que vivem nesses locais devem tomar uma dose da vacina ao longo da vida.

Foto: Bernardo Portella / Arca Fiocruz
Desde o início deste ano, o Ministério da Saúde tem enviado doses extras da vacina contra a febre amarela aos estados que estão registrando casos suspeitos da doença, além de outros localizados na divisa com áreas que tenham notificado casos. No total, 21,6 milhões de doses extras foram enviadas para cinco estados: Minas Gerais (7,5 milhões), São Paulo (4,78 milhões), Espírito Santo (3,65 milhões), Rio de Janeiro (3,8 milhão) e Bahia (1,9 milhão). Além disso, foram distribuídas, desde janeiro deste ano, 4,1 milhões doses da vacina de rotina para todas as unidades da federação.

Além disso, foram distribuídas, desde janeiro deste ano, 3 milhões doses da vacina de rotina para todas as unidades da federação. Outras 324 mil doses foram enviadas para intensificar ações nos estados do Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul, Piauí, Pará, Paraíba e DF.

Diante da gravidade do quadro, profissionais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) das mais diversas especialidades estão mobilizados e atuantes na prevenção e no combate à febre amarela. A principal arma contra a doença continua sendo a vacinação, prevista no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e oferecida em postos do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta área, destaca-se a atuação do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), reconhecido internacionalmente como fabricante da vacina antiamarílica.

Outra preocupação do Ministério da Saúde e da Fiocruz é a disseminação de informação de qualidade em saúde, para evitar o sensacionalismo e a propagação de boatos, tão comuns em épocas de crise. Com essa missão, a Agência Fiocruz de Notícias (AFN) reúne neste especial as principais reportagens produzidas pela Fundação, esclarecendo dúvidas da população e orientando a imprensa no tratamento dos casos. As ações da AFN também estão articuladas com iniciativas nas redes sociais oficiais da Fiocruz, sobretudo em relação à imunização.

Clique aqui e confira os destaques da Fundação sobre o tema.

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10/04/2017 Saúde orienta sobre dose única da vacina da febre amarela

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Secretaria Municipal de Saúde divulga orientações sobre notificação de febre amarela

Febre AmarelaA Secretaria Municipal de Saúde de Salvador divulgou uma Nota Técnica (DVIS Nº 01/2017), no dia 31 de março, com orientações sobre notificações de febre amarela na cidade. A febre amarela é uma doença de notificação compulsória imediata.

Todo primata não humano de qualquer espécie, encontrado morto (incluindo ossadas) ou doente, em qualquer local da capital baiana, deve ser notificado à Guarda Municipal, através do telefone 3202-5312.

Os casos humanos de suspeita da doença devem ser notificados pelas unidades de saúde, em até 24 horas, aos Distritos Sanitários e CIEVS Salvador e digitados, obrigatoriamente, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), utilizando a ficha de notificação de Febre Amarela.

Em Salvador, até a presente data, não há ocorrência de casos humanos suspeitos de febre amarela. Desde meados de janeiro de 2017, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vem notificando a ocorrência de epizootias em primatas não humanos no município e, até 04 de março, foram notificadas 45 epizootias, distribuídas amplamente pela cidade.

A doença – A febre amarela é uma doença febril aguda, não contagiosa, de curta duração (no máximo 12 dias). As primeiras manifestações são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias) quando pode ocorrer insuficiência hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço.

A doença ocorre nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países da África e é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Os primatas não humanos (PNH) são importantes sentinelas e podem desenvolver a febre amarela de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.

Clique aqui para acessar as orientações para vacinação de febre amarela.

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