Fiocruz Bahia amplia suas atividades no Parque Tecnológico com instalação de novo Centro

assinaturaO diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (SECTI), Manoel Mendonça, assinaram, na última sexta-feira (29/07), um termo de cessão oficializando a entrega do espaço que abrigará uma nova estrutura da Fiocruz Bahia no Parque Tecnológico da Bahia: o Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (CIDACS). Fruto de fortes parcerias científicas entre Fiocruz Bahia, Fiocruz Brasília, UFBA, CIMATEC e a London School of Hygiene and Tropical Medicine (Reino Unido), o Centro vai congregar pesquisa, capacitação e processos de democratização do acesso a dados e conhecimento.

Dentre os objetivos do CIDACS, destaca-se o estudo dos efeitos de políticas sociais na saúde, através da realização de pesquisas e avaliações de programas governamentais. Com a inauguração prevista para início dezembro deste ano, a implantação da nova estrutura, por meio de avançados recursos computacionais e perspectiva multidisciplinar e integrativa, permitirá que grupos de pesquisa que já atuam em epidemiologia, bioinformática, estatística e computação, trabalhem em interação e de forma complementar.

De acordo com Manoel Barral Netto, a Fiocruz Bahia está ampliando a sua área de atuação. “A construção de um espaço geográfico de tratamento de grandes dados no Parque Tecnológico da Bahia aproxima a Fundação de outros parceiros que também trabalham com tratamento de dados para a saúde de uma forma abrangente”, avaliou o diretor.

Manoel Mendonça ressaltou que a Bahia é um estado que já tem tradição de pesquisa, principalmente na área de saúde coletiva. “Nós temos interesse de criar no Parque o que chamamos de área de atrito, que é trazer pesquisadores de várias origens e formações para trabalhar e criar coisas novas para sociedade baiana e brasileira”, frisou.

Produção de dados em saúde – O Centro abrigará projetos como da ‘Coorte de 100 milhões de brasileiros’ e a ‘Plataforma de Vigilância de Longo Prazo para a Zika e Microcefalia no âmbito do SUS’. Outros projetos incluem o desenvolvimento de ferramentas de apoio e análise para atenção básica à saúde, e projetos diversos no campo da biologia computacional e da bio-informática. Os pesquisadores irão dispor de infraestrutura inédita em termos de capacidade de armazenamento, segurança e análise de dados e será permitido que se utilize grandes bases de dados identificados, através de rigoroso sistema de proteção das informações pessoais.

Segundo Maurício Barreto, pesquisador da Fiocruz Bahia, com a produção massiva de dados de pesquisa em saúde, os recursos necessários para produção de conhecimento se ampliaram muito com a utilização de computação de alta velocidade. “A ideia é envolver pesquisadores de diferentes campos em saúde, mas que utilizem grandes bases de dados e que precisem de métodos para integrar e resolver problemas a partir desses dados”, explicou.

Outro importante papel do Centro ocorrerá no campo científico por meio da introdução e operacionalização do conceito de ciência aberta, que busca tornar a pesquisa científica e a divulgação de dados abertos a todos os setores da sociedade, com a lógica de permitir que o conhecimento gerado seja acessível a instituições de ensino e de pesquisa, gestores públicos, profissionais de saúde e a sociedade, em geral.

Seminário – Na ocasião da inauguração, será realizado um seminário comemorativo, envolvendo os pesquisadores do Centro, parceiros e especialistas nacionais e internacionais. A programação será definida em breve.

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Fiocruz vai implantar Núcleo de Computação Científica no Parque Tecnológico da Bahia

Núcleo Parque tecnologicoA Fiocruz vai ampliar suas atividades no Parque Tecnológico da Bahia, com a implantação de um avançado Núcleo de Computação Científica. O novo espaço, cedido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti) e ainda em processo de adaptação, funcionará numa perspectiva multidisciplinar, integrando grupos que já atuam em epidemiologia, bioinformática, estatística e computação. Os pesquisadores irão dispor de uma infraestrutura inédita em temos de capacidade de armazenamento, proteção e análise de dados.

Os pesquisadores do Núcleo irão trabalhar com o recém adquirido cluster da SGI, que será instalado no Cimatec e ligado, por fibra óptica, ao espaço da Fiocruz no Tecnocentro. No contexto da parceria entre a Fiocruz e o Senai/Cimatec, os pesquisadores também poderão acessar o Yemoja, o supercomputador do Cimatec. A estimativa é de que, até o início do mês de junho de 2016, as obras sejam finalizadas, os recursos computacionais instalados e as equipes de pesquisa possam ocupar o espaço em definitivo no local.

“Com o avanço do uso de recursos computacionais de alta performance, as pesquisas, tanto populacionais quanto biológicas, terão maior capacidade em trabalhar com bases de dados que antes não seriam possíveis frente aos recursos razoavelmente limitados”, explicou o pesquisador da Fiocruz Bahia, Maurício Barreto, que coordena o projeto Coorte de 100 Milhões de Brasileiros, uma das atividades âncora do Núcleo.

Segundo ele, o projeto Coorte tem o objetivo de desenvolver e institucionalizar uma plataforma de estudos e avaliações contínuas do efeito de determinantes sociais e o impacto de políticas sociais sobre a saúde, educação, trabalho e relações de gênero e raça na sociedade. “Isto será possível a partir do Cadastro Único, que agrega informações coletadas de todos os candidatos a ingressar no Programa Bolsa Família e outros programas sociais implementados pelo Governo Federal”, explica o pesquisador.
Alta performance – Considerado singular, por exigir grande capacidade computacional para processamento e vinculações de milhões de dados cadastrais, a exemplo do Cadastro Único, óbitos e hospitalizações, o projeto deve “alimentar informações nesse campo e a produção de conhecimentos, que antes não poderiam ser produzidos em função dos limites das amostras utilizadas ou das limitações de processamento, vinculação e análise de dados”, completou Barreto. “A Fiocruz terá autonomia sobre uso desse computador, mas seus cuidados ficam a cargo da Cimatec, um importante parceiro científico neste empreendimento, que no seu Centro de Supercomputação dispõe de qualificação e capacidade para isto”.

Para viabilizar o funcionamento do Núcleo, serão investidos cerca de R$2 milhões com recursos captados em projetos, além dos valores para a compra do cluster SGI UV 3000, pela Fiocruz, com recursos da FINEP CT-Infra. A solução da SGI possui arquitetura otimizada para processamento intensivo de dados em memória. A configuração atual é de 1 terabyte de memória, com 98 núcleos de processamento e capacidade de armazenamento de mais de 50 terabytes. A solução está instalada em um único rack e sua capacidade de processamento pode ser ampliada, sem a necessidade de expansão física, em até 3 vezes.

O Núcleo de Computação Científica será importante para a constituição de uma rede composta por grupos que trabalham com grandes bases de dados e problemas complexos, proporcionando parcerias com UFBA, outras universidades locais, instituições nacionais e internacionais. “Com a iniciativa poderemos integrar informações e conhecimentos de diferentes níveis, na busca de contribuir na superação de dilemas atuais vividos pelas ciências da saúde; as quais, não há dúvida de que estão produzindo novos conhecimentos em uma intensidade nunca vista. Este processo, porém, está se dando de forma fragmentada, dificultando a superação dos complexos problemas de saúde enfrentados pela sociedade humana”, sintetiza Barreto.

Atualmente, a Fiocruz já está presente, no Tecnocentro do Parque Tecnológico, com o projeto Tecnologias para o Sistema Único de Saúde (SUS). O seu principal eixo é o m-ACS, que busca desenvolver soluções tecnológicas, com a utilização de tablets e aplicativos específicos, que atendam às necessidades dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e gerem informações importantes para o gerenciamento do sistema de saúde.

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