Fiocruz Bahia desenvolve ferramenta online para identificar vírus da dengue, zika e chickungunya

RecursosFiocruz Bahia, através do Laboratório de Hematologia, Genética e Biologia Computacional (LHGB), desenvolveu uma ferramenta de bioinformática para tipagem, sorotipagem e genotipagem para os vírus de dengue, zika e chikungunya.

O mecanismo, que foi realizado em parceria com o “Africa Centre”, da Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul, em colaboração com a Universidade de Oxford, na Inglaterra, Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, Centro de Controle de Doenças da Costa Rica e Instituto Evandro Chagas do Pará, no Brasil, já está disponível gratuitamente para toda a comunidade científica.
De acordo com os pesquisadores Luiz Alcântara (Fiocruz Bahia) e Tulio de Oliveira (Africa Centre), coordenadores do projeto, a aplicação foi desenvolvida com o objetivo de dar suporte aos estudos epidemiológicos sobre estes arbovírus que estão circulando no Brasil. O trabalho segue os moldes de outras sete ferramentas previamente publicadas, em 2009, no periódico Nucleic Acid Research, para os vírus HTLV-1, HIV-1, HIV-2, HCV, HBV, HPV e HHV8.

Para acessar a ferramenta, clique aqui.

 

twitterFacebookmail

PLOS Current Outbreaks destaca epidemiologia do vírus Chikungunya na Bahia

O periódico PLOS Current Outbreaks publicou, no último dia 2 de fevereiro, artigo sobre a epidemiologia do vírus Chikungunya na Bahia, nos anos de 2014 e 2015. Entre os autores, estão o pesquisador da Fiocruz Bahia, Luiz Carlos Júnior Alcântara; Oliver Pybus, Nuno Rodrigues Faria e José Lourenço, da Universidade de Oxford e Maricélia Maia de Lima e Erenilde Marques de Cerqueira, da Universidade Estadual de Feira de Santana.

Chikungunya é um arbovírus emergente, caracterizado em quatro linhagens. Um deles, o genótipo asiático, espalhou-se rapidamente nas Américas após a sua introdução na ilha Saint Martin, em outubro de 2013. Inesperadamente, uma nova linhagem, o genótipo Centro-Leste-Sul-Africano, foi introduzida a partir de Angola, no final de maio 2014, em Feira de Santana, onde já foram notificados mais de 5,5 mil casos.

O estudo revelou a existência de duas ondas de transmissão do vírus. A primeira, ocorreu em junho de 2014 e cessou em dezembro do mesmo ano. A segunda onda começou em janeiro de 2015 e atingiu o pico no mês de maio, oito meses após o primeiro pico da onda. Desta vez, a doença manifestou-se juntamente com os vírus da Dengue e Zika.

PLoS Currents é um grupo de revistas científicas publicadas pela Public Library of Science. Os artigos submetidos são revisados por “moderadores”, que compõem um grupo seleto de pesquisadores para atuar com peer-review. Os artigos são de acesso público e indexados nas plataformas PubMed e Scopus. 

Clique aqui para acessar o artigo publicado em fevereiro de 2016.

twitterFacebookmail

Trabalho que descreve os surtos de doença exantemática causado pelos vírus Zika, Chikungunya e Dengue é publicado na revista Emerging Infectious Diseases

12314574_531034527056529_2828105396327623743_o

O artigo Outbreak of Exanthematous Illness Associated with Zika, Chikungunya, and Dengue Viruses, Salvador, Brazil, elaborado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro e Mitermayer Reis, além de Cristiane Cardoso, Igor Paploski, Mariana Kikuti, Moreno Rodrigues, Monaise Silva, Gubio Campos, Silvia Sardi e Uriel Kitron, foi publicado na edição de dezembro da importante revista científica Emerging Infectious Diseases (Vol. 21, Nº 12), publicada pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos. O trabalho descreve os surto de doença exantemática causado pelos vírus Zika, Chikungunya, e dengue em Salvador no ano de 2015.

De acordo com Guilherme Ribeiro, a publicação, que foi conduzida em uma colaboração entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Fiocruz, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e a Emory University, nos Estados Unidos, merece destaque pela relevância do tema no cenário epidemiológico atual, já que tais achados são de interesse tanto para o meio acadêmico, quanto para sociedade em geral. “A equipe de pesquisadores continuam trabalhando com a SMS, dando apoio às ações de vigilância epidemiológica e investigação do surto de SGB e microcefalia”, afirma.

No primeiro semestre de 2015, o aumento do número de casos de pessoas com erupções cutâneas no corpo chamou a atenção de sanitaristas do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Salvador, que, frente à situação, implementaram um sistema de vigilância sentinela nas Unidades de Pronto-Atendimento do município a fim de identificar outros casos semelhantes. De fevereiro a junho, a vigilância epidemiológica identificou 14.835 casos dessa doença de causa até então desconhecida na cidade de Salvador.

SURTO E SINTOMAS – Como resultado da união de esforços intelectuais por parte dos membros das quatro instituições envolvidas na publicação do artigo, foi identificado que a maior ocorrência da doença se deu no mês de maio e que os casos se caracterizavam pela frequente presença de prurido associado às lesões de pele. Além disso, os pesquisadores testaram amostras de 58 dos pacientes com métodos moleculares (RT-PCR) e demonstraram a presença de RNA dos vírus zika em três pacientes, do vírus chikungunya em outros três pacientes e do vírus dengue em mais dois pacientes.

Os resultados da investigação demonstram a dificuldade para distinguir com base nas manifestações clínicas essas três infecções virais e chamam atenção para a circulação simultânea dos três vírus em Salvador. Pela baixa frequência nos casos estudados de febre e artralgia (sintomas tipicamente presentes em casos de dengue e chikungunya) e pela identificação concomitante do vírus zika em pacientes com doença exantemática de vários estados do país, os pesquisadores concluíram que a mais provável causa para o grande surto de doença exantemática em Salvador seja o vírus zika.

Assim como os vírus da dengue e da chikungunya, o vírus zika também é transmitido por mosquitos do gênero Aedes spp.. Até o presente, os surtos causados pelo vírus zika tem ocorrido predominantemente na região Nordeste, mas dada a ampla distribuição do mosquito vetor no país, há um risco real de que outras regiões também venham a sofre com epidemias causadas por este vírus. Até o presente, a Bahia permanece como o estado brasileiro com o maior número de notificações de casos suspeitos de zika e de chikungunya, mas, em função da semelhança clínica entre estas arboviroses (infecções virais transmitidas por insetos), é provável que muitos dos casos notificados no país como sendo casos de dengue sejam na verdade casos de zika ou chikungunya.

MICROCEFALIA – Recentemente, o aumento na região Nordeste de casos de microcefalia, uma malformação congênita em que os recém-nascidos apresentam perímetro cefálico menor do que o normal, tem sido relacionado à infecção de gestantes pelo vírus zika. Da mesma forma, a Síndrome de Guillain-Barré, doença neurológica em que há perda progressiva da força muscular, também é suspeita de ser uma das possíveis complicações associadas à infecção pelo vírus zika. Até julho, somente a Bahia havia notificado 115 casos suspeitos dessa síndrome.

 

twitterFacebookmail