Tese descreve resistência à polimixina em isolados de K. pneumoniae e E. coli

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Autoria: Adson Santos Martins
Orientação: Joice Neves Reis Pedreira
Título da tese: “PREVALÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO DE RESISTÊNCIA A POLIMIXINA B EM ENTEROBACTÉRIAS NA CIDADE DE SALVADOR, BAHIA”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 20/12/2022
Horário: 09h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 812 0818 6594
Senha de acesso: 354609

Resumo

Introdução: Durante a última década, a resistência aos antibióticos de amplo espectro chegou a niveis preocupantes, especialmente em bactérias pertencentes a familia Enterobacteriaceae. O rápido surgimento de novos mecanimsos de resistência aos antibióticos, associado a alta prevalência de enzimas que conferem resistência aos betalactâmicos, como beta-lactamase de espectro estendido (ESBL), Klebsiella pneumoniae carbapenemases (KPC) e Nova Deli metalo-beta-lactamase (NDM), muitas vezes limitam as opções de tratamento a antibióticos de último recurso, como polixinas. Objetivo. Descrever a prevalência de resistência à polimixina em isolados de Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli provenientes de casos de infecção de corrente sanguínea e caracterizar o mecanimso de resistência nestes isolados. Métodos. Estudo prospectivo, conduzido com bactérias isoladas de pacientes com infecção de corrente sanguinea, em dois hospitais terciários de Salvador, Bahia, no período de 01/04/2015 a 28/02/2019. Dados epidemiológicos foram coletados por meio de revisão de prontuários e os isolados bacterianos foram identificados por espectrometria de massa e pelo VITEK-2®. O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi realizado através de automação. Resistência a polimixina foi investigada pelo teste da gota e microdiluição em caldo e os mecanimos de resistência determinados pela reação de polimerase em cadeia para investigar a presença do plasmídio mcr-1, e detecção de genes cromossomais: PhoP/Q, PmrA/B e mgrB. Resultados. Foram avaliados 366 isolados, sendo 168 de Klebsiella pneumoniae e 198 de Escherichia coli. A triagem inicial com o teste da gota, identificou 209 (57,1%) isolados como sensíveis à polimixina, sendo 161 (77,0%) E. coli e 48 (23,0%) K. pneumoniae. Um
total de 81 (22,0%) isolados foram resistentes a polimixina, sendo 22 (27,2%) E. coli e 48 (72,8%) K. pneumoniae. Heteroresistência foi identificada em 76 (20,7%) dos isolados, sendo 15 (19,7%) E. coli e 61 (80,3%) K. pneumoniae. A microdiluição em caldo foi realizada para 199 isolados, sendo 78 E. coli e 121 K. pneumoniae. Sendo confirmada a resistência a polimixina em 40/48 isolados de K. pneumoniae e em 4/22 E. coli. A sensibilidade do teste da gota foi de 100% e a especificidade foi de 76,1%. Dos 44 isolados
resistentes, os genes PhoQ/PhoP foi identificado em 20 (45%), o gene pmrA foi identificado em 30 (68%) dos isolados resistentes, sendo que em 11/30 isolados o gene pmrB também foi detectado. O gene plasmidial mcr-1foi detectado em apenas um isolado de E. coli. O gene mgrB foi encontrado em apenas um isolado de K. pneumoniae. Dentre os isolados sensíveis a polimixina pela microdiluição em caldo, os genes PhoQ/PhoP foi identificado em 19 (36%) e entre aqueles com heteroresistência no teste da gota, 63% tinham alteração nos genes PhoQ/PhoP. Conclusão. A resistência a polimixina é mais frequente em isoaldos de K. pneumoniae e está associada aos genes PhoQ/PhoP. O teste da gota revelou-se uma boa opção para triagem de resistência entre K. pneumoniae e E. coli.


Palavras – chave: Resistência à polimixina; Teste da gota; Escherichia coli. Klebsiella pneumoniae. Polimixinas

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