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AUTORA: Isadora dos Santos Lima
ORIENTADOR: Luiz Antonio Rodrigues de Freitas
TÍTULO DA TESE: Patologia da Leishmaniose Visceral Canina: ênfase no significado da resposta inflamatória granulomatosa no fígado.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana (UFBA /Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 27/09/2017
RESUMO
O fígado está entre os principais órgãos afetados pela leishmaniose visceral canina. Dentre as alterações hepáticas descritas na literatura, destaca-se o granuloma como uma das alterações histopatológicas mais frequentes e de maior importância, uma vez que estudos apontam a relação direta entre aumento na carga parasitária e redução na formação e maturação de granulomas, bem como entre a resolução da infecção e a formação e maturação de granulomas no fígado de camundongos. Neste estudo mostramos que animais com infecção ativa por Leishmania sp. apresentam maior frequência de alterações inflamatórias no fígado. Essas alterações têm correlação, também com a gravidade das manifestações clínicas e com o grau de desorganização da polpa branca do baço, o que reforça seu significado. Além disso, mostramos que existe uma associação entre as alterações inflamatórias e as alterações hematológicas e bioquímicas avaliadas.
Observamos, ainda, uma associação entre a intensidade dessas alterações inflamatórias e a carga parasitária no baço dos animais. Vale ressaltar que, enquanto alterações como inflamação portal e perivascular e presença de granulomas em maior quantidade estão relacionadas com maior carga parasitária, o inverso é verificado em relação à linfocitose intrassinusoidal, formação de agregados intrassinusoidais de células inflamatórias mononucleares e hipertrofia de células de Kupffer, sugerindo uma relação entre essas alterações e uma resposta de controle do parasitismo por parte do hospedeiro. Em relação ao estudo dos granulomas, nossos dados mostram que granulomas pequenos possuem uma maior proporção de células TCD3+, enquanto que granulomas médios têm maior proporção de macrófagos MAC387+. Além disso, animais com baço desorganizado têm granulomas com uma maior proporção de células TCD4+ e macrófagos CD163+.
Mostramos também que granulomas médios expressam mais TNF-α e TGF-β do que granulomas pequenos, e que existe uma correlação positiva entre a quantidade de parasitas no granuloma e a expressão de TNF-α e TGF-β. No que se refere à resposta humoral, mostramos que cães com mais granulomas produzem mais IgA, IgE, IgG total, IgG 1 e IgG 2. Em conjunto, nossos dados sugerem que a leishmaniose visceral canina leva ao surgimento de alterações histológicas no fígado que refletem o quadro clínico do animal.
Palavras chave: leishmaniose visceral, fígado, histopatologia, patologia, inflamação, granulomas, perfil imunológico.