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Autoria: Mariana Araújo Pereira
Orientação: Bruno de Bezerril Andrade
TÃtulo da tese: “Determinantes da relação entre anemia e desfechos clÃnicos desfavoráveis em pessoas com HIV”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa:Â 18/11/2022
Horário: 15h00
Local:Â Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 852 2359 4218
Senha de acesso: defesa
Resumo
INTRODUÇÃO: Pessoas vivendo com HIV (PVHIV) frequentemente apresentam anemia como complicação. A anemia em pacientes com HIV pode ser associada a uma exacerbação do perfil inflamatório, com aumento de citocinas no sangue e progressão da doença mais acelerada. Entretanto pouco se tem relatado sobre o impacto da gravidade da anemia nos desfechos clÃnicos desfavoráveis durante tratamento desses pacientes com antirretrovirais, como tuberculose (TB) incidente, sÃndrome de imunorreconstituição inflamatória (SIRI) e morte. OBJETIVO: Caracterizar o perfil inflamatório de pacientes anêmicos com HIV, bem como identificar as associações entre a presença de anemia e sua gravidade com os desfechos desfavoráveis de tratamento desses pacientes. METODOLOGIA: Esta tese reúne um conjunto de seis manuscritos que visam caracterizar e associar a anemia aos desfechos clÃnicos de PVHIV. Ao todo, foram avaliados dados de 1617 PVHIV. Anemia e sua gravidade foram definidos de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde. Para cada manuscrito foi utilizada uma diferente coorte de PVHIV, e em cada uma delas foram analisados os nÃveis plasmáticos de marcadores inflamatórios, tal como dados clÃnicos, socioeconômicos e laboratoriais. Foram aplicados métodos de estatÃstica descritiva e um conjunto de técnicas multidimensionais, incluindo análises de rede, análises integrativas, regressões logÃsticas e cálculo de grau de perturbação inflamatória (GPI). RESULTADOS: No primeiro estudo, concluÃmos que PVHIV anêmicos têm maior risco de desenvolver TB incidente após o inÃcio do tratamento antirretroviral(TARV)se comparado os não-anêmicos. No segundo, foi constatado que a anemia grave aumenta o risco de SIRI, principalmente por TB, em PVHIV durante o TARV. No terceiro estudo, foi observado que a anemia está associada a uma maior disseminação da TB em PVHIV. Nos três estudos supracitados, anemia moderada/grave são fatores de risco para óbito. O quarto estudo demonstrou que baixos nÃveis de hemoglobina estavam associados a um maior GPI em pacientes com HIV-TB. Em seguida, observamos que pacientes HIV-TB com anemia persistente possuem maior risco de vir a óbito que aqueles não-anêmicos durante o tratamento anti-TB (TAT).Esse último resultado foi reforçado pelo sexto estudo, onde a anemia moderada/grave pré-TAT foi um fator de risco para óbito. CONCLUSÕES: Em conjunto, os manuscritos desta tese adicionam importantes informações quanto à importância da anemia no contexto da coinfecção por HIV-TB. Ao identificar a anemia moderada e grave como fator de risco para TB incidente, SIRI, TB disseminada, perturbação inflamatória e óbito, demonstramos que PVHIV devem ser cuidadosamente monitorados e, se possÃvel, a anemia deve ser cuidadosamente avaliada como um marcador de possÃvel infecção oportunista e pior prognóstico. Nesse contexto, essas informações são úteis no direcionamento de novas abordagens para otimizar o manejo clÃnicos e melhorar a qualidade e expectativa de vida de PVHIV. Palavras-chave: HIV; anemia; inflamação sistêmica; desfecho; tuberculose.

