Tese analisa relação entre sedentarismo e diabetes mellitus no ELSA- Brasil

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Autoria: Keila de Oliveira Diniz
Orientação: Maria da Conceição Chagas de Almeida
Título da tese: “COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO E DIABETES MELLITUS NO ELSA-BRASIL”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 30/05/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

Introdução: O comportamento sedentário (CS) é o tempo gasto sentado, deitado ou reclinado. Estudos sobre esse assunto são relativamente recentes e tem aumentado nas últimas décadas uma vez que esse tipo de  comportamento eleva os riscos de adoecimento. Objetivo: Estimar a prevalência, fatores associados e a relação do comportamento sedentário para a diabetes mellitus no ELSA- Brasil. Método: Estudo transversal com todos os participantes da segunda etapa (2012-2014) do ELSA-Brasil. Foram calculadas proporções para as variáveis categóricas e medidas de tendência central e dispersão para as varáveis contínuas. A prevalência de tempo sentado de tela no lazer foi apresentada com os seus respectivos valor-p e utilizou-se a regressão de Poisson robusta com modelo hierárquico; foram empregados modelo de regressão logística tendo a DM como variável dependente e foram testados potenciais modificadores de efeito (ME) e confundimento. Para avaliação do modelo final foi utilizada a curva ROC e o teste de bondade de ajuste do modelo. Resultado: Foram incluídos no estudo 13.518 indivíduos. Mais da metade dos participantes tinha ensino superior completo, referiu raça/cor branco e tinha situação ocupacional ativa. A frequência de tempo de tela no lazer foi de 21,8% para os homens e 17,7% para as mulheres. A maior prevalência de tempo de tela no lazer foi observada entre os participantes homens e mulheres com até ensino fundamental e ensino médio completo, fumantes, que consomem álcool excessivamente, que tinham diabetes, obesidade e obesidade abdominal. Houve associação positiva em ambos os sexos nas variáveis fumante, obesidade e obesidade abdominal; e somente para as mulheres a idade. A maior prevalência de DM foi observada na faixa etária de 60 anos ou mais, entre aposentados/as, participantes de raça/cor preta, insuficientemente ativos/as, com maior tempo de tela no lazer, com hipertensão e sobrepeso/obesidade. Após ajuste, houve associação a DM com as variáveis tempo de tela no lazer dia de semana; tempo de tela no lazer final de semana; e tempo total de tela no trabalho/lazer dia de semana para os homens. E para as mulheres tempo sentado no final de semana e o tempo de tela no lazer final de semana que teve como modificadora de efeito o sobrepeso/obesidade. Conclusão: Reduzir o tempo de tela no lazer atuando
nos fatores comportamentais e naqueles relacionados a saúde levando em consideração as características sociodemográficas, pode resultar em benefícios importantes para a saúde da população estudada. O tempo de tela no lazer dia de semana, o tempo de tela no final de semana, o tempo total de tela no trabalho/lazer dia de semana e o tempo sentado final de semana apresentou associação estatisticamente significante com a DM. Incentiva-se a inclusão de diretrizes que aprimorem as políticas públicas direcionadas ao controle de DM através de estratégias para diminuir o tempo sedentário em frente a tela e/ou sentado acumulado em atividades laborais e no lazer, além de promover hábitos saudáveis e a prática de atividade física no tempo livre. Essas recomendações poderão impactar na saúde da população e proteger contra os principais fatores de risco para DM.

Palavras-chave: comportamento sedentário; tempo de tela; diabetes mellitus; atividade física; adulto.

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