Tese avalia potencial anti-inflamatório de células estromais mesenquimais geneticamente modificadas para expressar interleucina-10

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Título da Tese:  “AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTI-INFLAMATÓRIO DE CÉLULAS ESTROMAIS MESENQUIMAIS GENETICAMENTE MODIFICADAS PARA EXPRESSAR INTERLEUCINA-10”.

Discente: Diego de Carvalho Carneiro

Orientadora: Milena Botelho Pereira Soares

Coorientadora: Josiane Dantas Viana Barbosa

Titulares:

Dra. Elisalva Teixeira Guimaraes – UNEB

Dra. Natália Machado Tavares IGM/Fiocruz

Dra. Juliana Perrone Bezerra de Menezes Fullam – IGM/Fiocruz (Presidente da Banca)

Suplente:

Dra. Cláudia Ida Brodyskn – IGM/Fiocruz

Data 20/10/2025

Horário: 14:00h

Sala virtual Zoom Educacional 03

ID da reunião: 811 9618 8247

Senha: diego

RESUMO:

Uma resposta inflamatória exacerbada pode levar à sepse, uma condição grave que resulta em disfunção de órgãos e elevada mortalidade hospitalar. Apesar dos avanços no tratamento intensivo da sepse, terapias que modulam a resposta imunológica permanecem limitadas. A interleucina-10 (IL-10) é uma citocina com ação anti-inflamatória central, regulando negativamente a produção de citocinas próinflamatórias. Células-tronco ou células estromais mesenquimais (CTMs) são candidatas promissoras em terapia celular devido a sua baixa imunogenicidade e secreção de mediadores tróficos e imunomoduladores. A modificação genética dessas células para superexpressar IL-10 pode representar uma abordagem inovadora no tratamento da endotoxemia. Objetivo: Avaliar o efeito anti-inflamatório de CTMs geneticamente modificadas para expressar IL-10 (CTM-IL-10) em ensaios in vitro com macrófagos e em modelo experimental in vivo de endotoxemia induzida por lipopolissacarídeo (LPS). Metodologia: As CTMs foram isoladas da medula óssea de camundongos C57Bl/6 e caracterizadas quanto ao fenótipo mesenquimal. As células foram modificadas por transdução lentiviral com vetor pEGIP contendo o gene de IL10 de camundongo. A expressão da citocina foi confirmada por RT-qPCR e ELISA. A atividade anti-inflamatória foi avaliada in vitro em co-culturas com macrófagos estimulados por LPS e IFNγ, analisando-se produção de citocinas e mediadores inflamatórios. Em modelo in vivo, camundongos BALB/c foram submetidos a endotoxemia induzida por LPS e tratados com veículo, dexametasona, CTM ou CTMIL-10. Foram analisadas a taxa de sobrevivência ao choque endotóxico, níveis séricos de citocinas, leucograma, populações celulares inflamatórias por citometria de fluxo e alterações histológicas em órgãos-alvo. Resultados: As CTM-IL-10 mantiveram o perfil mesenquimal e apresentaram expressão elevada de IL-10. Em co-cultura, reduziram de forma significativa a produção de TNF-α, IL-1β, IL-6 e óxido nítrico, com aumento concomitante de IL-10. No modelo de endotoxemia, o grupo tratado com CTM-IL-10 apresentou maior sobrevivência em comparação ao grupo tratado com CTM selvagem ou com dexametasona. Houve uma redução expressiva de citocinas pró-inflamatórias no soro, aumento na contagem de leucócitos no sangue, menor recrutamento de células inflamatórias CD11b⁺ e atenuação de danos ao fígado e pulmões. Conclusão: O estudo demonstrou que CTMs geneticamente modificadas para expressar IL-10 mantiveram fenótipo mesenquimal e apresentaram efeito imunomodulador mais robusto que as CTMs não modificadas, promovendo redução de mediadores pró-inflamatórios séricos e celulares, aumento da sobrevivência em modelo de choque endotóxico e proteção tecidual em órgãos vitais. Esses achados reforçam o potencial translacional da combinação entre terapia celular e gênica por engenharia genética como estratégia promissora para o tratamento da sepse. Contudo, estudos adicionais são necessários para validar segurança, doses ideais e aplicabilidade clínica em humanos.

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