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Estudante: Philipe Faria Santos
Orientação: Maria da Conceição Chagas de Almeida
Título da dissertação: pausa no comportamento sedentário e marcadores cardiometabólicos nos participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde
Data da defesa: 13/06/2025
Horário: 9h
Local: Auditório Sonia Andrade – Fiocruz Bahia
Resumo
O comportamento sedentário (CS) é caracterizado por atividades que são realizadas na posição sentadas, reclinadas ou deitadas, que tenham um gasto energético <1,5 equivalentes metabólicas (METs). O CS é considerado um fator de risco para doenças cardiometabólicas e vasculares. As pausas no comportamento sedentário são mudanças de posição de um estado pouco ativo para uma posição mais ativa, como ficar em pé. Estudos tem demonstrado que as pausas no comportamento sedentário podem influenciar positivamente nas variáveis de saúde cardiometabólicas tendo relação nos níveis glicêmicos e perfil lipídico. OBJETIVO: Avaliar a associação entre as pausas no comportamento sedentário e presença de hipertrigliceridemia (HTG) e resistência à insulina (RI) em participantes do ELSA-Brasil. MÉTODOS: Foi realizado um estudo de corte transversal, com dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto-Brasil (2017-2019), a maior coorte da América Latina. Foram obtidos dados socioeconômicos por entrevista com questionário padronizado. O peso e altura foram mensurados para cálculo do IMC. A variável exposição número de pausas no CS e tempo por pausa foi obtida por meio do acelerômetro ActiGraph wGT3X-BT. A pausa no CS foi definida quando o acelerômetro registrou uma contagem ≥ 100 counts/minuto. O tempo de duração de cada pausa corresponde ao período contínuo em que o acelerômetro registrou contagem ≥100 counts/minuto. Exames laboratoriais, com jejum de 12 horas, foram realizados para dosagem de glicemia, insulina e triglicerídeos. HTG foi definida por dosagens de triglicerídeo sérico≥150 mg/dl. A RI foi definida por HOMA-IR>2,35. Regressão Poisson foi realizada para investigar a associação entre pausa no CS e HTG e RI. Foram realizados modelos independentes para homens e mulheres. RESULTADOS: A prevalência de HTG e RI foi 31,0% e 62,0%, respectivamente. Após ajuste por IMC, a presença de HTG foi maior nas mulheres que faziam até 109 pausas no CS e com duração média de até 4min36seg (RP: 1,21 [IC95%:1,01-1,45]). Nos homens a presença de HTG foi maior nos que realizaram pausas com duração média de até 4min36seg, independentemente do número de pausas (RP: 1,19 [IC95%:1,04-1,35] naqueles com mais de 109 pausas diárias e RP:1,19 [IC:1,02-1,38] naqueles com até 109 pausas diárias). Para RI, entres as mulheres, após ajuste para IMC, não foi encontrada associação entre número de pausas no CS, tempo de duração das pausas e o desfecho (RP:1,08 [1,00-1,16]). Já entre os homens, realização de pausas no CS com duração < 4min36seg foi associada a presença de RI, independentemente do número de pausas realizadas (RP:1,29 [1,18-1,41] entre aqueles que realizaram até 109 pausas no CS por dia; RP: 1,21 [1,12-1,31] entre aqueles com mais de 109 pausas). CONCLUSÃO: A chance de ter HTG e RI foi maior entre aqueles com menor tempo de duração das pausas no CS, sugerindo que a realização de pausas com maior tempo de duração é uma recomendação a ser incorporada nas orientações para redução do CS. O papel do número de pausas diferiu entre os sexos, reforçando a importância de considerar as diferenças de gênero nas recomendações para interrupção no comportamento sedentário.