Tese avalia frequência de resistência de E. coli e K. pneumoniae no Rio do Cobre

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Estudante: Vanessa Tibolla Moretto
Orientação: Lúcio Macedo Barbosa
Coorientação: Ronald Edward Blanton
Título da tese: “CONTAMINAÇÃO FECAL NO RIO DO COBRE E RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS EM ISOLADOS DE ESCHERICHIA COLI E KLEBSIELLA PNEUMONIAE COMUNITÁRIAS, AMBIENTAIS E HOSPITALARES NA CIDADE DE SALVADOR, BAHIA, BRASIL”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 26/04/2024
Horário: 14h00
Local: Auditório do LASP – Fiocruz Bahia

Resumo

INTRODUÇÃO: A resistência aos antimicrobianos é um grande problema de Saúde Pública mundial. As bactérias entéricas constituem uma das classes mais relevantes de bactérias resistentes que comumente infectam humanos. É importante salientar que além da resistência encontrada no ambiente hospitalar, bactérias que constituem a microbiota humana também são importantes na disseminação dessa resistência. A contaminação fecal possui influência na disseminação e introdução de bactérias entéricas no ambiente aquático, que por sua vez, tornaram-se meios potencializadores na disseminação de genes de resistência aos antimicrobianos. De acordo com o último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), estudos que envolvam o desenvolvimento científico que englobam a saúde animal, ambiental e humana, visão One Health, são de extrema relevância para a avaliação sistêmica da saúde de forma interdisciplinar. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivo rastrear e quantificar a contaminação fecal do rio Cobre e determinar a frequência de resistência aos β-lactâmicos entre isolados de E. coli e K. pneumoniae provenientes de amostras ambientais, comunitárias e hospitalares de uma mesma macrorregião geográfica da cidade de Salvador. MÉTODOS: Conduzido no período de 2021 a 2022, em três áreas de interesse: Rio do Cobre (ambiental), Hospital do Subúrbio (hospitalar) e no bairro de Pirajá (comunidade). As amostras ambientais foram provenientes de amostras de água do principal rio que corta a região, o Rio do Cobre, as amostras clínicas foram obtidas dos pacientes ambulatoriais e internados do Hospital do Subúrbio e as amostras comunitárias através de amostras fecais de indivíduos no bairro de Pirajá. A quantificação e rastreamento da contaminação fecal no rio foi realizada através do Coliscan Easygel® e por Microbial Source Tracking, respectivamente. A triagem de isolados resistentes às cefotaximas foi realizada através do crescimento em ágar MacConkey (cefotaxina 2μg/mL). A identificação em gênero e espécie e perfil de sensibilidade aos antimicrobianos foram realizados através do MALDI-TOF e Vitek, respectivamente. A descrição dos genes de resistência aos antimicrobianos foi realizada através de PCR convencional, para alvos das β-lactamases. RESULTADOS: Todos os pontos demonstraram algum tipo de contaminação, incluindo contaminação fecal humana e, segundo as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), todos os pontos avaliados excederam o valor aceitável para balneabilidade. Bactérias entéricas multirresistentes foram encontradas em todas as áreas de estudo, sendo o Hospital do Subúrbio o local com maiores taxas de resistência aos carbapenêmicos (72,83%). Os genes blaOXA1/4/30, blaCTX-M-1, blaSHV-1 e blaTEM-1/2 foram os mais frequentes no presente estudo, por outro lado, nenhum isolado apresentou positividade para os genes blaOXA-48, blaOXA-23, blaBKC-1 e blaGES. CONCLUSÕES: o Rio do Cobre pode ser considerado um reservatório ambiental para bactérias fecais resistentes e genes de resistência aos antimicrobianos. A ocorrência de isolados resistentes tanto no ambiente, como na comunidade e no hospital reforça a importância da necessidade de medidas de controle e saneamento adequado.

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