Tese analisa dinâmica entre os linfócitos T CD4+ e apresentações clínicas da tuberculose

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Autoria: Paulo Sérgio de Morais da Silveira Mattos
Orientação: Bruno de Bezerril Andrade
Título da tese: “Dinâmica entre os linfócitos T CD4+ e as distintas apresentações clínicas da tuberculose”
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 29/04/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: O diagnóstico da tuberculose (TB) é realizado através da detecção do M. tuberculosis (MTB) em testes microbiológicos, como baciloscopia e cultura e ensaios de biologia molecular. A intepretação desses exames é limitada, pois não trazem informações sobre a repercussão sistêmica, celular, inflamatória e apresentam baixa sensibilidade em indivíduos paucibacilar. OBJETIVO: Avaliar a ativação celular e as alterações fenotípicas em linfócitos T CD4+ em indivíduos com tuberculose, na presença ou não do HIV. MÉTODOS: Inicialmente, em uma coorte do Brasil, validamos a utilização de marcadores de ativação celular CD38, HLADR e/ou Ki67 em células TCD4+ específicas para MTB em discriminar tuberculose Pulmonar (TBP), Tuberculose extrapulmonar (TBEP) e tuberculose latente (ILTB). Testamos ainda o efeito da coinfecção pelo HIV no desempenho do diagnóstico. Juntou-se a esta tese, outro manuscrito abrangendo pacientes do sul da Índia com TB-HIV antes e após o início da terapia antiretroviral (TARV), determinando as alterações fenotípicas nas células T durante a síndrome inflamatória de reconstituição imune (SIRI) e sua relação com a inflamação sistêmica. Neste estudo, analisamos subpopulações de linfócitos T CD4 e biomarcadores no sangue periférico. RESULTADOS: Os pacientes com TBEP e TBP apresentaram uma maior frequência de células T CD4+ IFN-γ + expressando CD38, HLADR em comparação com ILTB. Além disso, as frequências de células HLADR+ ou Ki67+ distinguiram com precisão TBEP do TBP. A infecção pelo HIV não afetou a capacidade desses marcadores de distinguir tuberculose ativa de ILTB ou TBEP de TBP. No segundo estudo, a frequência de células T CD4 naive (CD27+CD45RO− ), bem como de memória efetora (CD27−CD45RO+) distinguiram os indivíduos que desenvolveram a síndrome inflamatória de reconstituição dos que não apresentaram, na 2°-6° semana após o início da TARV. Análises posteriores revelaram que o TARV reconstituiu diferentes quantidades de subconjuntos de linfócitos T CD4+ com expansão preferencial de células CXCR3+ CCR6− em pacientes com TB-SIRI. Além disso, houve uma expansão e restauração funcional de linfócitos T CD4+ CXCR3−CCR6+ expressando marcadores de memória central (CD27+CD45RO+) e citocinas correspondentes, com redução nas células CXCR3−CCR6+ após TARV apenas naqueles que desenvolveram TB-SIRI. CONCLUSÃO: Os marcadores de ativação celular em células T CD4+ específicas para MTB distinguiram TB ativa de ILTB e TBEP da TBP, independentemente do status de infecção pelo HIV. Os subconjuntos de células T CD4+ estão fortemente associadas com SIRI. Palavras-chave: Tuberculose, Células T CD4+ , HIV, biomarcadores.

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