Evento sobre saúde indígena reuniu pesquisadores e lideranças na Fiocruz Bahia

A Fiocruz Bahia realizou no dia 30 de abril, o evento “Olhares sobre a Saúde Indígena: imagens que integram pesquisa e território”. Promovido pelo Núcleo de Estudos da Saúde Indígena (NESI), no contexto do Abril Indígena, o encontro teve apresentação de projetos de pesquisa sobre a saúde da população indígena, rodas de conversa, apresentação de documentário e exposição.

A mesa de abertura contou com representantes da Fiocruz Bahia, Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (DSEI-BA), NESI, Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) e Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI).

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, destacou que a divulgação dos resultados de pesquisas relacionadas à saúde indígena é importante para que possam ser transformados em políticas públicas de saúde. “É muito importante estarmos aqui recebendo as lideranças, a população indígena, e discutindo esses resultados. Espero que possamos aumentar o número de aldeias visitadas, e ampliar o número de pesquisadores atuando nessa área”, afirmou.

Para a pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do NESI, Isadora Siqueira, o evento foi um momento importante de socialização dos resultados das pesquisas desenvolvidas pelo núcleo, além de constituir um espaço de diálogo entre ciência e territórios. “Tivemos a honra de contar com a presença de profissionais da saúde indígena e lideranças indígenas, que participaram ativamente das mesas de conversa, enriquecendo as discussões com suas experiências e perspectivas. A atividade reafirmou o compromisso da Fiocruz com a promoção de uma ciência comprometida com os direitos dos povos indígenas e com a construção de políticas públicas de saúde baseadas no respeito, na escuta e na interculturalidade”, declarou.

No evento foram apresentados os projetos “Estudo Multicêntrico de Doenças Infecciosas em populações Indígenas” e “Instituto de Pesquisa em Populações Prioritárias: o que somos e o que propomos fazer”. Houve ainda a exibição do documentário e exposição “Olhares sobre a Saúde Indígena – Imagens que integram pesquisa e território”. Para finalizar, as rodas de conversa “Diálogos Indígenas sobre Saúde: Fiocruz nos Territórios Indígenas” e “Conexões entre Fiocruz e DSEI-BA pela Saúde Indígena” contaram com a participação de lideranças indígenas, representantes dos Polo Base Ribeira do Pombal, Euclides da Cunha e Paulo Afonso, além do cacique da Aldeia Nova Pankararé, Elismar Lima, de Rodelas.

Agnaldo Pataxó Hã Hã Hã, coordenador do MUPOIBA, comentou sobre a importância da atividade e do retorno do trabalho realizado nos territórios para a comunidade. “Pudemos comprovar com a apresentação do trabalho, a partir do diálogo com os pesquisadores e nossas lideranças, que a pesquisa é importante para diagnosticar doenças e para fazer o tratamento. Até porque na nossa comunidade há uma certa dificuldade de diagnóstico, temos sofrido muito com diagnóstico tardio ou errado, aí entra a importância da Fiocruz”, pontuou.

De acordo com o coordenador da DSEI-BA, Cacique Flávio Kaimbé, o evento demonstra a parceria e trabalho da Fiocruz junto ao DSEI. “Essa parceria tem se fortalecido a cada dia, levando mais saúde para a população indígena do estado. O evento é de uma importância grandiosa para que a gente possa dialogar, alinhar e buscar fazer um trabalho conjunto DSEI, Fiocruz, NESI, que possa trazer mais saúde para a população indígena do nosso estado”.

Sirlene Pataxó, responsável técnico Polo Base Porto Seguro do DSEI, observou a importância de estreitar o diálogo para promover uma melhor saúde para a comunidade. “Estamos muito felizes de estar aqui hoje, participar da roda de conversa, e foi muito gratificante poder falar dos nossos desafios diários na nossa comunidade, e assim poder falar o quão relevante é esse tema da saúde indígena”.

Chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI) do DSEI – BA, Tavila Guimarães, reforçou a importância do evento que se soma a luta dos povos indígenas, no abril indígena, um cotidiano de resistência dessa população. “Tivemos a oportunidade de sentar-se com outros parceiros para dialogar sobre esses dados, e pensar a partir deles as intervenções que serão propostas. Foi um momento de grande importância, que soma esse olhar que nós temos com relação à saúde, formada por várias mãos e vários atores”.

Para a liderança indígena da Aldeia Acuipe do Meio I, Nicinha Tupinambá, a atividade fortaleceu a luta dos povos indígenas. “Estar aqui é a certeza de que temos parceiros competentes, capazes de fazer com que tenhamos visibilidade. Não estamos invisíveis para a sociedade, temos pessoas doentes e carentes, mas nesse espaço tem pessoas capazes de fazer a diferença. Assim como na comunidade, tivemos aqui uma experiência de troca de conhecimento importante”, concluiu.

twitterFacebookmail
[print-me]

Fiocruz Bahia promove evento sobre Saúde Indígena

O Núcleo de Estudos da Saúde Indígena (NESI) está promovendo, no contexto do Abril Indígena, o evento “Olhares sobre a Saúde Indígena: imagens que integram pesquisa e território”. O encontro será realizado no dia 30 de abril, das 09h às 17h, no auditório Sonia Andrade, na Fiocruz Bahia.

Confira a programação:

twitterFacebookmail
[print-me]

Projeto realiza testes para doenças infecciosas em territórios indígenas

O Núcleo de Estudos em Saúde Indígena (NESI) realizou testagens para dengue, chikungunya, sífilis e doença de Chagas, em território indígena dos municípios de Rodelas, Glória e Paulo Afonso, na Bahia, entre 08 e 15 de fevereiro. As ações contemplaram as etnias Tuxá, Pankararé, Atikun, Kantaruré, Xucuru-Kariri, Kariri-Xocó e Truká.

No total foram recrutadas 1197 pessoas para participarem dos estudos que têm como objetivo principal identificar a soroprevalência de diversas doenças infecciosas que podem afetar a população indígena, incluindo dengue, zika, chikungunya, sífilis e doença de Chagas, além de desenvolver estratégias de educação em saúde e na prevenção de enfermidades.

“Nossa equipe foi muito bem recebida pelos profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (DSEI-BA), pelas lideranças indígenas e pelas comunidades. O trabalho foi muito rico, pois os povos indígenas do norte da Bahia são muito diversos. Também tivemos a oportunidade de conhecer e trabalhar em diferentes territórios e com diferentes etnias”, avalia Isadora Siqueira, pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do NESI.

Ricardo Almeida, coordenador do DSEI-BA Polo Paulo Afonso reforça como as testagens ajudam a identificar doenças silenciosas na região. “Como enfermeiro e indígena Tuxá, é muito gratificante a gente ver esses projetos em nossas comunidades, pois sabemos da dificuldade de acesso. Essas ações fortalecem as políticas de saúde de prevenção, controle e tratamento dessas patologias em prol das comunidades indígenas”, declara.

Heliana Sandi, Secretária Municipal de Saúde de Glória, considera o projeto relevante para detectar rapidamente as doenças infecciosas dos povos indígenas da região. “O município irá apoiar no tratamento para o que for necessário. Espero que possamos estender o projeto para os nossos povos, para os nossos munícipes de Glória, para abranger a área um todo, conseguir diagnosticar o mais breve possível e tratar. Nossa população precisa e merece esse acolhimento”.

A diretora da Escola Estadual Indígena Xucuru Kariri e liderança da Aldeia Xucuru Kariri, Magda Xucuru, ressalta a importância do programa na comunidade. “Hoje fizemos a mobilização com a escola, alunos e pais para que todos estivessem presente e fizessem as testagens, para ter uma qualidade na saúde”, afirmou.

O Cacique Elismar Lima, da Aldeia Nova Pankararé, também expressou sua gratidão: “Venho agradecer a esse projeto que é maravilhoso para as comunidades indígenas e que vem agregando muito, realizando esses exames pela primeira vez. Quem não pode fazer um exame desse pela rede particular, e sabemos que demora muito pela rede pública, com esse projeto chega e já faz o exame. Muito obrigado a cada um que está envolvido nesse projeto”.

As atividades foram lideradas pela pesquisadora Isadora Siqueira e pelo pesquisador Fred Luciano Neves, da Fiocruz Bahia, em colaboração com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e com o Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (DSEI-BA). Para a realização das atividades, a equipe do NESI contou com o apoio de profissionais de saúde locais das Unidades Básicas de Saúde Indígena, além de estudantes e conveniados da Fiocruz Bahia.

twitterFacebookmail
[print-me]

Fiocruz Bahia apresenta resultados do estudo multicêntrico com populações indígenas

A Fiocruz Bahia participou do encontro entre o Núcleo de Estudos em Saúde Indígena – Nesi e representações da Secretaria de Saúde Indígena – SESAI, no Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI Bahia, no dia 08 de novembro. 

Durante o encontro foram apresentados os resultados do Estudo Multicêntrico de Doenças Infecciosas na População Indígena, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira. O estudo tem como principal objetivo identificar a soroprevalência de doenças como a dengue, zika e chikungunya, além da sífilis e a doença de Chagas. Na oportunidade, também foram distribuídas as cartilhas educativas produzidas pela equipe do projeto. 

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, falou sobre o compromisso da instituição com as comunidades indígenas do estado, ressaltando a importância da continuidade do projeto. “Eu fiquei entusiasmada com os resultados que foram apresentados e com a aderência dos indígenas. Temos perspectiva de ampliar o projeto para outros povos indígenas e de trabalhar na melhoria da saúde desta população”, afirmou. 

A coordenadora do projeto, Isadora Siqueira, falou sobre a parceria e os planos para o próximo ano. “Após a finalização da primeira etapa do projeto,  que ocorreu nos territórios indígenas dos povos Pataxós, Tupinambás, Kiriri e Kaimbé, estamos apresentando nossos resultados ao DSEI- BA, que foi um grande parceiro em todas as etapas do projeto. Aproveitamos a oportunidade de reforçar a parceria com o DSEI-BA para as atividades do projeto no próximo ano”, disse. 

Para o coordenador do DSEI Bahia, Cacique Flávio Kaimbé, essa foi uma oportunidade de unir esforços em prol da saúde dos povos indígenas. “Esperamos continuar com essa parceria, atendendo outras comunidades, garantindo um trabalho seguro e eficiente. Os povos indígenas da Bahia precisam desse trabalho que a Fiocruz presta com tanta eficiência e qualidade”, disse.

Távila Guimarães, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena, também falou sobre a relevância do projeto e a importância da apresentação dos dados coletados pela iniciativa. “Esses dados irão nos ajudar a qualificar o processo de atenção à saúde que é realizado junto à comunidade indígena nos territórios da Bahia. Esses dados nos ajudam a repensar e planejar as nossas ações futuras em territórios indígenas”, destacou. 

O estudo contou com um corpo de pesquisadores da Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Universidade Federal Grande Dourados (UFGD). Para o desenvolvimento do NESI, a unidade tem o apoio do Distrito Sanitário Indígena da Bahia (DSEI-BA) e do Mato Grosso do Sul (DSEI-MS).

twitterFacebookmail
[print-me]