Suscetibilidade genética ao câncer é alvo de investigação de tese

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AUTORA: Polyanna Carôzo De  Oliveira
ORIENTADORA: Kiyoko Abé Sandes
TÍTULO DA TESE: SUSCETIBILIDADE GENÉTICA AO CÂNCER HEREDITÁRIO E ESPORÁDICO NA POPULAÇÃO DE MONTE SANTO-BA
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 20/09/2018

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer é uma doença genética causada por mutações em genes que codificam proteínas importantes para a manutenção da homeostasia celular, como os que controlam do ciclo celular (supressores tumorais ou protooncogenes), os genes de reparo e os aqueles que fazem o metabolismo de xenobióticos. As mutações podem ser herdadas, caracterizando o câncer hereditário. Porém a maioria dos casos, o câncer é esporádico, pois as alterações ocorrem espontaneamente com o avanço da idade e a importante influência de fatores ambientais. A frequência das mutações nos genes de suscetibilidade ao câncer pode ser diferente entre as populações. Em Monte Santo-BA, estudos anteriores sugerem que esta população apresenta importantes características que podem contribuir para o aumento de doenças genéticas raras, as quais também poderiam está relacionadas a ocorrência de câncer neste município.

OBJETIVO: Avaliar a suscetibilidade genética ao câncer esporádico e identificar o perfil de mutações nos casos de câncer hereditários.

MATERIAIS E MÉTODOS: A amostra é composta por 118 pacientes com diagnóstico de câncer (casos) e 286 sem história pessoal de câncer (controles). Dos casos 15 indivíduos tinham critérios para câncer hereditário e foram avaliados através de um painel mutigênico composto por 17 genes de suscetibilidade à diferentes tipos de câncer com perfil hereditário. E 103 com perfil de câncer esporádico (casos) bem como nos 286 controles foram estudados 20 polimorfismos do tipo INDEL em genes de suscetibilidade ao câncer e 64 marcadores informativos de ancestralidade. A ancestralidade foi estimada através do programa STRUCTURE e as análises estatísticas com uso do software R v3.1. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e questionário.

RESULTADOS: A análise de ancestralidade genética confirmou que a população é miscigenada e apresenta elevada contribuição europeia, seguida de africana e ameríndia (66,7%, 21,2% e 12,1%, respectivamente) e não houve diferença estatística entre casos e controles. O câncer foi associado ao risco aumentado para aqueles indivíduos com genótipos: Ins/Ins no polimorfismo TP53 (rs17878362) (p=0,027, OR=2,05 e IC=1,1-4,0), e ao genótipo Del/Ins + Ins/Ins no polimorfismo HLA-G (rs371194629) (p= 0,0078, OR=2,9 e IC=1.35 – 6,61) e efeito protetor para aqueles com genótipo Ins/Ins no polimorfismo PAR1 (rs11267092) (p=0,000587 OR=0,39 e IC= 0,23 – 0,66). No grupo com perfil de cancer hereditário foi encontrada a mutação patogênica MUTYH p.(Gly396Asp) em um paciente com melanoma e história familiar para esse tipo de câncer.

CONCLUSÕES: Os resultado sugerem que nesta população miscigenada a ocorrência de câncer esporádico foi associado a três polimorfismos em genes de suscetibilidade. A mutação patogênica no gene MUTYH pode explicar a ocorrência de câncer de pele com história familiar mas, estudos adicionais são necessários.

Palavras-Chave: polimorfismos, câncer, gene TP53, gene HLA-G, gene PAR-1 e gene MUTYH

 

Imagem: Revista Pesquisa FAPESB

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