Seminário Estratégico discute ações em Pesquisa e Ensino para 2022-2025

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Realizada durante os dias 13 e 14 de outubro, a primeira etapa do Seminário Estratégico IGM 2022 – 2025 discutiu temas importantes para as ações da Fiocruz Bahia nos próximos quatro anos. A abertura do evento foi realizada pela diretora da instituição, Marilda Gonçalves, e pela conferência proferida pelo professor titular da Unicamp, Fernando Ferreira Costa.

Posteriormente, o vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IGM, Ricardo Riccio de Oliveira, mediou a mesa de discussões sobre pontos atuais em pesquisa, que contou com a participação da pesquisadora da Fiocruz Minas Gerais, Zélia Profeta; da vice-coordenadora do Cidacs, Maria Yury e do diretor do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), Pedro Barbosa, além de servidores e demais colaboradores da Fiocruz Bahia. 

Marilda Gonçalves iniciou o encontro destacando a importância da iniciativa para toda a instituição. “Esse é o segundo Seminário que fazemos na gestão, esse momento representa um marco importante para a construção do portfólio de ações a serem desenvolvidas pela instituição nos próximos anos e, também, para o delineamento de áreas que merecem uma atenção especial a longo prazo”, afirmou. 

Em seguida, o professor da Unicamp, Fernando Ferreira Costa, apresentou a conferência de abertura intitulada ‘Aspectos do futuro da pesquisa em medicina no Brasil’. Fernando Costa falou sobre os principais avanços nas formas de diagnóstico e tratamento de doenças, fazendo um breve apanhado histórico das revoluções da medicina e destacando marcos como o primeiro sequenciamento do genoma humano, realizado no ano 2000. O conferencista também abordou os investimentos em pesquisa médica, comparando o Brasil com os Estados Unidos e países da Europa, onde há maior aplicação de recursos financeiros para a pesquisa científica. Fernando Costa ainda destacou a importância das agências de fomento como CNPq, Capes e FAPs. “Não precisamos inventar a roda, o que precisa é existir vontade política dos nossos dirigentes para saberem que a pesquisa é importante para o desenvolvimento do país e para o tratamento de doenças, para que possamos tratar a nossa população dignamente”, enfatizou. 

Experiências em pesquisa, ciência e tecnologia

Ministrada pela pesquisadora da Fiocruz Minas e membro do Council on the Economics of Health for All, Zélia Profeta, a palestra ‘CT&I e saúde em tempos de pandemia’ abordou os desafios da pesquisa em meio aos frequentes cortes e contingenciamento de recursos, destacando a diminuição dos investimentos desde o ano de 2016. A convidada também apresentou a experiência do Movimento de Defesa da CT&I em Minas Gerais, responsável pela elaboração do Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, pensando no desenvolvimento socioeconômico do estado, reduzindo desigualdades sociais, de gênero e raça. “Hoje é muito difícil entender e fazer ciência sem uma visão interdisciplinar, sendo fundamental que tenhamos a perspectiva para aumentar a nossa capacidade de resposta nos territórios”, explicou. 

Na sequência, a médica e vice-coordenadora do Centro de Integração de Dados para a Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, Maria Yury Ichihara, proferiu a palestra ‘O uso de Big Data em pesquisa de saúde’, apresentando as metodologias de análise dos grandes bancos de dados e os seus pilares. Durante a sua fala, a palestrante apresentou alguns dos principais desafios para o uso de Big Data, como as questões relacionadas à privacidade dos usuários, a gestão e a segurança dos conteúdos. “Vem sendo desenvolvido, principalmente no Cidacs, uma curadoria de dados que se preocupa em receber, armazenar, processar, preservar e disponibilizar esses dados de forma que possam ser utilizados e que não haja riscos de quebra de privacidade dos indivíduos”, afirmou. 

O último a se apresentar foi o diretor-presidente do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), Pedro Barbosa, que ministrou a palestra ‘Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e apoio à pesquisa’, apresentando a experiência do IBMP na realização de um trabalho voltado para a inovação tecnológica e produção industrial de produtos de diagnóstico destinados ao SUS. “O nosso papel é pegar pesquisas aplicadas e levar ao mercado, fazer o pré-desenvolvimento, o desenvolvimento, escalonar e produzir industrialmente para entregar à sociedade”, explicou. Pedro Barbosa falou ainda sobre a iniciativa “Todos pela Saúde”, realizada com foco no aprimoramento do sistema nacional de vigilância epidemiológica para o enfrentamento de futuras epidemias. A ação contempla as linhas de trabalho de comunicação, infraestrutura, diagnóstico, EPIs e pesquisa. 

Desafios e novas perspectivas para a educação

Na quinta-feira, 14, o encontro foi mediado pela vice-diretora de Ensino e informação da Fiocruz Bahia, Claudia Ida Brodskyn, e contou com as apresentações da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, e da diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damasio.

Cristiani Machado abordou o tema ‘Educação na Fiocruz: panorama atual e visão do futuro’, destacando a articulação entre ensino, pesquisa, cooperação e divulgação científica na instituição, além das ações para o fortalecimento do SUS e do sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação. A palestrante também apresentou experiências na educação no contexto da pandemia, com iniciativas como as chamadas públicas, seminários e parcerias internacionais, das quais salientou a capacitação de profissionais da saúde que atuam no SUS, a formação de agentes comunitários e os projetos para a disseminação de informações seguras sobre a Covid-19. 

A vice-presidente finalizou destacando os desafios para o futuro da educação na Fiocruz. “Nós temos o desafio de ampliar a inclusão de pessoas com deficiência, pessoas indígenas e negras em nossos cursos, além de formalizar e consolidar uma política de apoio ao estudante”, relatou. 

Em seguida, Fabiana Damásio proferiu a palestra ‘Desafios da Educação à Distância’, abordando a importância da política de acesso aberto ao conhecimento (Open Access), que reivindica o acesso livre e gratuito à literatura científica como estratégia de ampliar a visibilidade da pesquisa e diminuir as barreiras para a publicação desses materiais. A convidada também apresentou algumas iniciativas como o Congresso Interno Fiocruz, que tem entre as suas diretrizes a ampliação da oferta educacional da instituição, o investimento em propostas pedagógicas inovadoras e o fortalecimento das práticas e ensino à distância (EAD). 

Fabiana Damasio destacou a importância de pensar a democratização da educação, a ampliação dos recursos educacionais e a diversificação das estratégias pedagógicas. “Estamos pensando o EAD como um mar de possibilidades, que precisa ser analisado com muito cuidado, mas também com a possibilidade dessa ampliação para que possamos navegar por esses mares da tecnologia”, finalizou. 

Após as apresentações, os ouvintes puderam fazer suas contribuições e tirar dúvidas com as palestrantes. Em seguida, foi iniciado o trabalho em grupo, com a participação de servidores e colaboradores, totalizando 9 grupos, que discutiram os documentos voltados para os macroprocessos de pesquisa e ensino, com a realização de discussões e sugestões ao documento base.

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