Retorno do evento presencial marca XXI Epimol

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O XXI Curso Internacional de Epidemiologia Molecular em Doenças Infecciosas e Parasitárias Emergentes (XXI Epimol) foi realizado entre os dias 03 e 08 de setembro, nas dependências da Fiocruz Bahia. O evento, coordenado pelos pesquisadores Mitermayer Galvão e Luciano Kalabric, da Fiocruz Bahia, e Joice Neves, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi a primeira edição presencial do curso após a pandemia de Covid-19. Não houve edições em 2020 e 2021, e em 2022 foi realizado em formato remoto.

O curso, de âmbito internacional, é especialmente elaborado para apresentar os princípios e práticas desta disciplina em epidemiologia, a profissionais de laboratório e epidemiologistas de instituições regionais representativas, envolvidas com doenças infecciosas e parasitárias de relevância para a saúde pública. Foram oferecidas 25 vagas para participantes da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), 20 para estudantes de pós-graduação da Fiocruz Bahia, 10 para livre concorrência e 20 para ouvintes.

Um dos destaques do evento foi a homenagem a um dos criadores do curso, o professor da Universidade de Berkeley (EUA), Lee Riley, que faleceu no ano passado. Participaram do tributo, colegas, ex-alunos e professores. “Esta edição está sendo marcante pela falta do professor Lee Riley, que considero o pai do Epimol. A ausência dele constitui um desfalque muito grande para todos, ele deu uma contribuição marcante na condição de médico, cientista, professor e educador. A gente tem que continuar com o curso cada vez melhor, principalmente lembrando do exemplo que ele foi para todos nós”, disse Mitermayer Reis.

“Ano passado a gente fez as aulas online e estão todas gravadas, o que foi bom porque ficou como memória do professor Lee, que faz bastante falta. É importante a gente voltar a ter os alunos aqui, presencialmente, fazendo as atividades em grupo”, comentou Luciano Kalabric. Além do Brasil, tiveram participantes de Moçambique, Paraguai, Argentina, Colômbia e Panamá.

Joice Neves falou sobre o desafio de realizar o evento sem um de seus mentores e fez um balanço da evolução do curso ao longo dos 21 anos. “Estamos incorporando cada vez mais técnicas baseadas em sequenciamento de genoma, de como a gente faz análise e utiliza essa ferramenta nos estudos epidemiológicos, e também ampliamos as abordagens. Quando a gente começou, o curso era focado em bactérias, hoje abordamos vírus, como arboviroses, Covid-19 e vírus respiratórios, e doenças parasitárias”, explicou.

A professora da Universidade de Tulane (EUA), Claudia Herrera, foi convidada para ministrar uma aula sobre biologia molecular na doença de Chagas, e afirmou que também está aprendendo. “Para mim esse é o melhor dos cursos de epidemiologia molecular, porque tem epidemiólogos, biólogos moleculares que estão unindo os dois conceitos, os estudantes estão ávidos por informação e os temas estão bem organizados. Está me dando muitas ferramentas que posso aplicar em outros lugares, além de que também estou criando um network importante”, pontuou.

A participante do curso, Dandara Santos, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Medicina Investigativa, da Fiocruz Bahia, considera o Epimol enriquecedor. “A gente vê uma qualidade fenomenal do corpo docente, professores que são referências internacionais na área de epidemiologia clínica e molecular. Isso traz para nós, alunos, um grande incentivo para continuar nossa carreira na área da epidemiologia, principalmente vendo a prática baseada em evidências”.

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