Rede CoVida alerta para papel dos testes e desigualdades na pandemia

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Por Karina Costa*
O uso racional dos testes diagnósticos para a Covid-19 e as desigualdades no acesso a esses testes. São sobre esses aspectos que trata o terceiro “Boletim CoVida – Pandemia de Covid-19”, que vem com o título “O Brasil precisa de mais testes diagnósticos de Covid-19, mas não basta só testar”. O material elaborado pela Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade será lançado nesta segunda-feira, dia 20 de abril, às 11 horas, em um webinar. Inscreva-se pelo link https://bit.ly/3apqO4Q A transmissão do lançamento também é feita via YouTube do Cidacs (youtube.com/cidacsfiocruz), onde ficam disponíveis todos os webinars da Rede. O documento foi construído por epidemiologistas e imunologistas que alertam para a necessidade de considerar o papel da testagem, levando em conta a desigualdade no acesso a esses testes, para que se construa políticas eficientes e que considerem que os grupos mais vulneráveis demandam estratégias que produzam equidade em saúde. As questões centrais serão explicadas pelos pesquisadores da Rede Dandara Ramos e Manoel Barral. Elzo Junior fará a apresentação da Rede e do Boletim CoVida. Ismael Silveira comentará as notas técnicas produzidas sobre o efeito das estratégias de distanciamento social e o uso de máscaras caseiras pela população. O documento defende não apenas a testagem, mas a transparência das informações sobre os grupos populacionais infectados, que adoeceram e que chegaram a óbito, o que se dá a partir de informações com números de casos por gênero e raça/cor, por exemplo. Além disso, defende o aprimoramento e expansão de políticas sociais, como transferência de renda, que protejam as vidas. Utilizando uma estimativa do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), o Boletim destaca que um dos maiores desafios é que os casos notificados sejam 8% do número real de pessoas atingidas pelo coronavírus. Isso dá um cenário de mais de 300 mil pessoas infectadas. E somente por meio de uma notificação mais ampla e detalhada é que se pode criar estratégias para os grupos sociais mais vulneráveis, defendem os pesquisadores da Rede CoVida. A partir de nota técnica sobre o tema, o Boletim CoVida faz um detalhamento dos usos de testes, com recomendações sobre os tipos e as fases para a testagem. Contudo, a Rede CoVida é enfática em recomendar a manutenção do distanciamento social como forma de achatar a curva epidêmica. “A melhor maneira de controlar a Covid-19 é através de testes diagnósticos, mas não basta testar. É necessário utilizar os testes disponíveis com objetivos específicos que permitam melhorar o controle da transmissão e o tratamento dos infectados”, detalha o documento. O Boletim e Rede O Boletim CoVida é semanal, disponível no site covid19br.org.br e é um dos produtos que a Rede CoVida oferece à sociedade. A CoVida nasceu a partir da união entre o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e a Universidade Federal da Bahia (Ufba). Diante da maior crise de sanitária do mundo nos últimos 100 anos, a rede é uma resposta de pesquisadores e profissionais de comunicação que visam enfrentar a pandemia de Coronavírus Disease 2019 (Covid-19), apoiando a tomada de decisões dos gestores e oferecendo informações científicas confiáveis a partir do monitoramento de casos, da modelagem matemática e dos saberes reunidos por cientistas de diversas áreas.
*Karina Costa é analista de comunicação do Cidacs/Fiocruz, mestre em Comunicação e Informação em Saúde pela Fiocruz e é editora no Boletim CoVida.
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