Publicação do BMC Infectious Diseases associa a carga bacteriana no escarro à inflamação sistêmica na tuberculose pulmonar

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associations-betweenRealizado a partir da análise de amostras de soro de 73 pacientes, o estudo de coorte coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade, demonstrou que a carga de Mycobacterium tuberculosis, bactéria causadora da tuberculose, presente no escarro está diretamente associada uma assinatura biológica de inflamação sistêmica, que por sua vez impacta o perfil imunológico e a evolução das lesões pulmonares avaliadas por estudos radiográficos.

Os resultados da pesquisa estão no artigo intitulado Associations between systemic inflammation, mycobacterial loads in sputum and radiological improvement after treatment initiation in pulmonary TB patients from Brazil: a prospective cohort study, publicado pelo BMC Infectious Diseases, no dia 5 de agosto.

No trabalho, os cientistas demonstraram que a carga bacteriana elevada presente em culturas de escarro obtidas durante o pré-tratamento, estava associada com o aumento da inflamação sistêmica e com um risco elevado de diagnóstico positivo para culturas de M. tuberculosis positivas no 60º dia do início do tratamento. Também foi observado que a carga de micobactérias no escarro antes do tratamento e a inflamação sistêmica estão associadas ao status das lesões radiográficas durante o tratamento.

Para chegar a estas conclusões, a equipe de pesquisadores traçou o perfil imunológico, microbiano e da evolução das lesões radiográficas de tuberculose em pacientes com idade entre 18 e 60 anos, antes e 60 dias após o início do tratamento anti-tuberculose. Mediram os níveis de citocinas, proteína C-reativa (PCR) e os valores da taxa de sedimentação de glóbulos vermelhos e compararam as mudanças observadas no perfil imunológico ao longo do tempo com as cargas de micobactérias em culturas de escarro no 60° dia de tratamento.

O estudo identificou biomarcadores que podem ser usados, para além da avaliação clínica dos pacientes com tuberculose, no acompanhamento da evolução de lesões pulmonares após o início do tratamento. De acordo com os pesquisadores, a compreensão dos mecanismos inflamatórios associados aos resultados do tratamento de tuberculose pulmonar pode levar a novas propostas terapêuticas para a diminuição da carga da doença.

A pesquisa é fruto de parceria da Fiocruz Bahia com a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, a Fundação José Silveira (Salvador), Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC- Salvador), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (Fiocruz/RJ) e a equipe da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

 

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