Proteínas da Treponema pallidum para diagnóstico da sífilis são avaliadas em dissertação

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Autoria: Ângelo Antonio Oliveira Silva
Orientação: Fred Luciano Neves Santos
Título da dissertação: “Avaliação e validação de proteínas recombinantes do Treponema Pallidum para o imunodiagnóstico da sífilis”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 12/02/2020
Horário: 09h

RESUMO

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, que se caracteriza por ser crônica, multissistêmica e restrita aos seres humanos. Ainda persiste como um problema de saúde pública e é considerada como a mais importante infecção que afeta gestantes e recém-nascidos. Rotineiramente, o diagnóstico laboratorial é realizado através de testes sorológicos não-treponêmicos (VDRL e RPR) e testes treponêmicos (ELISA, QML e IFI). Dentre os treponêmicos, os imunoenzimáticos apresentam bom desempenho, a depender da preparação antigênica utilizada. Desta forma, proteínas recombinantes fornecem maior confiabilidade aos resultados por melhorarem a sensibilidade, especificidade e a reprodutibilidade dos imunoensaios. OBJETIVO: Avaliar o potencial diagnóstico das proteínas recombinantes TpN17, TpN47, TpN15 e TmpA do T. pallidum para o diagnóstico laboratorial da sífilis. MATERIAL E MÉTODOS: As proteínas foram produzidas e purificadas no Instituto de Biologia Molecular do Paraná. Os ensaios de ELISA indireto foram padronizados e otimizados através de checkerboard titration para determinar a quantidade ideal de antígeno, anticorpo secundário e amostras séricas, utilizando 4 pools negativos e 3 pools positivos em duplicata. Para o estudo de fase I, 653 amostras séricas foram consideradas elegíveis, sendo 143 positivas para sífilis, 301 negativas e 209 positivas para outras doenças infecto-parasitárias. As amostras foram reavaliadas para a presença ou ausência de anticorpos para sífilis, através de testes não-treponêmicos (USR e RPR) e/ou treponêmicos (FTA-ABS – IIFT IgG). RESULTADOS: Na padronização, a maior diferença do sinal entre as amostras positivas e negativas foi atingida utilizando as seguintes condições: TpN17 e TpN47 (100 ng do antígeno, 1:25 do soro e 1:20.000 do conjugado) e TmpA (200 ng do antígeno, 1:25 do soro e 1:10.000 do conjugado). Não foi possível padronizar a molécula TpN15, provavelmente devido à problemas de expressão e purificação, e por isto ela foi desconsiderada do estudo. No estudo de fase I, obteve-se a área abaixo da curva (AUC) de 97,2%, 91,8% e 81,6% para a TpN17, TmpA e TpN47 respectivamente. A TpN17 e TmpA apresentaram uma especificidade de 100% enquanto a TpN47 obteve 99,7%. Todavia, do quantitativo de amostras positivas, a TpN17 e a TmpA diagnosticaram 43 amostras como falso-negativas, resultando em sensibilidade de 69,9%. Já a TpN47, diagnosticou 66 amostras como falso-negativas, apresentando uma sensibilidade de 53,8%. Na determinação do índice de reatividade cruzada, foi observada uma reatividade de 2,9% (6/209) para a TpN17 (leptospirose: 6) e 16,74% (35/209) tanto para a TmpA (leptospirose: 32; dengue: 1; filariose: 1; esquistossomose: 1) quanto para a TpN47 (leptospirose: 32; filariose: 1; HIV: 2). No ensaio de reprodutibilidade intra-placa não houve diferença significativa entre as moléculas, apresentando assim uma boa repetitividade dos ensaios. CONCLUSÃO: A despeito dos baixos valores de sensibilidade reportados, as proteínas mostraram elevada capacidade diagnóstica em virtude dos valores de AUC encontrados. Contudo, uma melhora na sensibilidade pode ser alcançada quando misturas antigênicas forem avaliadas, consistindo na próxima etapa de nossa investigação.

Palavras Chave: Sífilis; imunodiagnóstico; testes sorológicos; antígenos recombinantes.

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