Projeto Oxente Chagas Bahia celebra um ano de importantes contribuições  para a Saúde Pública

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Realizado na sexta-feira, 14/11, o aniversário do Projeto Oxente Chagas Bahia reuniu pesquisadores, estudantes, colaboradores da Fiocruz Bahia e representantes municipais e estaduais da Saúde, além de representantes da sociedade civil, para uma programação especial. O evento teve início com a Sessão Científica: ‘Entre o vetor e o coração: Avanços científicos na saúde de populações endêmicas no primeiro ano do Projeto Oxente Chagas Bahia’, ministrada pelo pesquisador da instituição e coordenador da iniciativa, Fred Santos. 

Durante a sua apresentação, o Dr Santos falou sobre a importância de ampliar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento da doença de Chagas, especialmente para pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Esse é um problema de Saúde Pública, não só no Brasil, mas no mundo. A doença de Chagas é uma doença extremamente negligenciada e por isso é classificada como tal pela OMS e está ligada às condições precárias de moradia”, destacou. 

Durante a Sessão, o pesquisador apresentou as atividades desenvolvidas pelo projeto que tem como principal objetivo validar o uso do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos em campo e auxiliar na sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS). O trabalho do grupo já beneficiou mais de 5 mil pessoas através de ações de testagem e mobilização comunitária por meio da aplicação de testes rápidos nas cidades de Novo Horizonte e Tremedal, no interior da Bahia. 

A programação seguiu com a mesa de abertura que contou com a participação do diretor da Fiocruz Bahia, Valdeyer dos Reis; da coordenadora dos Laboratórios de Vigilância Epidemiológica do Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia, Felicidade Pereira; da coordenadora de Doenças de Transmissão Vetorial da Divep/SUVISA, Sandra Oliveira; da Presidente da Associação de Chagas da Bahia, Amélia Bispo; da secretária de Saúde do Município de Tremedal, Aline Souza, além do coordenador do projeto, Fred Santos. 

Durante o evento, foi exibida a mensagem da vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fundação Oswaldo Cruz (VPPCB), Alda Cruz, que parabenizou toda a equipe do Oxente Chagas. “Esse é um projeto financiado pelo nosso Programa Inova e pra gente é um orgulho muito grande poder ter um projeto dessa magnitude interagindo com a sociedade. Que venham muitos e muitos anos para que a gente possa estar aqui comemorando juntos. Parabéns”, celebrou.

Valdeyer dos Reis, diretor da Fiocruz Bahia, também parabenizou a equipe, destacando a importância das ações de educação em saúde e Divulgação Científica. “Essa é a ciência próxima da sociedade, atuante no território, que educa pessoas e dissemina informação. É preciso que mais pessoas façam pesquisa dessa forma, de uma forma completa, focando no desenvolvimento, mas perpassando pela formação, pela educação, pelo enfrentamento à desinformação em saúde”, defendeu. 

Felicidade Pereira, coordenadora dos Laboratórios de Vigilância Epidemiológica do Lacen, falou sobre a importância de reunir esforços em prol do diagnóstico e do tratamento da doença de Chagas.  “A doença de Chagas é endêmica em nosso estado e nós sabemos da necessidade e da dificuldade para o diagnóstico laboratorial. O trabalho que vocês estão fazendo é um trabalho duro, é uma entrega muito grande de cada um, conversando com as pessoas, vendo as necessidades e as desigualdades sociais…isso mexe muito com a gente”, declarou. 

A coordenadora de Doenças de Transmissão Vetorial da Divep/SUVISA, Sandra Oliveira, destacou os desafios para a notificação e monitoramento dos casos da doença de Chagas em todo o estado da Bahia, reforçando o importante papel do Oxente Chagas para a testagem e tratamento dessas pessoas. “Precisamos avançar com estratégias que possibilitem o fortalecimento de ações para a identificação de casos. Esse é um esforço diário que a gente vem fazendo num trabalho integrado para que possamos ter uma captação dessas informações”, afirmou.

Aline Souza, secretária de Saúde de Novo Horizonte também destacou a importância do projeto na testagem, diagnóstico e tratamento da doença de Chagas entre a população do município. “Para mim, como gestora de saúde, é uma alegria ter Novo Horizonte nesse projeto. Nós já tivemos pacientes diagnosticados que, certamente, a gente não saberia sem o projeto e ver de perto essa evolução é de extrema importância”, disse.  

Amélia Bispo, presidente da Associação de Chagas da Bahia, também participou do evento apresentando a sua trajetória de luta junto às pessoas que convivem com a enfermidade. “Quando a gente cuida da saúde do nosso povo, estamos ajudando a nós mesmos e elevando o nosso país a outro patamar. O patamar de quem cuidou do seu povo e dos usuários do SUS”, pontuou a convidada, defendendo a ampliação do acesso à testagem e tratamento para a doença. 

Em seguida, foi realizada a apresentação do cordel Oxente Chagas, escrito pelo cordelista cearense, Pádua de Queiroz; e a apresentação do mini documentário intitulado Oxente Chagas Bahia – Saúde, Pesquisa e Cuidado, dirigido pelo assessor de comunicação do projeto, Caique Fialho. O mini documentário conta com a participação do coordenador do Programa de Controle da Doença de Chagas da OMS (Organização Mundial da Saúde), Pedro Albajar. Ele não apenas parabeniza a iniciativa, como também ressalta a importância da parceria de longa data. O filme oferece ainda um panorama completo, com relatos e vivências dos agentes comunitários, da população envolvida e dos recrutadores. A programação foi encerrada com a apresentação das ações realizadas pela equipe de campo, seguida de um bate-papo com o público presente.

Por Dalila Brito | Fotos: Caique Fialho e Iana Motta

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