Projeto Meninas Baianas na Ciência marca segundo dia da 19ª SNCT 

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A Fiocruz Bahia dedicou as atividades do segundo dia da programação da 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), quarta-feira (19/10), ao projeto Meninas Baianas na Ciência. Com a participação de alunas de oito colégios da rede pública estadual, foi realizada uma palestra de Mariane Orsolan, representante da organização British Council e analista de engajamento cultural, um bate-papo com a coordenadora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia Clara Mutti e exposições de pôsteres e experimentos científicos. As palestras foram mediadas pela pesquisadora Karine Damasceno que, junto às cientistas Isadora Siqueira e Natália Machado, coordena o projeto Meninas Baianas na Ciência.  

Realizado por meio do apoio da 2ª chamada Garotas STEM, do British Council e Fundação Carlos Chagas, o projeto ocorre desde agosto, ofertando a estudantes visitações nas instalações do Instituto Gonçalo Moniz, sede da Fiocruz Bahia, e encontros com diversas pesquisadoras, apresentando oportunidades no campo da ciência.  A vice-coordenadora de Ensino e Informação da instituição, Claudia Brodskyn, saudou as alunas presentes na abertura do evento. “A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é um evento bastante importante para todos nós e é principalmente realizado para vocês, estudantes do ensino médio e fundamental. Serve também para despertar a curiosidade, amor e carinho que a nós temos pela ciência em vocês”, declara. 

Clara Mutti apresentou os programas de iniciação científica e de pós-graduação da Fiocruz Bahia. Além do Meninas Baianas na Ciência, o instituto conta com o Programa de Vocação Científica (Provoc). A coordenadora destaca que o diferencial desses projetos é oportunizar aos estudantes, já no ensino médio, a possibilidade de adentrar a carreira acadêmica. “Esses programas permitem a vocês enxergarem possibilidades que antes não viam na carreira científica”, comenta. Na ocasião, ex-alunos da iniciação científica (IC) que seguiram na carreira acadêmica também deram depoimentos. Atualmente, a Fiocruz Bahia possui 95 estudantes de IC, destes 36 recebem bolsa da FAPESB e 42 do CNPq. Cinco alunos são do Provoc e o Meninas Baianas na Ciência convidou mais cinco alunas para a IC. 

Já Mariane Orsolan apresentou a instituição parceira no projeto, o British Council, que, como explicou, é uma organização internacional, do Reino Unido com atuação em mais de 100 países fortalecendo relações culturais e disponibilizando oportunidades educacionais. O Meninas Baianas na Ciência faz parte de uma das iniciativas focadas em educação da organização, o programa Mulheres na Ciência. 

“Esse programa surgiu da identificação de um gap de participação das mulheres e meninas nessas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, que são as ciências mais exatas”, explicou. Utilizando a sigla em inglês para essas áreas, STEM, a organização idealizou o edital de apoio a projetos que possibilita iniciativas voltadas para inspirar meninas para seguirem carreira científica, o Garotas STEM. 

Mariane citou, na palestra, uma série de estudos que buscaram entender quais são os obstáculos colocados na carreira científica para mulheres. “Foram identificados uma série de casos, que mostram que desde a infância a gente tem a falta de um modelo inspirador, a má qualidade de ensino. Foi afirmado em uma pesquisa que as meninas, já a partir de seis anos de idade, começam a acreditar que são menos inteligentes que os meninos”, relata. “Não é que a gente não tenha mulheres na ciência, nós temos. Mas nós temos que exaltar essas histórias, trocar essas experiências e colocar em evidência esses modelos para as meninas”, completa.  

Meninas Baianas na Ciência 

Há três meses participando das rodas de conversa e experimentações, as alunas começam a demonstrar outra visão do papel da ciência na sociedade.  “Se não fosse a ciência várias coisas que nos ajudam muito não teriam existido. A vacina da Covid-19, por exemplo. É importante a gente lembrar disso e até mesmo prestar essas homenagens para as cientistas que dão duro”, afirma Estefane Santos da Silva, 16, do Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego.  

Estudante do Colégio Estadual Eduardo Bahiana, Xaiana da Paixão, 19, também recordou das aulas ofertadas no instituto, que ensinaram a importância das vacinas às alunas. Para ela, o maior ganho que vem tendo com o projeto é o convívio aproximado com a pesquisa. “Eu acho um processo muito interessante, porque não temos tanto convívio com a ciência nas escolas. O que eu achei mais interessante foram os experimentos nas oficinas, gosto muito de tocar, de aprender e observar as células”.  

Ludmila Souza, 16, aluna do Colégio da Polícia Militar – Unidade I/Dendezeiros, elogiou as pesquisadoras pela iniciativa de levar a ciência aplicada até as escolas. A estudante destaca a importância da SNCT. “Acho que nem sempre a gente dá valor ao cientista, que trabalha gerando medicamentos, vacinas. Eu acho que a gente tem que dar mais importância para elas e reconhecer que, quando nós avançamos, também é graças aos cientistas”, declara.  

Também participam do projeto estudantes do Colégio Estadual Heitor Villa Lobos; Colégio Estadual Mãe Stella; Colégio Estadual Cosme de Farias; Colégio Estadual da Bahia Central; e Escola Estadual Deputado Naomar Alcântara. 

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