Projeto itinerante realiza mapeamento genômico do vírus Zika

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O Zika in Brasil Real Time Analysis (ZIBRA), projeto que passa por seis cidades da região Nordeste com um laboratório móvel de análise genômica, para realizar pesquisa sobre epidemiologia molecular do vírus Zika, chega a Salvador no próximo domingo (12/06). Resultado da parceria entre Fiocruz Bahia, Instituto Evandro Chagas, Ministério da Saúde e universidades do Reino Unido, Canadá e Austrália, o objetivo do Zibra é ampliar o mapeamento genômico do vírus, para determinar a origem, sua diversidade genética, e a epidemiologia da doença, ajudando no combate à epidemia durante uma emergência de saúde pública.

Os pesquisadores partiram de Natal (RN), no dia 03 de junho, passaram por João Pessoa (PB) e seguiram para Recife (PE). O projeto tem parada ainda em Aracaju (SE) e Feira de Santana (BA), antes de chegar à capita baiana, que terá a Fiocruz Bahia como ponto final das análises. Os pesquisadores dispõem de um laboratório adaptado em um ônibus, que transporta a equipe e os materiais. O que torna a experiência possível é o uso do Oxford Nanopore MinION device, um sequenciador de DNA de última geração, com peso de apenas 100g, podendo ser carregado por USB de um computador portátil. O equipamento é capaz de sequenciar 12 amostras simultaneamente em seis horas.

Inspirado na experiência da análise genômica do Ebola na África, durante o surto de 2014-2015, o ZIBRA pretende sequenciar 750 cepas do Zika, levando em consideração os fatores geográficos e regionais da área do país mais afetada pela doença. Também serão incluídas amostras históricas e de pacientes com diferentes apresentações clínicas. A meta é identificar como e quando o Zika foi introduzido no país, além de apontar “o padrão e determinantes da disseminação por todo o país e localidades vizinhas, a extensão da diversidade genética (de importância para a vacina e design de diagnóstico), e se há existem associações entre as mudanças no genoma do vírus e a probabilidade de complicações ZIKV como microcefalia”.

O Brasil está sofrendo uma grande epidemia do vírus Zika. Além das manifestações clínicas da doença, têm-se evidências que o mesmo está relacionado com o aumento exponencial do número de casos de microcefalia em recém nascidos e a síndrome de Guillain- Barré. O pesquisador da Fiocruz Bahia, Luiz Alcântara, explicou que o vírus encontrado no Brasil guarda diferenças entre o encontrado na Ásia, contando ainda com a questão do hospedeiro e das diferenças biológicas.

“O projeto é importante não só para a geração de novas sequências do vírus ZIKA, mas também para identificarmos a necessidade de melhor orientação no diagnóstico molecular. Nos Laboratórios Centrais (Lacens), que passamos até o momento, o número de amostras positivas não passavam de 1% no universo já analisado. Nós estamos tendo em torno de 10%, confirmados pelo sequenciamento imediato”, avaliou Alcântara.

No dia 17/06, a partir das 9h, haverá um Simpósio sobre Zika, no auditório da Fiocruz Bahia.

Clique aqui e confira a programação.

Clique aqui e acesse o site do ZIBRA.

Fonte: Ascom Fiocruz Bahia

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