Presença de autoridades marca encerramento do projeto Meninas Baianas na Ciência

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O projeto Meninas Baianas na Ciência chegou ao encerramento de sua 3ª edição nesta quinta-feira (24/11), com um evento realizado no Instituto Gonçalo Moniz, sede da Fiocruz Bahia. A terceira edição do projeto foi realizada por meio do apoio da 2ª chamada Garotas STEM, do British Council e Fundação Carlos Chagas, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Houve uma mesa-redonda, lançamento do dossiê temático “Mulheres e Meninas na Ciência” seguido de palestra, realizados por Cristina Araripe, coordenadora de Divulgação Científica da Fiocruz e entrega dos certificados para as alunas.

Mediados pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, participaram da mesa Julieta Palmeira, secretária estadual de Políticas Públicas para as Mulheres da Bahia (SPM); a técnica pedagógica Patrícia Oliveira e Shirley Costa, coordenadora do programa Ciência na Escola, como representantes da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC); André Joazeiro, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti); Luiz Queiroz de Araújo, diretor da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) e Cristina Araripe.

O comitê organizador do Meninas Baianas na Ciência é composto pelas pesquisadoras Isadora Siqueira, Natália Tavares e Karine Damasceno. Desde agosto, o programa oferece às alunas palestras, apresentações e rodas de conversa com cientistas mulheres do Instituto Gonçalo Moniz, visitações aos setores do instituto e oficinas ministradas pelos discentes de pós-graduação e iniciação científica (IC). Nesta edição foram selecionadas cinco estudantes para participar dos programas de IC da Fiocruz Bahia. Além disso, todas as alunas ganharam certificados por sua participação no projeto.

Marilda Gonçalves frisou o cenário que possibilitou o surgimento do projeto, com a eleição de Nísia Trindade para a presidência da Fiocruz. “Ela tem um olhar especial para a mulher e isso mudou a cara da nossa instituição”, declarou. É uma honra estar abrindo nosso instituto a vocês, meninas, que são o futuro da nossa nação. Eu tenho certeza de que a educação vai ter um novo rumo a partir de agora”.

“Cada uma de vocês representa um sonho e nós temos que transformar esse sonho em realidade. Vocês podem ser o que quiserem. Mas precisamos ter políticas que as incentivem a fazerem isso”, completou Marilda. A pesquisadora aproveitou a ocasião para estimular a parceria entre a Fiocruz Bahia e as secretarias do governo em prol de mais iniciativas que ajudem a estimular a equidade.

Cristina Araripe reforçou a opinião de Marilda Gonçalves. “Precisamos estar empenhados em iniciativas que envolvam a melhoria de vida da população, e, nesse caso, particularmente da educação, em formar pessoas”, afirmou. Para ela, iniciativas como o Meninas Baianas na Ciência são um exemplo que deve ser reproduzido em todas as unidades da Fiocruz.

“É uma honra estar aqui neste importantíssimo instituto, que presta relevantes serviços a saúde. Esse é um tema extremamente importante”, iniciou Luiz Queiroz. O diretor da Fapesb realizou uma fala acerca da importância do investimento na educação das meninas e mulheres. “Nesse ponto eu sempre digo que sem investimento em saúde, educação e ciência nunca seremos um país justo e soberano.

A secretária estadual Julieta Palmeira também se mostrou a favor da parceria entre órgãos públicos pela equidade. Palmeira recordou que projetos possuem uma tarefa grande pela frente, para incentivar meninas e mulheres nas ciências STEM. “Não podemos agir somente no pós-doutorado ou somente no ensino fundamental. É nos diversos ciclos de vida da mulher que vamos criando oportunidades para combater a educação sexista que direciona mulheres para uma determinada área do conhecimento”, defendeu.

Já o secretário André Joazeiro falou acerca dos discursos que colaboram para que as mulheres sejam menos presentes na ciência, como a figura do cientista genial e a representação de pesquisadores apenas como homens brancos. “Temos uma cultura que induz as mulheres a acharem que é impossível. Elas crescem e observam figuras distantes. Essa falsa ideia de que a ciência precisa ser feita por homens ou brancos pode inibir”, ponderou.

Shirley Costa falou sobre a alegria de ver o encerramento de mais um ciclo do Meninas Baianas. Também professora de matemática, Costa recordou o papel das professoras e professores no ensino das meninas. “Quero agradecer a essas professoras que estão aqui e tem se preocupado com o percurso formativo dessas meninas”. Patrícia Oliveira se somou aos agradecimentos aos docentes e assegurou às estudantes: “Nós tentamos inspirar vocês para que vocês sejam inspiração para muitas meninas que estão nos assistindo”.

As meninas na ciência

Participaram da 3ª edição do projeto alunas de oito colégios da rede pública estadual: Colégio Estadual Heitor Villa Lobos; Colégio Estadual Mãe Stella; Colégio Estadual Cosme de Farias; Colégio Estadual da Bahia Central; Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego; Colégio Estadual Eduardo Bahiana; Colégio da Polícia Militar – Unidade I/Dendezeiros e Escola Estadual Deputado Naomar Alcântara. 

A professora do Colégio Eduardo Bahiana, Márcia Ramos, afirmou ter apreciado a condução do Meninas Baianas e sugeriu a execução de atividades práticas com as estudantes, a fim de que elas se tornem multiplicadoras do conhecimento adquirido. Para Katelyn Borges, do Colégio Estadual Deputado Rogério Rego, essa foi uma boa experiência. “Aprendi bastante. Gostei das palestras, das oficinas e de conhecer as pesquisadoras”.

“Eu achei que esse foi um meio de conectar alunas com pesquisadoras para termos um incentivo maior. Foi uma inspiração para nós, para procurarmos nos empenhar mais nos estudos, e talvez até buscar uma carreira científica. Não é impossível se tornar uma pesquisadora”, expõe Graziele Souza, discente do Colégio Estadual Mãe Stella.

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